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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 280 - 30 de Setembro de 2012

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 

Amparo  &  sustentação 

Fidelidade a Jesus é espírito de serviço até o último
 momento das nossas forças físicas
 

 ... “mas, livra-nos do mal.” ¹

Quantos de nós já não pronunciamos essas palavras, seja em estado de preocupação verdadeira, seja pedindo ao Pai para nos colocar a salvo de perigos e tentações na vida diária?

O Evangelho mostra que, em dois momentos, Jesus faz essa solicitação a Deus: no primeiro, foi no Pão Nosso, que nos ensinou, ao encerrar o Sermão da Montanha, dizendo “não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”; e, depois, no Sermão do Cenáculo ou última ceia, como é conhecida essa passagem, quando, despedindo-se dos discípulos, fez a oração que ficou gravada na mente dos queridos amigos, conhecida como Oração dos Discípulos, na qual roga a Deus para que não os tirasse do mundo, mas que os guardasse do mal.

Nessas duas oportunidades Jesus roga o amparo e a sustentação para todos nós e não o nosso afastamento do mundo. E por que Ele age assim? Para entender isso é necessário compreender o homem no meio em que ele vive. O homem é um ser biológico, enquanto matéria; um ser psíquico, enquanto Espírito; e um ser social, enquanto relacionado com outros.  Assim, quanto mais evoluímos, mais aumenta a nossa interdependência com as outras pessoas. Por isso, o progresso só acontece quando há trabalho em grupo, ajuda mútua.  Sozinhos, nos embrutecemos e nos debilitamos, porque somos seres gregários, criados para viver em sociedade, equipados com todos os instrumentos que possibilitam tal convivência.  Dessa forma, vamos ajudando os que estão ao nosso redor – desde que o queiram – e sendo ajudados, aprendendo com os outros o que ainda não sabemos e ensinando aquilo que já sabemos, amando e sendo amados.  Com isto em mente, é fácil perceber que só seremos úteis vivendo em grupo.

Então, quando Jesus nos ensina na Oração Dominical, para que Deus nos livre do mal, e pede a Ele que não afaste os seus discípulos do mundo, mas que também os proteja do mal, deixa claro que os homens não precisam isolar-se a pretexto de melhor servir a Deus.

Se no passado o isolamento de homens que até hoje são reverenciados era para despertar esse mesmo homem para os problemas da alma, hoje esse comportamento “sem finalidade prática, sem proveito para os semelhantes, expressaria egoísmo e acomodação à boa vida. Significaria fuga ao trabalho”. ²

O mundo é – sem sombra de dúvida – a nossa grande escola, e pelas dificuldades que passamos, pelos obstáculos que superamos para realizar a vida material, as lutas íntimas que travamos nos fazem criaturas cada vez melhores... Diante disso, podemos entender que é “impossível o ensinamento, fugindo à lição. Ninguém sabe, sem aprender”. ³

Assim, muitas vezes, fugimos das dificuldades, criamos ilusões fantasiosas, necessidades vãs, fazendo de conta que a vida é sempre um mar de rosas, um céu sem nuvens; ou revoltamo-nos, não aceitando as condições nas quais vivemos, esperando, em ambos os casos, que em algum momento um milagre aconteça e que a solução dos nossos problemas surja, sem que precisemos nos esforçar para isso.  É preciso atenção às nossas escolhas para não complicarmos, ainda mais, a presente encarnação.

Citando judiciosa afirmação de Emmanuel, é importante observarmos ao nosso redor para reconhecer “onde, como e quando Deus nos chama, em silêncio, para colaborar com ele no desenvolvimento das boas obras, na sustentação da paciência, na intervenção caridosa em assuntos inquietantes para que o mal não interrompa a construção do bem, na palavra iluminativa ou na seara do conhecimento superior, habitualmente ameaçada pelo assalto das trevas”.

Todavia, o que encontramos ainda, é um grande número de discípulos do Evangelho que ao entenderem, ainda que de forma incipiente, a luz espiritual, recusam-se a continuar aprendendo, tendo em vista a ideia enganosa de que já sabem o suficiente. Quantos continuam fugindo do estudo, do aprimoramento de seus conhecimentos, do trabalho redentor, até mesmo como uma forma de protegê-los da intervenção de outras mentes não evangelizadas, em seu dia-a-dia?! Mas, se não aprenderam, não vivenciaram; e, se não vivenciaram, não podem dar testemunhos da sua evolução.

Quantas tarefas para as quais fomos encaminhados e as recusamos?!  Quantas adiamos, mesmo sabendo que não poderíamos realizá-las?!  E recuamos, assim, diante do esforço que nos levaria para frente. Declaramo-nos desejosos da união com o Cristo, mas abandonamos os irmãos necessitados de amparo, muitas vezes dentro do próprio ambiente doméstico, esquecidos que o Mestre amado, em momento algum, afastou-Se da humanidade terrena. Estimamos a oração que Ele nos ensinou, mas nos esquecemos de que rogou ao Pai que nos libertasse do mal, mas não nos afastasse da luta.

Lembra-nos Emmanuel que a sabedoria do Cristianismo não consiste em isolar o aprendiz na santidade artificialista, e, sim, em fazê-lo no campo de luta ativa de transformação do mal em bem, da treva em luz e da dor em bênção. A fidelidade que muitos dizemos ter ao Cristo não significa adoração eterna em sentido literal; significa, sim, espírito de serviço até o último momento das nossas forças físicas.

Em relação aos discípulos, no Sermão do Cenáculo, Jesus dirige-Se a Deus dizendo que Ele não pede que sejam tirados do mundo, mas, sim, que sejam guardados do mal, pois sabia das dificuldades pelas quais eles passariam, das lutas que enfrentariam, após sua morte, e que poderiam impedir os discípulos de dar prosseguimento à Sua tarefa. Tudo isso poderia criar um precedente perigoso para as futuras realizações do Evangelho. E o que seria de nós, hoje, se os Seus ensinamentos benditos não tivessem chegado à nossa vida...

Tanto eles, ontem, quanto nós próprios, hoje, não prescindimos das lutas terrenas, porque elas corrigem, aperfeiçoam e iluminam os Espíritos necessitados, que retornam ao corpo físico para prosseguir sua jornada iluminativa.

O certo é que “(...) ninguém pode dar testemunho de valor espiritual se não vive provas difíceis, dramas intensos, complicados problemas... Ninguém pode dar testemunho de resistência moral se não sentiu o impacto de fortes tentações, sobrepondo-se, no entanto, a todas elas, pela inabalável determinação de vencer, pelo desejo de realizar-se”4, ao menos aqueles que ainda estão atrelados à vida material grosseira, como é o caso da humanidade que vive sobre este planeta.

É prova difícil viver no mundo, sabemos; mas não impossível. Por essa razão o pedido de Jesus, tanto em uma quanto em outra oração, é exortação à vigilância, para que não venhamos sucumbir ante o mal, nas suas mais diferentes manifestações, pois o mal, em qualquer circunstância, é desarmonia à frente da Lei e todo desequilíbrio tem como consequência a dificuldade e o sofrimento. Mas, independentemente de tudo isso, fortalecidos pelas eternas lições do Excelso amigo, nos converteremos, como muitos já o fizeram, em exemplos vivos e atuantes de amor e trabalho no bem!

Com o tempo e a misericórdia divina que nos dão novas chances de recomeço através das vidas sucessivas, teremos aprendido a valorizar as oportunidades de luta redentora, vencendo nossas imperfeições morais, e nos transformando em verdadeiros discípulos de Jesus, levando paz, consolo e reconforto aos necessitados que encontrarmos pelo caminho.

O Apóstolo Paulo, na carta aos romanos, cap. 12, versículo 21, traz consoladoras palavras: pede que não nos deixemos vencer pelo mal, mas que vençamos o mal com o bem, pois, passada a tempestade, tudo se encaminha para o reajustamento e a harmonia...

Roguemos, pois, ao Pai de infinita bondade, que continue nos assistindo em nossas lutas. Que ampare nossos pequenos passos, para que mais adiante, amparados pelos ensinamentos de Jesus, consigamos avançar com firmeza em direção ao Seu amor.

 

Bibliografia consultada:

1 - Mateus, 6:13.

2 - Peralva, Martins . Estudando o Evangelho, 6ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ - 1992 - cap. 5 – “O Cristão e o Mundo”, p. 40.

3 – Emmanuel (Espírito). Vinha de Luz, [psicografado por] F. C. Xavier, 14ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ -  1996 - lição 57.

4 – Peralva, Martins. Estudando o Evangelho, 6ª ed., Edições FEB – RIO DE JANEIRO/RJ - 1992 - cap. 5 – “O Cristão e o Mundo”, p. 41.  



 


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