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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 299 - 17 de Fevereiro de 2013
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 


Nas Fronteiras da Loucura

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 25)

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. É certo dizer que grande parte do êxito, no trabalho desobsessivo, depende do próprio enfermo?

Sim. No caso de Julinda, a au­sência do Espírito que a obsidiava contribuiu para sua recuperação, mas ela modificara seu temperamento difícil e concorrera para a cura com o desejo de recuperar-se, o esforço para fugir ao remorso e a luta contra a depressão, por anelar o retorno ao seio da família. O livre-arbítrio assume um papel de alta relevância em todos os cometimentos humanos. É o que acontece, por exemplo, na terapia do passe, em que a disposi­ção do paciente exerce papel relevante para os resultados. (Nas Fronteiras da Loucura, cap. 30, pp. 234 e 235.)

B. De que decorrem as obsessões?

As obsessões decorrem, geralmente, de faltas cometidas pela vítima atual, em oportunidades ou­tras, que não foram convenientemente reparadas. A presença da culpa instala uma to­mada psíquica no devedor, que lhe permite receber o plugue do seu desa­feto, consciente ou inconscientemente, dando surgimento ao intercâmbio psíquico dos envolvidos na mesma trama infeliz, aí nas­cendo o descon­forto da criatura que, lentamente, vai sendo dominada pela força do agente agressor, que se lhe assenhoreia da casa mental. (Obra citada, cap. 30, pp. 238 e 239.)

C. As causas dos processos de loucura e alienação mental também se encontram em faltas ocorridas no passado?

Sim. Quando a falta perpetrada no passado é muito grave, a ação corrosiva do pensamento malévolo desgasta as es­truturas moleculares do perispírito, dando origem a processos de lou­cura ou alienações, bem como a deformidades mentais, limitações psí­quicas e distúrbios fisiológicos, que constituem, para o enfermo, abençoado escoa­douro das imperfeições agasalhadas ou vividas. O homem é, portanto, o autor do seu destino, mas em qualquer pro­cesso de evolução, pelo trabalho e redenção na dor, há sempre interfe­rência dos adversários desencarnados, que aumentam a prova do incurso no res­gate. (Obra citada, cap. 30, pp. 238 e 239.)

Texto para leitura

120. Julinda fala sobre o aborto - D. Angélica, surpresa com o que ouviu, perguntou ao psiquiatra se ele era religioso. Se ser religioso significava estar vinculado a alguma profissão de fé, ou alguma igreja, ele não o era, respondeu Dr. Alberto, acrescentando: "No es­tudo da Psiquiatria, desde os tempos de acadêmico, vi-me induzido a reformular os conceitos de fé que havia trazido da infância e da ju­ventude... Apurei, porém, mais reflexões sobre Deus, a vida e seus in­trincados mistérios que, afinal, nada mais são do que desconhecimento das leis que regem o equilíbrio geral e mantêm a ordem. O inusitado, tido por sobrenatural, o ignorado, posto como miraculoso, não passam de acontecimentos explicáveis numa mecânica não necessariamente fí­sica, sujeita aos impositivos materiais... Afinal, tudo é energia em diferente estado de apresentação". Dito isto, a conversa enveredou por assuntos da família e o médico, para os deixar mais à vontade, reti­rou-se por alguns instantes. A alegria era geral. Dr. Bezerra acercou-se então de Julinda e aplicou-lhe forte indução mental que a moça re­cebeu como se fosse uma inspiração, que a fazia recordar algo muito importante. Julinda contou-lhes, assim, a falta que todos ignoravam, rogando de ambos e de Deus perdão pelo aborto praticado. Influenciada por Juvêncio, D. Angélica procurou confortá-la dizendo: "É que você já  estava enferma sem o saber, minha filha. Deus é todo bondade e perdoá-la-á, por meios que ignoramos". "Eu sei, mamãe", disse Julinda. "E creio que já  me está perdoando. O crime oculto é cruel, enquanto fica em silêncio, soterrado na consciência. Ao confessá-lo a você e a Ro­berto, que nunca mereceram ser magoados, é como se eu retirasse terrí­vel peso que me esmagava, asfixiando-me a alma... Além disso, eu gos­taria de dizer que estou disposta a ser mãe, logo Deus me permita, em­bora não seja totalmente do meu agrado... Será uma forma de reabili­tar-me." (Cap. 30, pp. 232 e 233)

121. Os fatores da cura - D. Angélica ficou comovida e, tal como ocorreu com a filha, prorrompeu em pranto. Julinda informou então que a mudança de atitude lhe sucedeu após um sonho, dias atrás: "Foi tene­broso e feliz. Recordo-me de pouco, mas eu tenho certeza de que foi durante a sua ocorrência que tudo se modificou em mim..." A mãe e o esposo entreolharam-se, mas nada revelaram acerca dos sonhos que tam­bém tiveram. Julinda disse-lhes ainda que antes não conseguia orar, devido ao aturdimento em que se encontrava, mas agora já conseguia pensar em Deus e rogar-lhe ajuda. Manoel P. de Miranda anotou: "Em verdade, quando mais se necessita da prece, receios, escrúpulos e tor­mentos que cultivamos, interferem, impedindo a bênção da comunhão com o Alto, exatamente nos momentos em que mais se faz importante a sua ação". Findo o encontro, considerando que Julinda necessitava de re­pouso, Dr. Alberto deu a todos uma boa notícia: "Se prosseguir o qua­dro conforme agora nos é apresentado, poderemos dar alta, à nossa pa­ciente, nos próximos dez dias. Iremos diminuindo a dose da medicação antidepressora, deixando somente uma terapia de manutenção, que poderá  ser supressa oportunamente, evitando-se dependências prejudiciais, desnecessárias..." A família de Julinda saiu do Hospital esperançosa e Manoel P. de Miranda observou: "De certo modo, grande parte do êxito, em quaisquer processos desobsessivos, depende do próprio enfermo, após receber a ajuda superior, que o predispõe ao entendimento da problemá­tica e ao discernimento das responsabilidades". No caso em foco, a au­sência de Ricardo muito contribuiu para a recuperação da enferma, mas Julinda modificara o seu temperamento difícil e concorrera para a cura com o desejo de recuperar-se, o esforço para fugir ao remorso, pen­sando na reabilitação através da futura maternidade, e a luta contra a depressão, por anelar o retorno ao seio da família. Como não existe violência nos Soberanos Códigos da Justiça Divina, o livre-arbítrio assume um papel de alta relevância em todos os cometimentos humanos. É o que acontece, por exemplo, na terapia do passe, em que a disposi­ção do paciente exerce papel relevante para os resultados. (Cap. 30, pp. 234 e 235)

122. Nossos problemas procedem de nós mesmos - Em sentido inverso, a má-vontade habitual, em muitos enfermos, que se agastam com facili­dade, tornando-se exigentes e biliosos, gera energia de alto teor des­trutivo que se irradia do interior da pessoa para o seu exterior, pro­duzindo a anulação da força que parte de fora para dentro. Julinda, inspirada e apoiada pelo plano espiritual, agasalhou a inspiração po­sitiva e resolveu cooperar, o que facilitou enormemente o prossegui­mento do socorro que lhe era ministrado. Cibele foi notificada, no dia seguinte, sobre os auspiciosos acontecimentos e ofereceu-se para apresentar o Sr. Arnaldo, presidente do Centro que ela frequentava, a D. Angélica e seu genro. O encontro deu-se à noite e Dr. Bezerra, que o inspirara, esteve presente, juntamente com Juvêncio e Manoel P. de Miranda. Modesto e esclarecido, Arnaldo conquistou logo os anfitriões, visto que, irradiando muita serenidade interior, que o envolvia num halo de simpatia, produziu agradável impressão, o que facultou uma conversação franca e produtiva. Roberto expôs-lhe a problemática de Julinda, evitando tocar na questão do aborto e situando a enfermidade dentro do quadro de PMD. Concluído seu relato, solicitou a opinião do visitante, a respeito da colocação espírita sobre o assunto. Arnaldo elucidou: "Para nós, espiritistas, todos os problemas que afligem a criatura, dela própria procedem. É o Espírito o agente dos aconteci­mentos que o afetam. Adquirindo experiências que o promovem à evolu­ção, repara, numa existência, os erros noutra cometidos, encetando ta­refas novas ou corrigindo as anteriores e armazenando sabedoria, com que cresce para a vida em conhecimento e amor. Nesse largo processo de desenvolvimento espiritual, não poucas vezes compromete-se com o mal, atraindo animosidades ou gerando inimigos, que se lhe associam à eco­nomia espiritual, de que se liberta somente a pesados ônus de sofri­mentos e testemunhos de arrependimento, de amor". (Cap. 30, pp. 236 e 237)

123. Causas da obsessão - Arnaldo prosseguiu: "Em muitas si­tuações dessa natureza, surgem obsessões de curto ou largo porte, me­diante as quais aqueles que se consideram dilapidados nos seus recur­sos e po­sições investem, furibundos, em cobranças absurdas, criadas pela sua inferioridade moral, de que se não dão conta, convidando o infrator à reconsideração do comportamento e oportuno ajustamento emo­cional". "As obsessões, portanto, – asseverou o dirigente espírita – decorrem de faltas cometidas, pela vítima atual, em oportunidades ou­tras, que não foram convenientemente reparadas. A presença da culpa instala uma to­mada psíquica no devedor, que lhe permite receber o plugue do seu desa­feto, consciente ou inconscientemente, dando surgimento ao intercâmbio psíquico dos envolvidos na mesma trama infeliz, aí nas­cendo o descon­forto da criatura que, lentamente, vai sendo dominada pela força do agente agressor, que se lhe assenhoreia da casa mental." Arnaldo ex­plicou também que em outros casos, quando a falta perpetrada é muito grave, a ação corrosiva do pensamento malévolo desgasta as es­truturas moleculares do perispírito, dando origem a processos de lou­cura ou alienações, bem como a deformidades mentais, limitações psí­quicas e distúrbios fisiológicos, que lhe constituem abençoado escoa­douro das imperfeições agasalhadas ou vividas. Concluindo, o dirigente acentuou que "o homem é o autor do seu destino e que, em qualquer pro­cesso de evolução, pelo trabalho e redenção na dor, há sempre interfe­rência dos adversários desencarnados, que aumentam a prova do incurso no res­gate". Reportando-se à enfermidade de Julinda, esclareceu, em seguida, que sua melhora não era devida apenas aos medicamentos toma­dos no Hos­pital. É que a ação dos Bons Espíritos não se dá  apenas nas reuniões espíritas específicas. No caso dela, com certeza, as orações sinceras de alguém, suplicando auxílio, atraíram a atenção do Senhor, facul­tando assim o desencadeamento de todo um trabalho que se realizou além dos limites do mundo objetivo, corporal, visto que a vida é de natu­reza espiritual e o homem nada mais é que um Espírito encarnado, cujo mundo verdadeiro, o mundo causal, donde procede e para onde vai, é o parafísico. (Cap. 30, pp. 238 e 239)

124. Na esfera do sonho - "Parece-me lógico – interferiu D. Angélica –, considerando-se o fato de que, além de rogar a Jesus pela minha filha, passei a suplicar ao Dr. Bezerra de Menezes, de quem muito tenho ouvido falar, inclusive pela nossa Cibele, que a socor­resse, que nos auxiliasse. A partir de então e especificamente numa das noites do Carnaval, pedi, em lágrimas, a sua intermediação junto ao Mestre, deixando-me dominar por estranho e agradável bem-estar." A mãe de Julinda contou então que naquela noite, após a prece, adormeceu e sonhou com a filha, despertando no dia seguinte mais serena e con­fiante. "Posteriormente, numa mesma noite – acrescentou –, tivemos sonhos idênticos, Roberto, Cibele e eu... Seriam estes so­nhos algo de real?" Arnaldo explicou que, enquanto dorme o corpo, o Espírito des­prende-se parcialmente da matéria e vai ao encontro de pessoas ou lugares onde gostaria de estar. Toma então conhecimento de ocorrências e participa de atividades próprias aos sítios onde se en­contra, mas, ao despertar no corpo, nem sempre se recorda do que suce­deu. A atividade durante o sono é, portanto, intensa. "O sono, considerado uma forma de morte breve – acentuou Arnaldo –, propicia aos homens continuarem em contato com o mundo espiritual donde procedem, de certo modo, recordando-os das suas origens. Nem sempre, porém, guardamos a consciência do que sonhamos. Seja porque nos não convenha lembrar, havendo um au­tomático bloqueio da memória, seja em razão da própria condição mate­rial um tanto grosseira, que nas pessoas menos adestradas impede a lu­cidez das ocorrências, entorpecendo-a." Arnaldo disse, então, que acreditava que D. Angélica, após orar, fora levada, em espírito, a vi­sitar a filha, tomando conhecimento dos sucessos que lhe estavam pro­gramados por algum Benfeitor Espiritual, provavelmente o Dr. Bezerra de Menezes. "Como se depreende – concluiu o dirigente da Casa Espí­rita –, não se torna imprescindível a ação física unica­mente, para que se colimem os efeitos morais, espirituais positivos. O intercâmbio entre Espíritos encarnados é muito grande, na esfera dos sonhos, e, muito maior, destes com os desencarnados." (Cap. 30, pp. 240 e 241)  (Continua no próximo número.) 
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita