WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 279 - 23 de Setembro de 2012

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 

Investigando o teor do
nosso olhar

 

Como parte do amplo processo de autoconhecimento a que devemos nos dedicar com vistas à nossa plenitude espiritual, não podemos abdicar do dever de examinar o teor do nosso olhar, isto é, a maneira como percebemos e captamos as coisas e os eventos da vida. Afinal de contas, o teor do olhar de uma pessoa revela e/ou sinaliza o que, de fato, reside nas profundezas do seu ser. Em outras palavras, o nosso olhar é reflexo de nossa essência.


Aliás, há menções recorrentes na literatura Espírita relativas ao magnetismo do olhar de Jesus. Com efeito, o Espírito Humberto de Campos - excepcional historiador do além-túmulo -, na obra Boa Nova psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, sugeriu que o olhar do Mestre dos Mestres era “lúcido e profundo”, pois devassava o seu interlocutor detectando-lhe as tendências d’alma e antevia acontecimentos futuros, mas também “enérgico e carinhoso” com os que lhe desfrutavam a sublime companhia.


Esclarece, a propósito, o referido mentor na citada obra, que Maria de Magdala, no final de sua vida, já duramente atingida pela moléstia da hanseníase contraída no Vale dos Leprosos onde passara a viver após a crucificação do inolvidável Mestre, teve o mérito de receber uma dádiva extraordinária – ou seja:


“Em dado instante, observou-se que seu peito não mais arfava. Maria, no entanto, experimentava consoladora sensação de alívio. Sentia-se sob as árvores de Cafarnaum e esperava o Messias. As aves cantavam nos ramos próximos e as ondas sussurrantes vinham beijar-lhe os pés. Foi quando viu Jesus aproximar-se, mais belo que nunca. Seu olhar tinha o reflexo do céu e o semblante trazia um júbilo indefinível. O Mestre estendeu-lhe as mãos e ela se prosternou, exclamando, como antigamente:


– Senhor!...


Jesus recolheu-a brandamente nos braços e murmurou:


Maria, já passaste a porta estreita!... Amaste muito! Vem! Eu te espero aqui!”. (ênfase nossa)


Mas também identificamos com certa facilidade o oposto em determinados personagens. Por exemplo, é muito conhecido o olhar iracundo e a postura autocrática de Adolf Hitler, assim como o modo frio de observar e o indevassável sorriso de Josef Stalin... De modo geral, trata-se de assunto extremamente delicado dado que no Evangelho somos orientados a realizar a enérgico e implacável autoexame, ou seja: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti...” (Matheus, 5: 30). Ainda dentro dessa perspectiva, Jesus também nos recomendou: “Vê, com clareza, se a pretensa claridade que há em ti não é sombra de cegueira espiritual” (Lucas, 11: 35).


Por sua vez, o Espírito Irmão José, no livro Se Teus Olhes Forem Bons... (psicografia de Carlos A. Baccelli), afirma que: “A bondade em teus olhos e em tuas mãos se constitui em tudo o que sabes, traduzindo na prática, dimensionando o aproveitamento das lições que, até o teu presente evolutivo, foste capaz de assimilar”. O olhar, num sentido mais amplo, nos convida a observar o que acontece à nossa volta igualmente.


Nesse sentido, o Espírito Irmão José, na obra Senhor e Mestre (psicografia de Carlos A. Baccelli), analisa que as lições que necessitamos assimilar desenrolam-se ao nosso redor. Como observa o mentor, a vida em si é o melhor livro que temos diante dos próprios olhos. E tal convite nos remete a sairmos da nossa própria órbita e a examinarmos os quadros e paisagens do cotidiano com mais atenção e profundidade e sermos mais críticos conosco e com o que fazemos. Pesquisadores lembram que certas circunstâncias favorecem a execução de tarefas e rotinas que podem ferir sagrados princípios morais, eventualmente, sem nos darmos conta. Posto isto, é emblemático o caso de Adolf Eichman, que contribuiu decisivamente para a viabilização da logística da chamada “solução final” que culminou com extermínio de milhões de judeus na 2ª Guerra Mundial e, mesmo assim, negou qualquer responsabilidade pelos sombrios eventos. Surpreende saber que as suas providências para a evacuação dos judeus de Bratislava, na Eslováquia, foram por ele vistas quase como se fossem outro dia rotineiro de trabalho. 


Mas se o nosso olhar refletir compreensão, bondade e paciência, entre outros atributos positivos, é sinal que estamos avançando na senda do progresso espiritual. Como nos alertou Jesus: "A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz" (Mateus, 6: 22). Contudo, o Espírito Emmanuel na obra Palavras da Vida Eterna (psicografia de Francisco Cândido Xavier) nos recorda que:


“Olhos... Patrimônio de todos.

Encontramos, porém, olhos diferentes em todos os lugares.

Olhos de malícia...

Olhos de crueldade...

Olhos de ciúme...

Olhos de ferir...

Olhos de desespero...

Olhos de desconfiança...

Olhos de atrair a viciação...

Olhos de perturbar...

Olhos de registrar males alheios...

Olhos de desencorajar as boas obras...

Olhos de frieza...

Olhos de irritação...”


Mas se aspiramos, no entanto, “a enobrecer os recursos da visão” devemos amar e ajudar, aprender e perdoar sempre. Desse modo, consoante o benfeitor citado, conservaremos conosco os "olhos bons" a que se referia Jesus, pois instalaremos no próprio espírito a indispensável compreensão que nos permitirá um dia alcançar a glória Divina. Por fim, pondera o Espírito Emmanuel, no livro Vinha de Luz (psicografia de Francisco Cândido Xavier):


É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do trabalho e do testemunho” (ênfase nossa).

 

BIBLIOGRAFIA:


BACCELLI, C.A. (Pelo Espírito Irmão José). Se Teus Olhos Forem Bons... 3ª edição. Votuporanga: Casa Editora Espírita “Pierre-Paul Didier”, 2008, p. 10.


BACCELLI, C.A. (Pelo Espírito Irmão José). Senhor e Mestre. Uberaba: Livraria Espírita Edições “Pedro e Paulo”, 2008, p. 163-164.

 

LOWELL, J. Managers and Moral Dissonance: Self Justification as a Big Threat to Ethical Management? Journal of Business Ethics, 105(1), p. 20.

 

 XAVIER, F. C. Boa Nova. 11ª edição. Pelo Humberto de Campos. Rio de Janeiro: FEB, 1977, Cap. 3 – Primeiras Pregações; Cap. 4 - A Família Zebedeu; e Cap. 20 – Maria de Magdala.


XAVIER, F.C. (Pelo Espírito Emmanuel). Vinha de Luz. 4ª edição. Rio de Janeiro: FEB, 1977, p. 80.


XAVIER, F.C. (Pelo Espírito Emmanuel). Palavras da Vida Eterna. Versão digital, p. 78, n. d.


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita