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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 509 - 26 de Março de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 19) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares

A. Qual a principal consequência das pesquisas metapsíquicas relativas às comunicações mediúnicas entre vivos?  

Segundo Bozzano, com tais comunicações é dado chegar-se à certeza científica sobre o fato capital da possibilidade do eu integral subconsciente ou, em outros termos, o espírito humano, entrar em relação com outros espíritos de vivos, quer mediunicamente, quer telepaticamente, ora separando-se temporariamente do seu próprio corpo somático (bilocação), ora se comunicando e conversando telepaticamente a distância, desde que haja entre eles a necessária “relação psíquica”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

B. Da certeza científica mencionada na questão anterior decorre outra importante consequência. Qual é ela? 

As circunstâncias que concorrem para fornecer prova da independência do espírito humano quanto ao organismo corpóreo demonstram que, se o espírito pode passar algum tempo sem o mesmo organismo, deve também poder passar sempre sem ele, depois da morte. Além disso, pela lei da analogia, demonstram essas circunstâncias que a existência das comunicações mediúnicas com o espírito dos mortos é mais do que provável, pois que, uma vez conseguida a certeza científica da realidade das manifestações dos vivos, com as consequências teóricas que dela resultam, então as manifestações correspondentes, em tudo idênticas, dos mortos tornam-se o complemento natural das primeiras, ressalvada sempre a cláusula de que o morto comunicante demonstre sua própria identidade pessoal, fornecendo a seu respeito informações suficientes do mesmo modo que as fornecem os espíritos dos vivos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

C. Conhecida por suas faculdades mediúnicas, a célebre escritora inglesa Florence Marryat também fez experiência com manifestações de vivos? 

Sim. Marryat fez numerosas experiências com manifestações de vivos e Bozzano descreve neste livro dois interessantes casos relativos às experiências relatadas por ela. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

Texto para leitura 

282. A apreciação feita pela Sra. Hester Travers-Smith está plenamente justificada. As comunicações mediúnicas entre vivos constituem de fato uma das questões mais interessantes e sugestivas que surgem no campo das pesquisas metapsíquicas, porque com tais comunicações é dado chegar-se à certeza científica sobre o fato capital da possibilidade do eu integral subconsciente ou, em outros termos, o espírito humano entrar em relação com outros espíritos de vivos, quer mediunicamente, quer telepaticamente, ora separando-se temporariamente do seu próprio corpo somático (bilocação), ora se comunicando e conversando telepaticamente a distância, desde que haja a “relação psíquica”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

283. Todas as circunstâncias que concorrem para fornecer prova da independência do espírito humano quanto ao organismo corpóreo demonstram que se o espírito pode passar algum tempo sem o mesmo organismo, também deve poder passar sempre sem ele, depois da morte. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

284. Além disso, pela lei da analogia, demonstram essas circunstâncias que a existência das comunicações mediúnicas com o espírito dos mortos é mais do que provável, pois que uma vez conseguida a certeza científica da realidade das manifestações dos vivos, com as consequências teóricas que dela resultam, então as manifestações correspondentes, em tudo idênticas, dos mortos se tornam o complemento natural das primeiras, salvo sempre a cláusula de que o morto comunicante demonstre a sua própria identidade pessoal, fornecendo a seu respeito informações suficientes do mesmo modo que as fornecem os espíritos dos vivos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

285. No caso precedente – Caso 27 – a afirmação de “Shamar”, segundo a qual é por sua iniciativa que se manifestam espíritos de vivos, se mostra justificada pelo seguinte: 

1) Em primeiro lugar, porque, segundo regra científica, não é possível isolar um episódio para analisá-lo separadamente e nessa base estabelecer conclusões gerais, mas deve-se considerá-lo em relação com o conjunto das manifestações em que se acha integrado, pois só desta maneira pode-se ajuizar ponderadamente sobre a sua gênese. Assim, neste caso, devem-se levar em conta as seguintes circunstâncias: Que sob os auspícios da entidade “Shamar” foram obtidas notáveis provas de identificação espírita e que a mesma entidade se demonstrou verdadeira em suas promessas e, assim sendo, não se sabe por que deixaria de ser sincera e leal quando anuncia a intenção de levar às sessões espíritos de vivos.

2) Em segundo lugar, não se deve esquecer de que, a cada manifestação de personalidade de um vivo, “Shamar” o anunciava com antecedência, avisando que era preciso fazer a sessão em alta hora da noite para aproveitar o sono do vivo, coisa racional na hipótese que defendemos, ao passo que, de outro ponto de vista, isso demonstra a existência de uma vontade extrínseca que dispõe as coisas para o êxito. Ora, se no caso exposto não existissem provas diretas a favor do auxílio prestado por uma entidade espiritual às dos vivos comunicantes, existem provas indiretas suficientes para levar em consideração as afirmativas de “Shamar”, que nada têm de inverossímil, tanto mais se se consideram as provas em relação com os casos pertencentes ao segundo grupo das manifestações que examinamos, nas quais, como já se disse, a intervenção de uma entidade espiritual nas comunicações dos vivos parece muito real, como se verá dentro em pouco. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)
 

286. Caso 28 – A célebre escritora inglesa Florence Marryat, dotada de notáveis faculdades mediúnicas, fez numerosas experiências com manifestações de vivos. Tomo o episódio seguinte de seu livro There is no death, pág. 36, no qual ela própria serviu de médium para as experiências de outrem. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

287. Havendo-se mudado, com o seu filhinho, para beira-mar, para uma estação de banhos, seus companheiros de experiências em Londres, os Srs. Helmore e Colnaghi continuaram as sessões e numa delas deu-se o caso em questão. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

288. Eis a sua narrativa: 

Numa noite de quinta-feira os Srs. Colnaghi e Helmore, reunidos em sessão, quando discutiam sobre a possibilidade de se comunicarem com os espíritos de vivos, ouviram, na mesinha, três golpes que afirmavam a possibilidade, golpes que atribuíram a “Charlie”, o “guia espiritual” das sessões.

– “Charlie”, pois que é possível, poderia trazer-nos algum espírito de vivo?

– Fá-lo-ei com prazer.

– Quem trará?

– A Sra. Florence Marryat.

– E levará muito tempo?

– Quinze minutos.

Naquele momento eu dormia. Meus amigos me disseram que esperavam impacientes o resultado da experiência. Transcorreram exatamente quinze minutos e a mesinha começou a agitar-se, ditando as seguintes palavras: “Sou Florence Marryat. Por que me chamaram?” Procuraram desculpar-se e eu soube que estava muito agitada, repetindo insistentemente: “Deixem-me voltar para casa. Um grave perigo ameaça meu pequerrucho. Devo voltar para junto dele.” Tais palavras causaram grande impressão aos meus amigos e, no dia seguinte, o Sr. Helmore escreveu-me perguntando cautelosamente se tudo ia bem em minha família, mas sem especificar coisa alguma. Aconteceu que na manhã de sexta-feira, ou seja, no dia seguinte ao da sessão de Londres, meus sete filhos com as suas amas se achavam numa pequena estalagem, quando meu cunhado, o Dr. Henrique Norris, que voltava com os voluntários de tiro ao alvo, entrou na casa e, quando ensinava tiro aos meninos, disparou inesperadamente na direção deles e a bala entrou na parede, dois dedos acima da cabeça de minha filha maior, que estava sentada. Quando contei o caso ao Sr. Helmore, respondeu ele com a narrativa da experiência de Londres e reproduziu as palavras por mim proferidas. Eu me pergunto: “Como poderia saber com antecedência o que deveria acontecer na manhã seguinte? Se não era eu quem o sabia em sonho, devia sabê-lo “Charlie”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

 

289. No caso exposto, a probabilidade de que “Charlie” tenha sido o agente determinante da manifestação da Sra. Marryat se depreende da circunstância de que foi precisamente ele quem levou à sessão o espírito da referida senhora. Depreende-se, ademais, do fato de que “Charlie”, em outras circunstâncias, se encarregara de transmitir em pessoa mensagens de um círculo de experimentadores a outro, com a particularidade importante de que os dois grupos não realizavam ao mesmo tempo as suas sessões, mas em dias diferentes, condições de experiência que demonstram a impossibilidade da manifestação direta de um ser vivo, nem de uma transmissão telepática. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

290. Como se viu, há aqui um caso premonitório, mais notável porque se referia a um infeliz acidente, rigorosamente imprevisível. Como já disse em meu volume sobre os Fenômenos premonitórios, nada de mais notável que o eu integral subconsciente da própria Sra. Marryat previsse o perigo que ameaçava um dos seus filhos, pois numerosos fatos de tal natureza provam a possibilidade, ainda que pareça misteriosa e inconcebível à nossa mente, circunscrita e obumbrada pelos laços materiais. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

291. Caso 29 – Figura na mesma obra da Sra. Marryat (pág. 42), a qual assim escreve:  

O meu velho amigo, ainda vivo, cujo espírito se manifestou a mim em sonho, pela mediunidade da Sra. Fitzgerald, perdera uma irmã a quem queria muito, porém, como tal houvesse acontecido antes de nos conhecermos, eu ignorava tudo a respeito da mesma, exceto o nome.

Certa noite se manifestou, tiptologicamente, uma entidade que me deu o nome da irmã de meu amigo, escrevendo o seguinte:

– Meu irmão regressou à Inglaterra e deseja saber o seu endereço. Escreva-lhe para o Clube de Leamington, dizendo-lhe o dia em que poderá recebê-lo.

Respondi:

– Seu irmão não me escreve há oito anos, o que prova que já me esqueceu. Não quero ser a primeira a reatar nossas relações, sem a certeza de que ele também o queira.

– Ele não a esqueceu e continua a interessar-se por sua pessoa, de quem se lembra nas suas preces. Deseja vivamente tornar a vê-la.

– Farei o que deseja, mas na base de uma comunicação mediúnica, não me decido. Se quiser renovar nossa velha amizade, que me escreva primeiro.

– Porém ele não sabe o seu endereço, e eu não posso entrar em relação com ele.

– Meu nome é bem conhecido, e se ele quiser, ser-lhe-á fácil achar o meu domicílio.

O espírito comunicante pareceu refletir um momento, e escreveu:

– Espera, vou ver se o faço vir, e então se explicará.

Pouco depois a mesinha voltou a mover-se, porém de modo diferente, ditando o nome de meu velho amigo. Deu bastantes detalhes para se ver que se tratava dele mesmo e a seguir escreveu: – “Apesar dos anos que nos separaram, o tempo não apagou as recordações do passado. Não tenho deixado de lembrar-me de sua pessoa, em quem pensava nas minhas preces, supondo que aí fazia o mesmo. Confirmo o que lhe disse minha irmã, pois desejo vivamente ter notícias suas”.

Não obstante a aparente ingenuidade da mensagem, minha teimosia não me permitia escrever-lhe, porém, em noites consecutivas, a irmã insistiu e eu resolvi agradá-la. Escrevi para o Clube de Leamington e pela volta do correio recebi a resposta, com natural espanto, ao ver que a carta do meu amigo começava com as mesmas palavras do parágrafo que me havia ditado mediunicamente.

Ante tal resultado, pergunto ao Sr. Stuart Cumberland, como a tantos outros sábios, que me expliquem quem foi a entidade mediúnica que se manifestou dez dias antes, para ditar-me, palavra por palavra, uma frase que não podia estar ainda formulada no cérebro de meu amigo, pois ele não havia ainda recebido a minha carta. Estou sempre pronta a acolher toda explicação racional que os sábios me derem sobre os fatos; porém, no momento, creio firmemente que não há no mundo quem seja capaz de demonstrar-me, de maneira natural e convincente, que o fato supracitado seja devido a um fenômeno de “cerebração inconsciente”. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)
 

292. Não me parece que a Sra. Marryat só tenha uma, mas cem razões para não admitir que fatos de tal natureza possam explicar-se com a hipótese da “cerebração inconsciente” em voga naquela época. Depois, outras hipóteses foram formuladas para explicar tais casos, a começar pela “telepatia”, para terminar na recente “criptestesia”, porém se tais hipóteses têm a sua razão de ser, isto não impede que, do ponto de vista explicativo das comunicações mediúnicas com os vivos e com os mortos, se mostrem impotentes. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

293. Observo finalmente, que até para o caso exposto as maiores possibilidades são para a hipótese segundo a qual o espírito da irmã morta foi realmente o agente que levou à sessão o espírito do irmão vivo. Tenha-se em conta que, antes da manifestação deste, o espírito da irmã havia transmitido à Sra. Marryat o seu domicílio exato, circunstância verídica e importante que se traduz numa boa prova a favor da identidade pessoal do dito espírito, e como o propósito de conduzir à sessão o espírito do vivo não fora premeditado, mas em consequência da negativa daquela senhora em atender ao seu pedido de escrever-lhe, tudo isto mais não faz que consolidar a hipótese indicada, pois se a manifestação em referência foi determinada por uma imprevista decisão do momento, da qual havia de excluir-se a vontade da Sra. Marryat e a do vivo comunicante, mais não resta senão atribuir o fenômeno à vontade do espírito que se afirmava presente, como responsável pelo desenvolvimento dos fatos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) (Continua no próximo número.)
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita