WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 288 - 25 de Novembro de 2012
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 7)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Alguma coisa conseguia atenuar o suplício moral que Marita passou a experimentar aos onze anos de idade?

Sim. Seu sofrimento era atenuado pela dedicação incessante do pai adotivo, que se lhe confirmava mais terno à medida que D. Márcia, sua mãe adotiva, e Marina se lhe afastavam da comunhão espiritual. As duas juntas, à frente dela, significavam provação inquali­ficável que lhe competia aguentar em silêncio. (Sexo e Destino, capítulo VII, pp. 68 e 69.)

B. O trabalho fora de casa ajudou-a a minorar a provação que o destino lhe reservara?

Sim. Ela contava 17 anos quando começou a trabalhar em uma loja. De começo, tudo fora hesitação e novidade. Depois, as coisas se modificaram. Aliciara relações confortado­ras, expandiram-se-lhe os interesses, permutava confidências, conquis­tava simpatias. E a imaginação agora se lhe excitava em descontrole, su­gerindo-lhe adornar-se com esmero, de modo a se destacar diante do jo­vem que lhe viria, decerto, governar o império emotivo, oferecendo-lhe um lar. (Obra citada, capítulo VII, pp. 70 e 71)

C. Nas recordações de Marita surgiu uma revelação surpreendente. Que é que André Luiz descobriu?

André Luiz descobriu que Marita amava Gilberto, o mesmo rapaz que estava envolvido afetivamente com Marina. Marita conhecera Gilberto seis meses antes, no gabinete do chefe. Ela pres­tava informações de serviço, ele representava o pai em negócios alusi­vos à venda de imóveis. Ao se conhecerem, elos de intensa afinidade passa­ram, desde então, a jungi-los um ao outro, sem que lhe fosse possível justificar a sede crescente de comunhão que a dominava. Até que, no dia anterior a essas reflexões, ela surpreendera a irmã e Gilberto num colóquio que não lhe deixara dúvidas. O grande amor de sua vida, ela o perdera, e justamente para a irmã. (Obra citada, capítulo VII, pp. 75 a 77.)

Texto para leitura 

31. Viver ali era uma provação inqualificável - O suplício moral que Marita adquirira aos onze anos de idade atenuava-se tão-somente pela dedicação incessante do pai adotivo que se lhe confirmava mais terno, à medida que D. Márcia e Marina se lhe afastavam da comunhão espiritual. A jovem era sozinha em assuntos de sexo. Mãe e filha em­penhavam-se, deliberadamente, na abstenção de qualquer parecer, quando se tratasse das incertezas dela na escolha de figurinos. Vez por ou­tra, D. Márcia a escutava com ternura maternal, mas via-se que a es­posa de Cláudio possuía vasto patrimônio de compreensão e carinho, abafado, porém, sob o peso de conveniências e convenções, semelhando tesouro enterrado nas raízes de sólido espinheiro. Nessas horas de efusão, a jovem exibia-lhe todas as dúvidas e perplexidades que pos­suía, e D. Márcia respondia-lhe entre beijos, demonstrando vivamente que o lume da dedicação e da confiança de outros tempos não se lhe arrefecera no coração. Mas esses momentos de felicidade escoavam-se rapidamente, logo que Marina chegava, pois o ambiente se turvava e D. Márcia se transformava de súbito. Ocultava-se então a mãezinha espiri­tual, afável e acolhedora, e aparecia D. Márcia, avalentoada e cortês, na atmosfera psíquica. Unidas, ela e Marina completavam-se em pequeni­nas torpezas para deprimi-la, humilhá-la. Concediam-lhe, raramente, a honra da companhia para compras no centro, mas, se as lojas não dis­punham de meios para a entrega das encomendas, não se pejavam de car­regá-la com pacotes diversos, exercitando crueldade risonha nos pejo­rativos com que lhe agravavam o constrangimento e a subalternidade. D. Márcia e Marina, juntas, à frente dela, significavam provação inquali­ficável que lhe competia aguentar em silêncio. Bem cedo percebeu que a irmã, filha única, não abriria mão de ínfima parcela dos mimos caseiros de que se supunha senhora e, dominado o segredo de sua origem, modificara completamente a conduta para com ela e não deixava passar as oportunidades para biografá-la, junto às amigas. (Cap. VII, pp. 68 e 69) 

32. Marita começa a trabalhar fora - Sentindo a solidão no pró­prio lar, Marita buscou manter contatos com os familiares de Aracélia, mas suas mensagens nunca mereceram resposta. Notícias procedentes da remota cidade em que a mãe nascera davam conta de que todos eles ha­viam demandado outras regiões do país, procurando melhor sorte. A jovem estava realmente só... Adveio-lhe, então, a ideia de buscar na re­creação fora do lar o alívio para os empeços do caminho. Relacionou, assim, os primeiros dias de atividade na profissão de comerciária a que se afizera. Surgiu na memória o movimentado estabelecimento comer­cial em que Cláudio lhe obtivera a função de balconista. Era um pequeno mundo da preferência feminina. Bijuterias, perfumes, tecidos le­ves, roupas feitas... No dia imediato àquele em que o pai adotivo lhe trouxera da rua um bolo enfeitado com dezessete rosas pequenas, para comemorar-lhe o aniversário, ela entrara em serviço. De começo, tudo hesitação e novidade. Vira-se, depois, atirada aos embates do senti­mento, ligações novas, ideias renovadas. Aliciara relações confortado­ras, expandiram-se-lhe os interesses, permutava confidências, conquis­tava simpatias. A imaginação agora se lhe excitava em descontrole, su­gerindo-lhe adornar-se com esmero, de modo a se destacar diante do jo­vem que lhe viria, decerto, governar o império emotivo, oferecendo-lhe um lar... Ingênua, entendia que os fatos do amor se limitavam aos ro­mances em que cinderelas anônimas acabavam nos braços de príncipes... Entusiasmava-se com novelas e filmes que terminassem pelo altruísmo coroado ou pelas supremas aspirações humanas, convenientemente atendi­das. O destino, no entanto, escarnecera de sua inocência. (Cap. VII, pp. 70 e 71) 

33. A primeira desilusão fora de casa - A princípio, a desilusão lhe veio através de um colega que a obsequiava, repetidamente, com en­tradas de cinema. Conhecia-lhe a noiva, professora jovem e distinta que se lhe afeiçoara ao convívio. Que mal em se verem juntos para uma fita, de vez em vez? Iniciaram-se momentos de encontro fraterno. Um cafezinho de bar, nas horas de vento frio, um sorvete na praia, quando o calor vinha forte. Mera camaradagem. Amiguinho, fazendo o papel do irmão que não tivera. Chegou, porém, a noite em que ele se apresentou, transtornado. A noiva fora a Petrópolis, um fato natural, embora raro. Nada prenunciava sucessos desagradáveis, nenhum motivo de inquietação. Conversaram pacificamente nas areias do Leme. O trabalho na loja fora banho de suor copioso, no dia cálido, e a Lua nascera plena, inspi­rando-lhes pensamentos mansos e alegres, ante o sopro refrigerante do mar. Falavam acerca de freguesas apressadas, mencionando clientes ás­peros. Riam-se, despreocupados, como colegiais, no intervalo das lições. De repente, tomando-lhe as mãos, o rapaz puxou-a, num gesto brusco, de encontro ao peito, gaguejando declarações. Marita, impetuo­samente submetida aos lábios do colega, que se colavam aos seus, des­faleceu por segundos. O hálito sedutor do primeiro homem que a re­tinha, submissa, destilava o magnetismo da serpente, quando hipnotiza o pássaro confiante, mas o desmaio durou um instante só. A profunda e invencível reação da feminilidade unida à consciência foi rápida. A noção de responsabilidade relampagueou-lhe no raciocínio e bastou isso para o impulso sexual esmorecer, neutralizado. Marita ideou a imagem da amiga ausente, compreendeu todo o perigo e, tocada de súbita re­sistência, arrojou longe o perseguidor que lhe pressionava o busto tremente. Desembaraçada, o pranto explodiu-lhe quente e doloroso, e inúmeras interpelações da alma sincera, relativamente à conduta do co­lega, estouraram, contundentes e francas. Onde os compromissos do noi­vado? que fazia da jovem correta que lhe empenhara o destino? trazia, assim, o coração rolando tão baixo? (Cap. VII, pp. 72 e 73) 

34. O amor oculto da jovem Marita - Lívido e atarantado, o colega escusou-se, asseverando que não a supunha meninota antiquada. Estava comprometido, noivo, há meses, mas, a seu modo de ver, era natural que ele e ela, Marita, ainda jovens, desfrutassem o tempo, acrescentando, ainda, em sua filosofia desabusada, que todo viajante consciente, em­bora conheça o caminho certo, é livre para saborear os frutos que pen­dam de plantas erguidas à margem. Dito isso, retirou-se gargalhando, sarcástico, para depois hostilizá-la em serviço. Ocorreram depois ou­tros impedimentos e tentações. O sobrinho do chefe, rapagão recém-ca­sado, insinuara-se, começando por um presente de aniversário e termi­nando por solicitar-lhe colaboração no escritório, onde pretendeu arrancar-lhe atitudes inconfessáveis. Era novo inimigo que lhe surgia. Enquanto isso, em casa, Marita observou que Marina se alterara, sensi­velmente. Tendo alcançado o diploma de contadora, situara-se com mani­festas vantagens e, certamente por ganhar expressivas somas na profis­são, sustinha, desajuizadamente, prodigalidades e excessos. Roupas ca­ras, penteados extravagantes, bebedeiras e tafulices... Nesse ponto das confidências mudas, que André ia registrando, raiou o vulto de um jovem, nítido. Ao estampá-lo na paisagem de seus pensamentos, transfi­gurou-se a castigada criança. Desanuviou-se-lhe o firmamento íntimo e sua aura clareou-se... Marita amava o escolhido com a firmeza da ár­vore que se levanta sobre a raiz principal de apoio, com a abnegação das mães que preferem morrer, felizes no sacrifício extremo, se for essa a condição para que os filhos queridos logrem viver. André lem­brou-se de ter visto aquele vulto de homem... Era o mesmo rapaz cujo semblante repontava dos pensamentos de Marina, disputando-lhe o cora­ção com Nemésio. As jovens jaziam espiritualmente imanadas a ele por laços idênticos. Cruzavam-se-lhes as preferências, sócias de análogo destino. André olhou para Neves e viu-lhe a face transida de mágoa. Neves aproximou-se então e disse, transtornado: "Ainda não nos en­tendemos devidamente. Sabe você quem é este? É meu neto, Gilberto, filho de Beatriz..." (Cap. VII, pp. 74 e 75) 

35. Nova decepção na vida de Marita - André Luiz sopitou, a custo, o espanto que tal revelação lhe causara e não sabia de que modo o pesar lhe doía mais, se ao refletir em Marina, a dividir-se entre pai (Nemésio) e filho (Gilberto), ou se ao concentrar a atenção na­quela moça triste, profundamente lesada nos tesouros do sentimento. Estancando no íntimo tais impressões, André continuou a pesquisa. A muda confissão de Marita avançou em reminiscências vivas e francas. Conhecera Gilberto seis meses antes, no gabinete do chefe. Ela pres­tava informações de serviço, ele representava o pai em negócios alusi­vos à venda de imóveis. Com que deslumbramento lhe recebera os primei­ros olhares afetuosos e indagadores! Elos de intensa afinidade passa­ram, desde então, a jungi-los um ao outro, sem que lhe fosse possível justificar a sede crescente de comunhão que a dominava. Para surpresa maior, no primeiro encontro que lhes precedera a série de passeios e entretenimentos felizes, ficara sabendo, satisfeita, que Marina se fi­zera contadora da firma em que o pai dele era a figura mais impor­tante. Riram-se da coincidência com a ingenuidade de duas crianças. Marita confiara-se a ele, integralmente. Amava-o, sentia-se amada, e desde então mais vastos horizontes se lhe descerraram à alma. Tolerava as alfinetadas do cotidiano. A Natureza lhe desvendava encantos novos. Admitia que outra luz se lhe acendera nos olhos, permitindo-lhe desco­brir a beleza do mar. Desligara-se do calvário doméstico; o tempo vo­ava, doce, ao coração. O amor correspondido anestesiara-lhe a sensibi­lidade. Marita dera-se a Gilberto, copiando a passividade da planta que se rende ao cultivador, da fonte que se entrega ao sedento. O filho de Nemésio Torres prometera-lhe casamento. Falava do futuro ri­sonho, suscitava-lhe sonhos de maternidade e ventura e, para fazê-la integralmente feliz, aguardava apenas a melhoria econômica, que adi­vinhava perto. Apesar de tudo, Marita apresentava agora o coração aba­tido, farpeado. Convencia-se de que Gilberto se enfastiara e que am­bos, precipitados à fome de prazer, haviam colhido, antes do tempo, a flor da felicidade. Marina adiantara-se, sempre Marina... Na véspera, surpreendera a irmã e Gilberto num colóquio que não deixava dúvidas. Ouvira-lhes a conversação impregnada de ternura ardente, sem ser pres­sentida. E nesse ponto das lembranças amargas, estirou o corpo desgo­vernado, abandonando-se a lágrimas convulsas. (Cap. VII, pp. 75 e 77) (Continua no próximo número.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita