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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 290 - 9 de Dezembro de 2012

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
klardec@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)
 


Olhar o mundo com
novos olhos


“Há alguns séculos, discutia-se se escravos tinham alma! Hoje, estupefatos, julgamos isso um absurdo e já nos sentimos muito avançados por estarmos discutindo se os animais têm alma! Quanto tempo ainda será necessário para as pessoas, então estupefatas, também acharem essa dúvida um absurdo?”

Este é um trecho das “Palavras Iniciais” do livro A Alma dos Animais, da Dra. Irvênia Prada, ex-professora titular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especializada em Neuroanatomia Animal.

Nesse opúsculo (1), Dra. Irvênia examina a possibilidade da existência da dimensão psíquica nos animais, “mediante as pistas que a Ciência hoje nos oferece”.

A ideia de que os animais são providos de alma no estágio evolutivo que lhes é próprio é consenso entre os espíritas, que também aceitam com naturalidade a progressão e o desenvolvimento das suas potencialidades através das eras, conforme se aprende em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, capítulo XI, Os Três Reinos, item II.

Embora o assunto não faça parte das preocupações da maioria das pessoas, a simples compreensão de que os animais não são simples “máquinas”, facilita bastante que se os trate com respeito e humanidade. Saber que os animais têm alma é um conhecimento importante, mas que precisa ser ampliado com maiores reflexões e ações concretas que nos conduzam “racionalmente, a poupá-los de sofrimentos e a respeitar neles a vida”.

Dirigido ao público em geral, o livro A Alma dos Animais será bastante útil pelo estudo comparativo que faz entre a organização fisiológica do homem e a do animal. Para muitos não é difícil constatar as semelhanças, e grande parte das pessoas consegue perceber isso. Mas a Dra. Irvênia Prada não se detém aí. As informações científicas que ela traz, transmitidas numa linguagem bem didática, avançam pela análise dos conceitos subjetivos da alma, não no seu sentido religioso, mas “no que corresponde à mente ou psique e ao conjunto de seus atributos que, embora com dificuldade de conceituação, chamamos de pensamento, vontade, raciocínio, inteligência, consciência etc.”.

Neste ponto é que muita gente se mantém neutra, passiva, sem nenhum questionamento quanto a essas possibilidades nos animais. São estas mesmas pessoas que dizem, comumente: “os animais não pensam”, “são irracionais”, “agem somente por instinto”, “neles só há condicionamento”.

A Ciência, estudando o comportamento animal, tem muito ainda a revelar além do que se sabe hoje e surpreender aqueles que insistem em não querer diferenciar um bicho de outra coisa qualquer.

Sobre a semelhança das estruturas orgânicas entre homens e animais (principalmente os mamíferos), a autora, que já publicou mais de uma centena de trabalhos em revistas científicas, participando de congressos nacionais e internacionais, aponta o Sistema Nervoso como fundamental para explicar essa identidade: “É por intermédio do Sistema Nervoso que as funções mentais podem ser ‘reveladas’ em atos de comportamento do indivíduo”.

Ora, se a organização do Sistema Nervoso do homem e dos animais segue o mesmo modelo, como ela afirma; se cabe ao cérebro (componente do Sistema Nervoso) o papel de ligação entre o mundo das ideias (mente e psique) e o mundo comportamental (...), “É perfeitamente lógico admitir-se, com base nos dados que a Ciência hoje nos oferece, que cada grupo ou espécie animal tem as suas funções mentais mais ou menos desenvolvidas em paralelo com o grau de desenvolvimento de seu Sistema Nervoso”.

Portanto, assim como o homem, os animais têm atividade mental, têm alma. A diferença, para a Ciência, está no desenvolvimento do Sistema Nervoso, que propicia mais ou menos intensa atividade mental.  Para os espíritas, a diferença está também na evolução mais ou menos adiantada da alma.

As reflexões contidas neste livro nos ajudarão “a olhar o mundo com novos olhos... adotando o paradigma biocêntrico”, onde a vida prevalece; e nos afastando da conduta antropocêntrica, em que os homens se julgam “senhores de tudo e de todos”, desrespeitando a natureza, e com isso, afrontando a si próprios.

Sabendo que há sempre os que duvidam da alma e suas aptidões, tanto no homem quanto nos animais, termino esta crônica como a Dra. Irvênia Prada iniciou seu magnífico livreto, citando Pe. Antonio Vieira, em “Sermões”: “Quereis saber o que é a alma? Olhai um corpo sem alma”.


(1)
A Alma dos Animais, Irvênia Prada, Editora Mantiqueira (Campos do Jordão, SP), www.editoramantiqueira.com.br.

Negritos do autor do texto.

         

 


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