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Clássicos do Espiritismo
Ano 10 - N° 508 - 19 de Março de 2017
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Comunicações mediúnicas entre vivos

 Ernesto Bozzano

 (Parte 18) 

Continuamos o estudo do livro Comunicações mediúnicas entre vivos, de autoria de Ernesto Bozzano, traduzido para o idioma português por J. Herculano Pires. 

Questões preliminares  

A. Nesta obra há registros de mensagens de vivos transmitidas com o auxílio de Espíritos desencarnados?  

Sim. Tais mensagens dividem-se, segundo Bozzano, em dois grupos. No primeiro quem se manifesta é a personalidade de um vivo, com a diferença de que o guia espiritual do médium afirma que a manifestação se produziu por seu intermédio. No segundo grupo, as comunicações mediúnicas da espécie em questão produzem-se por intermédio único do guia espiritual, que se encarrega de receber a mensagem do vivo e de transmiti-la a outra pessoa afastada. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

B. Como explicar tais formas de comunicação? 

Para responder a isso, Bozzano reproduz o relato feito pelo Prof. Oliver Lodge, segundo o qual o grupo familiar de experimentadores de Birmingham pediu à personalidade mediúnica “Raymond” para transmitir a palavra “Honolulu” a outro grupo de experimentadores em Londres, e a palavra foi transmitida. A suposição é que, em tal caso, o Espírito “Raymond” tenha efetivamente transmitido como intermediário a mensagem que lhe foi confiada. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

C. É verdade que o Espírito “Raymond” fornecera provas suficientes em favor de sua identificação pessoal?  

Sim. Aliás, o fato descrito na questão anterior integra uma série de experiências em que as manifestações da entidade espiritual “Raymond” constituíam o fim e a razão de ser das próprias experiências. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

Texto para leitura 

269. Caso 26 – Trata-se de um caso muito conhecido porque citado com frequência. O Dr. Liebault, de Nancy, escreveu a Myers:

Apresso-me em comunicar-lhe por escrito o seguinte caso de transmissão de pensamento. O fato se deu com uma família francesa, residente em Nova Orleans, vinda de Nancy para uma liquidação de negócios. Conheci a referida família por haver tratado pelo hipnotismo a Srta. D., sobrinha do Sr. M. G., chefe da família em questão. Padecia de uma leve anemia com tosse nervosa contraída em Coblença num colégio do qual era professora. Facilmente a pus em estado sonambúlico e ficou boa, e tal facilidade nos fez supor que provavelmente tinha faculdades mediúnicas (a Sra. G. já as possuía), pelo que tratou de exercitá-la na escrita automática, esperando poder comunicar-se com os “espíritos” e em menos de dois meses se revelou uma boa médium escrevente.

Eu mesmo a vi traçar rapidamente páginas inteiras de escrita automática – que tinha por comunicações – em forma impecável, quando simultaneamente falava com os presentes. Particularidade curiosa: ignorava tudo o que sua mão escrevia, do que deduzia que algum espírito a movia.

Certo dia, 7 de fevereiro de 1868, pelas 8 da manhã, no momento de sentar-se à mesa para uma refeição ligeira, experimentou um impulso irresistível de escrever automaticamente. Tomou o seu caderno e febrilmente rabiscou uns traços indecifráveis e, quando acabou a agitação do seu espírito pôde-se ler que uma certa Margarida lhe anunciava sua morte. Era uma sua amiga também professora e companheira de pensão em Coblença e, naturalmente, todos acreditaram que a moça havia morrido.

A Srta. B. escreveu no mesmo dia a outra amiga inglesa, instrutora do mesmo colégio, sem revelar o motivo por que o fazia e alegando um pretexto qualquer.

Pela volta do correio chegou a resposta na qual aquela declarava sua surpresa de receber uma carta sem motivo aparente mas, ao mesmo tempo, anunciava a morte de sua amiga comum, Margarida, ocorrida às 8 horas da manhã do dia 7 de fevereiro.

No interesse da Ciência, lamento não haver pensado em ir junto com a família G. ao telégrafo para convencer-me de que se havia recebido na referida manhã um telegrama de Coblença, mas a honorabilidade de tal família estava acima de qualquer suspeita. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E)
 

270. Myers diz que, ainda prescindindo da impossibilidade de que uma família inteira conspirasse para enganar um amigo, a natureza da resposta recebida de Coblença demonstra que quem escrevia sabia que não se havia enviado telegrama algum. Do ponto de vista da manifestação em si, cabe fazer notar que a moça enferma se extinguira “pelas 8 da manhã” e que em tal hora se manifestava mediunicamente à amiga distante, ou seja, que a manifestação pôde se produzir tanto um minuto antes, como depois da morte, ainda que seja mais provável esta última hipótese, já que a comunicante participa a sua morte. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

271. O Dr. Liebault classifica o caso como “transmissão do pensamento”, pois na época em que escrevia não havia ainda nascido a palavra “telepatia”, porém ambas as definições se equivalem. Não se esqueça, porém, que neste caso a telepatia se exerce mediunicamente, o que a diversifica da forma sensorial e a aproxima das manifestações telepáticas dos mortos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

272. Ademais, como nos casos examinados neste subgrupo se trata de vivos no leito de morte, evidente é que a telepatia entre vivos com modalidade mediúnica aparece como o último grau de uma ampla série de manifestações anímicas pelas quais se chega ao limiar da grande fronteira, mas além da qual não podem existir mais que manifestações telepáticas de mortos, demonstrando-se com isto que não existe solução de continuidade entre as modalidades com que se produzem as comunicações entre vivos e mortos. Em outras palavras: uma vez mais temos de reconhecer que o Animismo prova o Espiritismo. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo E) 

273. Mensagens transmitidas com auxílio de entidade espiritual  As mensagens de que aqui tratamos dividem-se em dois grupos distintos: No primeiro quem se manifesta é ainda a personalidade de um vivo, com a diferença de que o “espírito-guia” do médium afirma que a manifestação se produz por seu intermédio, no sentido de que ele se prestaria a ajudar a personalidade espiritual do vivo a fim de pô-la em condições de atingir o seu objetivo. No segundo grupo, ao contrário, as comunicações mediúnicas da espécie em questão produzir-se-iam por intermédio único do “espírito-guia”, o qual se encarregaria de receber a mensagem do vivo e de transmiti-la a outra pessoa afastada, sem intervenção do próprio vivo. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)
 

274. O primeiro dos grupos indicados não apresentaria por si mesmo valor teórico apreciável, podendo-se com razão objetar que a afirmação inverificável do “espírito-guia” a respeito de um hipotético auxílio por ele prestado ao vivo que se manifesta mediunicamente não é mais do que uma fantasia onírico-subconsciente do médium. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

275. Tal objeção bastaria para tirar todo o valor teórico ao grupo de manifestações em questão, se não existissem as manifestações do segundo grupo, diante das quais a mesma objeção é muito menos legítima. A eficácia teórica, portanto, não pequena, das manifestações do segundo grupo reflete-se favoravelmente sobre as do primeiro, levando-se em consideração que se umas têm fundamento, também as outras parecem prováveis. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

276. Não se diz, porém, que a origem espírita das manifestações pertencentes ao segundo grupo possa ser considerada solidamente demonstrada. Com todo o rigor, tal não é possível. De qualquer forma, não há falta de provas indiretas em favor da interpretação espírita, provas que assumem forma de argumentações indutivas de grande eficiência demonstrativa, pois que, sem elas, muito dificilmente se poderia algumas vezes dar a razão de ser dos fatos. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) 

277. O Prof. Oliver Lodge diz, a respeito do grupo de manifestações, o seguinte, que transcrevo do Journal of the S. P. R.:

Como explicar tais formas de transmissão mental de uma pessoa a outra? Tomemos o episódio da palavra “Honolulu” por mim citado no livro “Raymond”. O grupo familiar de experimentadores de Birmingham pediu à personalidade mediúnica “Raymond” para transmitir a palavra “Honolulu” a outro grupo de experimentadores em Londres, e a palavra foi transmitida. Ora, o caso pode explicar-se considerando-o uma experiência telepática, mas a circunstância que não se deve esquecer, pois que constitui o lado dramático da interpretação é esta: o encargo de transmitir a mensagem foi dado a “Raymond”, que se achava em relações com os dois grupos de experimentadores.

E, assim sendo, não se pode deixar de reconhecer que se o episódio se pode explicar telepaticamente, pode-se interpretar ainda melhor, pressupondo que o espírito “Raymond” tenha efetivamente transmitido como intermediário a mensagem que lhe foi confiada. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

 

278. Assim escreveu o Prof. Lodge, e esta última interpretação dos fatos parece mais legítima do que a outra porque nesta se leva em devida conta a circunstância fundamental que confere valor ao ciclo inteiro das experiências em apreço, isto é, que as manifestações da entidade espiritual “Raymond” constituem o fim e a razão de ser das próprias experiências e, como a mesma entidade já havia fornecido provas bem notáveis em favor da sua identificação pessoal, segue-se que, querer separar o episódio exposto do complexo orgânico dos outros episódios, explicando-o de forma diversa, seria um procedimento arbitrário e anticientífico. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

279. A título de exemplo fornecerei apenas três episódios relativos ao primeiro grupo das manifestações em exame. Ademais, os leitores terão observado que nos casos anteriormente citados se encontram vários em que se faz alusão ao presumido auxílio espírita implícito nos episódios de comunicações mediúnicas de vivos, presunção que não levei em conta porque de natureza demasiado vaga. Nos três exemplos que se seguem, tal presunção, ao contrário, parece justificada, conquanto não o seja ainda suficientemente sem o auxílio eficaz dos episódios afins, pertencentes ao segundo dos grupos examinados. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

280. Caso 27 – Tiro-o do livro da Sra. Hester Travers-Smith, Voices from the Void (págs. 48/50). Como já tivemos ensejo de observar (Caso 1) essa senhora possui notabilíssimas faculdades mediúnicas, embora sejam limitadas ao sistema de comunicações obtidas com o aparelho mediúnico chamado Oui-já (quadro com o alfabeto munido de um ponteiro que indica as letras) e fez muitas experiências com o Prof. William Barrett, o qual, por seu intermédio, obteve algumas provas admiráveis de identificação espírita, que cita em sua obra On the Threshold of the Unseen. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F)

281. Escreveu ela:

Certa personalidade mediúnica, que ainda não conheço intimamente porque se manifesta há poucos meses, assina o nome de “Shamar”. Diz ser de raça indiana e se afirma meu “espírito-guia”. Preside e dirige quase todas as minhas sessões, dedica-se a desenvolver e a aperfeiçoar a minha mediunidade, tendo cuidado, acima de tudo, de trazer às sessões, para se comunicarem, espíritos que se demonstram sempre escrupulosamente verdadeiros. Tal entidade me informa que agora se interessa de modo particular em trazer-me espíritos de vivos, aproveitando o momento em que estão dormindo ou cochilando. Interessa-se pelos encarnados porque com estes é possível obter-se a prova absoluta de identificação pessoal dos espíritos comunicantes.

“Shamar” mostrou-se sempre sincera e leal para comigo. Recentemente provocou manifestações de espíritos de vivos, com relação aos quais tive meios de certificar-me da veracidade absoluta das mensagens que me transmitiram.

Em dezembro de 1917 eu me achava em Londres, hospedada em casa de uma família de parentes com a qual passei as festas de Natal. No dia 26 fiz com a minha prima uma breve sessão mediúnica das 10:30 às 11 horas da noite, na qual se manifestou “Shamar” e prometeu fazer-nos assistir a uma interessante manifestação. Pouco depois o ponteiro do Oui-já indicou o nome do irmão de minha prima. Descreveu ele a sala em que se achava, acrescentando que havia adormecido, sentado diante da lareira. Foi breve a mensagem e eu não conservo o original, mas foi verificada a sua exatidão em todos os detalhes.

Depois dele, foi ditado o nome do Sr. D..., um íntimo amigo nosso, que nos comunicou achar-se apenas cochilando e que, em consequência, a sua mensagem só poderia ser dada aos saltos, e de fato tal sucedeu. Informou-nos que naquele momento estava sentado na saleta em frente da lareira e que não havia outra pessoa no aposento. Eu lhe pedi que transmitisse certa mensagem a sua irmã e ele observou: “Sinto muito, mas não é possível, porque quando eu acordar me esquecerei de tudo o que estou dizendo e ouvindo”.

Descreveu-me então longa e minuciosamente de que modo haviam decorrido em sua casa as festividades do Natal, acentuando a vinda de um nosso amigo comum que eu absolutamente não teria podido imaginar houvesse tomado parte nos festejos. Depois comunicou-me que era obrigado a despedir-se porque o seu corpo ia rapidamente despertando, tornando-se assim impossível a comunicação.

Quando voltei para Dublin tive o cuidado de informar-me a respeito e verifiquei a absoluta veracidade do que me havia sido contado mediunicamente pelo meu primo. Deixo os leitores à vontade para decidirem se no caso exposto se tratava ou não de telepatia. O espírito de meu primo teria realmente se afastado de seu corpo para vir conversar comigo? Não ouso responder à pergunta.

A última prova do poder de “Shamar” em preparar tais manifestações se deu há duas noites. Fiz uma sessão durante o dia, na qual “Shamar” me avisou que tentasse outra alta noite, porque queria fazer certas experiências. Assim fiz, e cerca das 12:30 da noite trouxe ela um amigo que, após haver declarado achar-se dormindo naquele instante, apressou-se a dar explicações sobre certo procedimento seu, que me havia parecido reprovável e eram explicações que eu nunca teria podido imaginar. De qualquer forma, não dei importância a essa comunicação mediúnica, mas na manhã seguinte recebi dele uma carta em que se justificava, dando exaustivas explicações, idênticas às que eu havia recebido mediunicamente na noite precedente.

Diante de tais resultados, parece-me que as comunicações mediúnicas dos vivos imersos no sono constituem uma questão da mais alta importância para as pesquisas metapsíquicas. (2ª Categoria: Mensagens mediúnicas entre vivos e à distância. Subgrupo F) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita