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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 300 - 24 de Fevereiro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 19)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Qual foi a reação de Cláudio ao ler O Evangelho segundo o Espiritismo?

A reação foi extremamente positiva, porque os textos que Cláudio leu fenderam-lhe, de alto a baixo, a cidadela do ateísmo que até então cultivava. Com a leitura, ele pôde adquirir conhecimentos rápidos acerca da reencarnação e da pluralidade dos mundos, e meditar nas maravilhas da caridade e nos prodígios da fé, através das chamas imortais do Cristianismo que ali renasciam para ele. Em certo momento, quando olhou o reló­gio, este marcava duas da madrugada. Cláudio varara, sem perceber, quatro ho­ras mergulhado no livro e sentia-se outro. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo III, pp. 195 e 196.)

B. Diante da mudança dos pensamentos de Cláudio, como se sentia Moreira, o ex-vampirizador do pai de Marita?

O que ocorria com Cláudio atingira Moreira de forma diferente, porque ele ainda nutria o propósito de continuar controlando o pai de Marita. Identificando, porém, o parceiro tocado no cora­ção pelos sentimentos edificantes que a leitura lhe sugerira, revelava grande desapontamento e enfadava-se, me­lindrado e triste. (Obra citada, 2ª parte, capítulo III, pp. 199 e 200.)

C. Por que Moreira decidiu, de repente, vingar-se de Marina?

Ele tomou essa decisão ao saber do martírio que Marina aplicara à irmã adotiva, ao longo dos anos. E, tal como André Luiz previra, Moreira, seguido por quatro camaradas truculentos e carrancudos, penetrou a residência dos Torres, onde Marina se encontrava, e, sem a menor comiseração por dona Beatriz, em estado gravíssimo e agonizante, acercou-se de Marina e gritou, encolerizado: "Assassina!... Assassina!...".  (Obra citada, 2ª parte, capítulo III, pp. 203 e 204.)

Texto para leitura

91. Cláudio descobre no livro um mundo novo - Cláudio, embora aca­tado no hospital como pai carinhoso, sabia perfeitamente que não passava de estuprador e filicida, e carregava a dor irremediável de ha­ver impe­lido a filha à loucura e à morte. Que condenações aquele livro enfi­leiraria contra ele? Aberto o volume, ele viu, para surpresa sua, que o Evangelho não lhe amaldiçoava a presença. Leu e releu, cho­rando, aquelas frases que ressumavam brandura e entendimento. Identi­ficou-se à frente de um apelo à fraternidade e à compaixão, que não pintava os delinquentes por seres infernais, ausentes da órbita do Amor Divino. A pequena mensagem concitava à tolerância e terminava ro­gando preces, a benefício dos que sucumbem na voragem do mal. As lá­grimas borbotaram-lhe mais profusamente dos olhos!... Aquelas palavras chamavam-no à ra­zão e mostravam-lhe que o mundo e a vida deviam estar banhados de pro­funda misericórdia. Aquele primeiro contacto com as verdades do es­pírito fendia-lhe, de alto a baixo, a cidadela do ateísmo. Com a so­freguidão do sedento que atravessa longo deserto, atirou-se, então, aos textos, de cujos caracteres vertiam ideias es­clarecedoras e balsâ­micas, como torrentes de água pura. Esquadrinhou vários temas. Ad­quiriu conhecimentos rápidos acerca da reencarnação e da pluralidade dos mundos, meditou nas maravilhas da caridade e nos prodígios da fé, através das chamas imortais do Cristianismo que ali renasciam para ele... Quando olhou o reló­gio, este marcava duas da madrugada. Varara, sem perceber, quatro ho­ras mergulhado no livro e sentia-se outro. A ideia da reencarnação re­lampejou-lhe na cabeça. Por que amava tanto aquela menina? Sem dúvida, ele e ela remanesciam de experiências ante­riores e algo lhe dizia que ele a trouxera, de novo, para o mundo, através da paternidade, a fim de orientá-la com limpeza e abnega­ção! (2a parte, cap. III, pp. 195 e 196) 

92. Cláudio pede perdão à filha amada - As realidades do destino se alteavam do pensamento de Cláudio, belas e difusas, mas, ainda as­sim, ele não se desculpava, reconhecendo haver agravado os próprios débitos. Entrevendo, então, as realidades da vida Além-Túmulo, apelou para os amigos que vira partir!... Que se apiedassem dele e de Marita! que suplicassem a Deus trocar a sua existência pela dela, de modo a expiar, no mundo espiritual, as próprias faltas, renascendo depois, mutilado, a fim de ressarcir os débitos contraídos. E, se lhe cabia continuar no mundo, transportando no peito a angústia daquela hora, que a deixassem mesmo assim, abatida e muda, em seus braços! Teria forças para carregá-la. Ser-lhe-ia apoio e refúgio. Aconchegá-la-ia, de algum modo, ao coração. Obteria uma cadeira de rodas e con­duzi-la-ia a qualquer parte, acolhendo, sem reclamar, quaisquer obstá­culos. Que a Providência Divina poupasse Marita ao gládio da morte para que não faltasse a ele o ensejo do reajuste e da reparação!... André o abraçou, confortando-o e inspirando-lhe esperança. Confiasse. Quem estaria na Terra sem problemas? Era preciso interpretar o remorso por marca vermelha, suscitando parada. Conviria frear o carro dos pró­prios desejos e pensar, pensar!... Depois da escuridão, a alvorada não tardaria. Urgia, pois, levantar os sentimentos para a renovação que começava! Moreira, que a tudo assistia, endereçou a André ansioso olhar. Antes, porém, que ele se abeirasse do pai de Marita, André ape­lou para Cláudio, inclinando-o a iniciar, ali mesmo, a obra repara­dora. O bancário não vacilou. Ajoelhou-se à cabeceira da filha, acari­ciou-a com uma espécie de ternura que jamais experimentara e, deixando que as lágrimas lhe orvalhassem o rosto, suplicou, em surdina: "Perdão, minha filha!... Perdão para seu pai!..." Marita não respon­deu, mas o afago paternal instilou-lhe energia diferente e André re­gistrou, espantado, o gemido que ela desferiu, denotando sinais de re­torno a si mesma. (2a parte, cap. III, pp. 196 a 198) 

93. Moreira sente Cláudio escapar-lhe - Outros gemidos repeti­ram-se imprecisos, dolorosos. O pai escutava-os, ralado de angústia, e, entendendo que eles exprimiam padecimentos físicos inenarráveis, ago­niou-se em choro convulsivo. Moreira, o ex-vampirizador, abraçou-o, no intuito de reconfortá-lo, e André pôde notar que os dois amigos ja­ziam agora perto e longe um do outro. Juntos por fora, distantes por den­tro. Os acontecimentos atingiram Moreira de forma diferente. Embora tivesse enorme afeição por Marita, nutria o propósito de continuar controlando Cláudio. Identificando, porém, o parceiro tocado no cora­ção pelos sentimentos edificantes que a leitura lhe sugerira, revelava grande desapontamento e, por isso, crivou André de perguntas. Este procurou sossegá-lo, mas, no íntimo, sabia que, tendo Cláudio dado um passo adiante, Moreira deveria elevar-se no mesmo diapasão, se qui­sesse desfrutar-lhe a convivência. A mente do bancário emergira daque­las horas de estudo, como uma paisagem varrida por terremoto. Nenhuma analogia havia com o que era antes. Por isso, o outro enfadava-se, me­lindrado, triste. Nesse ponto, dois auxiliares enviados por Félix che­garam ao recinto. Simpáticos e espontâneos, ao serem apresentados a Moreira, reconheceram, de pronto, a posição espiritual do ex-vampiri­zador, mas, mesmo assim, rodearam-no de otimismo e bondade, qualifi­cando-o na categoria de colega estimável. Como o dia estava prestes a nascer, André acercou-se de Cláudio no intuito de fazê-lo dormir. Com iniludível desgosto, Moreira viu o cuidado com que André administrou-lhe passes balsâmicos, aos quais o paciente aquiesceu sem qualquer contradita. Moreira lançava ondas de azedia e amargura no sorriso ama­relo, porque tudo para ele surgia deslocado, revirado... Entre o amigo que lhe fugia ao comando e a jovem, cujo corpo físico se decidia a preservar, sentia-se atônito. Compreendeu, no entanto, que não lhe se­ria lícito incompatibilizar-se com os novos amigos, em face da assis­tência que Cláudio e Marita estavam recebendo. (2a parte, cap. III, pp. 199 e 200) 

94. Marita desperta com ódio da irmã - Marita, em vista do aten­dimento espiritual, reassumiu o leme dos centros cerebrais que ainda se lhe mantinham à disposição. Recuperou a sensibilidade olfativa; percebia, raciocinava e ouvia com relativa segurança, mas estava hemi­plégica, destituída da visão e da fala, de modo irreversível. A prin­cípio, pensou estar acordando no sepulcro, como vira em filmes e li­vros de terror. De alma opressa, supunha-se num transe desses, esten­dida ali no leito que tomava por ataúde. Queria gritar, pedir socorro, mas não conseguiu.  Sabia que pensava com a própria cabeça, reconhe­cia-se consciente, sentia, memorizava. Recordava os acontecimentos que a impeliram à morte. Arrependia-se. "Se a vida continuava, para que provocar o fim do corpo?", considerava, desditosa. Após rememorar tudo o que sucedera, desde o encontro com o pai, na Lapa, até à queda em Copacabana, pareceu-lhe possuir um corpo de pedra, incapaz de expres­sar-se, e isso a irritou. A jovem fremia de impaciência, de espanto e de dor. Mágoa e revolta, petitórios e indagações esmaeciam-se-lhe, imanifestos, no âmago do ser. E por mais que se empenhasse a chorar, desoprimindo-se, as lágrimas não caíam. Parecia que os olhos e a lín­gua permaneciam desligados do corpo. Estaria morta? Escutou então os passos da enfermeira e registrou a respiração sibilante do pai, sem poder, no entanto, identificar-lhes a presença. Após duas horas de an­gústia recôndita, que Moreira assinalava com acuidade e precisão, Ma­rita se aquietou mentalmente, e André viu que sua mente se fixava, la­mentavelmente, em Marina. Moreira encontrou, então, pasto robusto a nova desorientação. Percebendo-se demitido da complacência de Cláudio,  procurava na filha outros motivos em que se lhe facultasse permanecer atrelado à demência. André não poderia pressionar Marita, no sentido de sustar-lhe as lamentações, porque qualquer esforço adicional pode­ria precipitar-lhe a desencarnação. A jovem reconstituiu, assim, na imaginação as aperturas de sua existência e acusava a irmã por todos os infortúnios. Marina figurava-se na tela de sua memória como sendo a inimiga imperdoável, pois lhe furtara as carícias maternas, roubara-lhe as afeições, subtraíra-lhe o eleito dos sonhos juvenis... (2a parte, cap. III, pp. 201 e 202) 

95. Moreira promete vingar-se de Marina - De nada valeram as pon­derações que André lhe endereçou. A influência de Moreira, que lhe es­timulava as recriminações, surgia naturalmente muito mais vigorosa para ela, que buscava encontrar simpatia e adesão. Desconhecendo os poderes do pensamento, ela não sabia que, fora da indulgência e da brandura, invocava desagravo e, assim procedendo, não somente enredava a família em duras provações, mas igualmente punha a perder o valioso trabalho de recuperação daquele amigo necessitado de afeição e de luz. Moreira, ao absorver-lhe as confidências mudas, retomava, a pouco e pouco, a brutalidade que anteriormente lhe marcava a expressão. Esvae­ciam-se-lhe as melhoras de espírito e, a pretexto de auxiliar a prote­gida, reavivava os instintos de vingador. Inútil seria qualquer ten­tame para reconduzi-lo à serenidade. Embebendo-se nos queixumes da­quela que classificava como sendo para ele a mulher querida, restau­rava em si mesmo a selvageria da fera sequiosa de sangue. André pediu-lhe calma e tolerância, mas ele, clamando que não, disse que ninguém o faria renunciar à guerra pela tranquilidade daquela que amava. Alegou, então, desconhecer até aquele momento o martírio que Marina aplicara à irmã, a vida inteira, e insistia no desforço... Ao vê-lo abandonar o serviço que voluntariamente se impusera, incapaz de refletir nas consequências da própria deserção, André compreendeu que o ex-obsessor fora assaltado por crise de loucura, mas não lhe cabia julgá-lo.  Com­petia-lhe simplesmente trabalhar, socorrer. Deixando, assim, Marita aos cuidados dos amigos Telmo e Arnulfo, André dirigiu-se à residência dos Torres, único lugar para onde Moreira, com certeza, rumaria. Na casa silente, cochichava-se a medo. Havia lágrimas no semblante dos servidores humildes, porque dona Beatriz, em coma, esperava a morte. Neves e outros companheiros desencarnados rodeavam o leito da enferma. E, minutos depois, ocorreu o que André temia: Moreira, seguido por quatro camaradas truculentos e carrancudos, penetrou o recinto e, sem a menor comiseração pela agonizante, acercou-se de Marina, gritando, encolerizado: "Assassina!... Assassina!..." (2a parte, cap. III, pp. 203 e 204) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita