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por Rogério Coelho  

 

Porta de luz


Coloque suas possibilidades a benefício dos sofredores e granjeie créditos de bênçãos


“(...) O trabalho na mediunidade socorrista é uma porta fascinante, ao alcance de todos os que tenham um pouco de disciplina e abnegação.”
Manoel Philomeno de Miranda


Depois de sua função Escola, Educandários das Almas que são, uma das atividades mais abençoadas das Casas Espíritas, sem dúvida alguma, é a mediunidade socorrista, desdobrada nas reuniões mediúnicas...

Irmãos de ambos os planos da existência encontram nessa atividade a porta de luz através da qual logram acesso à paz e à harmonia, livrando-se de perturbações de variegados matizes, tanto de ordem física quanto de ordem espiritual.

Através do socorro oferecido por equipes de companheiros encarnados interagindo com as equipes dos Benfeitores Espirituais, inúmeras criaturas têm conquistado o equilíbrio de que necessitam para transitar pelas veredas evolutivas.

Não fosse a mediunidade socorrista, seria necessário recorrer à construção de ilimitado número de hospitais, penitenciárias e hospícios para atender à superlativa demanda dos magotes de criaturas enviscadas em processos obsessivos.

Sem embargo, em que pese a brilhante atuação das Casas Espíritas na tarefa socorrista, espalham-se por todo o Orbe, os dolorosos e aflitivos quadros obsessivos que se multiplicam em progressão geométrica nestes tempos de transição, o que exige, por outro lado, a criação de mais e mais equipes socorristas para contrabalançar a situação. Quando não for possível a completa erradicação do mal, pelo menos há que se minimizar o efeito da atuação dos infelizes inimigos da luz, emboscados nos dois planos da vida.

Existe uma incalculável população de Espíritos sofredores nos dédalos de sombras das regiões umbralinas.

Imaginemo-nos vivendo em um desses sítios tenebrosos, nesses labirintos trevosos em regime de inenarrável angústia e aflição, sob as garras de Entidades maléficas, longe de qualquer amparo e esperança... Podemos assim avaliar o significado de uma porta libertadora que subitamente se abrisse, convidativa, banhada que fosse de fraca, mas significativa luz, que, uma vez ultrapassada, ofereceria aconchego e lenitivo para todas as nossas dores e desesperos... Naturalmente bendiríamos mil vezes esse portal de acesso aos páramos celestiais!...

Pois, como muito bem explicou Manoel Philomeno de Miranda[1], “(...) tal porta fascinante é a mediunidade socorrista de que você se encontra investido na tessitura física, ao alcance de um pouco de disciplina e abnegação”.

Examinando quanto você gostaria de receber auxílio se estivesse domiciliado nas inóspitas regiões de dor, pense nos que lá estão e não demore mais em discussões inócuas ou em desculpismo injustificável. Corra ao encontro deles, os nossos companheiros na dor, iludidos em si mesmos, e abra-lhes a porta de luz da oportunidade consoladora.

Mergulhe o pensamento nas vibrações do amor do Cristo e, mesmo sofrendo, atenda aos que sofrem ainda mais...

Não lhe perguntarão quem você é, donde vem, como se apresenta, pois não lhes importa; antes sim, desejarão saber o que você tem em nome de Jesus para lhes dar. Compreenderão mais tarde a excelência da sua fé, o valor do seu devotamento, a expressão da sua bondade, a extensão das suas necessidades e também estenderão braços na direção do seu Espírito.

Agora, necessitam de paz e libertação, e Jesus precisa de você para tal tarefa.

Não lhes atrase o socorro, nem demore sua doação. Possivelmente você já esteve ali antes, talvez seja necessário estagiar por lá mais tarde, quem sabe?!

Se você conceber que o seu esforço é muito, para ajudá-los, imagine Jesus transferindo-Se dos Cimos da Vida para demorar-se no vale de sombras por vários anos e prosseguir até agora conosco...

O Espiritismo que lhe corrige a mediunidade em nome do Cristo – Espiritismo que lhe consola e esclarece – ensina-lhe que a felicidade é moeda cujo sonido somente produz festa íntima quando retorna daquele a quem se oferece e vem na direção do doador.

Doando-se, em silêncio, longe dos que aplaudem faculdades mediúnicas, coloque suas possibilidades a benefício dos sofredores, nas sessões especializadas, e granjeará um crédito de bênçãos que lhe ensejará, também, liberdade e iluminação, à semelhança d`Aquele que, Médium do Pai, se fez o Doce Irmão de todos nós, milênios afora...”                                                                


 

[1] - FRANCO, Divaldo Pereira. Nos bastidores da obsessão. 2. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1976, p. 43-44.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita