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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 297 - 3 de Fevereiro de 2013

LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com 
São João Del Rei, MG
(Brasil)

 
 

As pesquisas sobre reencarnação e mediunidade


A pesquisa sobre a reencarnação é, sem dúvida alguma, um tema altamente interessante e relevante, tanto para o Espiritismo como para a evolução da Espiritualidade da Terra de uma forma geral.

De fato, os temas reencarnação e mediunidade, com especial destaque para as análises das evidências dos respectivos fenômenos, causam grande interesse e geram informações muito consistentes para a comprovação da veracidade destes princípios. É interessante notar que apesar de serem temas, a priori, independentes, ambos geram evidências da imortalidade da alma, ou seja, ambos corroboram-se mutuamente em relação ao princípio da “existência, independência em relação ao corpo e imortalidade da alma”.

Do ponto de vista da metodologia de pesquisa, é possível dizer que tanto reencarnação como mediunidade ainda são assuntos cujos procedimentos investigativos não são triviais. Neste contexto, poderíamos até supor que as pesquisas envolvendo reencarnação seriam, a priori, mais complexas do que aquelas abrangendo mediunidade. Isto porque existe um significativo número de médiuns ostensivos conhecidos no movimento espírita e mesmo fora dele, o que permite avaliações diversas, tais como obtenção de eletroencefalogramas atípicos durante o transe mediúnico (psicográfico ou psicofônico), medições de reações fisiológicas adrenérgicas ou colinérgicas, durante o transe mediúnico, avaliação da quantidade de cristais presentes na epífise (glândula pineal) em médiuns ostensivos, entre outras, semelhantemente aos estudos desenvolvidos pelo Doutor Sérgio Felipe de Oliveira. Ademais, o próprio conteúdo da mensagem tem um caráter decisivo a partir da avaliação comparativa que é desenvolvida quando o Espírito comunicante é entidade conhecida, ou por trabalhos espirituais anteriores ou por seu nome em anterior encarnação. Em se tratando de mediunidade de efeitos físicos, os investigadores procuram se certificar de que não há fraude de nenhuma espécie e buscam o máximo de informações que caracterizam o efeito objetivo obtido e suas consequências diretas e indiretas.

Por outro lado, em se tratando de pesquisas sobre reencarnação, a comprovação da veracidade do fato parece ser ainda mais complexa. Segundo o professor Hernani Guimarães Andrade, os casos que sugerem reencarnação são divididos basicamente em “casos resolvidos” e “casos não resolvidos”.

Caso resolvido seria um episódio com um grande volume de dados, normalmente obtidos via lembrança espontânea do indivíduo reencarnado, tão concretos, específicos, particulares e, às vezes, secretos, que seria muito improvável que o “acaso” estivesse “atuando”, ou que fosse uma fraude, na maioria das vezes sem justificativa cabível. Chama-se “caso resolvido” porque a individualidade anterior é totalmente identificada, ou seja, chega-se à conclusão que o indivíduo A muito provavelmente é a reencarnação do indivíduo B, que viveu do ano X até o ano Y (obviamente, não pode, em hipótese alguma, haver superposição com o intervalo de vida do novo indivíduo, contando, inclusive, os meses de gestação desde a concepção, o que eliminaria completamente a respectiva hipótese) etc.

Caso não resolvido é o caso que sugere reencarnação, mas que não foi possível concluir com um número suficiente de evidências qual o nome da “persona” na reencarnação anterior. Por exemplo, uma criança brasileira de dois anos começa a falar a língua chinesa, sem ter tido qualquer contato prévio com alguém que saiba falar esse idioma. É um caso interessante que merece ser investigado, ou seja, analisado com todo o rigor por especialistas da língua chinesa e estudiosos da reencarnação para que sejam avaliados o número de termos e\ou expressões pronunciadas, o significado delas e quanto o conjunto das evidências sugere uma bagagem de encarnação anterior. Mesmo não se chegando ao nome da personalidade da vida anterior, tal fenômeno (o “caso não resolvido”) é muito interessante para se estudar a evolução do Espírito; os mecanismos de aprendizado e “recordação”, sobretudo da criança; a influência do tempo de intervalo entre encarnações e as experiências que o Espírito vivenciou no mundo espiritual, tanto no que se refere ao binômio esquecimento-lembrança dos episódios das vidas passadas como no que se relaciona ao amadurecimento espiritual e planejamento reencarnatório do Espírito. Apesar dessa bagagem extraordinária de dados e informações extremamente interessantes e válidas para o estudo associado às várias nuances relacionadas ao tema reencarnação, de uma forma geral, o “caso não resolvido” não chega à identificação da personalidade da vida anterior (que seria o “caso resolvido”), o que, de fato, é algo ainda mais raro.

Como seria de se esperar, muitos críticos do Espiritismo e do princípio reencarnacionista, de uma forma geral, negam veementemente as evidências apresentadas, recorrendo ao “inconsciente”, à coincidência, ao acaso e à fraude para refutar tais evidências.

Conhecedores dessa realidade, Professor Ian Stevenson, Doutor Hernani Guimarães Andrade e outros pesquisadores focaram seus últimos estudos envolvendo reencarnação predominantemente sobre as chamadas “marcas de nascença”, que muitas vezes tinham correlação com episódios e\ou marcas dos corpos da encarnação anterior. De fato, em função da ação de “modelo organizador biológico (MOB)” do perispírito, foram “plasmados” no novo corpo, principalmente quando o intervalo entre as reencarnações é relativamente pequeno (comumente de cinco a oito anos).

Obviamente, mesmo com as supracitadas evidências físicas e o grande volume de dados reunidos, sobretudo Hemendra Nath Banerjee e Ian Stevenson, entre outros, a ciência dita “oficial” ainda engatinha nos estudos nessa área.

Dentro deste contexto, não podemos esquecer-nos de mencionar os casos de psicólogos e psicoterapeutas que, utilizando de técnicas de regressão de memória para voltar a episódios traumáticos de infância e da vida intrauterina, observaram com muita surpresa a lembrança de episódios, na maioria das vezes traumáticos, que faziam supor outra vida no passado. Muitas dessas lembranças tornaram-se, posteriormente, casos resolvidos, através de longos e árduos estudos. Estes eventos deram ensejo ao surgimento da chamada Terapia das Vidas Passadas (TVP), por meio do trabalho estupendo de um número enorme de grandes pesquisadores como, por exemplo, Doutor Morris Netherton.

Allan Kardec, o ilustre codificador da Doutrina Espírita, considera que uma opinião pessoal não pode ser considerada como critério para a identificação da verdade, por mais nobre que seja o indivíduo, encarnado ou desencarnado, que emita essa opinião. Obviamente, a opinião pode estar correta, mas sem testarmos com o rigor necessário essa opinião, estudando, comprovando, procurando evidências que corroborem a respectiva proposta, estaremos correndo o risco de cometer erros em nossas avaliações, por estarmos ignorando o método de avaliação do conteúdo da mensagem (conteúdo, lógica, objetividade, clareza na exposição, forma escorreita, coerência com a ciência, caráter moral do emissor) e o controle do ensino através da sua universalidade (afinal, o que é verdade é verdade sempre, em qualquer lugar e em qualquer contexto).

É claro que, frequentemente, é difícil, por uma série de motivos e contextos, aplicarmos, com rigor, tais critérios em nossos estudos. Contudo, nestes casos, a opinião pessoal deve ser registrada como uma informação relevante, a qual pode ser considerada uma “hipótese de trabalho”, esperando novas evidências para aumentar a probabilidade de poder passar pelo crivo da avaliação qualitativo-quantitativa do conteúdo da mensagem. Até lá, sua utilização como tema para estudos na casa espírita não deveria ser considerada prioritária.

Levando em consideração tais critérios e admitindo que todos nós, sem exceção, podemos estar doutrinariamente equivocados em determinado tópico, poderemos estudar mais e melhor todas as “hipóteses de trabalho”. Entretanto, tais estudos devem ocorrer em ambientes e contextos adequados a tais abordagens, uma vez que não são pontos pacíficos e prioritários para o dia-a-dia da casa espírita. De qualquer maneira, é dever do espírita sincero ter muito respeito pelas opiniões discordantes dos confrades, independentemente do tema em questão.

Assim sendo, seria interessante, sobretudo em se tratando de estudos envolvendo identificação de personalidades reencarnadas, que considerássemos as diversas propostas apresentadas pelos diferentes confrades como “hipóteses de trabalho” (todas elas, sem exceção). Desta forma, respeitando as diferentes opiniões, deixaríamos em “banho-maria”, em um primeiro momento, as novas propostas que surgissem, até que o volume de evidências concretas, através de estudos que respeitassem os critérios propostos por Allan Kardec, seja tão elevado e consistente que, lenta, natural e gradualmente, as propostas sejam mais sustentáveis.

Para concluir, seria válido refletir que aquilo que em um primeiro momento não pode ser provado que está certo, pode também não ser comprovado que esteja errado. Nessa situação, a orientação de Erasto em “O Livro dos Médiuns” é interessante: “É preferível rejeitar dez verdades a aceitar uma única mentira”. A “rejeição”, neste caso, não representaria medida irrevogável e\ou de excesso de ortodoxia, mas simplesmente um cuidado doutrinário, uma espécie de adiamento, até o momento em que o aumento do número e da qualidade das evidências faça com que o tema necessite ser retomado de forma mais efetiva. Se este momento não chegar, significa que nós evitamos uma perda de foco e de tempo em temas menos prioritários, pois as dúvidas concernentes à evidência do fato permaneceriam; se o momento chegar, passamos a estudar mais detidamente o tema em questão com mais subsídios para discussões doutrinárias menos especulativas e, consequentemente, mais producentes. Assim, evitaríamos perder o foco das prioridades doutrinárias, sem inibir o estudo, a iniciativa e o trabalho em assuntos de maior predileção de cada confrade.

 

 


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