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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 294 - 13 de Janeiro de 2013
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Nas Fronteiras da Loucura

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 20)

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Na sessão mediúnica, o Espírito comunicante (Ricardo) quis agredir o esclarecedor, mas não o conseguiu. Por quê?

O que ocorreu deveria ser a regra em todos os grupos mediúnicos que seguem as orientações da doutrina espírita. O Espírito não logrou agredir o interlocutor porque na mediunidade educada, mesmo em estado sonambúlico, o Espírito do médium exerce vigilância sobre o co­municante, não lhe permitindo exorbitar, visto que o perispírito do médium é o veículo pelo qual o desencarnado se utiliza dos recursos necessários à exteriorização dos seus sentimentos. Quando, contrariamente a isso, fatos infelizes desse porte sucedem, o médium é corresponsável e o grupo necessita de reestruturação. (Nas Fronteiras da Loucura, cap. 25, pp. 183 e 184.) 

B. O choque anímico a que o Espírito foi submetido produziu nele algum efeito?

Sim. A partir daquele momento, o Espírito de Ricardo passou a experi­mentar sensações agradáveis, a que se desacostumara. O mergulho nos fluidos salutares do médium Jonas propiciou-lhe rápida desintoxicação, modificando-lhe a densa psicosfera em que se situava. (Obra citada, cap. 26, pp. 185 e 186.)

C. Apesar da vigilância exercida por guardas postos em seu quarto no Hospital, de que modo Julinda, ao liberar-se do corpo que dormia, pôde sair sem ser vista?

Antes de sair, Julinda recebeu passes que lhe facultavam liberar-se daquela conjuntura, de modo a facilitar sua condução. Em seguida, o grupo partiu e ninguém viu, porque Dr. Bezerra produziu uma cor­tina vibratória, que tornou a todos invisí­veis aos guardas de Elvídio. (Obra citada, cap. 26, pp. 191 e 192.)

Texto para leitura

95. Choque anímico - Arnaldo informou a Ricardo que ele se encontrava numa Casa de oração, onde todos se preocupavam uns com os outros, pen­sando na felicidade geral. "Mas eu – respondeu-lhe Ricardo – não de­sejo ser feliz... Melhor dizendo, a minha é uma felicidade diferente, que logo mais alcançarei, desde que nada mais me interessa além do que estou realizando... Por que me sinto preso?" Arnaldo argumentou que, embora a felicidade varie de pessoa a pessoa, ela só é legítima quando faculta a todos um quinhão de júbilo e que ele não se achava ali pri­sioneiro. Ricardo replicou dizendo que seu lugar não era ali e que não pretendia ser examinado, visto não ter satisfações a dar a quem quer que fosse. Na sequência, repeliu o vocábulo "irmão" com que o dirigente o tratara, dizendo: "Não tenho irmãos, senão o ódio, o desejo de vin­gança, o desespero que convivem comigo..." Arnaldo retrucou: "Mesmo que o não queiramos, somos todos irmãos, porque procedentes da Pater­nidade Divina, que é única... Tais sentimentos que apresenta, não lhe são irmãos, antes algozes impenitentes que o desarvoram". Ao ouvir isto, Ricardo encolerizou-se e quis agredir o interlocutor, acionando o médium, mas não o logrou. É que na mediunidade educada, mesmo em estado sonambúlico, o Espírito encarnado exerce vigilância sobre o co­municante, não lhe permitindo exorbitar, desde que o perispírito do médium é o veículo pelo qual o desencarnado se utiliza dos recursos necessários à exteriorização dos seus sentimentos. Quando fatos infelizes desse porte sucedem, o médium é corresponsável, o grupo necessita de reestruturação, a atividade não tem suporte doutrinário, nem moral evangélica. Impossibilitado, assim, de levar a cabo o intento, Ricardo estertorou, blasfemando. Dr. Bezerra intuiu então o dirigente a aplicar passes no médium, enquanto desprendia o Espírito, que se libe­rou, indo na direção do Hospital, ao encontro de Julinda. "A etapa inicial do nosso trabalho, no problema Ju­linda-Ricardo, coroa-se de bênçãos", asseverou Dr. Bezerra. "Desejávamos produzir um choque anímico em nosso irmão, para colhermos resultados futuros. Que o Senhor abençoe nossos propósitos!" (Cap. 25, pp. 183 e 184) 

96. A reação - A partir daquele momento, Ricardo passou a experi­mentar sensações agradáveis, a que se desacostumara. O mergulho nos fluidos salutares do médium Jonas propiciou-lhe rápida desintoxicação, modificando-lhe a densa psicosfera em que se situava. O largo período de animosidade contra Julinda, a expectativa do retorno à carne, que não se deu, a decepção em face do aborto, tudo isso produzira-lhe cho­ques violentos que o perturbaram profundamente. O ódio anterior, que se amainara um pouco ante a perspectiva de ser amado, na condição de filho, volvera em lava vulcânica destruidora após o abortamento. Ele estava, pois, desabituado a um clima psíquico de paz, monoideado pela fúria que o assaltava. Retornando ao apartamento da enferma, comburia-se na revolta, por temer perder a presa. Entendera, então, que os acontecimentos não tinham curso ao talante das paixões de cada qual, e sua revolta agora decorria de dois fatores: o fato de identificar a divina ajuda atuando em favor de Julinda como dele próprio, mas de forma diversa ao que desejava, e uma espécie de receio inexplicável que, subitamente, lhe adveio. Aturdido e cansado, sentia ser preciso ouvir Elvídio e preparar um plano. É que o choque anímico, decorrente da psicofonia controlada, debilitara-o, fazendo-o adormecer por largo período. Não era, evidentemente, um sono repousante, mas o desencadear de reminiscências desagradáveis impressas no inconsciente profundo, que ele vitalizava com o descontrole das paixões inferiores exacerba­das. Ao sonhar com os acontecimentos passados, ressuscitava os clichês mentais arquivados. O ódio lhe era um comportamento agora habitual, e enfurecido pela frustração deixava-se consumir. Aquele estado fora, contudo, previsto por Dr. Bezerra, ao conduzi-lo à psicofonia, de modo a produzir-lhe uma catarse inconsciente com vistas à futura liberação psicoterápica, que já estava programada. (Cap. 26, pp. 185 e 186) 

97. O caso Jonas - Concluídos os trabalhos na Casa Espírita, no tocante aos compromissos dos companheiros encarnados, Dr. Bezerra, Philomeno e os demais benfeitores ali permaneceram, dando curso aos labores atinentes à sua  área de ação. Equipes diligentes encaminhavam os que foram socorridos ao Subposto de emergência, para trasladá-los a lugar de assistência definitiva, em Colônias de socorro próximas da Crosta. À medida que as horas avançavam na noite, a Casa fazia-se vi­sitada por pessoas de ambos os lados da vida, que vinham ali receber atendimento, apresentar solicitações e servir. O sono fisiológico, com efeito, facultando o parcial desprendimento do Espírito, não deixa de ser um exercício para a desencarnação. Poucos, dentre os encarnados, recordariam as atividades desenvolvidas durante aquele período de morte da consciência cerebral e alguns experimentariam mesmo sonhos estranhos, sentindo, contudo, as agradáveis sensações que os seguiriam durante o dia, defluentes dos trabalhos realizados e dos contatos es­pirituais mantidos. O inverso também sucede, quando a  área de ação transcorre em outros lugares de psicosfera tóxica e de interesses in­confessáveis. Pouco depois da meia-noite adentrou-se ali Jonas, o mé­dium dedicado, assistido por Genézio, que o fora buscar. Philomeno pôde sentir, então, de perto, os frutos da abnegação que a fé espírita consciente propiciava àquele irmão. Jonas esplendia de juventude fí­sica, sem denotar cansaço ou desgaste nos implementos da maquinaria fisiológica. Aos 45 anos, transpirava paz no semblante jovial, sem contrações deformantes, denotando ao mesmo tempo madureza e responsabili­dade. Ele reencarnara com graves compromissos no campo da afetividade, decorrentes de existências passa­das. Vindo de experiên­cias religiosas recentes no sacerdócio católico, trazia, apesar do acendrado amor por Jesus, marcas de dissipações, que não conse­guira superar. Tendo optado, duas vezes seguidas, pelo ce­libato re­ligioso, para disciplinar-se na castidade, reencontrou afetos e com­promissos que esperava superar, sucumbindo lamentavelmente... Agora, volvera à Terra, em serviço de redenção, na mediunidade espí­rita, visto que, como era portador de outros títulos de enobrecimento, fora encaminhado à reencarnação  sob recomendações especiais para a manuten­ção do equilíbrio, a disciplina da vontade e a correção da conduta. (Cap. 26, pp. 186 a 188) 

98. A provação da soledade - Genézio continuou informando que Jo­nas, em sua atual existência, solicitara a prova­ção da soledade, a fim de superar-se: "Desejou fazer-se eunuco, conforme o conceito evangélico... É certo que um matri­mônio digno, em que a comunhão pela sexualidade não se tresvaira, não deixa de ser uma união casta, pela superior con­duta que os cônjuges se facultam. Ele, porém, desejava a superação dos antigos condicionamentos, renascendo para uma oportuni­dade nova e definitiva de crescimento íntimo". Genézio disse então que Jonas era visitado por agressões de toda ordem: "Adversários dele e do Bem que aqui permanecem, perseguem-no, atirando pessoas invigilantes sobre ele, até o mo­mento em tentativas infrutíferas de perturbação e queda... Almas queridas se acercam, restabelecem-se os vínculos da afeição, que ele vai transformando, ao largo do tempo, em amor frater­nal, trabalhando os próprios sentimentos com silên­cio e renúncia, as­sistência aos que sofrem e orações, exercitando a vigilância e a ale­gria de viver..." Evidentemente, Jonas sofria com esse comportamento, mas procurava transformar a escassez em esperança de abundância e a carência, em há­bito educativo. "Não ficam, porém, aí, as suas dores", acrescentou Genézio. Jonas padecia também a suspeita injustificá­vel dos que não acreditam na honestidade alheia, por não a possuírem. Desse modo, epítetos injustos eram-lhe aplicados por pessoas que lhe não conheciam os sacrifícios nem a dignidade... Sua dedicação à mediu­nidade voltada para o bem e seus esforços por melhorar-se granjeavam-lhe, no entanto, a cada dia, maior número de amigos na Espirituali­dade, que se inteira­vam das suas disposições e conquistas e, assim, ofereciam-lhe amizade superior e recursos para a prática da caridade nos seus varia­dos aspectos. Genézio asseverou, então: "Ninguém tran­sita numa praça de guerra em pleno combate sem sofrer, ao menos, a perturbação da fu­zilaria alucinante, quando não se torna vítima de projéteis certeiros ou petardos danosos. Nesse clima, porém, revelam-se os autênticos he­róis". (Cap. 26, pp. 189 e 190) 

99. Uma cortina vibratória - Dr. Bezerra convidou Manoel P. de Mi­randa a retornar ao Hospital onde Julinda se encontrava internada, a fim de trazer a paciente e Ricardo a uma sessão mediúnica especial que se faria em seguida na Casa Espírita. Como ficara impregnado da ener­gia do médium Jonas, Ricardo repousava, o que facilitava seu encami­nhamento ao Centro. Chegados ao apartamento de Julinda, não lhes foi difícil passar despercebidos dos guardas ali postos por Elvídio. Ju­linda dormia. Ricardo, conforme já  mencionado anteriormente, encon­trava-se algo agitado. O Mentor aplicou-lhe então energias sedativas sob as quais tranquilizou-se, adentrando-se em sono profundo. Julinda recebeu passes que lhe facultavam liberar-se daquela conjuntura, de modo a facilitar sua condução. Em seguida, o grupo partiu sob uma cor­tina vibratória, produzida por Dr. Bezerra, que tornou a todos invisí­veis aos guardas de Elvídio. No Centro Espírita, enquanto isso, Gené­zio dispôs os demais participantes da tarefa, nos seus devidos luga­res, ao tempo em que era lida uma página do cap. VI d' O Evangelho se­gundo o Espiritismo, como preparação psíquica de todos e consolidação do ambiente espiritual. Ali se encontravam, trazidos por Juvêncio (pai de Julinda, já  desencarnado), Angélica e Roberto (respectivamente, mãe e esposo encarnados da enferma), que nada percebiam, no momento. "A realização a que daremos curso – elucidou Dr. Bezerra – poderia ser executada, durante as atividades habituais da Casa, com a participação dos membros que constituem o grupo de desobsessão... No entanto, damos preferência a este mais cuidado labor, pelas necessidades de irmos às raízes das causas que afligem os nossos irmãos necessitados, sem que corramos as desnecessárias contingências da distração dos encarnados, do cansaço que os toma, inclusive do sono a que muitos se entregam, certamente sem o desejarem." (Cap. 26, pp. 191 e 192) (Continua no próximo número.) 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita