Contar até 10
Louvável a
iniciativa do
Conselho
Nacional do
Ministério
Público, do
Conselho
Nacional de
Justiça (CNJ) e
do Ministério da
Justiça no
combate à
violência. Não
faz muito tempo
que eles tiveram
o ensejo de
lançar uma
campanha
intitulada
“Conte até 10”,
na qual diversos
atletas ligados
às artes
marciais
discursavam a
favor da paz.
“A campanha
‘Conte até 10’
visa
sensibilizar a
sociedade com
objetivo de
evitar os
homicídios
cometidos por
impulso, que
ocorrem em
situações como
brigas em bares,
discussões no
trânsito ou
entre vizinhos.
O alvo são os
crimes que
acontecem em
função da
banalização da
violência, da
falta de
tolerância, da
ação impensada
no momento da
raiva. Daí a
proposta de
contar até dez e
manter o
controle”
(fonte:
http://www.conteate10.cnmp.gov.br/#!sobre/c139r).
No Brasil, as
causas da
violência ainda
se encontram
bastante
dispersas para
uma análise
fidedigna do
retrato social.
Entretanto, o
quantitativo de
pessoas que têm
suas vidas
ceifadas por
motivos fúteis é
extremamente
expressivo. No
estudo
empreendido
pelos órgãos
supracitados
constatou-se um
hiato entre a
realidade e os
dados oficiais,
em virtude,
justamente, da
imprecisão
desses
registros.
Diante dessa
dificuldade, foi
realizada uma
pesquisa e os
descritores
foram elencados
numa
macrocategoria
com o escopo de
reunir (e
compreender) um
rol das causas
dos homicídios.
Assim,
encontraram-se
as seguintes
motivações para
a violência:
ciúme, discussão
entre vizinhos,
intolerância
religiosa,
motivo fútil,
homofobia, crime
passional,
racismo,
violência
familiar,
conflito de
trânsito,
conflito
agrário, entre
outros
(fonte:
http://www.cnmp.gov.br/portal/images/stories/Noticias/2012/Apresentao2.pdf).
Basta uma
compreensão
razoável das
leis espirituais
e constataremos
que a maioria
das discussões
que ocasionam a
violência (que
levam à morte)
diz respeito às
nossas
enfermidades
morais. O
caminhar
metódico da
Campanha é
bastante
singelo, mas
muito eficaz. Se
colocássemos em
prática,
efetivamente, a
postura de
contar até 10
ante os momentos
de irritação, já
evitaríamos
inúmeros
problemas e
retornaríamos à
homeostase
necessária para
melhor refletir
antes de tomar
uma ação.
Sob a ótica
moral, podemos
asseverar que o
problema recai
sobre o orgulho.
É este
sentimento que
leva aos ímpetos
de loucura, que
muitas vezes
culminam na
morte violenta.
Em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
o Espírito
Protetor
diz-nos acerca
desse momento:
“Ah! Se nesses
momentos pudesse
ele [ser humano]
observar-se a
sangue-frio, ou
teria medo de si
próprio, ou bem
ridículo se
acharia!” (2002,
p. 166). Para se
alcançar o
“sangue-frio”, a
Campanha propõe
contar até 10.
Mas é importante
ampliar a lente
e olhar a
questão sob um
novo prisma.
Faz-se
necessário
promover uma
revolução moral
na sociedade,
sobretudo, nas
novas gerações.
Independentemente
dos vínculos
religiosos aos
quais as pessoas
estejam
vinculadas, a
paz, a
tolerância, o
respeito não
podem mais
esperar!
As religiões
podem até
divergir quanto
à exegese das
escrituras, mas,
com relação à
edificação de
uma sociedade
mais fraterna e
amorosa, não!
Torna-se
premente
unir-se, a
despeito das
diferenças, para
criar métodos
eficazes contra
as mortes por
motivos fúteis.
Outro aspecto,
não menos
importante, é a
intervenção
familiar. Uma
família mais
presente na vida
do jovem, com
exemplos que o
motivem a ser
uma pessoa
ética,
solidária,
justa. Essa
conduta não pode
ser delegada à
babá, à
empregada
doméstica, ao
psicólogo, ao
professor, à
escola... Estes
são
colaboradores,
porém, os
protagonistas
principais são
os pais ou
aqueles que se
tornaram
responsáveis
diretos, devido
às múltiplas
circunstâncias
da vida.
Os meios de
comunicação de
massa também têm
expressivo papel
na formação das
pessoas. Não era
sem motivo que
Althusser os
analisou e os
classificou como
aparelhos
ideológicos do
Estado. Então,
que tipo de
ideologia
fomentamos ao
assistir
determinados
programas
televisivos? Que
tipo de
sociedade
queremos? Que
tipo de
literatura
escolhemos para
a nossa
formação? São
questões que
merecem
reflexão.
“Em suma, a
cólera não
exclui certas
qualidades do
coração, mas
impede se faça
muito bem e pode
levar à prática
de muito mal.
Isto deve bastar
para induzir o
homem a
esforçar-se por
dominá-la. O
espírita, ao
demais, é
concitado a isso
por outro
motivo: o de que
a cólera é
contrária à
caridade e à
humildade
cristãs” (Idem,
2002, p.166).
Já dizia o
mestre lionês:
educar é a
arte de imprimir
caracteres.
Torna-se,
portanto,
necessário dar
qualidade aos
caracteres.
Que tal
começarmos com a
proposta da
Campanha diante
das dificuldades
que podem tirar
o nosso
equilíbrio no
cotidiano?
Vamos lá? 1, 2,
3, 4, 5...
Referências:
CAMPANHA CONTE
ATÉ 10 <http://www.conteate10.cnmp.gov.br/#!sobre/c139r>.
KARDEC, Allan. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
120. ed. Rio de
Janeiro:
Federação
Espírita
Brasileira,
2002.