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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 6 - N° 285 - 4 de Novembro de 2012
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Allan Vilches: 

“Música sem doutrina é simples entretenimento” 

O conhecido cantor lírico paulista, que tem encantado as plateias que o ouvem, conta como surgiu seu envolvimento com a música e diz como vê a arte que domina com raro talento e maestria
 

 

Espírita desde os 12 anos, natural de Carapicuíba-SP, onde reside, Allan Francisco Vilches Caíres (foto) é presença marcante em muitos eventos promovidos pelo movimento espírita. Formado em canto lírico, músico de profissão e de coração, como costuma dizer, vincula-se ao Núcleo Espírita Obreiros da Vida Eterna, na  mesma  cidade.  Com

quatro CDs editados, suas respostas à presente entrevista trazem o tom de amor à causa e da alegria de viver.


De onde o interesse pela música?

O interesse pela música foi despertado quando ganhei um CD de ópera aos 11 anos de idade. Foi amor à primeira ouvida!

Como você foi "descoberto" em seu talento de voz?

Depois de muito treinar em casa, sem nenhum professor, seguindo simplesmente a voz dos tenores do CD que ganhei, tive a primeira oportunidade de cantar em público no Grupo Jovens Espíritas Semeadores da Paz, do Núcleo Espírita Obreiros da Vida Eterna, e foram nossos amigos da mocidade que nos motivaram a buscar um conservatório e dar continuidade no estudo da música.

Como podemos descrever seu perfil musical, em termos de voz?

Sou um cantor lírico, classificação vocal: tenor dramático.

Como você ligou a música à divulgação espírita?

O desenvolvimento das duas áreas ocorreu em paralelo. Enquanto frequentávamos os cursos doutrinários na casa espírita, também desenvolvíamos o trabalho musical em diversas escolas (Conservatório Villa Lobos, Coral da Universidade de São Paulo e Universidade Livre de Música). Em 2001 formamos o Grupo Vocal Cantores da Luz no Centro Espírita, mas só em 2005, depois de conhecer a renomada cantora Paula Zamp, é que iniciamos um trabalho musical dentro do Movimento Espírita com palestras envolvendo o conteúdo doutrinário e as canções.

Como tem sentido o público em suas apresentações?

Nosso desafio tem sido levar o público a também soltar a voz e nestes anos de trabalho tenho observado o despertar de muitos amigos para o desabrochar de suas melhores qualidades. A participação, o entrosamento, a vibração dos nossos amigos têm sido cada vez maiores e mais intensas.

Que tipo de reação você mais nota?

A alegria é nossa prioridade. Por isto a primeira impressão é o sorriso dos amigos que têm contato com o nosso trabalho; em seguida percebemos a emoção pelo contato com a espiritualidade maior – quem canta ora duas vezes; depois, notamos a determinação ao observar pessoas que nunca cantaram e se entregam a esta atividade com a melhor das intenções – o despertar dos sentimentos puros.

Como se dão as percepções espirituais durante as apresentações? Descreva um fato expressivo.

Em nosso repertório encontramos canções espíritas, italianas, evangélicas, populares, espanholas, natalinas, eruditas, católicas. Percebemos que em cada canção, em cada casa espírita, temos entidades ou grupos de Espíritos que atuam conforme a necessidade do local ou do público ou do cantor! Um caso marcante foi nosso primeiro encontro com o expositor José Medrado na cidade de Santo André, durante uma Semana Espírita onde faríamos a abertura musical dos trabalhos. Disse ele que durante a execução da música Kumbaya observou, por meio da vidência mediúnica, muitos trabalhadores vestidos com trajes típicos, altos e negros, que entraram no salão varrendo nossas mazelas, o que levantava grande poeira. Ao final da música tínhamos um ambiente preparado e "higienizado" para captarmos a essência da palestra...

Como se faz a conciliação da música com a abordagem doutrinária?

Foi uma necessidade! Música sem doutrina é simplesmente entretenimento; música com doutrina transforma-se em importante ferramenta para o despertar das consciências. Hoje não basta simplesmente cantar: é preciso sentir o que cantamos.

Profissionalmente você atua também com a voz?

Sim, temos uma empresa de eventos em São Paulo chamada Incanttus Musicais e nosso foco é a utilização de música de qualidade em eventos sociais, empresariais e culturais. Atuamos em casamentos, serenatas, palestras motivacionais em empresas e projetos culturais com apoio de prefeituras.

Qual é o caminho para quem deseja cantar com você?

É só entrar no site www.allanvilches.com.br e verificar em nossa agenda o lugar mais próximo para que juntos possamos cantar e construir um mundo mais feliz!

Algo mais que gostaria de descrever?

Lembramos que a ciência nos tem trazido muitos esclarecimentos sobre a questão energética da música. Experiências realizadas já comprovaram que a vibração gerada com a canção movimenta nossos elétrons, átomos e células, daí a importância de tudo que pensamos, falamos e cantamos. Acreditamos também que música é energia em movimento, por isto não nos limitamos ao repertório puramente espírita (música que fala de conteúdo doutrinário), pois todos os compositores de diversas regiões e de diversos períodos enviaram suas mensagens sublimes e ainda hoje estamos trabalhando para praticá-las.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita