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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 278 - 16 de Setembro de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

Nas Fronteiras da Loucura

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 4)

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Como era o ambiente psíquico no Sanatório?  

Em razão da psicosfera geral, o ambiente era ali irrespirável. Os enfermos encarnados sofriam ali a ação de funcionários inescrupulosos em sintonia com os Espíritos vingativos, e os desencarnados presentes, igualmente alienados, sofriam por sua vez subjugações cruéis sob tormentos inenarráveis, nas mãos dos seus sicários, dos quais a morte não os libertara. Julinda, a enferma, estava em um apartamento especial, adormecida sob a alta dose de um antidepressivo, enquanto Espíritos perturbados e irresponsáveis tomavam o recinto, embora não fossem necessariamente vinculados à paciente. (Nas Fronteiras da Loucura, cap. 2, pp. 27 e 28.)

B. É certo afirmar que na patogênese da alienação mental defrontaremos sempre um Espírito que faliu?  

Sim. Um Espírito que se encontra sob a injunção reparadora de que não se pode apartar, a não ser pelo cumprimento da justa pena a que se submeteu pelo processo da evolução. As Leis de Deus não podem sofrer defraudações, sem que se estabeleçam critérios automáticos de recomposição, em cujo mister se envolvem os que agem com desregramento ou imprevidência. Toda criatura traz em si o gérmen, a noção do bem e do mal, em cuja vivência programa o céu ou o inferno a que se vincula, gerando as matrizes das alegrias ou dores que passam a constituir-lhe o modus vivendi do futuro. (Obra citada, cap. 3, pp. 31 e 32.)

C. Que princípios, segundo os romanos, constituíam as bases da felicidade humana?  

Eram três esses princípios: "Viver honestamente. Dar a cada um o que é seu. Não lesar ninguém". (Obra citada, cap. 3, pp. 33 e 34.) 

Texto para leitura 

15. No Sanatório - O Nosocômio não se destinava apenas ao tratamento dos pacientes encarnados. A população que ali se agitava formava uma espécie de comunidade viva, onde as soberanas leis haviam estabelecido um programa de lapidação íntima para a quase generalidade de seus membros. Para uns, encarnados ou não, fazia-se um purgatório, no qual as aflições selecionavam os mais aptos ao progresso, em razão da humildade, da resignação ante os imperiosos resgates de que se faziam devedores pela intemperança e desequilíbrio em que delinquiram. Outros defrontavam a oportunidade de aprender servindo e de amar o próximo, na contingência das amargas e rudes reparações. Número expressivo de­les tornava-se, inconscientemente, instrumento da Vida, fomentando o próprio crescimento e daqueles a quem afligia. Aquilo parecia uma es­tranha cidade, com suas regras, suas características, sua população e governança, dentro de outra cidade... Uma Entidade muito perversa atri­buía-se o direito e o dever de administrar os corretivos aplicados na comunidade, inteirando-se das ocorrências que ali sucediam e tentando combater a interferência do Bem. Ganhara o posto, como conquista natu­ral, em se considerando sua folha de serviços, assinalada pela impie­dade e crueza dos métodos que aplicava em seus adversários ou vítimas. Os enfermos encarnados sofriam, assim, sevícias cruéis de seres impe­nitentes de ambas as esferas de ação: do corpo, através de funcionários inescrupulosos em sintonia com os Espíritos vingativos, e fora dele... Os desencarnados, igualmente alienados, sofriam por sua vez subjugações cruéis sob tormentos inenarráveis, nas mãos dos seus sicá­rios, dos quais a morte não os libertara. A ação do bem, contudo, se fazia presente, auxiliando uns e outros, ao mesmo tempo que clarifi­cava as mentes e apontava rumos para os futuros lidadores das desob­sessões e terapias psiquiátricas. Foi assim que o Dr. Artur Figueiredo recebeu-os afetuosamente, prontificando-se a auxiliá-los no ministério da caridade, tão logo se inteirou do motivo da visita. A enferma estava em um apartamento especial, adormecida sob a alta dose de um antidepressivo. O ambiente, em razão da psicosfera geral, era irrespi­rável. Espíritos perturbados e irresponsáveis tomavam o recinto, em­bora não fossem necessariamente vinculados à paciente. (Cap. 2, pp. 27 e 28) 

16. O caso Julinda - O diretor espiritual da Casa informou tra­tar-se de jovem senhora de 25 anos, vitimada pela irresponsabilidade moral. E ajuntou: "Apesar de haver renascido por intermédio de abne­gada genitora, que se comprometeu ampará-la no cometimento atual, quando deveria elevar-se pelo amor e pela abnegação, ela preferiu der­rapar, invigilante, assumindo mais graves compromissos negativos". O dirigente ressalvou que não fazia qualquer censura, apenas uma consta­tação, para mostrar que a falta de visão a respeito da vida como um todo responde por muitas insânias a que se entregam os homens: "Quando se compreenda que o corpo é efeito e não causa da vida, no qual se es­tabelecem as bases da elevação; quando se conscientizem os seres de que o berço é porta que se descerra para o corpo quanto o túmulo é a que se fecha, sem que ninguém entre ou saia da vida; quando se estabe­leçam metas que transponham os limites de uma breve existência corpo­ral, será diversa a atitude a assumir-se ante as ocorrências e circunstâncias do dia-a-dia". Na sequência, o antigo discípulo de Freud asseverou: "Somente a visão reencarnacionista responde pela forma de uma perfeita integração do Espírito no processo da ascensão. Nossa irmã Julinda é uma prova disso. O seu drama atual tem raízes muito profundas, que se encontram fixadas nas existências pas­sadas..." A moça apresentava um quadro de psicose maníaco-depressiva, com gravidade crescente. Da euforia inicial passara à depressão angustiante, armando um esquema de autodestruição. Nenhum tratamento, sejam as duchas, os opiáceos, os barbitúricos ou o eletrochoque, produziu resultados expressivos. (Cap. 2, pp. 28 e 29) 

17. As causas reais da enfermidade - Dr. Bezerra acercou-se da paciente e, após examiná-la detidamente, conside­rou: "É lamentável que persista a distância entre a terapia psiquiá­trica e a psicoterapêutica espiritual. No caso em tela, têm redundado infrutíferos, senão perniciosos, os tratamentos à base dos derivados de barbitúricos, quanto do eletrochoque. Do ponto de vista psiquiá­trico discute-se que a PMD (1) quanto a esquizofrenia são uma psicose en­dógena, cuja causa se encontra nos genes, transmitida hereditariamente de uma para outra geração, sendo, em consequência, uma fatalidade in­ditosa e irremissível para os descendentes de portadores da mesma en­fermidade, especialmente nas vítimas da chamada convergência hereditá­ria". "Afirma-se, dentro desta colocação – acentuou Dr. Bezerra –, que o desvio patológico exagerado da forma de ser cicloide (2), somado a uma formação física pícnica,(3) no qual estão presentes as forças predominantes das glândulas viscerais encarregadas da determinação do humor, faz-se responsável pelo quadro da psicose maníaco-depressiva." Dr. Bezerra aludiu, em seguida, de passagem, às outras correntes ex­plicativas da PMD: as que a associam às alterações endócrinas, as que a atribuem às variações do quimismo orgânico, bem como as que procuram as causas dessa alienação na prevalência das reações do êxito e do in­sucesso, que responderiam pelos choques impostos ao narcisismo de cada um, facultando o eclodir da distonia. E, depois de ligeira pausa, con­cluiu: "Embora alguns desses fatores estejam presentes no quadro da nossa Julinda, como estudaremos, são eles consequências de causas re­motas que os produziram ao império da atual reencarnação". (Cap. 2, pp. 29 e 30)

18. Nosso comportamento é que gera a dor - Na patogênese da aliena­ção mental, defrontaremos sempre um Espírito falido em si mesmo, sob a injunção reparadora, de que não se pode apartar, senão mediante o cum­primento da justa pena a que se submete pelo processo da evolu­ção. As Leis de Deus não podem sofrer defraudações, sem que se estabeleçam critérios automáticos de recomposição, em cujo mister se envol­vem os que agem com desregramento ou imprevidência. Toda criatura traz em si o gérmen, a noção do bem e do mal, em cuja vivência programa o céu ou o inferno a que se vincula, gerando as matrizes das alegrias ou dores que passam a constituir-lhe o modus vivendi do futuro, atividade pela qual ascende ou recupera os prejuízos que se impôs. Programado para a ventura, o Espírito necessita das experiências que o promovem mode­lando nele o querubim, embora às vezes, quando tomba, pareça um sata­nás, que a luta desvestirá  da armadura perniciosa que o estran­gula, fazendo que liberte a essência divina que nele vige, inalterada. Quem elege a paisagem pestilencial, nela encontra motivos de êxtase, tanto quanto aquele que ama a estesia penetra-se de beleza na contem­plação de um raio de sol ou de uma flor... Não existe, pois, uma dor única, na alma humana, que não proceda do próprio comportamento, sendo mais grave o deslize que se apoia na razão, capaz de distinguir as ba­lizas demarcatórias da responsabilidade que elege a ação edificante ou a comprometedora. A única exceção é a de Jesus, o Justo por excelên­cia, que viveu a problemática da aflição imerecida, para lecionar co­ragem, resignação, humildade e valor ante o sofrimento, de modo que ninguém se exacerbe ou desvarie ao expungir as penas a que faz jus. (Cap. 3, pp. 31 e 32) 

19. A justiça divina jamais falha - Percebendo que Manoel P. de Miranda estava compungido ante o estado de Julinda, Dr. Bezerra o ad­vertiu recomendando a vigilância educativa: "Confrange-nos acompanhar o padecimento dos nossos irmãos em desalinho, no entanto, a nenhum de­les tem faltado a bênção do socorro de maneira direta ou não, da mesma forma que lhes não foram escassas a inspiração divina, as diretrizes para uma vida reta, nem os exemplos de comportamento digno, nos quais pautassem a própria conduta. Havendo a opção com a qual cada um afina, derrapando na ação em que se compraz, a presença da justiça torna-se irrefragável para hoje ou mais tarde". Dr. Bezerra referiu ainda que, antes mesmo de Jesus, os romanos haviam estabelecido no seu código de Direito as bases da felicidade humana, condensando o Decálogo, incons­cientemente, em três princípios fundamentais: "Viver honestamente. Dar a cada um o que é seu. Não lesar ninguém". Mais tarde, Jesus resumiria toda as leis e os profetas na máxima: "Amar a Deus sobre todas as coi­sas e o próximo como a si mesmo", reunindo os conceitos romanos e o Decálogo no amor, mediante o desdobramento do não "fazer ao próximo o que não desejar que este lhe faça". "Aqueles que se atribuem direitos e privilégios especiais, na má  usança a que se permitem – acentuou Dr. Bezerra –, aliciam os verdugos  que os submeterão, como consequência do comportamento ingrato e perni­cioso de que se utilizam, vindo a experimentar o corretivo que os des­pertar  para o respeito ao seu irmão e aos quadros educadores da escola terrena." Evidentemente, isso não nos libera do dever de ajudar quem passa por semelhante pro­vação, mas nos ajuda a vigiar os próprios pen­samentos e atos... Dito isto, Dr. Bezerra pediu: "Mantenhamos a nossa solidariedade e partici­pemos das suas emoções, sem nos deixarmos con­taminar pelos miasmas do desânimo, do medo, ou as ideoplastias fantas­magóricas, vitalizadas pela rebeldia e ingratidão ao Pai Criador e ao Cristo-Amor". Dr. Fi­gueiredo aproveitou o ensejo para dizer que ali aprendera que nosso maior inimigo está dentro de nós mesmos: "é o egoísmo, que se credita somente méritos sem conceder ao próximo uma quota, mínima sequer, de direito equivalente". E acrescentou: "O Espí­rito é o responsável por si mesmo, embora mergulhado no contexto da Excelsa Misericórdia de Deus, fomentando o próprio crescimento através da utilização dos re­cursos pedagógicos com os quais sintoniza esponta­neamente". (Cap. 3, pp. 33 e 34)  (Continua no próximo número.)
 

(1) PMD significa psicose maníaco-depressiva.

(2) Cicloide ou ciclotímico diz respeito a ciclotimia, palavra que designa a predisposição a mostrar alternâncias de comportamento, que ora é de depressão, ora de excitação. O cicloide relaciona-se ao biótipo propenso a ter a doença que, à época em que este livro foi escrito, era designada por PMD (psicose maníaco-depressiva), hoje conhecida como transtorno bipolar.

(3) Pícnico: na tipologia de Kretschmer [Ernst Kretschmer (1888-1964), psiquiatra alemão], diz-se do, ou o tipo corporal de formas arredondadas, baixo e reforçado, e membros relativamente curtos, correspondente ao caráter ciclotímico.


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita