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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 297 - 3 de Fevereiro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 16)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Marita tentou adquirir veneno uma farmácia, com o propósito claro de se matar. O farmacêutico forneceu-lhe a droga?

Não. Sob a influência do instrutor Félix, ele percebeu qual era o real objetivo da jovem e forneceu-lhe somente comprimidos calmantes, de potencialidade suave, que, se ingeridos por ela, funcionariam beneficamente, proporcionando-lhe sono reparador. (Sexo e Destino, capítulo XIV, pp. 165 a 167.)

B. Por que Marita despertou de repente e começou a andar, cambaleante, pela via pública, sob risco real de ser atropelada?

Ela ingeriu os comprimidos e dormiu. Além disso, recebeu passes reconfortantes ministrados por Félix. Bem cedo, quando despontava o dia, um gari asselvajado largou a rua e caminhou na direção dela, sacudindo-a e dizendo: "acorda, vagabunda", "acorda, vagabunda", o que fez com a jovem despertasse e saísse, sem rumo, a caminhar pela via pública. (Obra citada, capítulo XIV, pp. 167 a 169.) 

C. Ao ser atropelada, Marita faleceu no mesmo ato?

Não. O irmão Félix, que assistiu a toda a cena, sentou-se no asfalto e, aplicando vigorosos estímulos mag­néticos sobre a cabeça da jovem acidentada, fê-la cobrar energias para ganhar, mecanicamente, o decúbito dorsal, a fim de que respirasse indene de maiores dificuldades. Marita aquietou-se, embora André tivesse a nítida impressão de que a base do crânio da infeliz criatura tinha sido fraturada. O falecimento ocorreria dias depois. (Obra citada, capítulo XIV, pp. 169 a 170.) 

Texto para leitura 

76. O desprezo de Gilberto abala a jovem - Nesse ponto da con­versa, Marita baqueou e debruçou-se na cantoneira, inabilitada a reto­mar o fone, à vista dos soluços que lhe rebentavam no peito. Diz André que era possível escutar, nitidamente, a voz de Gilberto, a distância, gritando: "Marina, Marina! diga o que há, diga, diga!..." Com a mão encharcada de lágrimas, Marita repôs o fone no gancho, com a tristeza de quem cerrava, em definitivo, as portas do coração. Com esforço, re­constituiu, quanto possível, a tranquilidade fisionômica e tornou à sala, onde dona Cora lhe serviu um café, que aceitou, constrangida. Conversa vai, conversa vem, a amiga estranhou-lhe o abatimento, a pa­lidez, os olhos que não cessavam de chorar. Marita explicou-se, en­saiando um sorriso que não chegou a debuxar-se. Alegou-se gripada. Tinha coriza renitente, coriza brava, e precisava mesmo passar na far­mácia próxima, onde, na sequência, o senhor Salomão a atendeu pater­nalmente. O velho farmacêutico examinou-lhe a língua e aplicou o ter­mômetro, sem encontrar nenhuma febre. Aconselhou-a, então, a ir para casa, descansar. Não deveria aceitar serviço extra, até aquela hora da noite – comentou, bonachão –, e acrescentou que ela facilmente en­contraria remédios para comprar, mas não a saúde. A jovem recolheu a aspirina que ele receitou para nevralgia e fez o gesto típico de quem se prepara para retirar-se, voltando, porém, à carga, aparentando re­cordar uma providência esquecida. "Salomão –  disse-lhe a moça –, não sei se você está lembrado de Joia, a minha velha cadelinha, que os me­ninos algumas vezes abraçaram na praia..." O boticário disse lembrar-se de Joia, perfeitamente. "Pois é –  prosseguiu Marita, afetando pena – nossa pequena Joia está no fim..." E informou ao farmacêutico que a cadela contraíra uma doença incurável, que a fazia gritar sem pausa, num verdadeiro martírio. Segundo o veterinário, Joia estava condenada. (Cap. XIV, pp. 163 a 165) 

77. Marita prepara o suicídio - Prosseguindo, Marita disse que o bichinho se tornara problema no apartamento. O síndico reclamara. Os vizinhos andavam contrafeitos. Os pais aguardavam que o veterinário amigo voltasse de São Paulo, a fim de que se aplicasse a eutanásia; entretanto, haviam autorizado tanto a ela, quanto à irmã, o emprego de algum remédio que pudesse trazer-lhe o descanso final. Não teria o farmacêutico algumas pílulas adequadas? Ouvira dizer de comprimidos que, administrados em dose alta, propiciavam a morte, absolutamente sem dor; no entanto não lhes conhecia o nome. O senhor Salomão, sem qualquer prevenção, confirmou. Sim, era provável que tivesse no esto­que alguns desses anestésicos de elevada potência e salientou que, se a cadelinha fora condenada pelo veterinário, não deveria ser conser­vada. Convencido, pois, pelas informações da moça, dirigiu-se a pe­queno depósito, a procurar ditas pílulas. Félix e André aproximaram-se, então, do boticário e o abordaram mentalmente. O benfeitor rogou-lhe examinasse a situação. Fitasse aquela menina, fatigada e só, além das dez da noite, longe de casa. Despenteada, olheiras fundas, sem bolsa, sem agasalho. Ele, Salomão, era pai e avô sensível. Não desse, pois, orientação em torno de venenos. Tivesse cuidado. Sossegasse aquela criança abatida com algum soporífero, iludindo-a. Mentisse por piedade, mostrasse compaixão, adiando entendimento mais claro para de­pois. Salomão assimilou com facilidade os apelos e se enterneceu. Mi­rando a jovem, sem que esta o visse, pela porta semicerrada, espantou-se ao vê-la mais atentamente, porque Marita se lhe afigurava uma peça do museu de cera, amarrotada, inerte. "Oh! meu Deus –  refletiu ele, desconsolado – , isso não é coriza, isso é dor moral, dor terrí­vel!..." O farmacêutico parou a pesquisa iniciada e sacou de largo recipiente de vidro alguns sedativos comuns e, tornando à presença da moça, asseverou: "São estes. Para a cachorrinha, no estado de que você fala, basta um". "Tão violento assim?", perguntou a jovem. "Isso é uma bomba de aplicação muito rara", afirmou o boticário, alegando, porém, que só poderia fornecer o produto ante a receita médica. A responsabi­lidade pesava-lhe, muito grande. Marita, evidentemente, insistiu. Que o farmacêutico não duvidasse. O veterinário assinaria o papel. O boti­cário refletiu, refletiu... E, voltando ao depósito, escolheu dez com­primidos calmantes, de potencialidade suave, que, se ingeridos por ela, funcionariam beneficamente, prodigalizando-lhe sono reparador. (Cap. XIV, pp. 165 a 167) 

78. Félix vale-se de acupuntura magnética - Marita agradeceu e des­pediu-se de Salomão, que lhe recomendou repouso, juízo. Vagarosa, a moça atravessou dois quarteirões pela frente, ganhou a Avenida Atlân­tica e acolheu-se num bar, onde solicitou um copo de água simples, sem gás, em recipiente de plástico. Prontamente atendida, transpôs o as­falto e dirigiu-se à praia, acomodando-se no lugar que lhe pareceu mais escuro. Aspirava a morrer ao pé do mar, daquele mar sereno e bom que nunca a enjeitara. Antes do gesto que considerava supremo, re­cordou a mãezinha que não conhecera. Rememorou as manhãs felizes em que desfrutara, ali mesmo, tantas vezes, o ar puro que vinha das águas e o agasalho do Sol. Classificava-se por lixo da terra e supunha desa­fogar a todos, renunciando à existência. Lamentou-se e chorou, longo tempo, enquanto Félix e André esperavam que dormisse para cuidarem dos problemas que eventualmente surgissem. Marita despejou os dez compri­midos na boca e engoliu-os de um sorvo com água pura. Brando torpor anestesiou-a. O relógio assinalava cinquenta e cinco minutos depois da meia-noite. Félix orou por instantes e dois rondantes desencarnados apareceram, ofertando serviço. Félix aceitou, reconhecido, e, enquanto os recém-chegados passaram a velar pela jovem, ele e André empreende­ram a tarefa restaurativa, para que a jovem não se afastasse, em espí­rito, do corpo desgovernado. Foram-lhe aplicados, então, passes recon­fortantes nos centros de força, estímulos variados em diversas seções do campo cerebral e insuflações nos vasos sanguíneos. As operações se desenvolveram minuciosa e demoradamente, e Félix utilizou até mesmo  acupuntura magnética do plano espiritual, em que patenteava notável mestria. Quase quatro horas foram despendidas, ao fim das quais Marita repousava, tranquilamente. Dava para ver nos olhos do benfeitor a es­perança luzindo, quando, de repente, um gari asselvajado largou a rua e caminhou na direção de Marita, sacudindo-a e dizendo: "acorda, vaga­bunda", "acorda, vagabunda". (Cap. XIV, pp. 167 a 169) 

79. Marita é atropelada - As palmadas do gari estalaram no rosto de Marita, que abriu os olhos, estarrecida. Atordoada, perguntava a si mesma se teria morrido, se estaria no inferno renteando com um demô­nio... Intentou gritar, mas a garganta esmorecera. Mesmo assim, er­gueu-se, aterrada, e aligeirou o passo, cambaleante. Superando embara­ços, ganhou a calçada em que um banco orvalhado convidava ao repouso, mas não dispunha de serenidade para assimilar as sugestões de Félix e André. Atarantada, seguiu caminhando, indiferente aos sinais do trân­sito. Os automóveis, as lambretas e os pedestres que passavam, em cor­reria, indicavam o início de um novo dia. André e o benfeitor seguiram a pobre menina, contundidos, porém, por amargos presságios. O irmão Félix, educador venerando, de repente descia aos saracoteios da via pública, para salvar uma criança querida. André, com simpatia e res­peito, acompanhava, penalizado, o grande instrutor que se apequenava e se afligia por ajudar... Rapazes semiembriagados numa esquina próxima, ao verem Marita vacilante, gargalharam, supondo-a alcooli­zada. Motoristas apressados gritavam-lhe injúrias e, sem que apare­cesse alguém que a sustentasse no atordoamento que lhe impunha reite­rados tropeções, Marita foi colhida e projetada a pequena distância, por um veículo em alta velocidade, qual trapo de carne que se arremes­sasse, violentamente, no chão. O carro chispou, transeuntes acorreram. A cabeça da jovem batera contra uma pedra e, em seguida a curta revi­ravolta, caíra de bruços. André, atônito, não sabia como proceder. To­davia, entre os clamores de quantos apelavam para o socorro policial, irmão Félix sentou-se no asfalto e, aplicando vigorosos estímulos mag­néticos sobre a cabeça da menina acidentada, fê-la cobrar energias para ganhar, mecanicamente, o decúbito dorsal, a fim de que respirasse indene de maiores dificuldades. Marita aquietou-se, mas André teve a nítida impressão de que a base do crânio da infeliz criatura tinha sido fratu­rada. (Cap. XIV, pp. 169 e 170) 

80. Félix roga a Deus pela moribunda - O irmão Félix, na atitude dos pais profundamente humanos e sofredores, acomodou-se de tal modo que a cabeça da jovem se lhe estendia no regaço. Erguendo as mãos so­bre as narinas em sangue, levantou os olhos e orou em voz alta: "Deus de Infinito Amor, não permitas que tua filha seja expulsa da casa dos homens, assim, sem nenhuma preparação!... Dá-nos, Pai, o benefício do sofrimento que nos consinta meditar! O' Deus de amor, mais uns dias para ela, no corpo dolorido, algumas horas só que sejam!..." Dito isto, o instrutor calou-se, como qualquer criatura terrestre machucada de angústia, e pediu a André fosse até o apartamento dos Nogueiras, para ver o que seria razoável obter, no tocante a medidas de auxílio. Que procurasse Cláudio ou Márcia e lhes suplicasse apoio, compaixão. Ele, Félix, inspiraria alguém a telefonar. Ao vê-lo assim humilhado na abnegação de que dava testemunho, André retirou-se à pressa, não só para atender à incumbência, mas também para desabafar-se. Às vezes –  diz André –, é preciso que as lágrimas nos sirvam de confidentes, quando não haja alguém que nos ouça... Antes de sair, ouviu muitas vo­zes que se elevavam, exclamando: "morta!... morta!...". Incapaz de so­pitar as lágrimas, voltou-se para contemplar no rosto do irmão Félix o efeito de semelhante notícia, concluindo que tudo estava acabado. Mas vigoroso impacto de esperança lhe banhou o coração!... E lhe veio a ideia de que fontes imponderáveis de energia jorravam do firmamento claro e estrelado sobre aquele recanto de Copacabana, que o mar acari­ciava de perto, como a rogar-lhe confiança em Deus, na linguagem ci­ciante das ondas!... Não!... A batalha não arrefecera! Eles tinham consigo o suprimento do amor e a luz da oração e, por isso, nem tudo estava perdido... (Cap. XIV, pp. 171 e 172) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita