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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 290 - 9 de Dezembro de 2012
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 9)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. É verdade que o obsessor de Cláudio demonstrava uma técnica típica dos exploradores consumados das paixões humanas?

Sim. Ele procurava seduzir Cláudio com argumentos variados e frases feitas, demonstrando que tinha experiência no assunto. Não se tratava apenas de um dipsomaníaco, ou um vagabundo acidental. O anseio incontido com que impelia Cláudio para a jovem Marita e a expressão com que a fitava, apaixonadamente, pareciam chegar de muito longe. (Sexo e Destino, capítulo VIII, pp. 87 a 89.)

B. As sugestões do obsessor lograram o resultado por ele esperado?

Sim, embora Marita, salva por um acontecimento inesperado, tenha conseguido livrar-se do assédio sexual inspirado pelo companheiro desencarnado de Cláudio. Quando este, à semelhança de um jovem mal comportado, enlaçou-lhe o busto, André Luiz e Neves saltaram na dire­ção dela, ofertando-lhe as mãos, para que pudesse arrancar-se dali. Acreditando então apoiar-se nos próprios recursos, a moça conseguiu levantar-se num prodígio de ligeireza, estacando à frente de Cláudio, que a fitava com a expressão desconfiada de um animal repentinamente ferido. "Papai, não me faça mais infeliz...", disse-lhe a filha. "Poupe-me a humilhação!...". (Obra citada, capítulo VIII, pp. 92 a 94.)

C. Que acontecimento inesperado pôs fim ao assédio sexual?

A jovem chorava e não ousava erguer a fronte. Neves, que a tudo assistia, estava revoltado. André, temendo-lhe a impulsividade, fê-lo recordar as atitudes ponderosas e cristãs do irmão Félix, informando-o, discretamente, de que se achava em oração, a exorar o auxílio da esfera superior, visto que eles não dispunham ali de maiores recursos para impedir um assalto passional de penosas consequências. Neves ironizou a atitude de André, mas, de súbito, o socorro apareceu. Ouviu-se barulho de ferrolho em ação e alguém penetrou a casa, ruidosamente. Cláudio, em sobressalto, desligou-se do obsessor, que se lhe postou de lado, um tanto desenxabido. Marita, recobrando energias, voltou ao leito, enquanto o chefe do lar se recompunha à pressa, libertando a porta que havia prendido anteriormente e abrindo janela próxima. "Que é que há?", indagou dona Márcia, a esposa de Cláudio, que voltara, de imprevisto. Cláudio deu uma desculpa qualquer, alegando ter surpreendido Marita a gritar, inconsciente, sonâmbula. Tudo estava, porém, em ordem. A jovem, mergulhada na penumbra, cobriu o rosto para ocultar as lágrimas, enquanto dona Márcia sorriu, sem suspeitar dos fatos que aconteceram naquela noite em sua casa. (Obra citada, capítulo VIII, pp. 96 a 98.) 

Texto para leitura 

41. O sedutor remata a sua obra - Engodado pelo vampirizador invi­sível, Cláudio enfileirou as reflexões apressadas que lhe vinham à mente e, assoprado agora por ele, deixava-se iludir por imaginosa ex­pectativa, formulando a si mesmo outra espécie de inquirições. Andaria ele enganado? Marita entregar-se-ia a Gilberto, pensando nele, Cláu­dio, de quem se afastava tão-somente por escrúpulos de consciência? Ela, nas últimas semanas, fizera-se mais esquiva. Por quê? Terá sido por lhe recolher telepaticamente as impressões, ou porque pretendia ocultar-lhe a simpatia amorosa que lhe impelia o coração a desejá-lo? Cláudio mesmo fornecia ao vampirizador a argumentação que lhe arrui­nava a resistência. Até ali, julgava ele, trancara diante da jovem os sentimentos que lhe transbordavam do peito. Não chegara, porém, aos limites do enigma? O hipnotizador, em cujo semblante se podia ler a desmesurada sede de volúpia, sorriu satisfeito e sussurrou mental­mente: "Cláudio, compreenda. Iniciativa, em assunto de amor, não é passo feminino. Velho rifão: ‘laranja à beira de estrada não tem preço'. Disse um filósofo: `prazer sem conquista é bife sem sal'. Adiante, adiante!" Esquadrinhando o imo do companheiro, à caça de re­cursos com que o próprio Cláudio lhe pudesse fortificar a posse magné­tica, o obsessor cravou nele, por segundos, o olhar penetrante e come­çou a martelar: "Cigarro! Lembre-se do cigarro e da boca! Marita é mulher igual às outras... Cigarro, cigarro na vitrina... Cigarro, ci­garreira, piteira e charuto não escolhem comprador... A carne é flor desabrochada na terra do espírito, só isso. O cultivador não sabe o que seja a formação essencial do canteiro, tanto quanto desconhece o que está no fundo da planta. Proclamava Salomão que `tudo é vaidade'; acrescentamos que tudo é ignorância. Entretanto, na superfície das si­tuações e das coisas, é possível enxergar claramente. Flor que ninguém colhe é perfume que se perde. Hora de amor desaproveitada vem a ser pétala no estrume. Rosa murcha, adorno para o chão. Carne sem viço, adubo para a erva. Aproveite, aproveite..." André percebeu que o desencarnado demonstrava técnicas de exploradores consumados das paixões humanas. Não se tratava apenas de um dipsomaníaco, ou um vagabundo acidental. O anseio incontido com que impelia Cláudio para a jovem e a expressão com que a fitava, apaixonadamente, pareciam chegar de muito longe. O excêntrico dueto prosseguia... O magnetizador pressionava, o magnetizado resistia... Por fim, Cláudio avançou dois passos, quase vencido. A natureza animal ampliara o domínio. O sedutor desencarnado rematava a obra. (Cap. VIII, pp. 87 a 89) 

42. Marita pressente o perigo - "Sim – deduzia Cláudio, transtor­nado – , ele era homem, homem... Marita, incontestavelmente mais jo­vem, não passava de mulher. Não lhe cabia, portanto, diminuir-se. Ela chorava, ele podia acalentá-la, aquecer-lhe o coração." Alucinado de lascívia, envolveu-a em longo olhar, inferindo que, não fosse o temor de vê-la fugir, tomar-lhe-ia o colo entre os braços, qual guri deste­meroso... Cláudio sujeitava-se então, totalmente, à direção do vampi­rizador que o comandava. Colaram-se, fundiram-se, enfim.  Jungido ao desencarnado infeliz, adiantou-se até à moça e, assumindo ares de protetor, sussurrou, adocicando a voz: "Pelo que vejo, esse pilantra do Gilberto vem abusando..." Ato contínuo, tomou-lhe a destra, mal dis­farçando a lubricidade duplicada que o possuía. Marita registrou o im­pacto das forças aviltadas a lhe requisitarem adesão. Escutara a ob­servação do pai adotivo, num misto de estranheza e revolta, mas, controlando-se, passou a responder, esforçando-se por desculpar o rapaz e atribuindo a si mesma o desmantelo emotivo; entretanto, à medida que Cláudio dilatava a liberdade das atitudes, apagava-se-lhe a energia para a conversação, até que silenciou de vez. Num átimo, realinhou na mente as impressões amargas dos últimos tempos. Assinalara, havia me­ses, a reservada mudança do trato paterno, mas se opusera à suspeita. Ali, no entanto, inexplicável sensação advertia seu espírito, segre­dando-lhe vigilância. Pressentindo, em espírito, a presença do "outro", sem querer, arregimentou todas as suas forças na posição de alarma, porquanto o contacto de Cláudio comunicava-lhe insegurança. Percebendo que o pai ensaiava meios de enlaçá-la, ávido de carinho, cobrou ânimo e explicou-lhe ingenuamente que amava a Gilberto e lhe hipotecava confiança, e por isso o pai estivesse tranquilo... (Cap. VIII, pp. 90 e 91) 

43. Cláudio confessa por ela o seu amor - Marita entendeu que se­ria oportuno desvelar ao pai toda a sua alma, anulando assim quaisquer mal-entendidos, e prosseguiu dizendo da expectativa com que aguardava o anel esponsalício, determinada a medir as reações de Cláudio, a fim de orientar, sem tergiversações, a própria conduta. O pai mostrava, contudo, na própria face, indignação e ira, e sua explosão não se fez demorar. Irritado e cerrando os punhos, exclamou: "Percebo, percebo, mas não precisa maçar-me... Estimo, porém, que você me conheça melhor o devotamento". Avançando na intimidade, continuou, agindo por si e pelo "outro": "Filha, é necessário que você me ouça, que me entenda... Você não desconhece o que sofro. Imagine a tragédia de um homem que morre, a pouco e pouco, desolado, sozinho... de um homem que dá tudo, sem nada receber... Você cresceu, vendo isso... Infelicidade, solidão. É impossível que não se condoa. Esta casa é meu deserto. Chego esfal­fado, diariamente, sem achar mão amiga. Márcia, embora quarentona, vive de jogatinas e festas... Você está moça, inexperiente, mas deve saber. Desculpe-me o desabafo, mas os próprios amigos me lastimam o drama..."  Cláudio alterara-se de todo, comovido na aparência, e a jo­vem parecia sinceramente compadecer-se com o que ouvia. Imaginando ter atingido o alvo, ele acrescentou, exaltado: "Só você, somente você me prende ao lar infeliz. Ainda agora, o Banco me propôs excelente comis­são em Mato Grosso; entretanto, pensei em você e desisti... Por você, filha, tolero os insultos de Márcia, as ingratidões de Marina, os dis­sabores da profissão, os aborrecimentos cotidianos. Conseguirá você compreender-me?" A moça suspirou e disse entender as dificuldades a que ele se reportava, e Cláudio, ganhando energias novas para chegar à meta, disse a frase que objetivara desde o início da conversação: "Anseio pelo instante em que você me veja não exclusivamente por pai...", aditando: "Marita, pareço um velho, mas você me faz jovem... O coração é seu, seu..." (Cap. VIII, pp. 92 a 94) 

44. "Um demônio mora dentro de mim" - Percebendo a intenção ine­quívoca de Cláudio, que arrojava o rosto sobre o dela, Marita gemeu, suplicante: "Não, não!" O pai, copiando o procedimento de um jovem mal comportado, enlaçava-lhe o busto, mas André e Neves saltaram na dire­ção dela, ofertando-lhe as mãos, para que pudesse arrancar-se dali. Acreditando então apoiar-se nos próprios recursos, a moça conseguiu levantar-se num prodígio de ligeireza, estacando à frente de Cláudio, que a fitava com a expressão desconfiada de um animal repentinamente ferido. "Papai, não me faça mais infeliz...", disse-lhe a filha. "Poupe-me a humilhação!..." Ao impacto da recusa imprevista, o dono da casa pareceu desligar-se do obsessor, mas este trazia uma carga de paixão vigorosa demais para desistir facilmente e retomou o próprio domínio, a ponto de antepor a máscara fisionômica ao semblante de Cláudio. Cerrava os punhos, despedia cólera letal e estabelecia, as­sim, pavoroso conflito na mente de ambos. Num deles, o desapontamento e o desespero; no outro, a malignidade e a agressão. Incapaz de com­preender os sentimentos contraditórios que o dominavam, o pai passou a clamar, inconsiderado: "Isto é a explosão de muitos sofrimentos acumu­lados. Fiz tudo para esquecer e não pude... Que fazer com esta inclinação que me arrasta? Sou palha no vento, minha filha! Desde que a vi menina, carrego esta ideia fixa... Se eu fosse religioso, diria que um demônio mora dentro de  mim. Um demônio que me atira constantemente sobre você". E explicou que lera muitos livros de Ciência para poder entender o que ocorria, mas o enigma continuava: "É só você que eu vejo em tudo! Odeio Márcia, desprezo Marina... Tenho acalentado a es­perança de uma viuvez que nunca chega, a fim de oferecer-me a você, sem condições... Tenho ciúmes, ciúmes que me afogam a alma em labare­das... Detesto esse rapaz leviano, inconsciente..." Nesse ponto a voz de Cláudio adquirira tom lacrimoso e era evidente seu abalo sentimen­tal. O obsessor duplicou então em desprezo tudo o que ele exprimia em emotividade, provocando inesperada reviravolta. No lugar do pai enter­necido, surgiu o enamorado violento, a esbravejar, dementado: "Não, não posso humilhar-me assim. Você sabe que não sou nenhum tonto. Há quinze dias, acompanhei vocês dois a Paquetá, sem que me vissem... Se­gui-lhes o passo descuidado e feliz, como se eu fosse um cão escoice­ado pelo destino... Ao cair da noite, vi quando vocês dois se enlaça­ram, trocando promessas e falando bobagens, na Ribeira... Arrastei-me no matagal e vi tudo... Desde então, enlouqueci... Pelo jeito, vocês andam acanalhados, há muito tempo... Você! você, que eu supunha intan­gível, entregue a um menino doido!... Ingênua! Julga que não tenho mo­tivos para expulsá-la! Você imagina que me falta coragem para chamar às contas esse filho de papai rico?” (Cap. VIII, pp. 94 a 96) 

45. De repente, o socorro aparece - Alterando o tratamento pater­nal que lhe dedicara anteriormente, Cláudio rugiu, brutalizado: "Marita, fique sabendo que você agora não é mais criança! Você é ape­nas mulher, não passa de mulher, mulher..." A jovem chorava e não ousava erguer a fronte. Neves, que a tudo assistia, estava revoltado. André, temendo-lhe a impulsividade, fê-lo recordar as atitudes ponde­rosas e cristãs do irmão Félix, informando-o, discretamente, de que se achava em oração, a exorar o auxílio da esfera superior, visto que eles não dispunham ali de maiores recursos para impedir um assalto passional de penosas consequências. Neves ironizou a atitude de André, alegando que para casos como aquele os anjos nada podiam, só a polí­cia... De súbito, porém, o socorro apareceu. Ouviu-se barulho de fer­rolho em ação e alguém penetrou a casa, ruidosamente. Cláudio, em so­bressalto, desligou-se do obsessor, que se lhe postou de lado, um tanto desenxabido. Marita, recobrando energias, voltou ao leito, en­quanto o chefe do lar se recompunha à pressa, libertando a porta que havia prendido anteriormente e abrindo janela próxima. "Que é que há?", indagou dona Márcia, a esposa de Cláudio, que voltara, de impre­visto. Cláudio deu uma desculpa qualquer, alegando ter surpreendido Marita a gritar, inconsciente, sonâmbula... Sonâmbula como sempre... Tudo estava, porém, em ordem. A jovem, mergulhada na penumbra, cobriu o rosto para ocultar as lágrimas, enquanto dona Márcia sorriu, sem suspeitar, nem de leve, dos fatos que aconteceram naquela noite em sua casa. (Cap. VIII, pp. 96 a 98) (Continua no próximo número.)



 


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