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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 302 - 10 de Março de 2013

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga, DF (Brasil)

 
 


Contar até 10


Louvável a iniciativa do Conselho Nacional do Ministério Público, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério da Justiça no combate à violência. Não faz muito tempo que eles tiveram o ensejo de lançar uma campanha intitulada “Conte até 10”, na qual diversos atletas ligados às artes marciais discursavam a favor da paz.

“A campanha ‘Conte até 10’ visa sensibilizar a sociedade com objetivo de evitar os homicídios cometidos por impulso, que ocorrem em situações como brigas em bares, discussões no trânsito ou entre vizinhos. O alvo são os crimes que acontecem em função da banalização da violência, da falta de tolerância, da ação impensada no momento da raiva. Daí a proposta de contar até dez e manter o controle” (fonte: http://www.conteate10.cnmp.gov.br/#!sobre/c139r).

No Brasil, as causas da violência ainda se encontram bastante dispersas para uma análise fidedigna do retrato social. Entretanto, o quantitativo de pessoas que têm suas vidas ceifadas por motivos fúteis é extremamente expressivo. No estudo empreendido pelos órgãos supracitados constatou-se um hiato entre a realidade e os dados oficiais, em virtude, justamente, da imprecisão desses registros.

Diante dessa dificuldade, foi realizada uma pesquisa e os descritores foram elencados numa macrocategoria com o escopo de reunir (e compreender) um rol das causas dos homicídios. Assim, encontraram-se as seguintes motivações para a violência: ciúme, discussão entre vizinhos, intolerância religiosa, motivo fútil, homofobia, crime passional, racismo, violência familiar, conflito de trânsito, conflito agrário, entre outros (fonte: http://www.cnmp.gov.br/portal/images/stories/Noticias/2012/Apresentao2.pdf).

Basta uma compreensão razoável das leis espirituais e constataremos que a maioria das discussões que ocasionam a violência (que levam à morte) diz respeito às nossas enfermidades morais. O caminhar metódico da Campanha é bastante singelo, mas muito eficaz. Se colocássemos em prática, efetivamente, a postura de contar até 10 ante os momentos de irritação, já evitaríamos inúmeros problemas e retornaríamos à homeostase necessária para melhor refletir antes de tomar uma ação.

Sob a ótica moral, podemos asseverar que o problema recai sobre o orgulho. É este sentimento que leva aos ímpetos de loucura, que muitas vezes culminam na morte violenta. Em O Evangelho segundo o Espiritismo, o Espírito Protetor diz-nos acerca desse momento: “Ah! Se nesses momentos pudesse ele [ser humano] observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia!” (2002, p. 166). Para se alcançar o “sangue-frio”, a Campanha propõe contar até 10. Mas é importante ampliar a lente e olhar a questão sob um novo prisma. Faz-se necessário promover uma revolução moral na sociedade, sobretudo, nas novas gerações. Independentemente dos vínculos religiosos aos quais as pessoas estejam vinculadas, a paz, a tolerância, o respeito não podem mais esperar!

As religiões podem até divergir quanto à exegese das escrituras, mas, com relação à edificação de uma sociedade mais fraterna e amorosa, não! Torna-se premente unir-se, a despeito das diferenças, para criar métodos eficazes contra as mortes por motivos fúteis.

Outro aspecto, não menos importante, é a intervenção familiar. Uma família mais presente na vida do jovem, com exemplos que o motivem a ser uma pessoa ética, solidária, justa. Essa conduta não pode ser delegada à babá, à empregada doméstica, ao psicólogo, ao professor, à escola... Estes são colaboradores, porém, os protagonistas principais são os pais ou aqueles que se tornaram responsáveis diretos, devido às múltiplas circunstâncias da vida.

Os meios de comunicação de massa também têm expressivo papel na formação das pessoas. Não era sem motivo que Althusser os analisou e os classificou como aparelhos ideológicos do Estado. Então, que tipo de ideologia fomentamos ao assistir determinados programas televisivos? Que tipo de sociedade queremos? Que tipo de literatura escolhemos para a nossa formação? São questões que merecem reflexão.

“Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se por dominá-la. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs” (Idem, 2002, p.166).

Já dizia o mestre lionês: educar é a arte de imprimir caracteres. Torna-se, portanto, necessário dar qualidade aos caracteres.

Que tal começarmos com a proposta da Campanha diante das dificuldades que podem tirar o nosso equilíbrio no cotidiano?  Vamos lá? 1, 2, 3, 4, 5...


Referências:
 

CAMPANHA CONTE ATÉ 10 <http://www.conteate10.cnmp.gov.br/#!sobre/c139r>.

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 120. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2002.
        

 


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