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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 303 - 17 de Março de 2013

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 

O princípio do bem
& o horror ao mal

Para armazenar amor no coração é indispensável
ampliar as fontes da piedade

  “Ó estúpido amor-próprio, tola vaidade e louco orgulho, quando sereis substituídos pela caridade cristã, pelo amor ao próximo e pela humildade
que o Cristo exemplificou?” –
Um Espírito Amigo[1]

 
Há que se caminhar com tranquilidade e fé na senda evolutiva, vez que os percalços são muitos e quase impérvios os caminhos...

No início da peregrinação evolutiva, o Espírito é envolvido na vertigem do instinto.   Depois, mais corrompido e experiente, desborda-se nas paixões chãs e, no decorrer dos evos, cada um é o somatório dessas mesmas paixões cultivadas, sendo o acentuado e estúpido amor- próprio, a vaidade, o orgulho e o egoísmo – pai de todos os vícios – os corolários naturais desse caldo cultural insano... Por isso mesmo, quando despertamos do sono ancestral, entram em conflito os dois homens: o velho e o novo. “E nem poderia ser diferente” – informa Joanna de Ângelis[2], e continua: “(...) Chocam-te as atitudes de beligerância entre os companheiros e aturdem-te reações que os levam a assumir posições danosas ao trabalho. Muitos, ainda ontem, opunham-se tenazmente ao que ora aceitam e a transição mental de uma para outra ideia ou opinião nem sempre se faz acompanhada por uma real mudança de atitude e de comportamento.

Há quem se afervore a um serviço, desde que esse esforço o promova; muitos apoiam as realizações somente quando elas os beneficiam; inumeráveis trabalhadores apenas cooperam com aqueles que se lhes submetem ao talante...

Sê tu quem ajuda, sem condições nem exigências. Coloca o combustível da paciência e do amor na chama que arde no teu sentimento espírita e prossegue. Ninguém é obrigado a ajudar-te nem a compreender-te. Tu, no entanto, deves a todos auxiliar e entender. Desde que já consegues superar um pouco as tuas limitações e dificuldades, faze-te o companheiro dos outros, ensinando sem palavras o que se deve fazer, como fazer e para que fazer o bem sem descanso”.

Os Benfeitores Espirituais informaram ao insigne Codificador da Doutrina dos Espíritos ser “preciso que o princípio do Bem e o horror ao mal morem no coração do homem”.

Nesse passo, a magna lição do “argueiro e da trave” oferecida por Jesus é de vital importância para quantos estejam dispostos a vencer a batalha contra o “homem velho” ergastulado no lado sombra de todos nós e, consequentemente, vencer também o egoísmo e seu terrível séquito de caudatários que se aninham no coração imobilizando-o para os tentames do amor e da ascensão espiritual. O começo dessa verdadeira guerra está em “trabalhar” as emoções. O Espírito Hammed[3] nos indica o roteiro: “(...) As emoções devem ser ‘integradas’, ou seja, primeiramente, devemos nos permitir ‘sentir’; logo após devemos julgá-las e ‘pensar’ sobre nossas necessidades ou desejos em pauta e, a partir de então, ‘agir’ com livre-arbítrio, executando ou não, conforme nossa vontade achar conveniente.

O mecanismo de nos ‘consentir’, de ‘raciocinar’ e de ‘integrar’ emoções, determinará nossos êxitos ou nossas derrotas frente às estradas de nossa existência.

As emoções são muito importantes, visto que é através delas que nos individualizamos e nos diferenciamos uns dos outros. Ninguém sente, pois, exatamente igual, isto é, com a mesma potência e intensidade, seja no entusiasmo frente a uma situação prazerosa, ou na frustração ao observar uma meta perdida. Podemos pensar igual aos outros, mas para um mesmo pensamento, criaturas diversas têm múltiplas reações emocionais.

Assim considerando, as emoções não são certas ou erradas, boas ou impróprias, mas apenas energias que dependem do direcionamento que dermos a elas. Reconhecê-las ou admiti-las não significa, de maneira alguma, que vamos sempre ‘agir’ de acordo com elas.

Em face dessa conjuntura, quando negadas ou reprimidas, não desaparecem como por encanto, mas, por serem energias, quando reprimidas, elas se alojarão em determinados órgãos e congestionarão as entranhas mais íntimas da estrutura psicossomática dos indivíduos.

Ao abafarmos as emoções, podemos gerar uma grande variedade de doenças autodestrutivas. Abafá-las pode também nos levar a reações mais exacerbadas ou à completa ausência de reações, à apatia... Portanto, quando tomamos amplo contato com nosso lado emocional, começamos a reconhecer vestígios a respeito de nós mesmos, que nos proporcionarão uma autodescoberta, autopreservação, segurança íntima e crescimento pessoal.

Ao ignorarmos nossas reações emocionais, não investigando sua origem em nós mesmos, teremos sempre a tendência de ‘projetá-las’ nos outros. 

Às vezes, tentamos fazer nossas emoções desaparecerem, porque as tememos. Reconhecer o que realmente sentimos exigiria ação, mudança e decisão de nossa parte, e, muitas vezes, seríamos colocados face a face com as verdades inadmissíveis e inconcebíveis por nós mesmos, portanto, tentamos projetá-las como sendo emoções não nossas, mas, sim, dos outros.

Em razão disso, certos indivíduos condenam veementemente os ‘ciscos’ nos outros, e somente veem em tudo luxúria e perversão, desonestidade ou ambição. É possível que esses mesmos indivíduos estejam reprimindo o reconhecimento de que eles próprios trazem consigo emoções semelhantes às que condenam.

Na lição do ‘argueiro e da trave’, Jesus reconhecia a universalidade desse processo psicológico, a ‘projeção’ e, como sempre, asseverava a necessidade da busca de si mesmo, para não transferirmos nossos traços de personalidade desconhecidos às coisas, às situações e aos outros. O Mestre nos inspirava ao mergulho em nossa própria intimidade, a fim de que pudéssemos enxergar o ‘lado obscuro’ de nossa personalidade. Ao tomarmos esse contato imprescindível com nossas ‘sombras’, a consciência do ser se torna mais lúcida, crítica e responsável, descortinando amplos e novos horizontes para o seu desenvolvimento e plenitude espiritual.

Finalizando, atentemos para a análise: as condutas alheias que mais nos irritam são aquelas que não admitimos estar em nós mesmos. Os outros nos servem de espelho, para que realmente possamos nos reconhecer”.

Quando aquela turba estava prestes a linchar pelo apedrejamento a pobre mulher flagrada em adultério, Jesus desarmou a todos, simplesmente fazendo as criaturas ali presentes mirarem a imagem que o espelho do lado sombra de cada um deles refletia. E quando mergulhamos em nosso lado sombra, não ficamos nada lisonjeados com a visão que temos. Daí a completa impossibilidade de arbitrar sobre os erros alheios. Que cada um ‘dê conta de sua própria administração’, conforme o aconselhamento paulino.

Mudemos o enfoque de nossa visão e mantenhamos o corcel das paixões e emoções devidamente subjugado pela férrea vontade de crescer espiritualmente, abandonando em definitivo os pântanos e lodaçais rasteiros, alcandorando-nos na direção dos Cimos Gloriosos da Emancipação Espiritual definitiva, repetindo em uníssono com Jesus: “Eu venci o mundo”.

Substituamos “o estúpido amor-próprio, a tola vaidade e o louco orgulho, pela caridade cristã, pelo amor ao próximo e pela humildade que o Cristo exemplificou”, agasalhando no coração o princípio do bem que gerará o horror ao mal.

Segundo Neio Lúcio[4], “(...) Quem procura o Sol do Reino Divino há de armar-se de amor para vencer na grande batalha da luz contra as trevas. E para armazenar o amor no coração é indispensável ampliar as fontes da piedade”.  

                                                 


[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 129. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XII, item 13, § 2º.

[2] - FRANCO, Divaldo Pereira. Roteiro de Libertação. 2. ed. Salvador: LEAL, 1996, p. 30-31.

[3] - NETO, Francisco do Espírito Santo. Renovando Atitudes. 15. ed. Catanduva: BOA NOVA, 2002.  p. 141-144.

[4] - XAVIER, F. Cândido. Jesus no Lar. 37. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2008, cap. 33.



 


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