WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 275 - 26 de Agosto de 2012

JOSÉ PASSINI
passinijose@yahoo.com.br
 
Juiz de Fora, MG (Brasil)


Intervenção dos Espíritos
no Mundo Corporal
 

Os Espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem.  (O Livro dos Espíritos, item 459.) 


O Espiritismo nos traz informações seguras sobre a intervenção dos Espíritos no mundo material. Entretanto, não se trata de uma nova revelação, pois essa interferência é constatada em várias situações relatadas na Bíblia, em ambos os Testamentos. A mais conhecida, no Velho Testamento, é a intervenção de Samuel que, através da pitonisa de Endor, adverte o rei Saul, aconselhando-o a não entrar em luta contra os filisteus, dizendo-lhe que ele, com seus dois filhos, poderiam desencarnar. O rei não deu ouvidos à admoestação, entrou na batalha e desencarnou com seus dois filhos. Nesse caso, a intervenção se deu a pedido do próprio rei Saul. (I Sam, 28)

A intervenção de Espíritos através dos profetas está presente em toda a Bíblia. Uma verdadeira interação do plano espiritual com o plano material é facilmente constatável a todo aquele que se debruce sobre os textos sem ideias preconcebidas. Ao longo dos séculos, a vinda do Messias foi proclamada através dos profetas, que anunciavam também a volta do Profeta Elias, a fim de preparar-lhe o caminho. Essa volta de Elias foi diretamente anunciada por um Espírito, ao seu futuro pai: E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar de incenso. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse: “Zacarias, não temas, porque tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. (...) E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias”. (Jo, 1: 11 a 13)

Em Atos dos Apóstolos, há o relato do conselho recebido de um anjo, pelo centurião Cornélio, no sentido de que mandasse chamar Pedro, certamente para que lhe transmitisse o que aprendera com Jesus: “Agora, pois, envia homens a Jope, e manda chamar a Simão que tem por sobrenome Pedro. Este está com um certo Simão, o curtidor, que tem casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer”. (At, 10: 5 e 6). É de tal objetividade a mensagem, que chega a conter o endereço de onde se encontrava Pedro.

Quando a pequena comitiva chegou, Pedro encontrava-se no terraço da casa de Simão, o curtidor. Ele por certo não atenderia o convite – pelo fato de os discípulos de Jesus não pregarem a Boa Nova a quem não fosse judeu –, mas recebeu uma ordem espiritual: “... disse-lhe o Espírito: Eis que três varões te buscam. Levanta-te, pois, e desce, e vai com eles, não duvidando; porque eu os enviei”. (At, 10, 20 e 21)

Pedro atendeu e foi ao encontro de Cornélio. Ao chegar à casa do centurião, é recebido pessoalmente por ele, que reunira parentes e amigos.

Pedro pergunta a Cornélio por que o mandara chamar, obtendo dele a seguinte resposta: “Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona. E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes resplandecentes, e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida (...). Envia, pois, a Jope e manda chamar Simão, o que tem por sobrenome Pedro; este está na casa de Simão o curtidor, junto do mar, e ele, vindo, te falará”. (At, 10: 30 a 32)

Note-se que Cornélio, ao descrever a aparição, disse que lhe aparecera “um varão com vestes resplandecentes”. Daí pode-se deduzir que o Espírito tinha a forma perfeita de um homem, que fez resplandeceram suas vestes talvez para não ser confundido com um encarnado. Deve-se notar que a palavra anjo, encontrada frequentemente no Novo Testamento, significa, segundo sua origem, mensageiro. Mas, graças à criatividade de artistas, esses seres espirituais, ao serem representados em pinturas e esculturas foram dotados de asas, talvez inspirados no Velho Testamento, onde se encontram algumas descrições de seres espirituais até com seis asas (Is, 6: 2). Entretanto, no Novo Testamento, nada há que justifique tais figuras. Infelizmente, os estudiosos nada fizeram no sentido de impedir tal prática, que passou a criar imagens mentais fantasiosas e irreais na mente das pessoas.

Outra intervenção espiritual foi a libertação de Pedro, que se deu graças à ação de um Espírito que fez caírem as correntes que o prendiam: E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: “Levanta-te depressa”. E caíram-lhe das mãos as cadeias. E disse-lhe o anjo: Cinge-te e ata tuas alparcas. E ele o fez assim. Disse-lhe mais: Lança às tuas costas a tua capa, e segue-me. (At, 12: 7 e 8)

O evangelista Marcos é claro ao relatar a intervenção de um Espírito que se dirige às mulheres que foram ao sepulcro a fim de preparar o corpo de Jesus: E, entrando no sepulcro, viram um mancebo assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca, e ficaram espantadas. Porém, ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscai a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis o lugar onde o puseram. (Mc, 16:5 e 6)

Em “O Livro dos Espíritos”, encontra-se não mais a simples informação da existência de intervenções dos Espíritos no mundo corpóreo, mas um estudo pormenorizado de situações em que isso ocorre, bem como as causas e consequências dessas intervenções.

A obra mediúnica subsidiária é tão rica em exemplos desse inter-relacionamento, que nos leva à conscientização de que convivemos, na Terra, com outra humanidade desencarnada, constituída de Espíritos bons e maus, que buscam influenciar nossas ações.

Em “Os Mensageiros”, constata-se a existência de um serviço de amparo a Espíritos desencarnados que perambulam pelas ruas, no sentido de conduzi-los a um centro espírita a fim de serem encaminhados. Esse trabalho conta com servidores que têm responsabilidade definida, de que devem prestar contas, conforme se vê, na reprimenda que sofreram dois trabalhadores que não se ativeram ao cuidado requerido no desempenho da tarefa, tendo favorecido parentes desencarnados, que não se apresentavam em condições de serem ajudados: “Vieira, recomendo a você e ao Hildegardo a melhor observância do nosso critério doutrinário. (...) Não podemos perder tempo com Espíritos escarninhos e ociosos, nem com aqueles que se aproximam de nossa tenda alimentando certas intenções de natureza inferior”.  (Cap. 39)

Ainda nessa mesma obra, André Luiz relata que ele, Vicente e o Instrutor Aniceto, depois de repousarem durante o dia num campo, em plena zona rural, próximo ao Rio de Janeiro, já estavam retornando, quando surpreendeu-se ele com a quantidade de trabalhadores espirituais que via nos arredores. Esclarecendo, Aniceto disse-lhe: “O reino vegetal possui colaboradores numerosos”.

Prosseguindo seu relato, diz que nas proximidades (...) um homem jazia por terra numa poça de sangue, ao lado de uma carroça sustentada por um muar impaciente, dando mostras de grande inquietação. Dois companheiros encarnados prestavam socorro ao ferido, apressadamente. (...) O número de desencarnados que auxiliava o pequeno grupo, todavia, era grande. Um amigo espiritual que me pareceu o chefe, naquela aglomeração, recebeu Aniceto e a nós com deferência e simpatia, explicou rapidamente a ocorrência. O carroceiro havia recebido a patada de um burro e era necessário socorrer o ferido.

Serenada a situação, vi o referido superior hierárquico chamar um guarda do caminho, interpelando:

– Glicério, como permitiu semelhante acontecimento? Este trecho da estrada está sob sua responsabilidade direta.

O subordinado, respeitoso, considerou sensatamente:

– Fiz o que pude para salvar este homem, que, aliás, é um pobre pai de família. Meus esforços foram improfícuos pela imprudência dele. Há muito procuro cercá-lo de cuidados sempre que passa por aqui; entretanto, o infeliz não tem o mínimo respeito pelos dons naturais de Deus. É de uma grosseria inominável para com os animais que o auxiliam a ganhar o pão. Não sabe senão gritar, encolerizar-se, surrar e ferir. Tem a mente fechada às sugestões de agradecimento. Não estima senão a praga e o chicote. Hoje, tanto perturbou o pobre muar que o ajuda, tanto o castigou, que pareceu mais animalizado... Quando se tornou quase irracional pelo excesso de fúria e ingratidão, meu auxílio espiritual se tornou ineficiente. Atormentado pelas descargas de cólera do condutor, o burro humilde o atacou com a pata. Minha obrigação foi cumprida. (cap. 41)

Como se vê, num local distante, numa estrada transitada por carroças, havia Espíritos, com responsabilidade definida, encarregados da manutenção da ordem. Imaginemos nas estradas movimentadas, nas cidades...

Na obra “Missionários da Luz”, há um exemplo da existência de vigilante, responsável por determinada área na cidade: O instrutor Alexandre, acompanhado de André Luiz, procurava informações sobre um homem que supunha ter sido assassinado em determinado local, quando encontrou-se com um Espírito, a quem se dirigiu, nestes termos: Meu amigo, é visitador em função ativa?. Recebendo resposta afirmativa, procurou obter os informes sobre a desencarnação que ocorrera naquele local, ficando sabendo que não se tratava de assassinato, mas de suicídio friamente preparado. O vigilante disse que tentara ajudá-lo, com o concurso de outros trabalhadores, mas que a sua deliberação em matar-se era muito forte. Tão logo desencarnara, fora arrebatado por um bando de Espíritos em função do seu baixo padrão vibratório. Alexandre consegue localizá-lo, socorre-o e, em noite subsequente, propicia um encontro com sua esposa. Durante o sono físico, a viúva é conduzida por uma irmã desencarnada ao encontro do marido, asilado que estava em posto de socorro próximo à Crosta. Essa mesma acompanhante foi designada a permanecer na casa da viúva, a fim de auxiliá-la a conseguir ocupação que lhe permitisse sustentar a família, face à situação de desamparo a que fora lançada. (cap. 11)

André Luiz, ao visitar na Terra, seu antigo lar, após vários anos de ausência, vê-se compelido a auxiliar no tratamento daquele que lhe ocupara o lugar, na condição de marido de sua viúva. Depois de alguma hesitação, solicita o concurso de Narcisa, a notável enfermeira com quem trabalhava na colônia espiritual. Tão logo chega, Narcisa convoca Espíritos que lhe possam indicar onde encontrar mangueiras e eucaliptos, a fim de retirar substâncias medicamentosas para o socorro ao doente. Ante o espanto de André Luiz, ela explica que as oito entidades que se apresentaram eram servidores comuns do reino vegetal. (Nosso Lar, cap. 50)

No livro “No Mundo Maior” (cap. 13), há uma intervenção direta de Calderaro, impedindo o suicídio da jovem Antonina.

A obra “Libertação” mostra como agiram os Espíritos encarregados de solucionar um caso de atuação obsessiva, cujo objetivo era o de levar uma jovem senhora à desencarnação. Durante o desempenho de sua tarefa, o benfeitor Gúbio atua no sentido de proteger uma jovem encarnada, que estava sendo assediada por um rapaz, filho do proprietário da casa onde ela trabalhava.

André Luiz, em sua obra mediúnica, é o Espírito que mais esclarece essa atuação de Espíritos desencarnados entre nós. “Sexo e Destino” é, seguramente, a obra em que mais aparece essa interferência de Espíritos desencarnados na esfera física. Ali pode-se ver com clareza o respeito com que os trabalhadores do bem observam o limite de suas ações, e o quanto Espíritos voltados ao mal buscam atuar, no sentido de terem satisfeitos os seus desejos. No Cap. 6, é descrita a atuação de dois obsessores, no sentido de obterem o prazer da ingestão de bebida alcoólica, através de um encarnado, embora seu protetor espiritual estivesse presente.

Diante do quadro, muitos perguntarão como o guarda do caminho – que é um Espírito esclarecido, trabalhador da seara do Bem – não conseguiu evitar o acidente com o muar (Os Mensageiros, cap. 41), e os dois obsessores conseguiram repartir os goles de bebida alcoólica com o protegido de Félix. A explicação prende-se à questão de sintonia. O guarda do caminho não conseguiu atingir o campo mental do carroceiro, que estava em faixa vibratória de cólera, de violência. No caso de Cláudio, havia perfeita sintonia entre ele e os dois Espíritos que o acompanhavam, participantes de suas libações alcoólicas e de suas aventuras sexuais. Quanto à não intervenção de Felix, seu protetor espiritual, fica esclarecida na resposta dada a Neves:

– Mas... e Cláudio? – insistiu Neves.  – Não merecerá, porventura, fraterna demonstração de caridade, a fim de livrar-se de tão temíveis obsessores?

Félix sorriu francamente bem-humorado e explicou:

– “Temíveis obsessores” é a definição que você dá. – E avançou: – Cláudio desfruta excelente saúde física. Cérebro claro, raciocínio seguro. É inteligente, maduro, experimentado. (...) Se elege para comensais da própria casa os companheiros que acabamos de ver, é assunto dele.  (Sexo e Destino, cap. 6)

Àqueles que argumentarem que Cláudio estaria sendo violentado no seu livre-arbítrio pelos dois Espíritos que o acompanhavam, deve ser lembrado de que não houve desrespeito ao seu direito de escolha. Ele recebia a influência daqueles, cuja presença – no uso do seu livre-arbítrio – escolhera como companheiros.

Daí a necessidade do cultivo da oração, da reflexão, a fim de termos consciência de que categoria de Espíritos estamos elegendo para nossa companhia, tanto na vigília, quanto durante o sono. É só observarmos o tipo de conversação que entretemos, de leitura que fazemos, de filmes que vemos, de programas televisivos a que assistimos, que saberemos que classe de Espíritos influem em nossos pensamentos e ações.

Dessa presença de Espíritos, já advertia Paulo: Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas (...).  (Hb, 12: 1)

O Espiritismo nos mostra que tudo começa no pensamento, por isso vai além do conhecido adágio: “Dize-me com quem andas que direi quem tu és”, ensinando: “Dize-me em que pensas, que direi com quem andas”. Daí a necessidade da observância da recomendação do Mestre: Vigiai e orai para que não entreis em tentação. (Mt, 26: 41)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita