Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

 
Indagaram de Chico Xavier sobre sua saúde, o problema ocular etc. Sua resposta:

- Um dia o médico me disse: para quem sofre da vista, se não há cura, há tratamento. Trato da vista esquerda há 45 anos e, um dia, falei assim com a doença desse olho: Fica aí, preciso desse outro lado para viver. E assim vou sendo medicado com cortisona, cloranfenicol e remédios desse teor. Mas, qualquer contrariedade que me advenha logo se reflete no globo ocular. Quanto ao resto, periodicamente me submeto às 80 agulhadas do tratamento da acupuntura que faz com que a pressão se mantenha. Com a graça de Deus, vamos indo.

Corria então o ano de 1976. Deixando de lado a bola de cristal, alguém lhe perguntou se sua intuição lhe segreda que viverá ainda muitos anos entre nós?

Chico respondeu:

- Caro amigo, estou na ignorância disso, como acontece a qualquer pessoa. Diz-me sempre o nosso caro Emmanuel que devo ter tanta alegria de trabalhar hoje como se estivesse vivendo o meu primeiro dia de tarefa no mundo e que devo ter tanto empenho e noção de responsabilidade nisso como se estivesse em meu derradeiro dia na Terra.

Algum tempo depois, após determinado abalo orgânico que sofreu, Chico Xavier nos descreveu em carta a fase de lenta convalescença a que se submetia:

- Estou melhorando, mas lentamente. Ainda não posso permanecer em reuniões públicas senão de 4 horas da tarde às 9h30 da noite. Devo usar vários medicamentos com muita pontualidade e não consigo fazer muito esforço ou algum esforço maior. Sem atender a esses requisitos do corpo físico, a dor aparece, à feição de alguém que veio morar comigo, por dentro do peito, e, então, essa dor é uma espécie de enfermeira invisível que me obriga a deitar. Mas estou observando a mim mesmo com muito otimismo e paz e creio que, com os medicamentos em pauta e com as inevitáveis reduções de trabalho, ainda poderei usar minha máquina física da atualidade, se Jesus permitir, por muito tempo.

Chico disse sentir que sua mediunidade parecia estar melhor afinada após a fase aguda da enfermidade, e revela:

- Podes entender comigo esta história: neste ano completo os 50 janeiros de mediunidade e tendo passado por outros 40 em atividade profissional, não posso ser ingrato para com o corpo que me serve de moradia, há 66 anos. Louvado seja Deus! Tudo está seguindo da melhor maneira possível. E eu, continuando sem a dor que é semelhante a uma campainha no tórax, tudo vai bem. Não tenho dúvidas quanto ao processo anginoso ou a insuficiência coronariana de que sou portador, mas estou, graças a Deus, em paz e com muita alegria.
 

Do livro Lições de Sabedoria, de Marlene Rossi Severino Nobre.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita