WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Clássicos do Espiritismo
Ano 6 - N° 300 - 24 de Fevereiro de 2013
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

A Personalidade Humana

Fredrich Myers

(Parte 25)
 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Personalidade Humana, de Fredrich W. H. Myers, cujo título no original inglês é Human Personality and Its Survival of Bodily Death. 

Questões preliminares 

A. Como explicar os experimentos telepáticos?

Não é fácil explicá-los. Uma explicação é a teoria das “ondas cerebrais” ou, segundo a expressão mais precisa de Sir William Crookes, das “ondas etéreas”, que possuiriam uma amplitude menor e uma frequência maior das que transmitem os raios X. Essas ondas se propagariam de um cérebro a outro, produzindo neste ou fazendo surgir naquele uma imagem semelhante à excitação, ou à imagem que lhes serviu de origem. Essa hipótese é muito atraente porque relaciona uma atividade que, com certeza, existe, mas cujo efeito é desconhecido, a um efeito existente, mas cuja causa é desconhecida. Mas não passa de uma hipótese, que poderá no futuro ser ou não comprovada. (A Personalidade Humana. Capítulo VI  – Automatismo sensorial.)

B. As aparições de pessoas vivas podem ser explicadas pela telepatia?

Não totalmente. Descobriu-se entre esses casos a existência de determinados exemplos que não podem ser reduzidos à concepção da telepatia pura e simples. Às vezes a aparição era vista por mais de uma pessoa, de uma só vez, cujo resultado não se teria produzido caso se tratasse somente da transmissão de um Espírito a outro, o qual exteriorizava esta impressão, dando-lhe uma forma material concorde com as leis de sua própria estrutura. (Obra citada. Capítulo VI – Automatismo sensorial.)

C. É possível a comunicação entre nós e os chamados mortos?

Sim. Antes da morte de Gurney, ocorrida em 1888, os casos de aparições e outras manifestações de mortos adquiriram um valor e uma consistência que, como o atesta sua última obra, convenceram-no de seu caráter verídico, que se acentuou então desde aquela época. A possibilidade de comunicação com pessoas mortas parece, hoje, tão indiscutível como a das comunicações telepáticas entre os vivos; e esta nova possibilidade modifica e amplia, necessariamente, nosso conceito no que diz respeito à telepatia entre os vivos. (Obra citada. Capítulo VI  – Automatismo sensorial.)

Texto para leitura

593. A telepatia deve existir, com certeza, em alguma parte do universo onde se encontram as inteligências não encarnadas. Somente supondo que toda a vida do Cosmos está encarnada em organismos semelhantes aos nossos, não podemos conceber outros meios de comunicação, senão através dos órgãos dos sentidos. Mas, se existe outra vida, menos apegada à carne, mais espiritual (como o homem concebe a vida superior), apresentam-se duas suposições: ou não existe troca de pensamentos, isto é, vida social, ou esta troca só pode ser produzida através de meios diversos da língua e do cérebro.

594. Esta verdade já era evidente desde que o homem começou a tratar do tema. Mas os progressos da ciência agregaram uma nova hipótese a essas especulações. Falo da hipótese defendida pela ideia de continuidade. Ao verificarmos o vínculo estreito que une o homem aos seres inferiores, que anteriormente se consideravam como separados de nós por um abismo intransponível, chegamos a supor que um vínculo, da mesma maneira, estreito, dever uni-lo às vidas superiores, que o todo deve formar uma série ininterrupta e que as qualidades essenciais devem ser as mesmas em qualquer parte.

595. Pergunta-se, geralmente, se o homem se assemelha a um macaco ou a um anjo. A isto respondo que só o fato de existir parentesco com o macaco é prova a favor de parentesco com o anjo.

596. Os sentimentos instintivos anteciparam, de outro lado, esses raciocínios especulativos. Os homens acreditaram sempre, e acreditam ainda, na realidade da oração, isto é, na possibilidade de comunicações telepáticas entre nossos Espíritos humanos e outros Espíritos superiores aos nossos, dos quais supõe-se que não só compreendem nossos desejos e aspirações, como também que são capazes de exercer influências e agir internamente sobre nós. Essa crença na eficácia da oração está tão difundida que é assombroso que os homens não tenham chegado à seguinte conclusão, aparentemente natural: se nossos Espíritos podem se comunicar por meios que superam os de nossos sentidos, podem, da mesma forma, ser capazes de se comunicar entre si, da mesma maneira. Esse fato foi estudado, em épocas diversas, por eminentes pensadores, desde Santo Agostinho a Bacon, de Bacon a Goethe e deste a Tennyson.

597. As experiências isoladas provam, de vez em quando, a verdade prática disto. Mas só há alguns anos essa noção vaga e flutuante tomou a forma de uma teoria definida, como consequência de experiências sistemáticas. A Edmund Gurney devemos o primeiro ensaio dessa experiência sistemática, baseada num número considerável de observações cuidadosamente verificadas e em experimentos cercados de todas as garantias.

598. A explicação dos experimentos telepáticos não é fácil. Assinalaremos um que, se correto, seria capaz de colocar esta ciência à altura das ciências mais avançadas: é a teoria das “ondas cerebrais” ou, segundo a expressão mais precisa de Sir William Crookes, das “ondas etéreas”, que possuiriam uma amplitude menor e uma frequência maior das que transmitem os raios X. Essas ondas se propagariam de um cérebro a outro, produzindo neste ou fazendo surgir naquele uma imagem semelhante à excitação, ou à imagem que lhes serviu de origem. Essa hipótese é muito atraente porque relaciona uma atividade que, com certeza, existe, mas cujo efeito é desconhecido, a um efeito existente, mas cuja causa é desconhecida.

599. No mundo das vibrações, nada parece tão natural quanto invocar outra vibração. Seria, com efeito, arriscado afirmar que um fenômeno qualquer perceptível aos homens não possa ser expresso, ao menos em parte, nos termos das ondulações etéreas. Mas, no caso da telepatia, a semelhança que sugere essa explicação, isto é, a analogia aparente entre a imagem emitida, por assim dizer, pelo agente, e a que percebe o indivíduo submetido à sua influência, como quando concentra a atenção sobre pedaços de papel e o indivíduo vê o papel inteiro, essa analogia está longe de ser completa.

600. Pode-se dizer que o Espírito do indivíduo percebe, modificada, a imagem transmitida pelo agente, até que a semelhança entre as duas imagens torna-se puramente simbólica. Vimos que existe uma transição contínua da telepatia experimental para a telepatia espontânea, da transmissão das imagens de papel ao pressentimento da morte de um amigo distante.

601. Esses pressentimentos podem muito bem ser as imagens do amigo moribundo, mas é pouco provável que essas imagens sejam emitidas pelo cérebro do moribundo na forma em que as percebe o cérebro do sujeito receptor. Para citar um caso bem conhecido de nosso arquivo (Phantasms of the Living, I, pág. 210), M. L. morre de um enfarte, deitado em seu leito, nu. No mesmo momento, M. N. J. S. vê M. L. de pé, junto a ele, com ar de contentamento, vestido com traje de passeio e com uma bengala na mão. Não se compreende como as ondulações teriam podido transformar até esse ponto os fatos físicos.

602. As alucinações telepáticas coletivas são ainda mais difíceis de serem explicadas pela teoria das ondulações. É difícil compreender como A é capaz de emitir vibrações que, ao se propagar por igual em todas as direções, afetam não somente ao amigo distante, B, como também aos estranhos C e D, que, por acaso, acham-se ao lado de B, sem influenciar, ao que se sabe, qualquer outra pessoa no mundo.

603. Todos esses pontos foram analisados e discutidos desde que iniciamos nossas investigações. Mas, à medida que nossas experiências se multiplicavam, nosso conceito da telepatia se generalizava, cada vez mais, em outras direções novas, cada vez menos compatíveis com a teoria das ondulações.

604. Mencionamos aqui, com brevidade, três das citadas direções, em particular as relações entre a telepatia e (a) a telestesia ou clarividência, (b) o tempo e (c) os Espíritos desencarnados:

(a) Cada vez torna-se mais difícil atribuir as cenas que o sujeito capta à atividade de um Espírito determinado, que, na realidade, percebe essas cenas distantes. Isto torna-se evidente nas experiências da cristaloscopia.

(b) As visões através do cristal mostram, igualmente, o que podemos, do ponto de vista estritamente telepático, considerar como uma elasticidade demasiada em suas relações com o tempo. O indivíduo escolhe, por si próprio, o momento em que deve olhar a bola, e ainda que, com frequência, veja acontecimentos que se realizam no mesmo momento, pode igualmente ver acontecimentos passados e até, ao que parece, acontecimentos futuros.

(c) O conhecimento antecipado pode, caso se queira, ser considerado como uma atividade telepática exercida por Espíritos desencarnados e isto o coloca num grupo de fenômenos que todos os que se ocupam de nosso tema devem ter reconhecido de há muito tempo. Ao reconhecer, em virtude da causa, que recebemos de pessoas mortas comunicações que chamaríamos telepáticas, se partissem dos vivos, podemos pensar que estas mensagens foram, igualmente, transmitidas por ondas etéreas. Mas, como estas ondas não podem, de modo algum, emanar de cérebros materiais, afastamo-nos, de tal modo, da hipótese primitiva das ondas cerebrais, que se torna muito difícil defendê-las.

605. Tudo o que podemos dizer a respeito da telepatia é isto: a vida possui a faculdade de se manifestar à vida. As leis da vida, tal como as conhecemos, só são aplicáveis à vida, associada à matéria. Com esses limites, pouco sabemos sobre a verdadeira natureza da vida. Não sabemos se a vida é, unicamente, uma força dirigente, ou se é, ainda, uma energia efetiva. Não sabemos de que forma atua sobre a matéria. Tampouco podemos definir as relações que existem entre nossa consciência e nosso organismo. Atrevo-me a dizer que as observações telepáticas nos abrem determinados horizontes deste lado. Da mesma forma que certos elementos de um organismo individual, fazendo abstração da atividade material, influem sobre outro organismo, podemos aprender alguma coisa sobre a forma como nossa própria vida influi no nosso organismo e mantém, interrompe ou abandona sua curva orgânica.

606. A hipótese que sugeri no Phantasms of the Living em minha “Nota sobre uma possível forma de atividade recíproca psíquica” parece-me que se tornou mais verossímil, em consequência das numerosas observações feitas desde essa época. Continuo acreditando, e agora com mais certeza do que em 1886, que se produz uma “invasão psíquica”, estabelecendo no meio que cerca o sujeito perceptor um “centro fantasmogenético”, que realiza um movimento de certa maneira relacionado com o espaço tal como o conhecemos, e um transporte da presença que pode ser discernido ou não pelas pessoas invadidas e que resulta da percepção de uma cena distante, da qual a pessoa que age pode não se lembrar.

607. Mas os termos de que me sirvo, inicialmente, supõem associação de ideias cuja natureza pode chocar a vários leitores, mesmo os menos científicos. Valho-me da linguagem de uma psicologia paleolítica e pareço compartilhar dos hábitos de pensamento do selvagem, que crê poder viajar em sonhos e que o seu espírito pode perseguir e acossar o seu inimigo. Mesmo dando-se conta do que essas expressões contêm de chocante, e do retorno que parecem significar a conceitos tão antigos, não vejo outro meio de me desculpar senão percorrendo novamente, diante do leitor, o caminho que um crescimento gradativo de provas me obrigou, com o fim único de compreender todos os fenômenos, a usar frases e expressões tão diferentes das que Edmund Gurney e eu usamos em nossos primeiros trabalhos sobre esse tema, em 1883.

608. Eis, sucintamente, os fatos. Quando nosso pequeno grupo começou, em 1882, a colecionar os fatos relacionados com as “alucinações verídicas” ou as aparições coincidentes com outros acontecimentos, de modo a sugerir a ideia de um nexo causal, demo-nos logo conta de que o tema estava apenas abordado. É correto que se citaram, vagamente, casos de diferentes gêneros, mas apenas alguns deles alcançavam esse grau de evidência, de que queremos cercar nossa exposição. Nosso próprio arquivo era incrivelmente pobre, em comparação com a rica colheita que só pedia para ser colhida; mas era suficiente para mostrar essas variedades de aparições coincidentes, que, por sua vez, eram as mais comuns e convincentes.

609. Particularmente, as aparições de pessoas vivas, coincidindo com alguma crise que essas mesmas pessoas sofriam à distância e, além do mais, de pessoas que ainda viviam, mas que estavam em perigo de morte. Esses casos foram os primeiros a alcançar número e valor suficientes para conquistar nossa confiança e em diversos artigos publicados no Proceedings of the S. P. R. e no Phantasms of the Living, foram expostos com a plena evidência que mereciam e relacionados com a telepatia experimental, sendo considerados, em si, como exemplos espontâneos, mas muito mais surpreendentes, das transmissões de impressões de um Espírito a outro.

610. Todavia, por outro lado, descobriu-se entre esses casos a existência de determinados exemplos que não se deixam reduzir à concepção da telepatia pura e simples, mesmo que se admita tenha este conceito recebido sua forma definitiva. Às vezes a aparição era vista por mais de uma pessoa, de uma só vez, cujo resultado não se teria produzido caso se tratasse somente da transmissão de um Espírito a outro, o qual exteriorizava esta impressão, dando-lhe uma forma material concorde com as leis de sua própria estrutura.

611. Existiam ainda outros casos em que a pessoa influenciada parecia ser a um só tempo a pessoa influenciadora, no sentido de que tinha a impressão de ter, de alguma maneira, visitado, ou percebido uma cena distante, cujo participante não estava, necessariamente, consciente de uma relação imediata com essa pessoa. Ou, às vezes, essa “clarividência telepática” se convertia em “reciprocidade” e cada uma das pessoas em questão estava consciente da outra, a cena de seu encontro era a mesma na visão de cada uma ou, ao menos, a experiência era de alguma maneira comum às duas. Estas e outras dificuldades semelhantes apresentaram-se ao meu espírito desde o início e na “nota”, já mencionada, “sobre uma possível forma de ação psíquica recíproca”, inserida no segundo volume do Phantasms of the Living, indiquei brevemente a extensão da teoria telepática que considerava necessária a ela.

612. Entretanto, continuavam chegando até nós casos de determinados grupos, ainda que, em número, menos consideráveis que os das aparições no instante da morte. Para não mencionar mais do que os dois grupos mais importantes, achamo-nos na presença de aparições chamadas de mortos e de casos de conhecimento prévio. Para cada um desses grupos, parecia razoável postergar qualquer conclusão, até que o tempo mostrasse se os casos deste gênero e de primeira mão poderiam acontecer de maneira contínua e se os testemunhos independentes continuariam a produzir-se em favor dos incidentes que essas hipóteses explicavam melhor do que outras.

613. Antes da morte de Gurney, ocorrida em 1888, os casos de aparições e outras manifestações de mortos adquiriram um valor e uma consistência que, como o atesta sua última obra, convenceram-no de seu caráter verídico, que se acentuou então desde aquela época. A possibilidade de comunicação com pessoas mortas parece, hoje, tão indiscutível como a das comunicações telepáticas entre os vivos; e esta nova possibilidade modifica e amplia, necessariamente, nosso conceito no que diz respeito à telepatia entre os vivos.

614. Os fatos que abonam o conhecimento prévio eram muito menos numerosos e a evidência, relativamente a esse grupo de fenômenos, aparecia mais vagarosamente. Mas, de qualquer forma, é o suficiente para me fazer acreditar que ter-se-á que contar com esses fatos, sem que se possa afirmar, como faço com as mensagens de pessoas mortas, que todos os que aceitam nossas provas no que diz respeito à telepatia estejam obrigados a aceitar, ao mesmo tempo, as que se referem ao conhecimento prévio. Alguns passarão antes que esses fatos adquiram um valor indiscutível. (Continua no próximo número.) 




 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita