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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 30 - 9 de Novembro de 2007

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Missionários da Luz
André Luiz
(6a Parte)

Continuamos nesta edição o estudo da obra Missionários da Luz,  de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Que previsão fez Alexandre quanto à estrutura dos templos cristãos no porvir da Humanidade?

R.: Segundo Alexandre, no futuro da Humanidade os templos materiais do Cristianismo estarão transformados em igrejas-escolas, igrejas-orfanatos, igrejas-hospitais, onde não somente se veicule a palavra de interpretação, mas onde a criança encontre arrimo e esclarecimento, o jovem a preparação necessária para as realizações dignas do caráter e do sentimento, o doente o remédio salutar, o ignorante a luz, o velho o amparo e a esperança.  (Missionários da Luz, cap. 8, págs. 83 a 85.)

B. Se muitos são os chamados, que é preciso fazer para sermos escolhidos?

R.: A escolha, em qualquer trabalho construtivo, não exclui a qualidade. Se o homem não oferece qualidade superior para o serviço divino, em hipótese nenhuma deve esperar a distinção da escolha. Deus chama a todos, mas somente os devotados, persistentes, operosos e fiéis constroem qualidades eternas que os tornam dignos de grandes tarefas. Assim, a escolha divina começa pelo esforço de cada um, sempre. (Obra citada, cap. 8, págs. 85 a 87.)

C. Que ensinamento podemos extrair dos casos Vieira e Marcondes?

R.: A invigilância de ambos mostra que nem todos conseguem manter o coração e a mente nos caminhos retos e que o homem, invariavelmente, escolhe as companhias que prefere. (Obra citada, cap. 8, págs. 87 a 93.)

D. Qual o requisito essencial aos que sonham com conquistas e realizações sublimes?

R.: Para alcançar conquistas gloriosas e realizações sublimes, é preciso, primeiro, corrigir as atitudes mentais diante da vida humana. A fé não se reduz a simples amontoado de promessas brilhantes. A edificação do reino interior com a luz divina reclama trabalho persistente e sereno. Não é apenas ao preço de palavras que se erguerão os templos da fé viva. É imprescindível a escolha de material, esforços de aquisição, planos previamente deliberados, aplicação necessária, experimentação de solidez, demonstrações de equilíbrio, firmeza de linhas, harmonia de conjunto e primores de acabamento. Urge, pois, estimar o trabalho antes do repouso, aceitar o dever sem exigências, desenvolver as tarefas aparentemente pequeninas, antes de se inquietar pelas grandes obras, e colocar os desígnios do Senhor acima de todas as preocupações individuais! (Obra citada, cap. 9, págs. 94 a 97.)  

Texto para leitura

36. Curso de esclarecimento metódico - Alexandre dirigiria, naquela noite, pequena assembléia de estudiosos, companheiros que buscavam aperfeiçoar-se para o melhor desempenho de suas tarefas. Explicou a André que o núcleo de estudantes terrestres já possuía certa expressão numérica, mas lhe faltavam determinadas qualidades essenciais para funcionar com pleno proveito. Essa foi a razão de ter Alexandre estabelecido um curso de esclarecimento metódico, ao qual, no entanto, compareciam apenas 32 companheiros encarnados, dentre os 300 integrantes da instituição por ele atendida. E havia noites em que mesmo alguns dentre os 32 quebravam os compromissos assumidos, para atender a seduções comuns, reduzindo-se ainda mais a freqüência geral. O instrutor explicou que, apesar das limitações do cérebro físico, os ensinamentos transmitidos naquelas reuniões tinham sempre inexprimíveis utilidades práticas. Despertando na Crosta, os aprendizes experimentavam alívio, repouso e esperança, a par da aquisição de novos valores educativos. Seus pensamentos tornavam-se mais claros, os sentimentos mais elevados e as preces mais respeitosas e produtivas, enriquecendo-se-lhes as observações e trabalhos de cada dia, muito embora não conseguissem positivar a origem de tais idéias. André lamentou o reduzido número dos que freqüentavam aqueles estudos, ao que Alexandre redargüiu, dizendo que não podemos violentar ninguém. Toda elevação representa uma subida e toda subida pede esforço de ascensão, a que poucos se sujeitam. (Cap. 8, págs. 80 a 83) 

37. Na Casa espírita - O vasto edifício impressionava pelas linhas modestas transbordantes de luz. Grande número de entidades desencarnadas se movimentava diante da porta de entrada. Era uma instituição espiritista, a serviço dos necessitados, dos tristes, dos sofredores. A uma pergunta de André, Alexandre falou sobre os primeiros tempos do Cristianismo, lembrando que o primeiro núcleo de serviço cristão foi a moradia de Pedro, em Cafarnaum. Disse ainda que no futuro da Humanidade os templos materiais do Cristianismo estarão transformados em igrejas-escolas, igrejas-orfanatos, igrejas-hospitais, onde não somente se veicule a palavra de interpretação, mas onde a criança encontre arrimo e esclarecimento, o jovem a preparação necessária para as realizações dignas do caráter e do sentimento, o doente o remédio salutar, o ignorante a luz, o velho o amparo e a esperança. O Espiritismo evangélico é também o grande restaurador das antigas igrejas apostólicas, e seus intérpretes fiéis serão auxiliares preciosos na transformação dos parlamentos teológicos em academias de espiritualidade, das catedrais de pedra em lares acolhedores de Jesus. (Cap. 8, págs. 83 a 85) 

38. Muitos os chamados, poucos os escolhidos - Faltavam cinco minutos para duas horas da madrugada e o recinto da palestra estava tomado por entidades desencarnadas e pelo habitual grupo de encarnados. Faltavam, porém, dois companheiros: Vieira e Marcondes, cuja ausência foi comunicada a Alexandre. Os trabalhos não podiam, contudo, esperar, visto que a tarefa deveria estar concluída às quatro horas no máximo. Sertório foi incumbido pelo instrutor de ver o que estava acontecendo, juntamente com André Luiz, convidado a participar da expedição. No caminho, os dois conversaram sobre as atividades programadas, quando Sertório lembrou que poucas pessoas na Crosta têm consciência dos serviços realizados durante o sono físico. Infelizmente, a maioria se vale, inconscientemente, do repouso noturno para sair à caça de emoções frívolas ou menos dignas. Relaxam-se as defesas próprias e certos impulsos, sopitados durante a vigília, extravasam em todas as direções, por falta de educação espiritual, realmente sentida e vivida. André perguntou se alunos de um instrutor do porte de Alexandre poderiam também ser vítimas desses enganos. – Como não?, tornou Sertório. Quantos pregam a Verdade, sem aderirem intimamente a ela? quantos repetem fórmulas de esperança e paz, desesperando e perseguindo? Há sempre muitos "chamados" em todos os setores de construção e aprimoramento do mundo! os escolhidos, contudo, são sempre poucos. E ele lembrou que a escolha, em qualquer trabalho construtivo, não exclui a qualidade. Ora, se o homem não oferece qualidade superior para o serviço divino, em hipótese nenhuma deve esperar a distinção da escolha. Deus chama a todos, mas somente os devotados, persistentes, operosos e fiéis constroem qualidades eternas que os tornam dignos de grandes tarefas. Assim, a escolha divina começa pelo esforço de cada um, sempre. (Cap. 8, págs. 85 a 87) 

39. O caso Vieira - Em instantes, André e Sertório estavam em casa de Vieira. Entraram. No quarto confortável dormia um homem idoso, fazendo ruído singular. Via-se-lhe perfeitamente o corpo perispiritual unido à forma física, embora parcialmente desligados entre si. A seu lado, estava uma entidade singular, com vestes negras. Vieira padecia de um pesadelo cruel. Sertório conversou com a entidade que atormentava com sua presença o companheiro encarnado. Era Barbosa, velho conhecido de Vieira, cuja presença ali se deu porque naquela noite Vieira o atraíra ao seu lar com reiteradas lembranças em que, conversando levianamente com a família, o acusara de faltas que não cometera. Isso, naturalmente, o desgostara, motivo pelo qual ele se pôs a explicar a Vieira a situação do passado, informando-o quanto aos verdadeiros móveis de suas iniciativas e resoluções na vida carnal, para que não prosseguisse caluniando-lhe o nome. Vieira estava, contudo, apavorado com a presença de Barbosa. Sertório pediu a este compreensão, mas não lhe cabia retirar violentamente a visita, cuja presença fora propiciada por Vieira. O socorro ao companheiro viria de outra forma: fazendo-o despertar. E, sem pestanejar, sacudiu o adormecido, energicamente, gritando-lhe o nome com força. Vieira despertou confuso, sob enorme fadiga, exclamando, palidíssimo: – Graças a Deus, acordei! que pesadelo terrível!... Será crível que eu tenha lutado com o fantasma do velho Barbosa? Não! não posso acreditar!... (Cap. 8, págs. 87 a 90) 

40. O caso Marcondes - Daí a dois minutos André e Sertório penetravam o apartamento de Marcondes; todavia, o quadro agora era muito mais triste e constrangedor. Marcondes estava ali, parcialmente desligado do corpo físico, que descansava sob as colchas rendadas. Não se via nele qualquer impressão de pavor, como ocorreu com Vieira, mas se revelava ali a posição de relaxamento, característica dos viciados do ópio, e ao seu lado três entidades femininas de galhofeira expressão permaneciam em atitude menos edificante. Quando viu Sertório, Marcondes teve uma enorme surpresa; levantou-se, envergonhado, e ensaiou algumas explicações com dificuldade: – Meu amigo, já sei que vem procurar-me... não sei como esclarecer o que ocorre... Mas não pôde prosseguir e mergulhou a cabeça nas mãos, como se desejasse esconder-se de si mesmo. A cena era constrangedora. As entidades femininas que o assediavam eram da pior espécie e, irritadas talvez com o companheiro que se revelava triste e humilhado, prorromperam em grande algazarra, acercando-se dos dois visitantes, sem o mínimo respeito. Diziam que ninguém lhes tiraria Marcondes; afinal, fora ele mesmo quem as chamou para aquele encontro... Sertório estava sereno e evidenciava íntima compaixão diante daquele quadro muito triste. Foi quando uma das entidades, aproximando-se com terrível expressão de sarcasmo, falou: – Os senhores não passam de intrusos. Marcondes é fraco, deixando-se impressionar pela presença de ambos. Nós, todavia, faremos a reação. Não conseguirão arrancar-nos o predileto. Também temos um curso de prazer... Se não respondeu à provocação e, sem espírito de censura, perguntou a Marcondes que contas daria dele naquela noite. Lacrimoso e humilhado, o interpelado respondeu: – O' Sertório, como é difícil manter o coração nos caminhos retos! Perdoe-me... Não sei como isto aconteceu... Não posso explicar-me!  Sertório, interessado em aproveitar o tempo, interrompeu-o: – Sim, Marcondes. Cada qual escolhe as companhias que prefere. Futuramente você compreenderá que somos seus amigos leais e que lhe desejamos todo o bem. Em seguida, ele e André deixaram a casa e regressaram à Casa espírita, onde Alexandre os aguardava. Por que ele não agiu como na casa de Vieira, acordando Marcondes? A essa pergunta de André, Sertório respondeu dizendo que não podia agir do mesmo modo; as situações eram diferentes. Marcondes deveria demorar-se em tal situação, para que no dia seguinte a lembrança desagradável fosse mais duradoura, fortificando-lhe a repugnância pelo mal. (Cap. 8, págs. 90 a 93) 

41. No salão de palestras - Era considerável o número de amigos encarnados, provisoriamente libertos do corpo físico através do sono, que se congregavam no salão, para ouvir Alexandre. Junto da mesa diretora, onde o orador assumiu a chefia, instalaram-se os alunos diretos e permanentes do sábio instrutor. Os demais foram distribuídos em turmas sucessivas, de segundo plano. Era pouco mais de cem pessoas o número de encarnados presentes; os desencarnados compareciam em número bem maior. Vários grupos socorristas, como o do Irmão Francisco, ali estavam presentes. André notou, desde logo, uma particularidade: somente os aprendizes comprometidos com Alexandre poderiam relacionar suas dúvidas, pedidos e indagações, não em sentido verbal, mas através de consultas previamente transmitidas a ele, antes do início da dissertação. Sertório explicou que há muitas escolas desse gênero para os encarnados que se disponham a aproveitar os momentos do sono físico. É natural, pois, que somente aos discípulos permanentes desse ou daquele setor caiba o direito de perguntar. É apenas uma questão de ordem. (Cap. 9, págs. 94 e 95) 

42. A palestra de Alexandre - Irradiando a luz que lhe era própria, Alexandre dominava a assembléia não pelo magnetismo absorvente dos oradores apaixonados, mas pela bondade simples e pela superioridade sem afetação. Começou sua explanação com uma prece na qual suplicava ao Senhor o dom de compreender o auditório e de ser por ele compreendido. O instrutor falou sobre mediunidade e fenômeno, destacando inúmeros pontos fundamentais ao desenvolvimento e à educação dos médiuns, adiante resumidos. Muitos trabalhadores sonham com conquistas gloriosas e realizações sublimes, mas é preciso, primeiro, corrigir as atitudes mentais diante da vida humana. Como intentar construções sem bases legítimas? atingir os fins sem atender aos princípios? A fé não se reduz a simples amontoado de promessas brilhantes. A edificação do reino interior com a luz divina reclama trabalho persistente e sereno. Não é apenas ao preço de palavras que se erguerão os templos da fé viva. É imprescindível a escolha de material, esforços de aquisição, planos previamente deliberados, aplicação necessária, experimentação de solidez, demonstrações de equilíbrio, firmeza de linhas, harmonia de conjunto e primores de acabamento. Muitos irmãos que pretendem desenvolver as percepções  mediúnicas supõem erradamente que as forças espirituais permanecem circunscritas a puro mecanismo de forças cegas e fatais, sem qualquer ascendente de preparação, disciplina e construtividade. Requerem a clarividência, a clariaudiência, o serviço completo de intercâmbio com os planos mais elevados; no entanto, terão aprendido a ver, a ouvir, e sobretudo a servir, na esfera do trabalho cotidiano? Terão dominado todos os impulsos inferiores, para se colocarem no rumo das regiões superiores? Urge, pois, estimar o trabalho antes do repouso, aceitar o dever sem exigências, desenvolver as tarefas aparentemente pequeninas, antes de se inquietar pelas grandes obras, e colocar os desígnios do Senhor acima de todas as preocupações individuais! (Cap. 9, págs. 95 a 97) (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita