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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 293 - 6 de Janeiro de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 12)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Depois do assédio que sofreu de seu próprio pai, que sentimento Marita tinha ao lembrar-se dele?

Sentimento de temor. Foi por isso que, estando sozinha em seu quarto, logo que percebeu que estava na hora de Cláudio chegar a casa, apagou todas as luzes, para que, quando ele chegasse, acreditasse que ela se encontrava fora. (Sexo e Destino, capítulo XI, pp. 121 a 123.)

B. A obsessão por encontrar Gilberto persistia mesmo quando Marita dormia?

Sim. Embora desligada do corpo, que dormia, Marita expressava completo alheamento e, absorvida na paixão que lhe empalmava todas as forças, monologava, ideando alto: "Gilberto! Onde está Gilberto?" E mendigava, aflita: "Alguém que me ampare! preciso encontrá-lo, encontrá-lo!..." Foi então que surgiu a irmã Percília, simpática se­nhora desencarnada, que a levou a uma ins­tituição espírita-cristã, que lhe ofereceria aconchego.  (Obra citada, capítulo XI, pp. 123 a 125.) 

C. Como definir o desequilíbrio afetivo demonstrado por Marita?

Segundo o benfeitor Félix, a paixão juvenil de Marita por Gilberto se convertera em psicose grave. A jovem deixara-se arrastar pelo desvario afetivo, a ponto de cair no pior tipo de possessão, aquele em que a vítima adere, gostosamente, ao desequilíbrio em que se consome. Em seu benefício pouca coisa era possível fazer, senão esperar pela resistência moral dela própria. (Obra citada, capítulo XI, pp. 125 a 127.) 

Texto para leitura 

56. Uma criatura sozinha no próprio lar - Naquele mesmo dia, ao cabo de uma tarde chuvosa, Marita chegara do trabalho inteiramente molhada, como se houvesse saído de uma piscina. Tudo era frio e som­bra, em torno; entretanto, mais dolorida que a tarde caliginosa, sur­gia-lhe a alma atormentada, através dos olhos pisados de cansaço e vi­gília. No apartamento ninguém a esperava. Sozinha, estirou-se no leito, procurando recapitular os acontecimentos da véspera, mas o es­tômago reclamava alimento, pois varara o dia em absoluto jejum. Ser­vindo-se de um copo de mate frio, ao ver o telefone sentiu desejo de ligar para Gilberto. Uma voz imprecisa informou, porém, que o rapaz não estava. Ela esmoreceu ainda mais... Tornando ao quarto, descerrou a janela. Queria desafogar-se no ar fresco. Debruçando-se no para­peito, contemplou a cidade, lá em baixo. Sob a chuva, os automóveis figuravam-se animais fugitivos. Marita refletia, refletia... Mirando o casario iluminado, deduziu que milhares de pessoas aí se aglomeravam, suportando talvez problemas piores ou semelhantes aos dela. Inquiria, então, a si mesma o porquê de encontrar-se tão entranhadamente agri­lhoada a Gilberto, quando centenas de rapazes respiravam, não longe, com excelentes predicados para lhe interessarem o coração. Marita es­tava desalentada, insatisfeita. Aspirava a entreter-se, fugir de si mesma. Fez menção de envergar um casaco e sair à rua, para distrair-se, apesar do mau tempo. Entretanto, não era apenas a chuva copiosa que lhe frustrava os impulsos. Seu espírito almejava deslocar-se, o corpo não, devido à fadiga. Tentou, assim, engolfar-se na leitura, mas lembrou-se de Cláudio. O pai adotivo raramente se atrasava e, desde a véspera, não conseguia recordá-lo sem temor. Apagou então todas as lu­zes, para que, quando chegasse, acreditasse que ela estava fora. (Cap. XI, pp. 121 a 123) 

57. Marita pensa apenas em Gilberto - Trancada na sombra do quarto, Marita atirou-se à cama e passou a meditar... Realinhavou na memória todas as esperanças e sonhos, provas e inibições de sua curta existência, deitando lágrimas no linho do travesseiro. Daí a pouco, escutou os passos do chefe da casa, que chegara, percebendo claramente quando Cláudio veio, de leve, espreitar-lhe o aposento. Ele experimen­tou a maçaneta, mas não insistiu. Ambas as jovens tinham o hábito de fechar seus quartos, ao se ausentarem à noite. Após beber um pouco, Cláudio regressou à rua, demonstrando-se nervoso, pela maneira vio­lenta de cerrar a porta. Marita estava, assim, inteiramente só, visto que até mesmo os dois vampirizadores do apartamento andavam fora, ajustados a Cláudio. As horas passaram, lentas, difíceis... Eram 23 horas quando André e Neves se dispuseram ao socorro magnético. Oraram, exorando a bênção do Cristo e o concurso do irmão Félix, a benefício da moça exausta. Marita, a princípio, reagiu negativamente, empe­nhando-se na vigília, mas depois cedeu. Cautelosos, os amigos espiri­tuais operaram no sentido de reduzir-lhe a capacidade de movimentação, evitando assim o encontro com Gilberto, qual sucedera na véspera. Desligada do corpo, Marita expressou de fato completo alheamento... Ab­sorvida na paixão que lhe empalmava todas as forças, monologava, ide­ando alto: "Gilberto! Onde está Gilberto?" E mendigou, aflita: "Alguém que me ampare! preciso encontrá-lo, encontrá-lo!..." André e Neves a ampararam e dispunham-se a sair, quando irmã Percília, simpática se­nhora desencarnada, dizendo-se mensageira de Félix, informou que este os aguardava num posto socorrista. Tratava-se de uma respeitável ins­tituição espírita-cristã, que lhes ofereceria aconchego. Abraçada a Marita, Percília conversava com a jovem, encorajando-a, esforçando-se por descentralizar-lhe a atenção, apontando quadros e ocorrências do trajeto, sem contudo lograr resultado, porque a moça tinha o pensa­mento fixo em Gilberto. (Cap. XI, pp. 123 a 125) 

58. O pior tipo de possessão - Félix acolheu os amigos, pessoal­mente. Informando ter recebido o pedido de socorro, deliberara vir, ele próprio, examinar o que sucedia. Marita o contemplou extática, in­diferente. Amparada por Félix, entrou no edifício inquirindo se havia chegado, por fim, ao clube onde comumente surpreendia Gilberto. Enca­minhada à sala espaçosa onde receberia o necessário socorro magnético, quis saber por que se imprimira tanta mudança no salão de baile. De raciocínio obliterado, qual se achava, lobrigava por fora as criações mentais que arquitetava por dentro, sem ligeira noção da realidade ex­terior. Félix a ouvia com a ternura de um pai. Instalando-a em ampla cadeira, fê-la descansar na hipnose tranquila. Marita calou-se, ilhada nas memorizações em que se comprazia, enquanto o instrutor lhe minis­trava passes balsâmicos. A operação magnética foi longa, minuciosa. Em seguida, Félix rogou-lhe falar, expondo o que mais anelasse ali, ao que a moça gaguejou acanhada, suplicando a presença de Gilberto. Diri­gindo-se a André e seus companheiros, Félix explicou, então, que, in­felizmente, a intervenção efetuada em favor dela não poderia ultrapas­sar a superfície, prevalecendo somente para a sustentação do repouso físico, visto que a paixão juvenil se convertera em psicose grave. Ma­rita deixara-se arrastar pelo desvario afetivo, a ponto de cair no pior tipo de possessão, aquele em que a vítima adere, gostosamente, ao desequilíbrio em que se consome. Félix informou ainda que lhe consul­tara o organismo, no sentido de se lhe atalhar a alienação mental co­meçante, com o socorro de alguma enfermidade séria que, ao arrojá-la no leito, lhe modificaria a mente, predispondo-a a diferentes im­pressões. O corpo da jovem, no entanto, não se mostrava habilitado a receber esse gênero de amparo. Sumamente desorientada e enfraquecida, Marita desencarnaria no desajuste orgânico mais pronunciado que viesse a sofrer. Não restava, pois, outra opção, senão a de esperar pela resistência moral dela própria. De volta a casa, reajustada ao corpo denso, Marita passou a repousar sem agitação e pôde dormir pro­fundamente. Quando Percília se despediu de André e Neves, este infor­mou ao amigo que se tratava da mesma Entidade que o socorreu no ca­baré, quando, num gesto impensado, agredira o genro. (Cap. XI, pp. 125 a 127) 

59. O caso da família de Cláudio - Félix, Espírito admirável por sua abnegação e ciência, e reverenciado por todos os seareiros do bem, onde passasse, ao se referir aos protagonistas daquele drama familiar apresentava os olhos marejados de pranto. Podia-se ver nele, então, não somente a piedade fraterna, mas também o imenso amor àquelas quatro almas reunidas ali, naquele aprazível recanto do Rio. Parados, agora, respirando as aragens que encrespavam docemente as águas da Guanabara, André e Neves se enterneciam ao reconhecer nele o paternal carinho, como se fora um homem comum, descansando ali, à frente do mar. A atitude do instrutor, ao deter-se nas lutas escabrosas do plano físico, educava cativando. Conquistava, sem pedir, o interesse dos amigos na prestação de assistência voluntária ao lar de Cláudio, cuja estabilidade periclitava, na conceituação dele mesmo. Compadecia-se –  dizia, prestimoso –  daquelas quatro criaturas, atiradas ao oceano da experiência terrestre, sem a bússola da fé. Esforçara-se, a princípio, por abrir-lhes um caminho espiritual, mas debalde. Afundavam-se todos em profunda névoa de ilusão, hipnotizados pelas gratificações transi­tórias dos sentidos carnais. Relatou ter acompanhado a reencarnação de todos eles, deixando perceber, nas reticências, as lágrimas que seme­lhantes realizações lhe haviam custado. Hipotecara dedicação, amizade, confiança e tempo, a fim de entrosá-los em alguma obra de benemerên­cia, de maneira a cultivar-lhes a espiritualidade latente; no entanto, Cláudio e Márcia, de novo no estágio físico, sob o esquecimento inevi­tável e providencial do pretérito, haviam recapitulado certas expe­riências infelizes. No mundo espiritual, antes de reencarnarem, ha­viam prometido empregar seu tempo na sublimação íntima, corrigindo os excessos do passado, através do suor no serviço ao próximo. Chegados, porém, à juventude das forças corpóreas, abraçaram paixões que lhes frustravam todas as possibilidades de libertação próxima. Todo o auxí­lio dos protetores espirituais tinha sido, até então, infrutífero. Os quatro resistiam a toda espécie de sugestão reparadora; repeliam, de pronto, qualquer projeto construtivo. (Cap. XII, pp. 128 e 129) 

60. Um homem perdido e de poucos amigos - Félix explicou que no­bres amigos de outras eras, aplicados a estender-lhes apoios precio­sos, acabaram desiludidos, largando-os ao próprio arbítrio. Ao elege­rem o dinheiro e o sexo desgovernado, Cláudio e Márcia nada mais esta­vam conseguindo que desajustar os fundamentos da tranquilidade domés­tica. Em razão disso, Marina e Marita não obtinham alicerces para a felicidade real e se complicavam em perigos e tentações, de que difi­cilmente se desvencilhariam sem dolorosas marcas na alma. A rebeldia de Cláudio fora tamanha que não contava, além da Providência Divina, senão com raros amigos, que não se julgavam com direito a solicitar socorros especiais para ele e que, absorvidos por numerosas responsa­bilidades, só podiam dispensar-lhe auxílios esporádicos e incertos. Diante do que ouviram, André e Neves prometeram decidida adesão ao programa assistencial que Félix delineasse. (André refere que possuía um requerimento solicitando às autoridades competentes lhe fosse con­cedido um estágio de dois anos, em alguma das organizações de Nosso Lar, destinada aos serviços de psicologia sexual, com finalidades ree­ducativas, e Félix poderia endossar-lhe a petição.) O mentor ficou sa­tisfeito com a cooperação dos dois amigos e aproveitou a oportunidade para dizer a Neves que alcançara permissão para recolher Beatriz em sua própria residência, tão logo a esposa de Nemésio pudesse retirar-se da esfera física, depois da desencarnação. Ao ouvir essa notícia, Neves ficou tocado de energias e esperanças novas. Aguardaria a filha, sim, confiante no futuro e empregaria todos os recursos, de modo a am­pará-la, fortalecê-la. (Cap. XII, pp. 130 e 131) (Continua no próximo número.)



 


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