WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Especial Inglês Espanhol    

Ano 6 - N° 296 - 27 de Janeiro de 2013

GUARACI DE LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)

 
 

Sobre o Passe Virtual

Cremos que a proposta do Passe Virtual tenha sido feita
com os melhores propósitos pelos nossos irmãos e
irmãs do Instituto André Luiz

Está sendo veiculado pela internet um site onde as pessoas podem receber o passe virtual. Este tema vai gerar muitas discussões, aceitações, negações e controvérsias. A princípio deixamos claro que nossa opinião é de ajuda. Entendemos que o Espiritismo traz em si inúmeras possibilidades de contatos com a espiritualidade e que, através delas, podemos fortalecer nossos ideais de promovermos um tempo melhor para nós e para a sociedade como um todo. Como Consolador prometido por Jesus, sem dúvida traz ele para a humanidade uma gama infinita de ajuda e esclarecimentos para a perfeita adequação do homem às Leis Divinas. Sou, particularmente, adepto a coisas novas. Sou partidário da evolução dos recursos tanto técnicos, científicos, filosóficos, religiosos quanto eletrônicos e virtuais. Assim foi que entrei no site do passe virtual instituído pelo Instituto André Luiz. (1)

Permiti-me ler todo o conteúdo explicativo dos seus idealizadores. Depois coloquei-me à disposição das páginas confortadoras que ilustram o passe virtual daquela organização. Sim, é confortante. Faz pensar e induz a uma reflexão. A iniciativa tem este grande mérito. Como se lê no site: “se a pessoa usa a Internet para fins sexuais, se busca salas de encontros, se visita páginas eróticas ou pornográficas, obviamente a Internet para ela será um recanto da mais baixa sensualidade e não lugar onde é possível receber energia santificada”. Certamente que a internet oferece todo tipo de opções para seus visitadores. Assim sendo, sites que conduzam à paz, à busca de si mesmo, que diferencie de todas as aberrações acima citadas, são excelentes para todos.

No mural de recados daquele instituto, lemos dezenas de opiniões de pessoas que utilizaram ou utilizam os recursos do passe virtual, tais como: Fiz o passe virtual e creio que tudo já está se resolvendo em minha vida... Obrigada por tudo, ó meu Deus... Tire de mim, por favor, essa ideia de suicídio... Muito obrigada”.  

Um outro que nos deixou pensativo: “Pedi ao Senhor que me guiasse no dia de hoje e entrei na pagina já salva nos meus favoritos sem querer, foi a mão do pai com certeza. Terei uma tarde difícil (divórcio), irei com a proteção do pai e com muita fé. Que a paz esteja com vocês. Amém”.

Não se pode avaliar o tamanho e o peso da dor alheia 

Notamos que as opiniões acima são de pessoas vivendo extremas crises existenciais e necessitando de ajuda espiritual. Por isso afirmamos a validade do site. Claro, temos que ajudar a todos que nos buscam. Ninguém pode avaliar a gama de dificuldades que hoje permeiam o viver humano, sabendo-se ainda que cada qual possui a sua quota de resistência e, portanto, não se pode avaliar o tamanho e o peso da dor alheia. É bom quando podemos contar com ajudas deste tipo e que nos confortam.

Li com atenção um outro recado daquele mural: “Recebi o passe pela segunda vez. Tenho fé que serei libertada desta depressão. Obrigado, Senhor, continue iluminando minha vida e da minha família, em especial Pedro Henrique, te amo, Senhor...” Aqui vemos uma pessoa carecendo muito da terapêutica tanto médica quanto as exercidas nos centros espíritas. Foi então que me surgiu a pergunta: - Será que somente através dos recursos daquele site nossa irmã acima conseguirá sair da depressão, na qual se diz envolvida? Então é esta a dúvida quanto ao passe virtual.

Martins Peralva no livro “Estudando a Mediunidade”, no capítulo 2, coloca que: “O passe a distância é uma alternativa que em condições ideais pode apresentar resultados quase tão satisfatórios quanto os que se obtêm quando o paciente e passista se encontram fisicamente no mesmo ambiente. Já que essas condições ideais dificilmente se verificam, seus resultados, na maioria das vezes, são pouco satisfatórios”. Partindo da anotação do notável Martins Peralva é que nos pomos a pensar sobre a validade do passe virtual enquanto terapêutica. Conversei detidamente com uma médium de cura aqui de Juiz de Fora, D. Maria Geny Barbosa, de 83 anos de idade, sessenta deles dedicados à mediunidade. Aquela senhora atende centenas de pessoas semanalmente com resultados extraordinários a ponto de o seu trabalho ter sido motivo de tese de doutorado de um estudioso do assunto. D. Geny nos disse calmamente e após instantes de reflexão: “Sim, meu filho, este trabalho é muito confortador, contudo, como terapia que possa levar alguém à cura, deixa a desejar. A pessoa precisa estar presente junto ao médium para que os fluidos combinados e dirigidos pelas vontades do médium e do Espírito que o assiste possam de fato ajudar a pessoa na solução dos seus males”.  

O passe a distância necessita da ação dos médiuns?  

Provavelmente nossa irmã nunca leu o livro de Martins Peralva e disse a mesma coisa que nosso companheiro que viveu em Belo Horizonte. Estes confrontos de ideias e opiniões capacitam-nos a uma análise isenta de qualquer peja de negação ou sarcasmo. Estamos apenas analisando. Gostaríamos muito de entender e concluir que o passe virtual realmente acalanta e cura, mas os especialistas, aqueles que trabalham mais diretamente com os fluidos, não nos deixam assim tão certos quanto a uma aceitação plena.

O Dr. Cristóvão Panconi, médico de família, é antigo lidador em centros espíritas, tendo neles exercido cargos de diretoria. O médico acima é hoje responsável por uma unidade de saúde daqui de Juiz de Fora. Procurei-o para conversarmos sobre o tema. Ele foi enfático ao sugerir: “Por que não pegar os pedidos via Internet e fazer uma irradiação a distância. O agrupamento de médiuns pode facilitar a ação dos Espíritos condutores dos fluidos”. Vejamos que não estamos contestando nada, apenas buscando opiniões de pessoas que lidam na área da saúde física e espiritual. Mais adiante o médico ainda colocou algo que a princípio parece exagero, mas que, se bem pensado, pode até acontecer: “Será que, daqui a pouco, não vão inventar robôs domésticos para aplicação de passes?”

Conversei também com o Dr. Ricardo Baesso, médico ortopedista e conhecido orador espírita desta cidade e região e fundador do Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora. Ele nos disse: O passe a distância é o que sempre chamamos de Irradiação, cuja base doutrinária encontra-se em Kardec. Não me recordo o mês/ano, mas em certa passagem da Revista Espírita Kardec recebe uma orientação assinada por São Luís para que um grupo de pessoas se reunisse diariamente em horário predefinido e orassem por uma jovem hospitalizada. A consulta ao Espírito fora feita por um parente da jovem que pedia ajuda aos bons Espíritos. Isso é o que nós chamamos de Irradiação ou passe a distância”.

Como vemos, as opiniões se cruzam, tornando-se unânimes. O passe a distância necessita da ação dos médiuns em conjunto com a espiritualidade. É preciso muito cuidado para não oferecermos panaceias aos nossos irmãos que estão sofrendo. Não quero dizer que o passe virtual seja panaceia, apenas não encontrei por aqui alguém de juízo que validasse veementemente tal procedimento. 

É preciso uma discussão fraterna sobre o tema 

O assunto gera discussões e seus idealizadores devem estar preparados para elas. No site está escrito que “ironias, zombarias e ameaças caíram sobre nós como raios demolidores”. Dizem ainda: “Mas se não esperávamos uma resposta tão grande e tão positiva por parte dos internautas, tampouco esperávamos a fúria de alguns espíritas ortodoxos, que mais parecem oriundos das falanges trevosas de Gregório que do seio de uma sociedade dita civilizada”. Sinceramente achei o tom muito agressivo. Achei o ataque como processo de defesa. Não dá para ali perceber se nossos irmãos de fato querem uma discussão aberta sobre o assunto ou se estão impondo seu trabalho como absolutamente certo, dentro das suas convicções. Isto não é bom. Quero utilizar o passe virtual, contudo quero que representantes legais opinem sobre ele numa grande mesa de discussões. Assim Jesus nos orientou quando disse: “Se teu irmão pecar, vai corrigi-lo a sós. Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão. Se não te ouvir, porém, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda questão seja decidida pela palavra de duas ou três testemunhas”. (Citado em Mateus, cap. 15 – Vv. 15 e 16.)

Concluímos assim que nossos irmãos idealizadores da ajuda a distância devem estar prontos para uma discussão fraterna sobre o tema, por si só muito polêmica e disto, com certeza, eles têm conhecimento.

Kardec em A Gênese, cap. 14, item 32, e citado no site, diz que “O fluido espiritual, combinado com o fluido humano, dá a este as qualidades que lhe faltam”.  Nossos irmãos comentam sobre a impossibilidade de locomoção de pessoas em irem aos centros espíritas, ou por morarem no exterior, onde não existem centros para tratamento com passes, ou ainda que nem todas as cidades os possuem e que nas grandes capitais talvez não os encontrem em todos os bairros. Com efeito, tudo isto é verdade e daí que voltamos à hipótese oferecida pelo Dr. Cristóvão Panconi quando falou sobre as irradiações feitas através de médiuns e Espíritos desencarnados em torno de uma mesa, à luz da oração e da vontade sincera de ajudar.  

Toda ação positiva gera conforto e pode até curar 

Há ainda uma colocação jocosa e infeliz, em nossa opinião, naquele site, referindo-se a uma médium passista indignada que, segundo consta, teria dito: “O povo já é naturalmente preguiçoso, agora com passe virtual é que a coisa vai desandar de vez”. Isso foi catalogado como possível brincadeira, afirmando serem palavras preconceituosas. Creio que o assunto é por demais grandioso para ser tratado desta forma. Ainda colocam, contrariando a possibilidade de uma discussão aberta, que: “E se alguém ousa algo novo neste meio, que contraria o que pensam ou que foge à futilidade ou à vulgaridade que enxergam nela, a contenda está formada”. Admitem ainda que pessoas “não veem como sublime veículo de intercâmbio, conhecimento, amizade e união entre povos e raças, mas sim como estúpido parque de diversões onde bobalhões e mal-intencionados se refestelam”. O nível, de fato está muito aquém do que nos prega a fraternidade cristã, necessitando, assim, de uma reformulação em seus conteúdos.

Nosso irmão Luiz Carlos M. Gurgel, no livro “O Passe Espírita”, edição da FEB de 2006, diz com absoluta propriedade: “O passe é uma doação, e só pode dar o que se possui; portanto, é fundamental que o passista goze de boa saúde, tanto do corpo físico quanto da mente. Verificado qualquer desequilíbrio orgânico ou psíquico, o serviço do passe deve ser interrompido de imediato, principalmente quando se tratar de processo obsessivo de qualquer natureza, ocasião em que o passista deve passar à condição de paciente”.

É preciso serenar os ânimos para conversarmos com acerto sobre tão profícuo processo de cura, mormente quando estamos adentrando um novo tempo onde, certamente, os passes serão cada vez mais difundidos e utilizados pela medicina convencional como já vemos através do trabalho desenvolvido pelo Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, idealizador da Uniespírito, em São Paulo, entre outros. As universidades gradativamente aderem aos estudos psíquicos e aos processos mediúnicos e suas possibilidades.

Nossas observações servem apenas como uma têmpera na acesa discussão. Creio que muitos dirão sim e outros tantos haverão de contrapor-se a tal iniciativa. É muito natural. E não devemos nos ater apenas a comentários de pessoas que não possuem um conhecimento mais profundo do assunto. Claro que toda ação positiva gera um conforto e pode até curar pessoas. O que não se deve apregoar é que determinada ação isolada pode substituir os trabalhos milenares do passe, que foi até mesmo utilizado por Jesus quando impunha suas mãos. 

É preciso receber as críticas com atenção  

No livro “Caminho, Verdade e Vida”, Emmanuel no cap. 153 nos diz que “os passes, como transfusões de forças psíquicas, em que preciosas energias espirituais fluem dos mensageiros do Cristo para os doadores e beneficiários, representam a continuidade do esforço do Mestre para atenuar os sofrimentos do mundo”. Fica claro que as presenças dos doadores e beneficiários são decisivas no processo de ajuda terapêutica. Volto a lembrar D. Geny quando disse que como conforto é válido, como terapêutica, contudo, pode não atender. Assim, nossos irmãos idealizadores deveriam receber as críticas com atenção.

Há um depoimento no Mural de Recados do site que praticamente diz a mesma coisa. Vejamos o que escreveu a nossa irmã que utilizou o recurso do passe virtual: “Esse site foi indicado por grande amigo. Ao acessar o passe virtual senti-me muito confortada e aliviada, agradeço muito pela bênção recebida. DEUS continue abençoando a todos nós sempre!”

Sim, com certeza, todo conforto traz alívio. Sabemos que o alívio é uma diminuição de peso ou carga, da fadiga, ansiedade, promovendo um descanso, um repouso e uma folga dos processos que trazem desconfortos tanto físicos quanto psíquicos. Isto é bom, mas não é tudo, não conduz. Sabemos que normalmente os passes são ministrados em salas previamente preparadas, higienizadas, onde pairam o silêncio e o recolhimento, salvo nas visitas domiciliares e hospitalares em absolutos regimes de exceções. Será que ao ligarmos o computador, entrarmos numa rede virtual tão poluída, quem sabe passando antes pelos noticiários etc., conseguiremos mesmo a predisposição necessária para recebermos as energias sublimes que vêm do mais alto? É apenas uma pergunta que faço e não uma crítica.

Há coisas que precisam ser esclarecidas e hoje o movimento espírita conta com inúmeros estudiosos, nem sempre ortodoxos, que desejam sinceramente contribuir para que toda iniciativa seja de fato venturosa e atinja os objetivos propostos, como cremos serem os melhores objetivos que pairam nas consciências dos nossos irmãos e irmãs do Instituto André Luiz.

(1) Para visitar a sala de passe virtual clique em - http://www.institutoandreluiz.org/passe_virtual.html
 


 


Para expressar sua opinião a respeito desta matéria, preencha e envie o formulário abaixo.
Seu comentário poderá ser publicado na seção de cartas de uma de nossas futuras edições.
 
 

Nome:

E-mail:

Cidade e Estado:

Comentários:



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita