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por Édo Mariani

 

Educação racional e emocional


Johann Heinrich Pestalozzi, célebre educador suíço, definiu a educação como sendo o desenvolvimento harmonioso de todas as potencialidades do ser, considerando como sendo elementos básicos no interior da criatura humana a inteligência, o sentimento e a vontade. Para ele, essa tríade é sintetizada em educar a cabeça, o coração e as mãos, resumindo, a educação racional e a emocional.

Pestalozzi foi, sem dúvida, o educador do Amor.

A doutrina espírita, codificada anos depois pelo seu discípulo Allan Kardec, de igual maneira, agora com a descoberta do ser espiritual que ligado ao corpo constitui o homem, com muita razão ensina serem dois os mandamentos quando exorta: “Espíritas, dois são os mandamentos, amai-vos, eis o primeiro, instrui-vos, eis o segundo”.

As teorias modernas de psicologia têm demonstrado a importância essencial da emoção em todas as realizações humanas.

A visão de Pestalozzi de educar, além de precursora, é perfeitamente compatível com a meta maior do Espiritismo, ou seja, a educação moral da humanidade no seu conjunto sócio-intelectual-espiritual.

Em O Livro dos Espíritos, alicerce da doutrina espírita, em seu capítulo VIII – Perfeição Moral, Kardec, ao comentar a questão 917, assevera: “A educação, se for bem compreendida, será a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-las, como se fazem à planta nova”.

Entendemos, assim, que a tarefa da doutrina não é somente a de fazer homens instruídos, mas, acima disso e muito mais do que isso, fazer homens de bem.

Em todos os tempos da história da humanidade notamos que homens intelectuais, mas sem inteligência emocional, têm feito verdadeiros estragos por onde passam.

É necessário que os Espíritas trabalhem não apenas visando ao desenvolvimento da razão; não só a fé racional, tarefa importante, mas cuidar com maior ênfase do desenvolvimento do afeto, do amor e dar-lhe sequência, juntando-o, reunindo-o ao racional, pois são essas as duas asas necessárias à perfeição do Espírito.

Segundo nos têm informado os Espíritos Superiores, a Terra se aproxima de sua transição quando deixará de ser mundo de expiação e provas e ser um mundo renovado, mundo de regeneração. Para que essa transição se realize é evidente que necessário se faz a transformação da Humanidade no caminhar do seu progresso espiritual.

Alongar ou encurtar esse tempo depende de todos e o Espiritismo, como o Consolador da promessa, foi revelado ao mundo para executar essa tarefa e sobre os nossos ombros pesa a responsabilidade de trabalhar para essa finalidade. Atentemos para a mensagem transmitida pelos mentores espirituais, quando prestaram sua homenagem a Jesus na noite maravilhosa do seu natalício, quando cantaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de BOA VONTADE”.

Que a boa vontade na obtenção e no ensinamento da inteligência racional e emocional de cada um seja a maior tarefa nossa em tempos tão importantes.



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita