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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 9 - N° 459 - 3 de Abril de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 
Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 25)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Uma faceta pouco conhecida dos males do alcoolismo é destacada neste livro. Qual é ela?

Quando Licínio relatou o caso da pobre senhora que tanto o perseguira na Casa Espírita, informou que ela se afastou, logo depois, da atividade espírita e entregou-se ao alcoolismo, semidependente que já o era, havendo sido essa a brecha moral por onde se infiltraram as influências malsãs. Pouco tempo depois desencarnou em lamentável situação espiritual, sendo arrebatada pelos seus comparsas de embriaguez etílica. O alcoolismo, além de doença assim definida pela Organização Mundial de Saúde, é uma das causas do chamado vampirismo e de obsessões diversas, de que o alcoólatra torna-se vítima, graças exclusivamente à irresponsabilidade com que age no mundo. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.)

B. Apesar das dificuldades e dos desafios que enfrenta, alguma compensação recebe o médium que honra com dignidade seus compromissos?

Claro que sim. A mediunidade bem exercida faculta ao seu possuidor momentos de incomparável beleza e ventura, contatos espirituais insuperáveis, facultando a conquista de afeições duradouras e abençoadas, que se lhes tornam enriquecimento especial para os dias do futuro imortal. Ao mesmo tempo, como existem aqueles que criam dificuldades e sombreiam as horas do medianeiro com dores excruciantes, produzindo dificuldade de todo teor, aproximam-se também criaturas de elevada estatura moral, que o cercam de bondade e legítima afetividade, envolvendo-o em orações de reconforto moral e ânimo, a fim de que seja vitorioso no ministério desafiador. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.)

C. Que ocorre com os médiuns que se comprometem negativamente no exercício de suas faculdades?

Primeiramente, ao ignorar a importância do dever que abraçaram, estabelecem vínculos psíquicos perniciosos com os Espíritos insensatos e maus que pululam em toda parte. Defrontados pelos problemas e desafios, que são naturais em todos os empreendimentos, passam a demonstrar mau humor e desconfiança, transferindo-se para outras províncias de interesses imediatos e abandonando os compromissos relevantes. Quando, porém, lhes sucede a desencarnação, que sempre parece chegar quando não a aguardamos, as tentativas de recomeço e reparação apresentam-se tardiamente e os conflitos assomam, então, em forma de remorsos inúteis, que mais estreitam as amarras com os seus comensais criminosos. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.)

Texto para leitura 

130. Outra consequência nefasta do alcoolismo – De acordo com o relato feito por Licínio, a pobre senhora que tanto o perseguira, afastando-se da Sociedade, entregou-se ao alcoolismo, semidependente que já o era, havendo sido essa a brecha moral por onde se infiltraram as influências malsãs. Pouco tempo depois desencarnou em lamentável situação espiritual, sendo arrebatada pelos seus comparsas de embriaguez etílica. Recentemente, após mais de vinte anos de padecimentos em regiões de muito sofrimento, foi recambiada à reencarnação em situação de resgate penoso. A mediunidade – disse Licínio – era, antigamente, vivida com muito sacrifício, face à ignorância a respeito do Espiritismo e às informações propositadamente deturpadas em torno dos seus postulados. Os médiuns eram vistos como pessoas esquisitas, endemoninhadas, mantenedoras de estranhos pactos e ritos com Satanás, ou, quando não, como possuidoras de dons mágicos e sobrenaturais, que descaracterizavam o ministério. Permanecer com simplicidade e trabalhar sem alarde eram o compromisso estabelecido, porquanto, como sempre ocorreu, enxameavam no meio também os oportunistas, os aventureiros, os interessados exclusivamente nas questões materiais, que esperavam recompensas na prática mediúnica. Fora esse o caso do irmão Ambrósio, que não teve forças para romper o cerco dos simpatizantes, que se lhe fez em volta sob indução dos embaixadores da Treva, que o atraíram para o poço fundo da falência espiritual. Acrescentou Licínio: “Não conseguindo colher-me nas suas redes fortes de perturbação, os inimigos da Luz encontraram outra forma de afligir-me. Entre os pacientes que recorriam à nossa Casa buscando o amparo dos Benfeitores, apareceu um senhor de largos recursos financeiros e de projeção social, que se fazia acompanhar de um filho enfermo de leucemia. Após haver tentado os recursos em voga, nada conseguindo, voltou-se para a assistência espiritual e a medicina homeopática mediúnica. Jamais se lhe prometeu qualquer resultado, senão aquele que a Misericórdia Divina sabe, e apenas ela administra. A princípio, o jovem apresentou sinais de melhora, o que muito animou o genitor, para depois ser consumido pela enfermidade pertinaz que o arrebatou do corpo...”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

131. Licínio e o exercício ilegal da Medicina – Continuando seu relato, Licínio aduziu: “Não obstante todos procurássemos consolá-lo, subitamente pareceu enlouquecer, e acusou-me de exercício ilegal da Medicina, tentando responsabilizar-me pela desencarnação do filho amado. Foram dias muito sombrios, mas também visitados pelas claridades espirituais, porquanto o próprio médico do jovem falecido convidado a opinar, quando se pretendia instaurar um inquérito contra mim, foi taxativo em assinalar que a enfermidade era incurável naquela ocasião e que os dias a mais que o jovem desfrutara poder-se-ia considerar como dádiva de Deus, já que não havia outra explicação... O sofrido genitor aquietou-se, enquanto nós outros ficamos com o coração opresso e a alma retalhada pela amargura da acusação e suas duras penas...”. Ante os amigos comovidos com o relato dos testemunhos silenciosos do trabalhador da Causa do Bem, Licínio prosseguiu: “As pessoas inadvertidas e apressadas pensarão que somos apologistas do sofrimento e preferimos a dor como mecanismo de autorrealização em atitude masoquista com que nos comprazemos. Mas estão enganadas. Trata-se da realidade do cotidiano existencial no mundo até hoje. A única maneira que se apresenta como ideal para o indivíduo é o enfrentamento tranquilo e lógico dos desafios, sem deixar-se sucumbir ou perturbar, como sói acontecer com aqueles que, no século, somente esperam o prazer, a glória, a ostentação, vivendo o transitório, o efêmero, o enganoso... Sob outro aspecto, a mediunidade bem exercida faculta ao seu possuidor momentos de incomparável beleza e ventura, contatos espirituais insuperáveis, facultando a conquista de afeições duradouras e abençoadas, que se lhes tornam enriquecimento especial para os dias do futuro imortal. Ao mesmo tempo, como existem aqueles que criam dificuldades e sombreiam as horas do medianeiro com dores excruciantes, produzindo dificuldade de todo teor, aproximam-se também criaturas de elevada estatura moral, que o cercam de bondade e legítima afetividade, envolvendo-o em orações de reconforto moral e ânimo, a fim de que seja vitorioso no ministério desafiador”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

132. O bem que cerca o médium honrado – Aludindo à proteção recebida pelos médiuns que honram o compromisso, Licínio concluiu: “Não são poucos esses amigos ideais do servidor de Jesus na mediunidade dignificada, que estão sempre próximos para o ajudar sem qualquer interesse de retribuição, tocados pelos seus exemplos de fé e de coragem, de dedicação e de trabalho”. Ato contínuo, concluído o longo relato feito por Licínio, Miranda perguntou-lhe sobre sua esposa, e se ela ainda se encontrava no plano espiritual, residindo com ele. “Sim” – respondeu o amigo, com espontaneidade. “Agora preparamo-nos para outros misteres no futuro, que desejamos ocorram na seara espírita que nos fascina. Os tempos agora são mais favoráveis, embora as criaturas, de certo modo, permaneçam com muitos conflitos e dificuldades. No entanto, o Espiritismo já desfruta de algum respeito e o campo é propício para um esforço de renovação preparando a Nova Era.” Segundo a explicação de Licínio, o casal deveria volver ao proscênio terrestre ao amanhecer do novo Milênio(1), a fim de poder trabalhar pela extinção das sombras que, gradualmente irão cedendo lugar à peregrina luz da Verdade. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

133. Médiuns equivocados e vencidos – Os dias transcorriam ricos de aprendizado. Alberto revelava-se cada vez mais identificado com Manoel P. de Miranda nos labores dignificantes do Nosocômio. Sempre que lhe era possível, convidava-o a excursionar pelas dependências do pavilhão, onde defrontavam variados exemplos de queda e propostas de ascensão moral, de erros e programas de recuperação entre os pacientes. Simpático e discreto, levava-o a visitar os companheiros de luta que não souberam aproveitar a oportunidade formosa da reencarnação, seja porque, fragilizados, não suportaram a carga da perseguição que sofreram ou porque, vitimados em si mesmos, optaram pelo equívoco, quando deveriam conduzir o fardo de provações com elevada postura moral. A verdade é que os internos daquele Nosocômio haviam recebido demasiadamente da Misericórdia Divina, que neles investira largo patrimônio de esperança, e retornaram vencidos, sem que os valores aplicados se transformassem em oportunidade de crescimento interior. Pode parecer estranho que pessoas informadas da imortalidade do Espírito e familiarizadas com o fenômeno das comunicações mediúnicas permaneçam vulneráveis aos tórridos ventos da alucinação terrestre, decorrentes do mergulho no organismo físico. No entanto, a ocorrência é mais frequente do que parece. Superados os primeiros períodos do entusiasmo com a constatação da imortalidade e a possibilidade de intercâmbio com o mundo espiritual, os indivíduos, que sempre estão à caça de novidades, com as exceções compreensíveis, adentram-se na rotina e não se estimulam a novas empresas de estudo e ação em favor de si mesmos e do seu próximo, deixando-se anestesiar pela indiferença, ou se permitem espicaçar pelo perfeccionismo, passando a descobrir erro em tudo e em todos, num mecanismo de autojustificação para a inércia a que se entregam, ou para o afastamento dos deveres que lhes dizem respeito. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.) 

134. Conflitos e remorsos pós-desencarnação – A embriaguez dos sentidos é muito forte, e não raro prepondera na natureza humana, dificultando o discernimento dos valores reais em relação aos transitórios. Mesmo informados os indivíduos sobre a legitimidade da vida e como se desenrolam os programas de crescimento interior, escapam do dever, procurando mecanismos psicológicos de racionalização, para se comprometerem negativamente, estabelecendo vínculos psíquicos perniciosos com os Espíritos insensatos e maus que pululam em toda parte. Por outro lado, não disciplinados pela escola do sacrifício a perseverar nos ideais de engrandecimento humano, quando defrontados pelos problemas e desafios, que são naturais em todos os empreendimentos, passam a demonstrar mau humor e desconfiança, transferindo-se para outras províncias de interesses imediatos, abandonando os compromissos relevantes. Quando, porém, lhes sucede a desencarnação, que sempre parece chegar quando não a aguardamos, as tentativas de recomeço e reparação apresentam-se tardiamente e os conflitos assomam, então, em forma de remorsos inúteis, que mais estreitam as amarras com os seus comensais criminosos. O ser humano é sempre responsável pelas injunções que se propicia, e, porque portador de livre-arbítrio e discernimento, deve optar pelo melhor, isto é, aquilo que lhe proporcione equilíbrio e felicidade real, sem a névoa dos enganos. (Tormentos da Obsessão, cap. 14 – Impressões marcantes.)  (Continua no próximo número.)
 

(1) Licínio se refere ao início do século XXI, em que presentemente nos encontramos.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita