Examinemos as três revelações, sem as preconcebidas
interpretações

 
Eis as três grandes revelações: de Moisés, de Jesus e a espírita – ou do Consolador prometido –, codificada por Kardec, que complementa e esclarece a de Jesus.

Para a Igreja, elas terminaram com o Novo Testamento, após o que só ocorreriam com os bispos e o papa em concílios ecumênicos. Mas, para a Bíblia, existem outras revelações particulares, embora sejam menos importantes do que as três citadas. E as revelações que, muitas vezes, têm também a característica de profecias, podem ser falsas, se forem de Espíritos atrasados. Por isso, os Espíritos devem ser examinados, o que fazem com rigor os espíritas. “Amados, não deem crédito a qualquer Espírito: antes, provai se eles procedem de Deus ou do mal, para que não venhais a dar crédito a falsas profecias.” (1 João 4:1). Como se vê, as profecias ou revelações são feitas por Espíritos. E, na Bíblia, elas são feitas por Espíritos através dos profetas (médiuns) ou videntes. Dizem alguns irmãos nossos não espíritas que esse assunto de videntes é coisa do diabo. Quem está certo, eles ou a Bíblia? “Os profetas, antigamente, eram chamados de videntes.” (1 Samuel 9: 9). Kardec ensina que, com a palavra médium, ele designava uma pessoa com poderes iguais aos dos profetas bíblicos. E São Paulo chama de dons espirituais a esses poderes (1 Coríntios 12: 10) que, erradamente, são atribuídos por um dogma ao Espírito Santo, Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Mas, para São Paulo, esses dons são do Espírito Santo do próprio indivíduo. “Quando alguém ora em línguas, é o próprio Espírito dele que ora.” (1 Coríntios 14:14). Não é, pois, o Espírito Santo do dogma trinitário que ora, mas o espírito santo do indivíduo, espírito esse que, por ser criatura criada por Deus, é mesmo santo pela sua própria natureza.

Respeitemos os dogmas, mas eles são doutrinas polêmicas que vêm causando divisões nos meios cristãos, desde que eles foram instituídos. E isso porque eles são doutrinas que não têm base bíblica, apesar de os tradutores terem se esforçado ao máximo para adaptarem os textos bíblicos aos dogmas. E as divisões dos cristãos causadas pelas doutrinas dogmáticas já provocaram até guerras entre católicos e protestantes. E assim o Espiritismo tem suas razões para preferir os ensinos bíblicos aos dogmáticos.

Lembrando que carismático (carismata em grego) significa médium ou profeta, os carismáticos, pois, são médiuns ou profetas, sejam eles católicos, evangélicos, protestantes, espíritas, umbandistas, adeptos da maçonaria, do candomblé, da Seicho-No-Ie, da Rosa Cruz etc., e até ateus podem ser instrumentos de revelações e profecias. “Quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele outro, língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para a edificação” (1 Coríntios 14:26). “Se, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro.” (1 Coríntios 14:30). “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas, principalmente, que profetizeis.” (1 Coríntios 14:1). 

Correspondem a verdadeiras sessões espíritas, comuns entre os primeiros cristãos. E é o que acontece hoje, nas casas espíritas, com uma clareza meridiana e com comprovações científicas!