Cada companheiro de serviço cristão deveria considerar-se
instrumento nas mãos do Divino Mestre, a
fim de que a sublime harmonia do
Evangelho se faça irrepreensível para a
vitória completa do bem.
Todavia, se a ilimitada sabedoria do
Celeste Emissor se mantém soberana e
perfeita, os receptadores terrenos pecam
por deficiências lamentáveis.
Esse tem fé, mas não sabe tolerar as
lacunas do próximo.
Aquele suporta cristãmente as fraquezas
do vizinho, contudo, não possui energia
nem mesmo para governar os próprios
impulsos.
Aquele outro é bondoso e confiante, mas
foge ao estudo e à meditação,
favorecendo a ignorância.
Outro, ainda, é imaginoso e entusiasta,
entretanto, escapa sutilmente ao esforço
dos braços.
Um é conselheiro excelente, no entanto,
não santifica os próprios atos.
Outro retém brilhante verbo na pregação
doutrinária, todavia, é apaixonado
cultor de anedotas menos dignas com que
desfigura o respeito à revelação de que
é portador.
Esse estima a castidade do corpo, mas
desvaira-se pela aquisição de dinheiro
fácil.
Outro, mais além, conseguiu
desprender-se das posses de oura e
terra, casa e moinho, mas cultiva
verdadeiro incêndio na carne.
É indiscutível a nossa imperfeição de
seguidores da Boa Nova.
Por isso mesmo, guardamos o título de
aprendizes.
O Planeta não é o paraíso terminado e
achamo-nos, por nossa vez, muito
distantes da angelitude.
Todavia, obedecendo ou administrando,
ensinando ou combatendo, é indispensável
afinar o nosso instrumento de serviço
pelo diapasão do Mestre, se não
desejamos prejudicar-lhe as obras.
Evitemos a execução insegura, indistinta
ou perturbadora, oferecendo-lhe plena
boa-vontade na tarefa que nos cabe, e o
Reino Divino se manifestará mais
rapidamente onde estivermos.
Mensagem psicografada por Francisco
Cândido Xavier, constante do
livro Fonte Viva, de 1956,
publicado pelo Federação Espírita
Brasileira.
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