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Clássicos do Espiritismo
Ano 6 - N° 276 - 2 de Setembro de 2012
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


A Personalidade Humana

Fredrich Myers

(Parte 1)

Iniciamos hoje o estudo metódico e sequencial do livro A Personalidade Humana, de Fredrich W. H. Myers, cujo título no original inglês é Human Personality and Its Survival of Bodily Death. 

Questões preliminares 

A. Quem foi Fredrich Myers, autor da obra cujo estudo ora se inicia?

Fredrich Myers foi um dos pioneiros na criação de um sistema de classificação de fenômenos paranormais. As palavras “telepatia”, “supranormal”, além dos famosos termos “eu subliminar” e “eu supraliminar”, adotados pela Parapsicologia atual, são de sua autoria. A Personalidade Humana é o resultado de anos de pesquisas levadas a efeito por ele, com a preciosa colaboração de Henry Sidgwick e Edmund Gurney, e retratadas na obra Phantasms of the Living (Os Fantasmas dos Vivos), de autoria de Myers, Gurney e Podmore. (A Personalidade Humana. Resumo.)

B. Que disse Léon Denis a respeito do livro A Personalidade Humana?

Léon Denis e outros autores espíritas eminentes se manifestaram sobre a obra em estudo. Eis o que Denis disse sobre esse livro: “... A Personalidade Humana, de F. Myers, professor de Cambridge, é um estudo profundo e metódico dos fenômenos espíritas, firmado numa opulenta documentação e rematado por uma síntese filosófica em que são magistralmente expostas as vastas consequências da ciência psíquica”. (Obra citada. Depoimentos.)

C. Que contém a obra em exame?

Segundo seu próprio autor, esta obra não é mais do que uma exposição parcial de um tema em pleno desenvolvimento e que esperou por muito tempo poder tratar de maneira mais satisfatória. Diz Myers que grande número dos fatos aqui relatados foram publicados primeiramente no livro Phantasms of the Living e um número ainda maior no Comptes Rendus de la Société de Recherches Psychiques.  (Obra citada. Prefácio.)

Texto para leitura

1. Resumo – A presente obra foi um dos primeiros estudos científicos que objetivaram a investigação sistemática acerca dos fenômenos psíquicos. Fredrich Myers foi um dos pioneiros na criação de um sistema de classificação de fenômenos paranormais. As palavras “telepatia”, “supranormal”, além dos famosos termos “eu subliminar” e “eu supraliminar”, adotados pela Parapsicologia atual, são de autoria desse grande pesquisador.

2. A Personalidade Humana é o resultado de anos de pesquisas levadas a efeito por Myers, com a preciosa colaboração de Henry Sidgwick e Edmund Gurney, e retratadas na obra Phantasms of the Living (Os Fantasmas dos Vivos), de autoria de Myers, Gurney e Podmore.

3. O principal objetivo da obra é esclarecer, com base na análise de fatos, a questão que mais importa ao homem: a de saber se ele possui ou não uma alma imortal ou, em outras palavras, se a sua personalidade implica algum elemento suscetível de sobreviver à morte corporal.

4. Além de concluir positivamente sobre a sobrevivência do ser psíquico além da morte do corpo físico, o autor chega, ainda, a uma conclusão filosófica de consequências ainda mais grandiosas: a de que nós somos seres espirituais em constante e permanente evolução; “esse é o nosso destino neste e nos outros mundos; a evolução gradual em numerosas etapas, à qual é impossível designar um limite”.

5. Depoimentos sobre a obra – Eminentes autores espíritas falaram acerca da importância desta obra. Eis o que Léon Denis escreveu a respeito: “... A Personalidade Humana, de F. Myers, professor de Cambridge, é um estudo profundo e metódico dos fenômenos espíritas, firmado numa opulenta documentação e rematado por uma síntese filosófica em que são magistralmente expostas as vastas consequências da ciência psíquica”.

6. De J. Herculano Pires são estas palavras: “... respaldando a Ciência Espírita e suas bases filosóficas, temos agora (...) a obra monumental mais esquecida e de flagrante atualidade de Fredrich Myers, em colaboração com Henry Sidgwrich e Edmund Gurney, A Personalidade Humana”.

7. Arthur Conan Doyle, em “A Nova Revelação”, escreveu o seguinte:  “... Foi então que li a obramonumental de Myers – Human Personality (A Personalidade Humana) –, de cujas formidáveis raízes se há de erguer toda uma árvore de conhecimentos”.

8. Prefácio – Myers diz em seu prefácio que este livro não é mais do que uma exposição parcial de um tema em pleno desenvolvimento e que esperou por muito tempo poder tratar de maneira mais satisfatória. Segundo ele, grande número dos fatos aqui relatados foram publicados antes no livro Phantasms of the Living[i] e um número ainda maior no Comptes Rendus de la Société de Recherches Psychiques.

9. Referindo-se aos seus colegas Henry Sidgwick e Edmund Gurney, Myers destaca a importância da colaboração que deles recebeu no que concerne à revisão de seus trabalhos anteriores, às experiências realizadas em conjunto, aos pensamentos e às descobertas originais. As enormes citações tomadas diretamente de Edmund Gurney têm por objetivo mostrar o grau de intimidade que, até sua morte, os unia no trabalho comum.

10. No prefácio, Myers agradece também a outro colega desaparecido, o Dr. A. T. Myers, que o ajudou durante anos em todas as questões médicas tratadas durante o desenrolar deste livro.

11. Introdução – Na longa história dos esforços do homem para compreender a sua própria natureza e assenhorear-se do seu destino, existe uma lacuna ou omissão singular que, mesmo se mais tarde tentássemos explicá-la, sua mera constatação teria sempre o ar de um paradoxo. Isto é tão verdadeiro que o homem nunca sonhou aplicar aos problemas que o interessam de modo mais íntimo os mesmos métodos de investigação que com eficácia aplicou a todos os demais problemas.

12. A questão que mais importa ao homem é a de saber se ele possui ou não uma alma imortal ou, para evitar a palavra imortal, que pertence ao domínio do infinito, se a sua personalidade implica algum elemento suscetível de sobreviver à morte corporal. Os terrores mais graves, as esperanças mais elevadas que tenham oprimido ou estimulado os espíritos humanos sempre estiveram ligados a essa questão.

13. De outro lado, o método que nossa raça encontrou como mais eficaz para aquisição do conhecimento é agora familiar a todo o mundo. É o método da Ciência moderna, o procedimento que consiste em interrogar a Natureza sem paixão e sem preconceito, de modo paciente e sistemático, mediante experimentação minuciosa e registro dos resultados que permitam adivinhar as verdades mais árduas segundo as indicações quase sempre mais simples. Esse método é seguido atualmente em todo o mundo civilizado e, mesmo que em certos aspectos as experiências se mostrem difíceis ou duvidosas, os fatos raros e incompletos, a Ciência prossegue lentamente sua obra e aguarda o seu momento, negando-se a cair na tradição ou lançar-se à especulação, porque as veredas estreitas são as únicas que levam aos descobrimentos memoráveis, às verdades indiscutíveis.

14. Esse método, dizemos, não foi aplicado nunca ao problema capital concernente à existência, às faculdades e ao destino do espírito humano, embora essa omissão não esteja baseada na convicção geral da insolubilidade do problema. Sem dúvida, a fórmula agnóstica, quase diria a superstição científica que se resume nas palavras ignoramus e ignorabimus, conta agora com partidários entre os sábios; mas nunca constituiu, tanto hoje como antes, a crença geral do gênero humano.

15. Existe desde uns dois mil anos, na maioria dos países civilizados, a crença de que a sobrevivência após a morte corporal foi provada indiscutivelmente por certos fenômenos que, em determinado momento, foram observados na Palestina. E fora da crença cristã, os homens guiados pela razão ou pelo instinto, ou mesmo pela superstição, acreditaram sempre que certos fenômenos espirituais eram o testemunho de uma vida cujos limites ultrapassavam a vida que conhecemos. Mas até agora nenhum dos que, por motivos incertos ou definidos, acreditam que a questão possa ser resolvida ou que se tenha solucionado graças à observação humana e aos fatos objetivos, não realizou nenhuma tentativa séria para pôr em concordância essa crença com os dados científicos. Nenhum se empenhou suficientemente em confirmá-la, dar-lhe explicações, estabelecer analogias. Todos se contentaram em limitar suas convicções relativas a essas questões capitais, num compartimento isolado do próprio cérebro, compartimento destinado à religião e à superstição, não à observação e ao experimento.

16. O objetivo deste livro, como o foi, desde seu início, o da Société de Recherches Psychiques, é mostrar o que se pode fazer para suprimir esse tabique artificial de separação que excluía, até este momento, do domínio científico exatamente os problemas para cuja solução há maior necessidade de processos e métodos científicos.[ii]

17. Uma breve explanação de certos fatos históricos conhecidos contribuirá para esclarecer a minha opinião. Comecemos perguntando por que motivo, enquanto uns consideram solucionável o problema da sobrevivência do homem mediante as provas suficientes, e outros acham insuficientes as provas tradicionais, ordinariamente oferecidas, nenhuma das partes fez um esforço sério para averiguar se não seria possível conceber outras provas mais recentes. Para nós, o motivo é bastante simples: numa raça cujos esforços estão inteiramente voltados para a satisfação das necessidades imediatas da vida, a importância capital deste problema central encontrava sempre fechado o caminho de seu exame metódico e científico.

18. Enquanto o Cristianismo predominou, todos os fenômenos que pareciam ir além da experiência ficavam absorvidos por ele e eram considerados como indícios secundários da atividade de seus anjos e de seus demônios. E quando o Cristianismo começava a ser seriamente atacado, essas manifestações secundárias foram perdidas de vista. Os sacerdotes achavam mais prudente defender suas tradições e instituições, em lugar de se aventurarem na busca de provas independentes que favorecessem a existência de um mundo espiritual.

19. Seus inimigos esforçavam-se por destruir os baluartes da ortodoxia, ignorando a existência de certas praças-fortes isoladas que não formavam parte da linha de defesa principal. Contudo, as leis da Natureza seguiam o seu caminho habitual. Como sempre, revelavam coisas que já haviam sido reveladas antes e, de vez em quando, algum fenômeno maravilhoso, mais semelhante às histórias de outras épocas do que se admitia, deslizava-se entre a superstição de um lado e a indiferença de outro. A Magia, o Mesmerismo, o Swedenborguianismo, o Espiritismo, apareceram sucessivamente entre numerosos outros fenômenos de menor importância, como testemunhos da necessidade de uma investigação mais profunda.

20. Algumas palavras a propósito desses quatro movimentos bastarão para mostrar o seu relacionamento com o tema de que nos ocupamos.

21. A magia – O ensino que resulta da magia, no que diz respeito ao valor do testemunho humano, é tanto mais notável por ter sido completamente desconhecido durante muito tempo. A crença nas bruxas passou durante muito tempo como o exemplo mais notável de ignorância e loucura humanas. Num livro relativamente recente como a Histoire du Rationalisme, de Lecky, o declínio repentino dessa crença popular é indicado como um sinal do desaparecimento irresistível do erro e da ignorância, sob a influência da atmosfera intelectual de uma época mais esclarecida. Mas, depois das experiências praticadas na França, a partir de 1880, ficou demonstrado em que coisas uma mulher histérica pode acreditar, sob a influência da sugestão exterior ou da autossugestão. Começou-se a entender que os fenômenos da magia eram o que os fenômenos observados em Salpêtrière pareceriam às enfermas, se as tivessem deixado sozinhas no hospital, sem qualquer intervenção médica.[iii]

22. Edmund Gurney, depois de ter, em Phantasms of the Living, submetido toda a literatura sobre a magia a uma análise mais minuciosa da que se considerara digna até aquela data, demonstrou igualmente que, do ponto de vista prático, todas as declarações de primeira mão, feitas espontaneamente, isto é, sem ter sido provocadas pela tortura, podem ter sido verdadeiras ou consideradas como tais pelos declarantes, representando a convicção de pessoas sãs (posto que frequentemente histéricas) que somente eram culpadas de confundir alucinações, produto da autossugestão, com fatos da vida real. Até mesmo as regiões insensíveis das bruxas eram, sem dúvida, realmente anestésicas, representando um sintoma bem conhecido hoje, as zonas analgésicas de Pitres e de Charcot. A bruxaria foi, na realidade, uma experiência psicopatológica gigantesca e cruel, praticada pelos investigadores da histeria, mas praticada às cegas, sem que fosse possível utilizar os resultados. (Continua no próximo número.)


 

 

[i]     Obra em dois volumes, publicada em Londres em 1886. Nela Myers, Gurney e Podmore estudam os curiosos fatos paranormais coletados pela Society for Psychical Research. (Nota da Editora.)

[ii]    Esta posição de Myers legitimou-se cientificamente com os surtos posteriores de pesquisas em plano universitário, que deram origem aos sistemas de Metapsíquica e Parapsicologia, iniciados e desenvolvidos com todos os rigores da metodologia científica. (N. E.)

[iii]    As pesquisas do coronel Albert de Rochas, em Paris, apresentadas em seu livro L’Exteriorisation de la Sensibilité (publicado no Brasil com o título Exteriorização da Sensibilidade, pela editora Edicel), comprovaram em laboratório os efeitos sugestivos de práticas mágicas, mesmo a distância. (Nota do Revisor.)



 


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