WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 292 - 23 de Dezembro de 2012
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 11)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Que efeito produziu em Marita a informação de que Gilberto abusara de sua confiança?

Essa informação, vinda dos lábios de sua mãe adotiva, levou a jovem ao desespero. As revelações feitas por Márcia revolviam-lhe o coração, quais pinças de fogo. Ela sentia-se desarvorada e desejava morrer, porquanto Gilberto lhe dera, semanas atrás, mostras de que preferiria desposar efetivamente uma moça culta, o que ela não era. Mas, em suas reflexões, não conseguia compreender por que Gilberto abusara de sua confiança. Não selara com ela um ajuste de ma­trimônio? Não lhe testemunhava extrema ternura nos encontros domin­gueiros, quando se entregavam a comunhão mais íntima? (Sexo e Destino, capítulo X, pp. 112 e 113.)

B. No estado em que se encontrava, Marita lembrou-se de quem?

A jovem lembrou-se de Aracélia, a mãe que ela jamais conhecera. Por que a mãezinha não vivera, a fim de lutarem juntas? Consagrar-se-iam uma à outra. Permutariam as próprias mágoas. Muita vez, na loja a que servia, ouvira apontamentos sobre comunicações de mortos. Seria isso verdade?  "Se Aracélia, libertada, estivesse em alguma parte – pensava – indiscutivelmente lhe acompa­nharia o calvário, compartilhar-lhe-ia o infortúnio..." Assim pen­sando, implorava mecanicamente ao Espírito materno a abençoasse, for­tificasse, protegesse. Embora sem qualquer ideia religiosa definida, formulava prece muda, que valia por funda invocação. (Obra citada, capítulo X, pp. 114 e 115.)

C. O Espírito de Aracélia atendeu ao chamado mental feito pela filha?

Sim. Embora sem reais condições de auxiliar a filha, Aracélia veio ao encontro de Marita. Orando e chorando em profundo silêncio, colocou a cabeça de Marita no próprio regaço e, emocionando-se até às lágrimas, cantou suavemente uma linda canção, o que levou Marita a cair em pesado sono. (Obra citada, capítulo X, pp. 116 e 117.) 

Texto para leitura 

51. Cláudio adere à farsa - Cláudio aproveitou a oportunidade para destacar em voz alta os novos aspectos do problema, na certeza de que Marita o escutava. Deplorou, assim, a conduta de Gilberto, que abusara da ingenuidade de Marita e traíra-lhe a confiança. Relacionando pobres moças, enganadas como a filha adotiva, explicou que Marita era suscetível de uma psicose de duras consequências. "Se Gilberto –  clamou em alta voz –  estava propenso a desposar Marina, que se manifestasse. Não oporia embargos, no entanto exigia franqueza." Márcia aproveitou o ensejo e arrolou as confidências da filha. O rapaz se confessara. Admirava não só os encantos pessoais de Marina, como a sua competência no trabalho. O amor entre ambos era claro como água e fazia-se, pois, indispensável apoiarem a filha, na concretização de suas esperanças. A cultura de Gilberto não se compadecia das deficiências de Marita, que se arranjaria depois com alguém de seu nível. Cláudio, evidentemente, não acreditou em tópico nenhum do que ouvira. Ele se desiludira, havia muito tempo, com a filha e notava agora que Marina andava sem escrúpulos entre o velho e o moço. Tentando, porém, atrair a confiança de Marita, resolveu partilhar a farsa, afiançando confiar na jovem que amavam por filha. O objetivo claro era, para ele, afastar Gilberto da filha adotiva, que, ouvindo de seu aposento toda a conversa, deixava extravasar sua mágoa em vibrações de intensa dor. (Cap. IX, pp. 109 a 111) 

52. O martírio de Marita - Estirada no leito, Marita chorava, des­consolada. As revelações feitas por Márcia revolviam-lhe o coração, quais pinças de fogo. Ela sentia-se desarvorada e desejava morrer, porquanto –  lembrava-se agora –  Gilberto lhe dera, semanas atrás, mostras de que preferiria desposar efetivamente uma moça culta, o que ela não era. Mas, em suas reflexões, não conseguia compreender por que Gilberto abusara de sua confiança. Não selara com ela um ajuste de ma­trimônio? Não lhe testemunhava extrema ternura nos encontros domin­gueiros, quando se entregavam a comunhão mais íntima? Incapaz de duvidar da legitimidade do carinho que recebera, voltava-se mentalmente para Marina. Sua infelicidade – conjeturava – seria culpa da irmã. Com toda a certeza, Marina cobiçara o rapaz e o envolveu na teia de artimanhas que entretecia como ninguém. Era imperioso, pois, certifi­car-se de que era enjeitada e ignorante e que nada sobraria para ela, apenas para Marina. A jovem assemelhava-se, naquele momento, a um réu que ouvisse sentença inapelável, mas, mesmo assim, chorava inconfor­mada. A perspectiva de perder Gilberto induzia-lhe o sentimento de ma­tar ou desaparecer. Como a ideia de fratricídio repugnava-lhe ao cora­ção, germinou de súbito em sua mente o pensamento de suicídio. Após acariciá-la, de leve, a sugestão infeliz ganhou corpo, e divagações negativas tomaram-na de assalto. "Renunciar a Gilberto e largar os planos feitos doeriam muito mais que morrer" –  pensava. Mas, seria justo acovardar-se, assim tanto? Repelindo o estranho apelo, apesar das lágrimas, prometeu coragem a si própria. Lutaria pela felicidade e procuraria explicar-se com o rapaz, banindo, juntos, a ameaça pen­dente. (Cap. X, pp. 112 e 113) 

53. A mãe visita Marita - Marita não podia entender a peça que a vida lhe pregava, embora compreendesse perfeitamente –  pela conversa entre Cláudio e Márcia –  que seu pai adotivo estava radiante com a perspectiva de vê-la desembaraçada de Gilberto. Cláudio como que lhe falara ao longe, ao dirigir-se à esposa, e estava claro seu propósito de dobrá-la, demovê-la. Entre o asco e a piedade, rememorava, então, as carícias que ele lhe dirigira naquela noite. Como desvencilhar-se? Por que aquilo estava acontecendo com ela? Sopesando, então, as ocor­rências, pela primeira vez sentiu medo daquele ninho familiar a que se reconhecia encadeada por filha do coração e lembrou-se de sua mãe, imaginando as dificuldades que sua genitora enfrentara, enquanto a acariciava no ventre. Nada sabendo a respeito do pai, refletia no mar­tírio da mãe, jovem e abandonada. Quem sabe ter-se-ia dedicado a al­gum homem proibido, empenhado o coração a algum moço que lhe fora roubado à ternura de menina e mulher? Em suas lágrimas, Marita suspirava por fazer-se criança. Por que a mãezinha não vivera, a fim de luta­rem juntas? Consagrar-se-iam uma à outra. Permutariam as próprias má­goas. Muita vez, na loja a que servia, ouvira apontamentos sobre co­municações de mortos. Seria isso verdade? "Se Aracélia, libertada, estivesse em alguma parte – pensava – indiscutivelmente lhe acompa­nharia o calvário, compartilhar-lhe-ia o infortúnio..." Assim pen­sando, implorava mecanicamente ao Espírito materno a abençoasse, for­tificasse, protegesse... Embora sem qualquer ideia religiosa definida, formulava prece muda, que valia por funda invocação. André intentava consolá-la, buscando serenar-lhe a mente, quando duas senhoras desen­carnadas penetraram no quarto, de improviso. A menos experiente das duas adiantou-se para a menina em oração. Controlando-se com dificul­dade, tremia ao enxugar o pranto silencioso, e inclinou-se para o leito de Marita, como qualquer mãe desventurada e aflita da Terra. Era Aracélia, que, amparada pela doce afeição de venerável amiga, ali estava, atendendo aos apelos da filha! (Cap. X, pp. 114 e 115) 

54. Uma linda canção de ninar - Aracélia ajoelhou-se para beijar-lhe os cabelos e, inclinando-se mansamente, abraçou-a com ternura, à maneira de planta que se fechasse sobre a única flor que lhe nascera. Marita acalmou-se e, adivinhando a visita pela qual suspirava, alijou a tensão, percebendo-se mentalmente ocupada pela presença da genitora, cujos traços tentava lembrar e reconstituir. Outro quadro, no entanto, superpôs-se, comovedor. Aracélia, que orava e chorava em profundo si­lêncio, buscava em pensamento outra mulher, cuja evocação lhe renovava as energias. Via-se então pequenina, junto da lavadeira singela que a trouxera, na última reencarnação, para o teatro da vida humana. Imagi­nava-se criança, agarrada à saia daquela moça doente, que mergulhava as pernas no rio para ganhar o pão... De olhos parados, como se bus­casse, além, no espaço infinito, o colo agasalhante que o tempo arre­batara, assumiu nova posição, colocando a cabeça de Marita no próprio regaço e, emocionando-se até às lágrimas, qual se tivesse nos lábios aqueles lábios de mãe, humilde e enferma, que jamais esqueceria, can­tou suavemente:

"Lindo anjo de meus passos,

Descansa, meu doce bem;

Dorme, dorme nos meus braços,

Enquanto a noite não vem.

Dorme, filhinha querida,

Não chores, encanto meu;

Dorme, dorme, minha vida,

Tesouro que Deus me deu..."

Marita caiu em pesado sono. A se­nhora que tutelava Aracélia atraiu a jovem de encontro ao peito, no manifesto propósito de consolá-la e, segurando-a, falou a André: "Irmãos, nossa Aracélia ainda não está em condições de amparar a filha". E ajuntou: "Perdoem-nos a interferência. Nós, as mães, em cer­tas dificuldades, nada mais temos que alguma velha canção para dar aos nossos filhos!..." Dito isso, retirou-se, sustendo Aracélia, que se lhe refugiara nos braços, soluçando, enquanto Marita, em espírito, afastou-se do corpo denso, guardando a inquietação da criança que an­seia inutilmente pelo calor materno... (Cap. X, pp. 116 e 117) 

55. Um choque doloroso abate Marita - Sucedeu, então, o que André não poderia prever. Esfumaram-se os arroubos da filha saudosa, esmae­ceram-se as atitudes infantis; a menina de Aracélia desaparecera e ressurgiu nela a personalidade feminina, estuante e clara. Seu pensa­mento era um só: Gilberto. Largando o aposento, a moça desceu os lar­gos trechos da escadaria que contornava o elevador e, qual sonâmbula, magnetizada pelos próprios reflexos, dirigiu-se à casa do Sr. Nemésio. Na certeza instintiva de quem se endereça a determinada pessoa, pelos recursos do olfato, sem atender a quaisquer convenções de forma e nú­mero, avançou casa adentro, acalentando a imagem de Gilberto, que lhe substancializava o pensamento dominante. Sobreveio-lhe, porém, um cho­que doloroso, porque, entrando no quarto, surpreendeu Gilberto nos braços da irmã. "Canalha! Canalha!...", bradou, estarrecida, mas tais gritos nem de longe atingiram o jovem par, completamente absorto na permuta afetiva. André e Neves não tiveram dúvida. Precipitaram-se au­tomaticamente para a jovem atribulada, intentando anular-lhe a agita­ção convulsiva. Minutos depois, ela despertava no corpo denso, como se fosse pequena fera aguilhoada, retornando à gaiola. Descerrando as pálpebras, vagarosamente, denotava no olhar a feição dos loucos, quando relaxam os músculos em seguida a perigoso acesso de fúria. A pouco e pouco, readquiriu a confiança e acalmou-se, mas acusava uma espécie de tranquilidade constrangida e amarga. A cabeça doía, sentia-se febril. Marita regressara ao corpo, sob pressa demasiada, sem que André pudesse tomar qualquer providência para anestesiar-lhe a memó­ria. Por isso, retinha no pensamento particularidades do quadro visto e ouvido e, entrando em pranto agoniado, só logrou dormir, com rela­tiva calma, aos clarões do dia. (Cap. X, pp. 118 a 120)(Continua no próximo número.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita