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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 298 - 10 de Fevereiro de 2013

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 
 

O perispírito e a lei de
causa e efeito

“A cada um será dado de acordo com as suas obras”. -   Jesus.  (Mt., 16:27.)


A Alma está durante a vida material, assim como depois da “morte”, sempre revestida de um invólucro fluídico, mais ou menos sutil e etéreo que Allan Kardec denominou perispírito.  Na verdade, ele é um conglomerado energético, constituído de várias camadas de campos de força, que se liga ao Espírito pelo lado mais quintessenciado e pelo lado mais denso ao corpo somático.

Com toda razão informa o ínclito Mestre Lionês[1], que o perispírito é o mais importante produto do fluido cósmico, em torno de um foco de inteligência ou Alma.

Ao mesmo tempo em que o perispírito transmite à Alma as impressões dos sentidos, ele comunica ao corpo físico as vontades do Espírito.   Compreendemos assim que sem o perispírito somos todos inviáveis: nada funcionaria, pois ele é também o modelador plástico das formas que mantêm o complexo somático em harmonia.

Ensina Léon Denis[2]: “(...) Como o carvalho que guarda em si os sinais de seus desenvolvimentos anuais, assim também o perispírito conserva, sob suas aparências presentes, os vestígios das Vidas anteriores, dos estados sucessivamente percorridos. Esses vestígios repousam em nós muitas vezes esquecidos, porém, desde que a Alma os evoca, desperta a sua recordação, eles reaparecem, com outras tantas testemunhas, balizando o caminho longa e penosamente percorrido.

Os Espíritos atrasados têm envoltórios impregnados de fluidos materiais.  Sentem ainda depois da morte as impressões e as necessidades da Vida terrestre.  A fome, o frio e a dor subsistem entre aqueles que são mais grosseiros.  Seu organismo fluídico, obscurecido pelas paixões, só pode vibrar fracamente e, portanto, suas percepções são mais restritas.  Nada sabem da Vida do Espaço.  Em si e ao seu redor tudo são trevas.   A Alma pura, livre das atrações bestiais, forma um perispírito semelhante a si própria.  Quanto mais sutil for esse perispírito, tanto maior força expende, tanto mais se lhe dilatam suas percepções...

(...) No momento da morte, destaca-se da matéria tangível, abandona o corpo às decomposições do túmulo, porém, inseparável da alma, conserva a forma exterior da personalidade desta.  O perispírito é, pois, um organismo fluídico; é a forma preexis­tente e sobrevivente do ser humano, sobre a qual se modela o envoltório carnal, como uma veste dupla e invisível, constituída de matéria quintessenciada, que atravessa todos os corpos por mais impenetráveis que estes nos pareçam.

A matéria grosseira, incessantemente renovada pela circulação vital, não é a parte estável e permanente do homem. O perispírito é que garante a manutenção da estrutura humana e dos traços fisionômicos, e isto em todas as épocas da Vida, desde o nascimento até a morte.   Exerce assim a ação de um molde con­trátil e expansível sobre o qual as moléculas se vão incorporar.

Esse corpo fluídico não é, entretanto, imutável; depura-se e enobrece-se com a alma; segue-a através das suas inumeráveis encarnações; com ela sobe os degraus da escada hierárquica, torna-se cada vez mais diáfano e brilhante para, em algum dia, resplandecer com essa luz radiante de que falam as bíblias antigas e os testemunhos da História a respeito de certas aparições. É no cérebro desse corpo espiritual que os conhecimentos se armazenam e se imprimem em linhas fosforescentes, e é sobre essas linhas que, na reencarnação, se modela e se forma o cérebro da criança.

A elevação dos sentimentos, a pureza da Vida, os nobres impulsos para o bem e para o ideal, as provações e os sofrimentos pacientemente suportados depuram pouco a pouco as moléculas perispiríticas, desenvolvem e multiplicam as suas vibrações.  Como uma ação química, eles consomem as partículas grosseiras, e só deixam subsistir as mais sutis, as mais delicadas...

Por efeito inverso, os apetites materiais, as paixões baixas e vulgares reagem sobre o perispírito e o tornam mais pesado, denso e obscuro.  A atração dos globos inferiores, como a Terra, exerce-se de modo irresistível sobre esses organismos espi­rituais, que em parte conservam as necessidades do corpo e não podem satisfazê-las. As encarnações dos Espíritos que sentem tais necessidades sucedem-se rapidamente, até que o progresso pelo sofrimento venha atenuar suas paixões, subtraí-los às influências terrestres e abrir-lhes o acesso de mundos melhores.

Estreita correlação liga os três elementos constitutivos do ser.  Quanto mais elevado é o Espírito, tanto mais sutil, leve e brilhante é o perispírito, tanto mais isento de paixões e moderado em seus apetites ou desejos é o corpo.  A nobreza e a dignidade da alma refletem sobre o perispírito, tornando-o mais harmônico em for­mas e mais etéreo; revelam-se até sobre o próprio corpo; a face então se ilumina com o reflexo de uma chama interior.

É pelas correntes magnéticas que o perispírito se comunica com a alma. É pelos fluidos nervosos que ele está ligado ao corpo.  Esses fluidos, posto que in­visíveis, são atilhos poderosos que o prendem à matéria, do nascimento à morte, e mesmo, nos sensuais, assim o conservam, até a dissolução do organismo. A agonia nos re­presenta a soma de esforços realizados pelo perispírito a fim de se desprender dos laços carnais. O fluido nervoso ou vital, de que o perispírito é a origem, exerce um papel considerável na economia orgânica.  Sua existência e seu modo de ação podem ex­plicar bastante a questão dos problemas patológicos”.

 Em outro livro, ensinou o nobre cidadão de Foug[3]:

“(...) O perispírito é o transmissor de nossas impressões, sensações e lembranças. Anterior à vida atual, inacessível à destruição pela morte, é o admirável instrumento que para si mesma a alma constrói e que aperfeiçoa através dos tempos; é o resultado de seu longo passado. Nele se conservam os instin­tos, se acumulam as forças, se fixam as aquisições de nossas múltiplas existências, os frutos de nossa lenta e penosa evolução.

A substância do perispírito é extremamente sutil, é a matéria em seu estado mais quintessenciado, é mais rarefeita que o éter, suas vibrações, seus movimentos ultrapassam em rapidez e penetração os das mais ativas substâncias. Daí a facilidade de os Espíritos atravessarem os corpos opacos, os obstáculos materiais e transporem consideráveis distâncias com a rapidez do pensamento.

Insensível às causas de desagregação e destruição que afetam o corpo físico, o perispírito assegura a estabilidade da Vida em meio da contínua renovação das células. É o modelo invisível através do qual passam e se sucedem as partículas orgânicas, obedecendo as linhas de força, cuja reunião constitui esse desenho, esse plano imutável, reconhecido por Claude Bernard como necessário para manter a forma humana em meio das constantes modificações e da renovação dos átomos.

O perispírito é o organismo fluídico completo; é ele que, durante a Vida terrestre, pelo grupamento das células, ou no espaço, com o auxílio da força psíquica que absorve nos médiuns, constitui sobre um plano determinado, as formas, duradouras ou efêmeras, da Vida.  É ele, e não o corpo ma­terial, que representa o tipo primordial e persistente da forma humana.

O corpo fluídico é um foco de energias.  A força magnética, por certos homens projetada em abundância, e que pode, de perto ou de longe, fazer sentir sua influên­cia, aliviar, curar, é uma de suas propriedades. Nele tem sua sede a força psíquica indis­pensável à produção dos fenômenos espíritas.

 O perispírito não é somente um receptáculo de forças, mas também o registro vivo em que se imprimem as imagens e lembranças: sensações, impressões e fatos, tudo aí se grava e fixa.

As vibrações do perispírito se reduzem sob a pressão da carne; read­quirem sua amplitude logo que o Espírito se desprende da matéria e reassume a liberdade.  Sob a intensidade dessas vibrações, as impressões acumuladas no perispírito res­surgem.

O nosso perispírito, sutil ou grosseiro, radiante ou obscuro, representa o valor exato e a soma de nossas aquisições.  Os nossos atos e pensa­mentos pertinazes, a tensão de nossa vontade em determinado sentido, todas as volições do nosso ser mental repercutem no perispírito e, conforme a sua natureza, inferior ou elevada, generosa ou vil, assim dilatam, purificam ou tornam grosseira a sua substância. Daí resulta que, pela constante orientação de nossas ideias e aspirações, de nossos ape­tites e procedimentos em um sentido, ou noutro, pouco a pouco fabricamos um envoltório sutil, recamado de belas e nobres imagens, accessível às mais delicadas sensações, ou um sombrio domicílio, uma lôbrega prisão, em que, depois da morte, a alma restringida em suas percepções se encontra sepultada como num túmulo.  Assim cria o homem para si mesmo o bem ou o mal, a alegria ou o sofrimento.  Dia a dia, lentamente, edifica ele seu destino.  Em si mesmo está gravada sua obra, visível para todos no Além.

É por esse admirável mecanismo das coisas, simples e grandioso ao mesmo tempo, que se executa, nos seres e no mundo, a lei de causalidade ou de consequência dos atos, que outra coisa não é senão o cumprimento da justiça. 


 

[1] - KARDEC, Allan. A Gênese. 43. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XIV.

[2] - DENIS, Léon. Depois da Morte. 23. ed. Rio [de Janeiro]: 2004, capítulos XXI e XXII, 3ª parte.

[3] - DENIS, Léon. No Invisível. 19.  ed. Rio [de Janeiro]: 2000, 1ª parte, cap. III.

                                               
 


 


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