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Joias da poesia contemporânea
Ano 6 - N° 292 - 23 de Dezembro de 2012

 
 
 

Conto de Natal 

Francisca Clotilde Barbosa Lima

 

A noite é quase gelada.

Contudo, Mariazinha

É a menina de outras noites

Que treme, tosse e caminha...

Guizos longe, guizos perto...

É Natal de paz e amor.

Há muitas vozes cantando:

– “Louvado seja o Senhor!”

A rua parece nova

Qual jardim que floresceu.

Cada vitrina enfeitada

Repete: “Jesus nasceu!”

Descalça, vestido roto,

Mariazinha lá vai...

Sozinha, sem mãe que a beije,

Menina triste sem pai.

Aqui e ali, pede um pão...

Está faminta e doente.

– “Vadia, saia depressa!”

É o grito de muita gente.

– “Menina ladra!” – outros dizem.

– “Fuja daqui, pata feia!

Toda criança perdida

Deve dormir na cadeia.”

Mariazinha tem fome

E chora, sentindo em torno

O vento que traz o aroma

Do pão aquecido ao forno.

Abatida, fatigada,

Depois de percurso enorme,

Estira-se na calçada...

Tenta o sono, mas não dorme.

Nisso, um moço calmo e belo

Surge e fala, doce e brando:

– Mariazinha, você está dormindo

ou pensando?

A pequenina responde,

Erguendo os bracinhos nus:

– Hoje é noite de Natal,

Estou pensando em Jesus.

– Não lhe lembra mais alguém?

Ela, em lágrimas, disse:

– Eu penso também, com saudade,

Em minha mãe que morreu...

– Se Jesus aparecesse,

Que é que você queria?

– Queria que ele me desse

Um bolo da padaria...

Depois de comer, então –

e a pobre sorriu contente –

Queria um par de sapatos

E uma blusa grande e quente.

Depois... queria uma casa,

Assim como todos têm...

Depois de tudo... eu queria

Uma boneca também...

– Pois saiba, Mariazinha,

Eu lhe digo que assim seja!

Você hoje terá tudo

Aquilo que mais deseja.

– Mas, o senhor quem é mesmo!

E ele afirma, olhos em luz:

– Sou seu amigo de sempre,

Minha filha, eu sou Jesus!...

Mariazinha, encantada,

Tonta de imensa alegria,

Pôs a cabeça cansada

Nos braços que ele estendia...

E dormiu, vendo-se outra,

Em santo deslumbramento,

Aconchegada a Jesus,

Na glória do firmamento.

No outro dia, muito cedo,

Quando o lojista abriu a porta,

Um corpo caiu, de leve...

A menina estava morta.
 

Do livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, de autoria de Espíritos diversos. 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita