O poder visível da fé
“Ela (fé) é a
canalização de todas as
possibilidades psíquicas
alterando a ação das
forças habituais.” –
Joanna de Ângelis.
Na revista VEJA,
edição 2290 de 10 de
outubro de 2012, páginas
amarelas, trouxe uma
entrevista com o
psiquiatra
norte-americano, Harold
G. Koenig, professor da
Universidade Duke, na
Carolina do Norte, e que
há 28 anos se dedica a
estudos que relacionam
religião com saúde. Esse
senhor tem quarenta
livros publicados e mais
de trezentos artigos
sobre o tema. Não restam
dúvidas de que se trata
de alguém muito embasado
em suas afirmativas. Sua
tese é que a fé
religiosa ajuda as
pessoas em diversos
aspectos da vida
cotidiana, reduzindo o
stress, levando essas
pessoas a adquirirem
hábitos saudáveis e
dando-lhes conforto nos
momentos difíceis, entre
outros benefícios.
Quando indagado de como
chegou à conclusão de
que a religiosidade
aumenta a sobrevida das
pessoas até em 29%, o
psiquiatra responde que,
em seus estudos,
aumentou até em 35% a
sobrevida, devido a
alguns fatores. Um
desses fatores é o
sentido que a religião
dá à vida dessas
pessoas, contribuindo
para que o stress seja
diminuído. Como já está
sobejamente constatado
pela própria ciência, o
stress é um fator
altamente nocivo de
qualquer pessoa. O
segundo fator positivo
de se ter uma religião,
segundo esse estudioso
do tema, é que as
pessoas religiosas
convivem em comunidades
que oferecem suporte
emocional e, às vezes,
até financeiro. O
terceiro fator
relaciona-se a hábitos
saudáveis. A religião
orienta as pessoas a
combaterem os diversos
tipos de vícios, tais
como, álcool, cigarro,
comportamento sexual de
risco com múltiplos
parceiros. Essa opção de
vida favorece muito a
saúde, levando a uma
maior sobrevida.
Segundo Joanna de
Ângelis, através da
religião, o homem
aprofunda reflexões e
mergulha no seu
inconsciente, fazendo
que ressumem (vertam)
angústias e incertezas,
animosidades e tormentos
que podem ser
enfrentados à luz da
proposta da fé, e que
são lentamente diluídos,
portanto, eliminados, a
serviço do bem-estar
pessoal, que se instala
lentamente, tornando-o
cada vez mais livre e,
portanto, mais feliz.
Cremos que a autora
espiritual coloca nessa
descrição um serviço de
psicoterapia, trazendo à
tona problemas profundos
que desequilibram o ser
espiritual e que podem
ser enfrentados através
da religião.
Segundo coloca o doutor
Harold em sua
entrevista, mesmo os
indivíduos que se
tornaram religiosos
tardiamente se
beneficiam
psicologicamente, embora
os danos físicos
instalados possam ser
irreversíveis ao longo
do tempo.
Perguntado sobre o fato
da pessoa dizer que tem
fé, mas não seguir
religião nenhuma,
responde o médico que
não adianta só dizer que
é espiritualizado e não
fazer nada. É preciso,
segundo ele, ser
comprometido com a
religião para gozar de
seus benefícios. As
crenças religiosas
precisam influenciar sua
vida para que elas
influenciem também a sua
saúde. Creio que
poderíamos considerar
nessa colocação do
psiquiatra americano que
a fé sem obras é morta.
Essa colocação nos
remete ao conceito de
saúde integral, de
Joanna de Ângelis: “A
saúde (...) integral
somente será possível
quando o Espírito
desvestir-se da
inferioridade que ainda
o retém nas torpes
paixões e nos interesses
meramente materiais,
sutilizando as suas
aspirações e trabalhando
os metais preciosos dos
sentimentos para
permanecer em harmonia
com as vibrações
cósmicas que a tudo
envolvem numa Sinfonia
de excelsa beleza”.
Qual a melhor maneira de
se conseguir esse
propósito a não ser
colocar na vida
construções positivas
através do trabalho de
amor ao próximo, ocasião
em que saímos de nós na
procura daquele que
necessita mais e, quando
o encontramos e
servimos, encontramos a
nós mesmos, entrando em
harmonia com as
vibrações cósmicas que a
tudo envolvem numa
Sinfonia de excelsa
beleza?
A saúde legítima não é
algo que se busca fora
da própria realidade,
qual o medicamento que
se encontra numa
farmácia aguardando para
ser utilizado...
Trata-se de um esforço
que o paciente tem o
dever de empreender, a
fim de alterar o quadro
de considerações em
torno de si mesmo e dos
outros, da Natureza e
das suas Leis, de modo a
identificar-se com o Eu
profundo e avançar no
rumo das conquistas
íntimas, imponderáveis e
valiosas para a sua
harmonia.
– Joanna de Ângelis.
Será que falta ainda
muito para a ciência
descobrir como se ter
mais saúde? E como
falta! Mas não tem
importância porque a
entrevista do doutor
Harold Koenig indica que
ela está no caminho
certo. Caso não se
desvie, é claro!