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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 19 - 22 de Agosto de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
(Parte 19) 

Continuamos a apresentar o estudo de O Livro dos Médiuns, segunda das cinco obras que constituem o chamado Pentateuco Kardequiano, que Allan Kardec lançou em Paris no ano de 1861, o qual está sendo aqui apresentado na forma de 175 questões objetivas.

Questões objetivas

144. Que confiança se pode depositar nas descrições que os Espíritos fazem dos diferentes mundos?

Depende do grau de adiantamento real dos Espíritos que dão essas descrições, pois devemos compreender que Espíritos vulgares são tão capazes de nos informar a esse respeito quanto o é, entre nós, um ignorante de descrever todos os países da Terra. Os bons Espíritos se comprazem em descrever-nos os mundos que eles habitam, como ensino tendente a nos melhorar, induzindo-nos a seguir o caminho que nos pode conduzir a esses mundos. Para verificar a exatidão dessas descrições, o melhor meio reside na concordância que haja entre elas. Deve-se ter em vista, porém, que semelhantes descrições têm por fim o nosso melhoramento moral e que é, por conseguinte, sobre o estado moral dos habitantes dos outros mundos que poderemos ser mais bem informados, e não sobre o estado físico ou geológico de tais esferas. (Item 296)

145. De que nos serve o ensino dos Espíritos, se ele não nos oferece mais certeza do que o ensino humano?

A resposta é fácil. Não aceitamos com igual confiança o ensino de todos os homens e, entre duas doutrinas preferimos aquela cujo autor nos parece mais esclarecido, mais capaz, mais judicioso, menos acessível às paixões. Do mesmo modo se deve proceder com os Espíritos. Se entre eles há os que não estão acima da Humanidade, muitos há que a ultrapassaram e estes nos podem dar ensinamentos que em vão buscaríamos com os homens mais instruídos. Distinguir uns e outros, eis a tarefa daqueles que desejam esclarecer-se, e o Espiritismo fornece os meios para isso.

Mas esses ensinamentos têm um limite e, se aos Espíritos não é dado saber tudo, com mais forte razão isso se verifica relativamente aos homens. Há coisas, portanto, sobre que será inútil interrogar os Espíritos, seja porque lhes é vedado revelá-las, seja porque eles próprios as ignoram e a cujo respeito apenas podem expender opiniões pessoais. Por último, deve-se compreender que, mesmo nas comunicações de Espíritos vulgares, podemos colher ensinamentos valiosos, visto que tais Espíritos nos mostram a aplicação prática das grandes e sublimes verdades cuja teoria nos ensinam os Espíritos superiores. O estado feliz ou infeliz do ser desencarnado, suas condições na vida espiritual, a conservação de sua individualidade, eis situações que o Espiritismo nos revelou e que nos esclarecem sobre o futuro que nos aguarda a todos no além-túmulo. (Item 300)

146. Como devemos tratar o médium que é vítima de fascinação?

A única coisa a fazer com o médium é procurar convencê-lo de que está iludido e transformar sua obsessão num caso de "obsessão simples". Mas isto não é sempre fácil, se não for mesmo algumas vezes impossível. O predomínio do Espírito pode ser tal que torna o fascinado surdo a qualquer espécie de raciocínio e pode ir até fazê-lo duvidar, quando o Espírito comete uma grossa heresia científica, se não é a ciência que está enganada. Como já dissemos, o fascinado acolhe geralmente muito mal os conselhos; a crítica o ofende, irrita-o e lhe caem em antipatia aqueles que não lhe partilham a admiração. Suspeitar de seu Espírito é quase uma profanação a seus olhos e é tudo o que quer o Espírito. Como não há pior cego do que aquele que não quer ver, quando reconhecemos a inutilidade de toda tentativa para abrir os olhos do fascinado, o que há de melhor a fazer é deixá-lo com suas ilusões. Não podemos curar um doente que se obstina em conservar sua doença e nisso se compraz. (Item 250)

147. Por que o passe magnético deve ser usado no tratamento dos obsidiados?

O que falta às vezes no obsidiado é uma força fluídica suficiente; neste caso a ação magnética de um bom magnetizador pode vir utilmente em seu auxílio, para lhe permitir a energia necessária para dominar os maus Espíritos. (Item 251)

148. Na moralização dos maus Espíritos, qual pode ser a influência dos homens?

O homem não tem certamente mais poder do que os Espíritos superiores, mas sua linguagem se identifica melhor com a natureza dos Espíritos imperfeitos, sendo certo, porém, que os ascendentes que o homem pode exercer sobre eles estão na razão de sua superioridade moral. Por meio de sábios conselhos o homem poderá levá-los ao arrependimento e apressar o seu adiantamento. (Item 254, parágrafo 5)

149. Qual é, depois da obsessão, a maior dificuldade do Espiritismo prático?

É a questão da identidade dos Espíritos, visto que estes não nos trazem um cunho de identificação e sabemos com qual facilidade alguns dentre eles tomam nomes emprestados; assim, depois da obsessão, é esta uma das maiores dificuldades da prática espírita. Deve-se entender, contudo, que em muitos casos a identidade absoluta é uma questão secundária e sem importância real. (Item 255)

150. Quando a identidade do Espírito se torna mais fácil?

A identidade é muito mais fácil de averiguar quando se trata de Espíritos contemporâneos, dos quais conhecemos o caráter e os hábitos, porque são precisamente esses hábitos, dos quais ainda não tiveram tempo de se libertar, que permitem seu reconhecimento e constituem mesmo um dos sinais mais certos da identidade. O Espírito pode, sem dúvida, fornecer provas quando lhe pedimos, mas não o faz sempre, a não ser que lhe convenha, e geralmente este pedido o magoa; eis por que devemos evitá-lo. Ao deixar seu corpo, o Espírito não perde a susceptibilidade e, assim, se ofende com toda pergunta que tenha por fim pô-lo à prova. As provas de identidade surgem, aliás, de uma porção de circunstâncias imprevistas que não se apresentam sempre à primeira vista, mas no prosseguimento dos trabalhos. É conveniente, portanto, esperá-las sem provocá-las, observando com cuidado todas as que podem decorrer da natureza das comunicações. (Item 257)

151. É importante fazer a distinção entre bons e maus Espíritos?

Sim. Se a identidade absoluta dos Espíritos é, em muitos casos, uma questão acessória e sem importância, não acontece o mesmo com a distinção entre bons e maus Espíritos. A individualidade deles nos pode ser indiferente, mas não a sua qualidade. Em todas as comunicações instrutivas, eis o ponto para o qual deve convergir toda a nossa atenção, porque unicamente esta distinção é que nos pode dar a medida da confiança que podemos atribuir ao Espírito que se manifesta, qualquer que seja o nome sob o qual se apresente. Julgamos os Espíritos como julgamos os homens: pela sua linguagem. Suponhamos que um homem receba vinte cartas de pessoas desconhecidas. Pelo estilo, pelos pensamentos, por inumeráveis sinais, enfim, julgará as pessoas que são instruídas ou ignorantes, polidas ou mal-educadas, superficiais, profundas, frívolas, orgulhosas, sérias, levianas, sentimentais etc. Ocorre o mesmo com os Espíritos; devemos considerá-los como correspondentes que jamais vimos e perguntar-nos o que pensaríamos da sabedoria e do caráter de um homem que dissesse ou escrevesse tais coisas. Podemos ter como regra invariável e sem exceção que a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de sua elevação. (Itens 262 e 263)  (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita