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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 284 - 28 de Outubro de 2012
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 3)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Pedro Neves tinha alguma experiência em atividades socorristas?

Sim. Ele já havia atuado em diversas comissões socorristas, procurando esclarecer Espíritos revoltados e modificá-los para o bem, fazendo-lhes sentir que as lutas morais, depois da desencarnação, se erigiriam igualmente em penosa herança para todos aqueles com os quais se desarmonizavam, ao mesmo tempo em que os advertia de que o túmulo esperava também quantos, na Terra, lhes sonegavam lealdade e ternura. Nessa atividade, bastas vezes, logrou acalmá-los para a reti­rada benéfica. (Sexo e Destino, capítulo III, pp. 26 a 28.)

B. Sua experiência na atividade socorrista o ajudava agora no trato com o genro infiel?

Não. Segundo ele próprio confessou, não pôde controlar-se ao ver o genro nos braços da amante, motivo pelo qual, tomado de cólera, avançou qual fera desacorrentada e esmurrou a face do esposo de sua filha, o qual, devido à agressão, caiu nos ombros da amante, acusando agoniada indisposição... Uma entidade desencarnada, de semblante nobre e calmo, aproximou-se então, desarmando-lhe o íntimo. "A mensageira anônima –  contou Neves –  recolocou-me no lar, despedindo-se, delicada; e depois disso não mais a vi..." (Obra citada, capítulo III, pp. 26 a 28.)

C. Embora gravemente enferma, Beatriz preocupava-se com um outro assunto. O que a preocupava?

Ela estava preocupada com Olímpia, uma senhora pobre que perdera a casa quase que totalmente. Ela queria que o marido cuidasse para que a mulher e seus filhos tivessem um abrigo seguro. “Penso nela com os filhos ao desamparo. Tire-me dessa aflição”, disse Beatriz ao esposo, que informou ter incumbido um amigo, construtor experiente, de ir até o local para resolver a questão. (Obra citada, capítulo III, pp. 29 a 31.) 

Texto para leitura 

11. Neves fracassa no teste - Pedro Neves estacou numa pausa, re­articulando os pensamentos, e continuou: "Tinha visto, apavorado, em outro tempo, aqueles que se animalizavam, depois da morte, nos lares que lhes haviam sido reduto à felicidade, a se precipitarem, violen­tos, sobre os entes amados que lhes desertavam da afeição... Funcionara, entusiasmado, em diversas comissões socorristas, procurando es­clarecê-los e modificá-los para o bem, e fazer-lhes sentir que as lu­tas morais, depois da desencarnação, se erigiriam igualmente em penosa herança para todos aqueles com os quais se desarmonizavam; advertia-os de que o túmulo esperava também quantos, na Terra, lhes sonegavam le­aldade e ternura... E, bastas vezes, lograva acalmá-los para a reti­rada benéfica. Mas ali... Imprudentemente agastado contra a insensibi­lidade do homem que me desposara a filha querida, vi-me chamado a pra­ticar os bons conselhos que havia administrado..." Neves confessou, então, que não pôde controlar-se, pois, tomado de cólera, avançou qual fera desacorrentada e esmurrou a face do genro, que caiu nos ombros da amante, acusando agoniada indisposição... Uma entidade desencarnada, de semblante nobre e calmo, aproximou-se então, desarmando-lhe o ín­timo. Não entremostrava sinais exteriores de elevação, diferenciando-se apenas por minúsculo distintivo luminoso, que lhe brilhava palida­mente no peito, qual joia rara a emitir discreta radiação. Falando-lhe com bondade, demonstrou conhecer Beatriz e o convidou a acompanhá-la ao quarto da enferma. "A mensageira anônima –  contou Neves –  recolo­cou-me no lar, despedindo-se, delicada; e depois disso não mais a vi..." André, ante tais revelações, recordou, emocionado, as primeiras impressões que lhe haviam transtornado a alma, após a desencarnação. Sentiu-se, assim, mais estreitamente ligado a Neves, e comentou que seus problemas, atravessada a grande barreira, foram também enormes... A conversa, contudo, não pôde prosseguir, porque naquele momento um cavalheiro maduro e simpático penetrou o recinto. Era Nemésio, o genro de Pedro Neves. (Capítulo III, pp. 26 a 28)        

12. Nemésio conforta a esposa - Nemésio dirigiu-se ao quarto de Beatriz, onde Marina o recebeu com amável sorriso, conduzindo-o à ca­beceira da esposa, que passou a fitá-lo entre confortada e abatida. Beatriz estendeu-lhe a mão descarnada, que o marido beijou. Trocando com ela enternecido olhar, acomodou-se Nemésio rente aos travesseiros, a endereçar-lhe perguntas carinhosas, ao mesmo tempo que lhe alisava a descuidada cabeleira. A enferma disse algumas palavras breves e ajun­tou: "Nemésio, você me perdoará se volto ao caso de Olímpia... A pobre criatura perdeu a casa quase que totalmente... É necessário que você lhe garanta abrigo seguro... Penso nela com os filhos ao desamparo. Tire-me dessa aflição..." O marido, mostrando profunda emotividade, respondeu, cortês: "Beatriz, não há dúvida alguma. Já enviei um amigo, construtor experiente, ao local. Não se preocupe, tudo faremos sem qualquer sacrifício. Questão de tempo..." Como a enferma falava em partir, Nemésio retrucou: "Não me fale em pessimismo... Ora, ora... Onde a primavera de nossa casa? Você anda esquecida de que nos ensinou a colocar alegria em tudo?! Largue os ares sombrios... Ainda ontem, ouvi nosso médico. Você entrará em convalescença, já, já... Amanhã, tomarei providências definitivas para que o barraco seja levantado. Você estará restabelecida em breve e ambos iremos ao primeiro café em casa de nossa Olímpia..." Em face do carinho do esposo, Beatriz pare­ceu reanimar-se e sorriu, derramando duas lágrimas de felicidade que o esposo enxugou com gracioso gesto. Experimentando-se mentalmente reno­vada, a enferma acreditou no reerguimento do corpo físico e ansiou vi­ver, viver por muito tempo ainda no aconchego familiar. Em seguida, solicitou de Marina uma chávena de leite, que a enfermeira lhe serviu, comovida. Enquanto a doente sorvia o líquido, gole a gole, André re­fletia na bondade daquele homem que a palavra de Neves apresentara noutras cores. O pensamento de Nemésio revelara-se, até ali, claro e puro. Trazia Beatriz no cérebro, nos olhos, nos ouvidos, no coração e lhe dispensava a compreensão de um amigo e a ternura de um pai. Alguns momentos se passaram e, quando a enferma devolveu a xícara, outro qua­dro se desdobrou no recinto. Por trás da cabeceira, Nemésio estendeu a mão à Marina, passando então a falar brandas palavras para a esposa, enquanto afagava, simultaneamente, os róseos dedos da jovem... André contemplou Nemésio, admirado, e viu que seus pensamentos, agora, se alteravam, tornando-se incompatíveis com a sensação de respeitabili­dade que ele antes lhe inspirara. (Capítulo III, pp. 29 a 31) 

13. Os planos de Nemésio - Retirando-se para o aposento próximo, Neves estava desapontado. Arrojara-se o companheiro ao clima da digni­dade ofendida, como se a família encarnada ainda lhe pertencesse. Ex­probrava a conduta do genro; exalçava os merecimentos da filha; aludia ao passado, quando ele mesmo vencera lances difíceis na luta sentimen­tal... André o ouvia condoído e, procurando confortá-lo, lhe disse: "Não se aflija. Desde muito aprendi que para as pessoas desencarnadas, quase sempre, as portas do lar se fecham no mundo, quando a morte lhes cerra os olhos..." Nesse momento, Nemésio e Marina penetraram a câ­mara, fugindo à presença da enferma, a evidenciar no semblante a expressão dos namorados felizes, quando alimentam o clássico "enfim sós", trancando-se contentes. André quis sair, mas Neves pediu-lhe que ficasse: "Fique, fique... Não louvo a indiscrição; no entanto, estou, ao lado de minha filha, em sentido direto, simplesmente há alguns dias e devo saber o que ocorre, para ser útil..." No quarto, Nemésio enla­çou a enfermeira, a quem acariciava, prometendo-lhe unir-se a ela logo que Beatriz partisse... Pedia apenas que ambos fossem bons para a en­ferma, às portas do fim, e agradecessem ao Destino que os livrava dos aborrecimentos e percalços de um desquite... Beatriz, segundo o mé­dico, não viveria mais que algumas semanas e ele não desejava que ela partisse, nutrindo por eles quaisquer ressentimentos. Marina retribuía os gestos de carinho, mas apresentava o fenômeno singular da emoção jungida a ele e o pensamento voltado ao outro, empenhando-se, por to­dos os meios, a encontrar nesse outro o incentivo necessário a essa mesma emoção. Nemésio confessou-lhe devoção inexcedível e prometeu abandonar, de futuro, os negócios, para viverem ambos, felizes, na casa de São Conrado, que transformaria em bangalô confortável, entre o verde do mar e o verde da terra. (Capítulo IV, pp. 32 e 33) 

14. Os conflitos de Marina - A conversa entre Marina e Nemésio se processou num jogo de manifestações carinhosas em que a sinceridade prevalecia num lado e o cálculo no outro. André percebeu, contudo, es­tranha ocorrência. Os dois amantes comunicavam-se, entre si, as mais ternas expansões de encantamento recíproco, sem ser dissoluto, e pare­ciam aderir, automaticamente, às impressões que Neves e ele esboçavam, visto que ambos acompanhavam os mínimos gestos do casal, prejulgando-lhe os desígnios com o fundo de suas próprias experiências inferiores, já superadas. A expectativa maliciosa dos dois amigos desencarnados, aliada ao espírito de censura, estabelecia correntes mentais estimu­lantes da turvação psíquica de que ambos se viam acometidos, correntes essas que, partindo dos Espíritos na direção deles, como que lhes agravavam o apetite sensual. De repente, porém, a jovem prorrompeu em pranto copioso. Nemésio beijou-lhe a face, desejando aliviar-lhe a tensão convulsiva, mas Marina se fixava, cada vez mais, no rapaz cuja figura se lhe engastava à imaginação. Identificando a fase perigosa da partida infeliz a que se lançara, Marina aturdia-se, ali, confundida entre aflições e remorsos a lhe arpoarem o coração. As telas mentais da moça contavam-lhe a história. Ela se fizera querida de Nemésio, sem dedicar-lhe outros sentimentos que não fossem reconhecimento e admiração... Agora, porém, que os acontecimentos lhe impeliam a alma na direção de laços mais profundos, tremia pelas indébitas concessões que lhe havia feito, porque sentia que amava até à loucura o rapaz fran­zino que se lhe destacava do pensamento, através de cativantes apelos da memória. Nemésio consolava-a, formulando frases de paternal solici­tude, e ela dissimulava, atribuindo o pranto a problemas domésticos. Reportou-se, assim, para tentar esquivar-se de si mesma, a supostas agruras do lar. Salientou exigências maternais. Referiu-se a dificul­dades financeiras. Alegou fantásticas humilhações que colhia no trato da irmã adotiva. Mencionou, por fim, incompreensões do pai, em rixas constantes nos círculos da família... (Capítulo IV, pp. 34 e 35) 

15. O benfeitor Félix - Nemésio reconfortou a jovem, recomen­dando-lhe que não se amofinasse, porque não estaria a sós, e tivesse paciência, porquanto o desenlace de Beatriz, indicado para breves dias, ser-lhes-ia o marco fundamental da ventura definitiva. Como a moça não parasse de soluçar, ele arrancou da pasta um talão de che­ques, colocando-lhe expressivo concurso amoedado nas mãos. Marina pa­receu mais comovida, exibindo no rosto a apreensão de quem se recrimi­nava sem qualquer jus­tificativa, ao passo que ele a enlaçava, afe­tuoso. Pedro Neves, não obstante desencarnado, parecia agora um homem vulgar da Terra, que a revolta azedara. Sobrecenho crispado alterava-lhe a feição no desequi­líbrio vibratório que precede as grandes crises de violência e André receava que o companheiro fosse partir para a agressão, quando vene­rando amigo espiritual penetrou a câmara. Arreba­tadora expressão de simpatia marcava-lhe a presença. Radioso halo circundava-lhe a cabeça; no entanto, não era a luz suave a se lhe extra­vasar docemente da aura de sabedoria que impressionava e sim a subs­tância invisível de amor que lhe emanava da individualidade sublime. Fluidos calmantes banharam André por inteiro, qual se ele fosse visi­tado no âmago do ser por inexplicáveis radiações de envolvente ale­gria. André ergueu-se e foi então que Neves, já desanuviado e quase sorrindo, propôs: "André, abrace o irmão Félix..." A amorável Entidade adiantou-se e abraçou An­dré, dizendo-lhe,  benevolente: "Grande con­tentamento o de vê-lo. Deus o abençoe, meu amigo..."  A comoção imobi­lizava o autor de "Nosso Lar", que, sem poder exprimir em palavras o que sentia, osculou a des­tra do Benfeitor com a simplicidade de uma criança, rogando-lhe, men­talmente, receber as lágrimas que lhe caíam da alma, por mudo agradecimento. (Capítulo IV, pp. 36 e 37) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita