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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 289 - 2 de Dezembro de 2012
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 8)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Um Espírito irritado, exasperado, pode prejudicar fluidicamente uma pessoa enferma, mesmo contra sua vontade?

Sim. Foi isso que André Luiz disse ao seu colega Neves. Era preciso que ele se asserenasse, porque estavam ali para ajudar, proteger, realizar o bem, mas sua irritação lhe azedaria o ânimo e então, de sentimento azedado, lançaria sobre a filha enferma ingredientes fluídicos de índole negativa, arruinando-lhe as forças. André disse, ainda, que a exasperação ou o desânimo, da parte deles, marca­riam o término de suas possibilidades de cooperação. (Sexo e Destino, capítulo VIII, pp. 78 e 79.)

B. Usada por André Luiz, que significa a expressão “possessão partilhada”?

Ele usou essa expressão para definir a situação de Cláudio, pai adotivo de Marita, quando ele pediu-lhe que ela lhe abrisse a porta do quarto. Cláudio entrou, mas não vinha só, pois um companheiro desencarnado enrodilhava-se ao seu corpo. O verbo enrodilhar-se pareceu-lhe, em nossa linguagem, o mais adequado à definição daquela ocorrência de "possessão partilhada", embora não exprimisse, com exatidão, todo o processo de enrolamento fluídico em que se imantavam Cláudio e a entidade desencarnada. A expressão "possessão partilhada" ele a utilizou porque ali um aspirava ardente­mente aos objetivos desonestos do outro, completando-se, euforica­mente, na divisão da responsabilidade em quotas iguais. Qual aconte­cera no instante em que bebiam juntos, forneciam a impressão de dois seres num corpo só. (Obra citada, capítulo VIII, pp. 80 a 82.)

C. Como era nessa ocasião o ambiente no lar de Marita?

Péssimo. Em seu lar já não havia nenhuma ligação afetiva mais séria entre os pais adotivos. O casamento deles desmoronara havia muito tempo. Após as rixas e discussões iniciais, a indiferença e o cansaço um do outro fizeram com que Cláudio e Márcia, sua esposa, trilhassem caminhos diferentes e Marina, filha do casal, seguiu os exemplos da mãe. Em casa, habitualmente reuniam-se à mesa os três, pais e filha, à feição de três animais inteligentes, dissimu­lando o desprezo recíproco, através da convenção ou do chiste. (Obra citada, capítulo VIII, pp. 86 e 87.) 

Texto para leitura

36. Neves se surpreende com o caso de Marita - Reconhe­cendo que Marita chorava, em prostração, visivelmente distanciada do exame que lhe fora permitido desenvolver, André concluiu a pesquisa. Neves es­tava perplexo com o rumo dos acontecimentos, visto que Gilberto era seu neto. "Há dias –  disse ele – , tento confortar minha pobre Bea­triz, só isso. Não fazia a menor ideia das perturbações que a ro­deiam... Ah! meu amigo, como pai, estaria agora mais consolado se a visse agonizando numa casa de loucos!..." Marita, segundo o parecer de André Luiz, fora sincera. Expusera o que sabia. Ela era apenas um pedaço da verdade que os dois procuravam. Para descobrir a verdade toda, era inevitável consultar as demais pessoas envolvidas na trama. Neves olhou, compadecido, para a jovem em pranto e salientou: "Veja esta me­nina. Correta, fiel... Submeteu-se, confiante. Que culpa no vaso de porcelana, violentamente destampado por um animal? E esse animal é um garoto que eu amo tanto!... Ela poderia ser a esposa que idealiza, mãe digna, dona de casa para um homem de bem... No entanto, lá se vai Gil­berto, embeiçado por uma pinoia. Marina e Marita... Incrível hajam crescido sob o mesmo teto!" André rogou ao companheiro asserenar-se. Eles se achavam ali para emendar, proteger, realizar o melhor. Certo, o bem suscetível de ser plantado naquele grupo redundaria em socorro a Beatriz. Que colocassem nela o pensamento. A irritação lhe avinagraria o ânimo e ele, Neves, de sentimento azedado, lançaria sobre a filha ingredientes fluídicos de índole negativa, arruinando-lhe as forças. Paciência e atividade fraterna servir-lhes-iam de apoio. Além do mais, não se sabia até quando perdurariam os sofrimentos físicos de Beatriz. Era perfeitamente possível fosse prolongado seu prazo de permanência na Crosta. (Cap. VIII, pp. 78 e 79) 

37. Nosso principal adversário somos nós mesmos - André Luiz lem­brou ao amigo que a exasperação ou o desânimo, da parte deles, marca­riam o término de suas possibilidades de cooperação. Os supervisores que os dirigiam, embora compassivos e prestimosos, os removeriam da cabeceira da doente, sem a menor dificuldade, agindo assim em proveito dela mesma, impedindo os prejuízos que lhe adviriam de sua carga de vibrações desconcertantes. Era preciso, pois, manter a serenidade. Ne­ves recebeu a advertência com paciência e rogou compreensão. Tendo-se retirado do convívio familiar por longo tempo, topava então, a cada instante, com o homem que fora: comodista, agarrado às raízes consan­guíneas, absorvido no bem-estar dos que reputava como sendo flores no tronco do coração. Sabia-se em prova árdua, mas, ao jeito de qualquer homem da Terra, encerrando consigo méritos e falhas, declarou-se dis­posto a dominar-se, pedindo a André o auxiliasse de modo a manter-se calado, na presença dos instrutores. A submissão de Neves dava para comover. André fê-lo sossegar-se. Não era preciso vexar-se daquela ma­neira. Ele também conhecia de sobra os lances da batalha interior, em que o adversário somos sempre nós mesmos, na arena das qualidades in­feriores que é preciso sublimar. Como Marita continuava a chorar, An­dré dispôs-se a intervir. Foi quando sucedeu algo inesperado. Cláudio (o pai adotivo da jovem) bateu, de leve, à porta, decerto incomodado pelo som lastimoso daqueles gemidos que a jovem procurava, em vão, re­primir. André e Neves respiraram confortados. Indubitavelmente, o in­quieto coração paternal vinha ao encontro da filha, ansiando soerguer-lhe as energias, e André mesmo, através de estímulos magnéticos, in­sistiu para que ela atendesse. Marita anuiu aos apelos dos amigos in­visíveis e cambaleou, abrindo a porta. Cláudio entrou, mas não vinha só, pois um dos dois companheiros desencarnados, que lhe altera­vam a personalidade, enrodilhava-se-lhe ao corpo. (Cap. VIII, pp. 80 a 82) 

38. Um caso de possessão partilhada - André Luiz nos diz que o verbo enrodilhar-se pareceu-lhe, na linguagem humana, o mais adequado à definição daquela ocorrência de "possessão partilhada", embora não exprimisse, com exatidão, todo o processo de enrolamento fluídico em que se imantavam Cláudio e a Entidade. A expressão "possessão parti­lhada" ele a utilizou porque, efetivamente, ali, um aspirava ardente­mente aos objetivos desonestos do outro, completando-se, euforica­mente, na divisão da responsabilidade em quotas iguais. Qual aconte­cera no instante em que bebiam juntos, forneciam a impressão de dois seres num corpo só. Em determinados momentos, o obsessor afastava-se de Cláudio, a distância de centímetros, mas continuava sempre a en­laçá-lo, copiando gestos de um felino. Encarnado e desencarnado acha­vam-se, entretanto, irrestritamente conjugados em vinculação recí­proca. Cláudio tinha no semblante uma expressão diferente. Deixando-se prazerosamente senhorear, seu olhar adquirira a turvação caracterís­tica dos alucinados. Ele se transfigurara. Estranho sorriso franzia-lhe a boca. Neves e André estavam espantados. Cláudio e o vampiriza­dor, singularmente brutalizados pelo desejo infeliz, constituíam jun­tos uma fera astuciosa, calculando o caminho mais fácil de alcançar a presa. Um clarividente encarnado que fitasse o dono da casa, naquela hora, vê-lo-ia noutra máscara fisionômica. A incorporação medianímica, espontânea e consciente, positivava-se em plenitude selvagem. As for­mas-pensamentos da dupla davam conta de suas intenções libertinas, com estruturas, cores, ruídos e movimentos correlatos, e era possível tam­bém a André escutar as vozes de ambos, em diálogo claramente perceptí­vel. As palavras escapavam do crânio de Cláudio, aparentemente silen­cioso aos olhos de Marita, qual se a cabeça dele estivesse transfigu­rada numa caixa acústica de aparelho radiofônico. Magnetizador e mag­netizado denotavam sensualidade do mesmo nível. Recordando a corrida à garrafa de uísque, momentos antes, André notou que a diferença, ali, era que Cláudio encontrava recursos a fim de parlamentar, dentro da hipnose, que ele, aliás, acarinhava. (Cap. VIII, pp. 82 e 83) 

39. O processo de sedução pelo obsessor - O obsessor discorria, comovendo-o, no intuito patente de arruinar-lhe os restos do escrú­pulo: "Agora, agora sim!... O amor, Cláudio, é isto... Esperar, por vezes, anos a fio, para dominar a felicidade num simples minuto. Exis­tem mulheres aos milhões; entretanto, esta é a única. A única que nos poderá, enfim, aplacar a sede". O vampirizador continuou a falar numa linguagem de nível muito baixo, e depois conclamou: "Vamos! Marita é nossa, nossa!... Somos homens sequiosos, sofredores..." As frases que se seguiram procuravam mostrar a Cláudio a carência afetiva em que este vivia. "De que valiam –  disse-lhe o obsessor –  vencimentos far­tos e experiências de lupanar, quando o amor verdadeiro grita insa­tisfeito na carne? Você vive no lar, à moda de cão na sarjeta. Escoi­ceado, ferido... Marita é a compensação." Cláudio vacilou um momento e respondeu-lhe: "Criei-a, no entanto, como sendo minha própria filha..." O sedutor desencarnado voltou à carga, ironizando: "Filha? Mero arti­fício social. Apenas mulher. E quem assegurará que ela também não es­pera por seu beijo com a sede da corça, presa ao pé da fonte?" Divi­dido mentalmente em duas personalidades distintas, a de pai e a de enamorado, Cláudio argumentou, desencorajando-se, pois sabia que Ma­rita elegera Gilberto, o rapaz a quem namorava. Era impossível que o amasse, a ele, Cláudio, em segredo. Não alentava dúvidas. Ciumento, acompanhara-os, discretamente, em alguns passeios e notara-lhes os gestos equívocos, a ponto até de entender que o estouvado namorado deveria assumir com ela compromisso. (Cap. VIII, pp. 83 a 85) 

40. Cláudio desejava a filha adotiva - Como era dado também à vida noturna, Cláudio passou a esbarrar com Marina, sua filha, em recantos de prazer, não apenas na companhia de Nemésio, seu chefe, mas igual­mente com Gilberto, o filho. Os desregramentos de Marina haviam-se tornado para ele em calamidades inevitáveis. A princípio, atormentara-se. Ocorre que em seu lar já não havia nenhuma ligação afetiva mais séria. Seu casamento desmoronara havia muito tempo. Após as rixas e discussões iniciais, a indiferença e o cansaço um do outro fizeram com que ele e Márcia, sua esposa, trilhassem caminhos diferentes e Marina seguiu os exemplos da mãe. Em casa, habitualmente reuniam-se à mesa a esposa, Marina e ele, à feição de três animais inteligentes, dissimu­lando o desprezo recíproco, através da convenção ou do chiste. Marita, no conceito dele, definia-se à parte. Flor no ramo espinhoso daqueles antagonismos flagelantes, ele a encaminhou na direção do serviço, fa­zendo com que a jovem tomasse suas refeições em Copacabana, para que as picuinhas do círculo doméstico, no Flamengo, não lhe torturassem o espírito. Espiava-lhe os passos, ouvia-lhe os chefes. Amando-a com en­tranhado carinho mesclado de egoísmo tirânico, feriam-lhe as humi­lhações que a esposa e a filha não regateavam a ela, no trato mais ín­timo. Cláudio queria-a para ele, com a ternura de um pombo e a bruta­lidade de um lobo. Marita acabou por utilizar a liberdade mais ampla que a situação lhe conferia, aproximando-se ainda mais de Gilberto. Envolto nesses pensamentos, que lhe derivavam, rápidos, do ligeiro autoexame, sob o controle do vampirizador, Cláudio recordou-se de que houvera entendido, dias antes, que Gilberto não hesitava embair as duas moças e, após muito refletir, resolvera silenciar. No íntimo, de­sejava que Marita fosse machucada pelas circunstâncias, de modo que, ao voltar-se para ele, fatigada e desiludida, lhe seria fácil convertê-la na amante a que aspirava. (Cap. VIII, pp. 86 e 87) (Continua no próximo número.)



 


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