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por José Lucas

Terrorismo, Trump, ambiente, Espiritismo

Estes temas aparentemente não têm ligação nenhuma com o Espiritismo, dirão muitos opinadores. No entanto, sendo o Espiritismo uma doutrina espiritualista, universal e universalista, será que não tem mesmo nada em comum ou a dizer? Venha daí…

A Terra vive em sobressalto permanente, abalada pelos vírus da guerra, da ganância, da corrupção generalizada, da falta de civismo, falta de respeito pela Natureza, entre tantas outras arbitrariedades que cometemos conosco, com o planeta e consequentemente com as outras pessoas.

Aquando de um atentado terrorista, logo aparecem mil e um fazedores de opinião, nas televisões, dissecando as possíveis causas e experimentando eventuais soluções.

A causa? Os bandidos dos terroristas…

Aquando da eleição do líder americano mais repudiado até hoje, e vendo as suas atitudes irresponsáveis no governo de um dos países mais militarizados do mundo, os sociólogos, politólogos e outros especialistas esmeram-se em descortinar explicações para o aparentemente inexplicável.

A causa? Os incultos dos americanos…

Colhendo os efeitos dos desmandos no planeta, como a poluição, as desmatações, entre tantas outras maldades cometidas contra a Mãe-Natureza, logo aparecem os especialistas em ambiente, dissecando mil e um culpados, causas e possíveis soluções.

A causa? Os malandros das multinacionais…

Curiosamente, nestas situações fraturantes e decisivas para o bem-estar no planeta Terra, raramente aparecem espíritas a comentar o porquê das coisas e a cogitar possíveis soluções.

Mas o que o Espiritismo tem a ver com isto?

No livro “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, publicado em França em 1864, podemos encontrar trechos do “Novo Testamento” explicados com uma linguagem atual, simples, esclarecedora, bem como mensagens de Espíritos que, à época, deixaram alguns comentários a esses mesmos textos de índole moral.

No capítulo XI, tema “O Egoísmo”, numa mensagem de Pascal, recebida em Sens, em 1862, encontramos:
“O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem caridade, não há tranquilidade na vida social, e digo mais, não há segurança…”
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Esta mensagem recebida em 1862 reflete em grande rigor os estertores sociais de 2017, explicando com simplicidade, tal como fizera Jesus de Nazaré, há mais de 2 mil anos, que o egoísmo é a causa de todos os males da humanidade, levando-a a viver sem tranquilidade e sem segurança.

Só com caridade, fraternidade, auxílio mútuo desinteressado, a sociedade será mais tranquila e mais segura

Podemos questionar de novo: qual a causa do terrorismo, dos fenômenos tipo “Trump”, da crise ambiental, entre tantos outros problemas da humanidade?

A causa radica no egoísmo do ser humano!

Qual a solução para os mesmos problemas?

A solução encontra-se na caridade, na fraternidade, no auxílio mútuo desinteressado!

Somente quando o Homem mudar de atitude interior, moralizando-se, mudará os que o rodeiam, pelo exemplo.

Assim fazendo, as ondas de choque, pela positiva, alargar-se-ão à cidade onde viva, ao país onde se encontra, e a todo o mundo.

Não há que enganar, nem inventar a roda.

A paz é o caminho”, referia Gandhi, e Jesus já antes dera a receita da felicidade possível na Terra: “Não fazer ao próximo o que não desejamos para nós”.

Se os terroristas recebessem escolas, lápis, cadernos, livros, refeições, casas condignas, Amor, respeito, ao invés de receberem armamento, não haveria terrorismo.

Se as crianças aprendessem em casa e na escola os valores ético-morais de uma sociedade onde o Amor universal nos leve a fazer ao outro o que queremos para nós, não haveria lugar na sociedade para fenômenos “Trump”, nem tampouco os agiotas e os gananciosos prosperariam, pois que crianças moralizadas seriam, por arrastamento, adultos mais corretos.

O Espiritismo, não sendo mais uma religião nem mais uma seita, mas sim uma doutrina filosófica de consequências morais, universal e universalista, investiga os fatos espíritas, explica-os, e aponta a moral que Jesus deixou na Terra, como o caminho mais seguro para a evolução espiritual da Humanidade.

Só assim, com caridade, fraternidade, auxílio mútuo desinteressado, a sociedade será mais tranquila e mais segura, já nos informava o Espírito Pascal, em 1862.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita