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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 304 - 24 de Março de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 23)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Marita sentiu-se mais leve quando o sentimento de perdão lhe veio à mente?

Sim. A jovem sentiu-se mais leve e quase feliz! Quis, então, movimentar-se e gritar ao pai que ela o considerava um homem de bem, mas a gar­ganta lhe parecia de pedra e incapaz de pronunciar qualquer som. Seu esforço foi, contudo, tão grande, que bagas de pranto lhe rolaram dos olhos semimortos e desde esse minuto solene de pacificação começou a distinguir, vagamente, vozes e formas do plano espiritual, entre ale­gre e amedrontada, como se estivesse acordando num clarão traspas­sado de bruma. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo VII, pp. 237 a 239.)

B. Em sua confissão perante a filha, Cláudio revelou-lhe toda a verdade?

Sim. Ele confessou diante dela todas as faltas de que se acusava, a co­meçar pelo drama de Aracélia. Disse, então, ignorar fosse ela filha dele, o que só viera a saber, através de Márcia, depois da noite horrível em casa de Crescina. Contou, em seguida, ter lido e aprendido muito sobre reencarnação e declarou-se persuadido de que ambos se achavam ligados, através de múltiplas existências. (Obra citada, 2ª parte, capítulo VII, pp. 242 e 243.)

C. Nos momentos finais de sua existência, Marita viu os Espíritos que a cercavam?

Quando orou e rogou, mentalmente: "Perdão, Senhor!... Perdão para meu pai, perdão para mim!... Perdão para todos os que erraram!... Perdão para todos os que caíram!...", as  percepções dela se aguçaram e foi então que ela viu Moreira e os demais Espíritos ali presentes, inclusive o instrutor Félix. (Obra citada, 2ª parte, capítulo VII, pp. 243 a 245.)

Texto para leitura 

111. Marita decide perdoar o pai - Duas semanas após o acidente em Copacabana, Marita amanheceu preparada para a desencarnação. Moreira inspirava piedade. Aqueles dias abençoados de ensinamento e dor lhe haviam alterado a vida íntima, e ele chorava, consternado, ao perceber que o fim da menina estava próximo. Marita, apesar de imóvel, sentia-se agora lúcida, profundamente lúcida. Seus olhos estavam quase apaga­dos, mas o apoio magnético incessante lhe descerrava a luz da visão espiritual. Nos últimos dias atingira avançada renovação. Assinalava com absoluta clareza as palestras frequentes que Cláudio mantinha com médicos e enfermeiros, gravava as preces e os comentários de Agostinho e Salomão, na hora do passe. No início, ao experimentar que as mãos paternas lhe asseavam o corpo, desesperava, clamando de si para con­sigo não se conformar com tanta humilhação... Entretanto, à força de perceber-lhe a ternura reverente, expungindo-lhe as excreções que se lhe agarravam à epiderme ferida, acabou plantando no coração um sentimento novo. Enterneceu-se, transfigurou-se. Ouvia-o falar em Deus e, às vezes, identificava-lhe os dedos a lhe roçarem a fronte, ao mesmo tempo que entremeava afagos e orações. Num desses momentos, Félix aproximou-se e disse: "Filha, perdoa, perdoa!..." Ela registrou, emo­cionada, a voz desconhecida e recordou a mãe que a deixara no berço. Sim –  concluía –, somente o amor materno voltaria do túmulo para in­clinar-lhe o coração incendiado à fonte da indulgência. Era preciso perdoar. Que outra coisa lhe competia fazer diante da morte? Compa­deceu-se, então, diante do pai irrefletido e resolveu perdoar-lhe as humilhações e ofensas... (2a parte, cap. VII, pp. 236 e 237)

112. Marita agoniza - Pensando em Cláudio, que nunca desfrutara refúgio no próprio lar, Marita teve por ele pensamentos de compreen­são. Provavelmente havia recebido, na pensão de Crescina, o assalto de um louco e não a injúria de um homem! Relembrou então os gestos de brandura e de amor, nos brincos da infância. O pai lhe fora o único amigo. Se chorava em pequenina, recolhia-se a seu colo, bus­cando o regaço de mãe que não tivera. Recordou assim os passeios no zoológico, os sorvetes, os afagos... Não, não! –  bradava-lhe a cons­ciência – o pai não era perverso, era bom... Como recusar-lhe com­paixão se dona Márcia o abandonava, se Marina lhe evitava a presença? Recordou, em seguida, a mãe adotiva, imaginou-se à frente da irmã e aspirou, em es­pírito, à reconciliação com ambas. Estavam perdoadas por todas as in­compreensões e, no íntimo, pedia-lhes perdão por todos os dissabores que, involuntariamente, lhes tivesse causado! No desfile das recor­dações, Gilberto não faltou, e a figura do rapaz surgiu-lhe na cabeça, envolvida das doces vibrações do sonho que lhe constituíra a luz da vida. Não conseguiria odiar a quem amava tanto! Ele teria encon­trado, com certeza, razões para afastar-se dela. Ao enunciar es­ses pensamentos, Marita sentiu-se mais leve, quase feliz! Quis movi­mentar-se e gritar ao pai que ela o considerava um homem de bem, mas a gar­ganta lhe parecia de pedra e incapaz de pronunciar qualquer som. Seu esforço foi, contudo, tão grande, que bagas de pranto lhe rolaram dos olhos semimortos e desde esse minuto solene de pacificação começou a distinguir, vagamente, vozes e formas do plano espiritual, entre ale­gre e amedrontada, como se estivesse acordando num clarão traspas­sado de bruma. Cláudio chamou o médico. As lágrimas não seriam indí­cio de melhora? O médico, porém, meneou a cabeça e pediu tempo para melhor observação. Mais tarde, ao clarear o dia, comunicou a Cláudio que a jovem não viveria muitas horas e que para a Ciência tudo estava termi­nado. (2a parte, cap. VII, pp. 237 a 239)

113. Cláudio despede-se da filha - Cláudio baixou os olhos e avi­sou Agostinho e Salomão, que foram ao hospital à noite. O pai de Ma­rita rogou-lhes uma prece e pela primeira vez pediu um passe em favor de si mesmo. O boticário e o negociante consolaram-no. Não seria justo reter a jovem padecente num corpo qual aquele, deprimido e irrecuperável; mas, ao se despedirem, achavam-se ambos engasgados de emoção. Cláudio, mais desolado do que nunca, às nove horas solicitou licença para trancar-se. Queria estar só com a filha, dizer-lhe adeus. Isolado à frente dela, ele demorou-se a meditar... Recompondo o pretérito na memória, ao fixar a jovem agonizante, pelo amor purificado que passara a lhe dedicar, via na existência junto dela o futuro que se fazia distante. Enternecia a todos ver aquele homem vergado ao peso do su­plício moral. Os gritos inarticulados do peito jugulado de angústia, a apelar para Deus, no silêncio do quarto, assemelhavam-se a cânticos de dor que as lágrimas sufocavam. Félix, Neves, Percília e outros amigos espirituais estavam no quarto. Moreira se agitava em pranto. Félix o levantou num gesto de brandura e lhe disse que a tarefa terminara. Não se deveria vitalizar por mais tempo aqueles pulmões que a morte come­çava a enregelar. O triste amigo obedeceu, em choro convulso. Em se­guida, Félix, impondo as mãos na cabeça de Marita, transmitiu-lhe su­bitâneo calor. A jovem senhoreou inopinada agilidade mental. Supunha reviver, renascer e escutava os ruídos em derredor com extrema acui­dade auditiva. Abeirando-se de Cláudio, Félix sugeriu-lhe conversar, despedir-se. Revestido de estranha coragem, Cláudio ergueu-se, avançou dois passos e ajoelhou-se ao pé da agonizante, pousando a cabeça rente ao corpo imóvel. O pranto abalava-lhe os membros e Marita percebia-lhe o arfar do tórax. Amparado por Félix, Cláudio falou com voz trêmula: "Filha do meu coração, se você me escuta, atenda a seu pai, por pie­dade!... Perdoe-me!... Não sei se você sabe que estou transformado... Conheci Jesus, minha filha, e sei hoje que Deus é misericórdia, que ninguém morre, ninguém... Sei que a justiça está em nós mesmos, que sofremos pelos males que praticamos, mas Deus não nos recusa o res­gate!... Compreendo o mal que fiz a você, sou um criminoso, mais nada... Pense, minha filha, no remorso que carregarei pelo resto da vida!... Você sabe que vou agora caminhar sem ninguém, aguentando a solidão que mereço... Onde você estiver, compadeça-se de seu pai!... Confie em Jesus e nos bons Espíritos!... Eles sabem que você não se suicidou, sabem que sou um assassino... Ah! minha filha, pense nesta palavra assim tão triste!... Assassino! Auxilie-me a lavar esta mancha da consciência! Rogue por mim aos enviados do Cristo, para que eu tenha a força de fazer o que devo fazer!..." (Cap. VII, pp. 240 a 242)

114. Cláudio diz ser seu pai - Cláudio fez ligeira pausa ao ver que o rosto da filha se cobria de lágrimas e, ansiando reconhecê-la devolvida à própria consciência para lhe assinalar a renovação, guar­dou a certeza de que ela o escutava, bendizendo-lhe os votos de melho­ria. Aflito e expectante, na convicção de que estava sendo ouvido e entendido, continuou: "Apesar de tudo, minha filha, não fique triste com minha súplica!... Sou um réu, mas tenho esperança! Veja a revela­ção de Jesus que eu achei!..." E, com as mãos trementes, colocou o Evangelho na sua destra inerme. Marita registrou a presença do livro e respondeu com um pranto mais vivo, mais copioso. Encorajado por aquela manifestação de inteligência, Cláudio ergueu a voz e rogou-lhe escu­tasse o que tinha a dizer, após o que, abrindo-se inteiramente à filha, confessou diante dela todas as faltas de que se acusava, a co­meçar pelo drama de Aracélia. Asseverou, então, ignorar fosse ela filha dele, o que só viera a saber, através de Márcia, depois da noite horrível em casa de Crescina. Contou, em seguida, ter lido e aprendido muito sobre reencarnação e declarou-se persuadido de que ambos se achavam ligados, através de múltiplas existências. Finda a longa expo­sição, que Marita assinalou, compungidamente, frase por frase, Cláudio retirou o livro e rematou, em choro convulsivo: "Tenho orado e tenho recebido a misericórdia de Deus para mim, malfeitor... Mas se a Bon­dade Infinita me pode favorecer ainda com nova esmola, abençoe-me, filha querida, dê-me um sinal de benevolência, antes de partir... Se você está ouvindo o réu que sou, acompanhe-me neste desejo... Ore tam­bém!... Rogue a Deus forças... Mova um dedo, um dedo só para que eu saiba que você perdoou a seu pai!... Não me deixe na incerteza, agora que vou recomeçar o destino, entregue às consequências de minhas próprias faltas!..." (2a parte, cap. VII, pp. 242 e 243)

115. Marita atende o pai e levanta a destra - Registrando os solu­ços paternos, que lhe revolviam a alma, a jovem associou-se-lhe aos votos e desejou, ansiosamente, satisfazer-lhe o pedido. "Perdão!... Perdão!..." A palavra ressoava-lhe no espírito, à maneira de cântico que descesse do céu, ecoando nas paredes em torno!... Marita concen­trou todas as energias num pensamento de confiança e de gratidão a Deus, e rogou, mentalmente: "Perdão, Senhor!... Perdão para meu pai, perdão para mim!... Perdão para todos os que erraram!... Perdão para todos os que caíram!..." Suas percepções se aguçaram; sentiu-se como que banhada de alegria inefável... Contemplou Cláudio, fitou Moreira e, alongando a atenção em derredor do leito, viu os demais Espíritos ali presentes. Félix, em silêncio, endereçou-lhe eflúvios magnéticos a determinada área cerebral e Cláudio viu, atônito, a destra inerme le­vantar-se. Ouviu-se, então, no recinto, a voz de Félix, que se er­gueu, arrebatando a todos numa prece: "Senhor Jesus, nós te agradece­mos a felicidade que nos concedeste na lição do sofrimento, nestes dias de trabalho e de expectação!... Obrigado, Senhor, pelas horas de aflição que nos clarearam a alma, pelos minutos de dor que nos desper­taram as consciências! Obrigado por estas duas semanas de lágrimas que realizaram por nós o que não nos foi possível fazer em meio século de esperança!..." A oração de Félix se estendeu por mais alguns minutos, rogando bênçãos para Marita que se despedia e seu pai que ficava, mas não só para eles, como também para todos os que resvalaram nos enganos do sexo desorientado, na insânia ou no infortúnio, em nome do amor que jamais conheceram. Suplicando amparo e compreensão para as irmãs en­tregues à prostituição, Félix lembrou-se também das vítimas do aborto e de todos aqueles que suportam na Terra desajustes e inibições em consequência dos desvarios do passado. (Cap. VII, pp. 243 a 245) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita