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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 284 - 28 de Outubro de 2012

GUARACI DE LIMA SILVEIRA
guaracisilveira@gmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)
 


Sítios superficiais da vida


Qual de nós pode avaliar as bênçãos de uma encarnação? Quantos por ela passam quais aves ligeiras a buscarem, continuamente, apenas o alimento imediato às suas necessidades. A encarnação de um Espírito demanda estudos, preparações, ajustes e confianças mútuas. Nos planos espirituais as entidades responsáveis por este assunto se movimentam de forma eficaz desde a proposta inicial de um novo roteiro até a fixação do Espírito em novo corpo de carne, acompanhando-o pelos primeiros anos da sua nova existência física. Semiadormecidos, os Espíritos recém-encarnados recebem da espiritualidade, dos pais terrenos e da sociedade como um todo os primeiros fundamentos para uma experiência que lhes sejam proveitosas. Qual o meio social, a etnia, o sexo e o tempo da nova experiência? Isto pouco importa. O mundo é escola divina criada para corrigir e elevar almas. Aqueles que cuidam dos renascimentos bem sabem onde colocar os Espíritos que retornam, pois que conhecem suas histórias e necessidades.

Realizados os primeiros movimentos da nova encarnação, os Espíritos iniciam suas tarefas de preparação. A escola, o convívio social, as propostas, as opções e o temperamento emocional vão qualificando-os como indivíduos. Na adolescência eclodem-lhes as tendências. Tempo de esperas e aparelhamentos. Tempo em que as sociedades precisam compartilhar-lhes com afeto e ternura suas frequências oscilantes. São botões inda longe dos frutos. São promessas de vida. São filhos de Deus potencializando-se para participar, ajudar, reconstruir a si e o mundo. São luzes balouçantes carecendo respeito. Mais tarde, com o diploma na mão, partem para os mercados de trabalhos transformando-se em a nova geração a impulsionar o progresso. Esta dinâmica sempre existiu em todos os elos da história, desde os primórdios, no tempo das cavernas, até o presente e será assim, num sucessivo encadeamento para os devidos avanços espirituais.

Bom seria que, ao término de mais uma jornada no corpo físico, todos, sem exceção, retornassem direto aos planos superiores da espiritualidade, em escolas, templos e academias para novas aberturas, tanto intelectuais quanto morais. Em mundos superiores ao nosso, com certeza funciona assim. Na Terra, contudo... Temos notícias dos planos adjacentes ao nosso: quanta dor, quanta miséria, quantas culpas, lamentos, rebeldias, arrependimentos e estacionamentos. Antes, tínhamos vagas ideias desses locais de apurações. Com o advento da Doutrina Espírita tudo foi e está sendo esclarecido, de forma que não se deve mais pagar para ver. O custo pode ser bem alto. Ver-se na experiência física, a cada dia, através do autoconhecimento torna-se de alto valor. Somos conhecedores de que a vida passa ligeira, que o tempo de ontem se foi. Que o de amanhã nos arrastará com muita certeza para as mesmas atitudes, hábitos e premissas.

Diz-nos André Luiz em Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 1 – Estudando a Mediunidade –, que: “Nossa mente é, destarte, um núcleo de forças inteligentes, gerando plasma sutil que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios”. Assim, ela funciona a partir das nossas escolhas pessoais, respondendo aos nossos comandos e, em muitos casos, subjugando-nos a eles. Desta forma, necessário se faz dar uma guinada a cada dia em nossas atitudes, evitando as contumazes especulações indébitas com repercussões funestas num futuro. É bom que nos tornemos parceiros eficientes de conquistas salutares para nós e o social ao nosso derredor.

Ainda citando André Luiz, ele nos conta no livro No Mundo Maior o que ouviu de Calderaro: “O tempo acaba sempre por denunciar a nossa posição verdadeira. Quando a criatura não haja feito da existência o sacerdócio de trabalho construtivo, que nos cumpre na Terra, os fenômenos senis do corpo são mais tristes para a alma, pois, neste caso, o indivíduo já não domina as conveniências forjadas pelo imediatismo humano, patenteando-se-lhe a fixação da mente nos impulsos interiores”. Mais à frente temos a informação de que milhões de pessoas seguem por muitos séculos na fase infantil do entendimento porque nada produzem para a melhoria própria, repetindo interminavelmente suas posturas, não abrindo mão de seus pontos de vistas. Quase sempre os identificamos em velhos nos corpos e infantes na alma. Muitos enlouquecem, permanecendo por muito tempo em absoluta alienação mental, posto que não souberam metamorfosear oportunidades em execuções plenas, em forjas sensatas da paz espiritual. Tornam-se peso para alguém, para a sociedade, o planeta e o Universo, sofrendo até o dia em que desencarnam padecendo as duras consequências de uma realidade nublada, mas real. E nela terão que refazerem-se. Nenhum Espírito se perderá. Uma vez criados, a imortalidade é caminho de todos e para tal os amoldamentos são necessários mesmo que o cinzel acicate, mesmo que encarnações dolorosas cheguem como medicação adequada.

Loucuras são as manifestas ou não. Há loucos silenciosos que se mostram como seres equilibrados, vivendo como tal na sociedade, conspurcando-a com suas atitudes e propostas. São eles, entre outros, os psicopatas, os sexólatras, os cleptomaníacos, os loucos pelo dinheiro, bens materiais, poder... Estar no poder, diz Lacan, "dá um sentido interiormente diferente às suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo".

O psicanalista e professor da Universidade Estadual de Maringá Raymundo de Lima nos diz que: “Pelo simples fato de agora ser ‘rei’, tudo deverá girar em função do que representa a realeza. Também os comandados são levados pelas circunstâncias a vê-lo como o ‘rei do pedaço’”. É dele ainda o seguinte comentário: “O poder faz fronteira com a loucura. Não é sem motivo que muitos loucos se julgam Napoleão ou o Rei Luís XV. Parece que há algo de ‘loucura narcísica’ nas pessoas que anseiam chegar ao poder político (governante de uma cidade, estado ou país, ministro, membro do secretariado local), ou ao poder de uma instituição, empresa, departamento, pequeno setor de uma organização qualquer ou grupo qualquer. O narcisismo de quem ocupa o poder revela-se na autoadmiração (o amor a si e aos seus feitos), na recusa em aceitar o que vem dos outros e no gozo que ele extrai do poder, que, levado ao extremo, poderia revelar loucura”. O filósofo e ensaísta alemão Robert. Kurz afirma que: o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder torna-as estupidíssimas”.

É, de fato, o que bem se vê na atualidade: muitos buscando alguma forma de poder, quer nos campos sociais, clubes, lares, instituições... Não demoram muito e desencarnam como habitantes dos sítios superficiais da vida. As profundidades não foram atingidas. A centelha divina continua adormecida, latente, aguardando estímulos. Os risos, drinks, baladas, passeios, encontros, negociatas, tomou-lhes o sacrossanto tempo, iludindo-os. Deixam fortunas e fama e encontram miséria e sofreguidão. É bom lembrarmos que O Maior Espírito que aqui viveu não tinha nem onde recostar a cabeça. Aquelas propostas iniciais ficam para depois, a reencarnação é perdida e o poente é triste, quem sabe até abandonado pelos bajuladores do ontem que só queriam aproveitar. É chegado o tempo das transformações. Na Terra do futuro somente aqueles despertos receberão sítios para cultivar. Bem-aventurados os que assim entenderem e se tornarem bons semeadores: “no campo da evolução do esforço comum, no monte da elevação pela prática do sumo bem, ou, então, os sítios serão aqueles estabelecidos nos vales expiatórios pelo exercício do mal”, conforme esclarece Calderaro.

 


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