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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 274 - 19 de Agosto de 2012

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
 

Na direção do zênite evolutivo

Nosso passado é um abismo de sombras, um universo de equívocos, mas temos, à frente, um Universo de Luz


“(...) Reclamamos, na atualidade, quem ajude o pensamento do homem na direção do Alto.”
- Ministro Flácus [1]


André Luiz e seus colegas aprendizes, em companhia do Instrutor Gúbio, acomodaram-se no vasto salão do educandário, interessados na palavra fluente e primorosa do Ministro Flácus, que fixava em todos o olhar saturado de doce magnetismo, convidando a atenciosa plateia a preciosas meditações...  Todos ali reunidos naquele recinto eram candidatos ao serviço de socorro aos irmãos ignorantes, atormentados nas sombras.

Segundo o Benfeitor Espiritual que discursava com muita lucidez, “(...) Grandes políticos e veneráveis condutores nun­ca se ausentaram do mundo. Passam pela multidão, sacudindo-a ou arregi­mentando-a. E' forçoso reconhecer, porém, que a organização humana, por si só, não atende às exi­gências do ser imperecível: Péricles, o estadista que legou seu nome a um século, realiza edificante trabalho educativo, junto dos gregos, entretanto, não lhes atenua a belico­sidade e os pruridos de hegemonia, sucumbindo ao assédio de aflitivo desgosto; Alexandre, o conquistador, organiza vastíssi­mo império, estabelecendo uma civilização respei­tável, no entanto, não impede que os seus generais prossigam em conflitos sanguinolentos, difundindo o saque e a morte; Augusto, o Divino, unifica o Império Romano em sólidos alicerces, concretizando avançado pro­grama político em benefício de todos os povos, mas não consegue banir de Roma o desvario pela dominação a qualquer preço; Constantino, o Grande, advogado dos cristãos indefesos, oferece novo padrão de vida ao Planeta, contudo, não modifica as disposições detestáveis de quantos guerreavam em nome de Deus; Napoleão, o ditador, impõe novos métodos de progresso material, em toda a Terra, mas não se furta, ele próprio, às garras da tirania, pela sim­ples ganância da posse; Pasteur, o cientista, defende a saúde do corpo humano, devotando-se, abnegado, ao combate silen­cioso contra a selva microbiana, todavia, não pode evitar que seus contemporâneos se destruam reci­procamente em disputas incompreensíveis e cruéis.

Permanecemos diante de um mundo civilizado na superfície, que reclama não só a presença da­queles que ensinam o bem, mas principalmente da­queles que o praticam.  Sobre os mananciais da cultura, nos vales da Terra, é imprescindível que desçam as torrentes da compaixão do Céu, através dos montes do amor e da renúncia. Cristo não brilha apenas pelo ensino subli­mado. Resplandece na demonstração. Em compa­nhia d'Ele, é indispensável mantenhamos a coragem de amparar e salvar, descendo aos recessos do abismo.

(...) Guindados a singelas culminâncias da inteligência, somos micróbios que sonham com o crescimento próprio para a eternidade.  (...) Nos campos da Crosta Planetária, queda-se a inteligência, qual se fora anestesiada por perigo­sos narcóticos da ilusão; no entanto, auxiliá-la-emos a sentir e reconhecer que o Espírito permanece vi­brando em todos os ângulos da existência.

Cada espécie de seres, do cristal até o homem, e do homem até o anjo, abrange inumeráveis famí­lias de criaturas, operando em determinada frequência do Universo.  E o Amor Divino alcança-nos a todos, à maneira do Sol que abraça os sábios e os vermes. Todavia, quem avança demora-se em ligação com quem se localiza na esfera próxima: O domínio vegetal vale-se do império mineral para sustentar-se e evolutir; os animais aprovei­tam os vegetais na obra de aprimoramento; os ho­mens se socorrem de uns e outros para crescerem mentalmente e prosseguir adiante...  Atritam os reinos da vida, conhecidos na Ter­ra, entre si.   Torturam-se e entredevoram-se, através de ru­des experiências, a fim de que os valores espirituais se desenvolvam e resplandeçam, refletindo a divi­na luz...

(...) Também no Mundo Espiritual se agitam milhões de Espíritos imperfeitos que partilham, com as criaturas terrenas, as condições de habita­bilidade da Crosta do Mundo. Seres humanos, situados noutra faixa vibratória, apoiam-se na mente encarnada, através de falanges incontáveis, tão se­miconscientes na responsabilidade e tão incompletas na virtude, quanto os próprios homens. (...) Mentes cristalizadas na rebeldia tentam sola­par, em vão, a Sabedoria Eterna, criando quistos de vida inferior, na organização terrestre, entrin­cheiradas nas paixões escuras que lhes vergastam as consciências. Conhecem inumeráveis recursos de perturbar e ferir, obscurecer e aniquilar. Escravi­zam o serviço benéfico da reencarnação em grandes setores expiatórios e dispõem de agentes da dis­córdia contra todas as manifestações dos sublimes propósitos que o Senhor nos traçou às ações...  Os homens terrenos que, semilibertos do cor­po, lhes conseguiram identificar, de algum modo, a existência, recuaram, tímidos e espavoridos, espa­lhando entre os contemporâneos as noções de um inferno punitivo e infindável, encravado em tene­brosas regiões além da morte.

A mente infantil da Terra, embalada pela ter­nura paternal da Providência, através da teologia comum, nunca pôde apreender, mais intensiva­mente, a realidade espiritual que nos governa os destinos. Raros compreendem na morte simples modifi­cação de envoltório, e escasso número de pessoas, ainda mesmo em se tratando dos religiosos mais avançados, guardaram a prudência de viver, no vaso físico, de conformidade com os princípios su­periores que esposaram. Somos defrontados, agora, pela necessidade da proclamação de verdades ve­lhas para os velhos ouvidos e novas para os ouvidos novos da inteligência juvenil situada no mundo.

(...) Entendendo a nossa condição de trabalhadores incompletos, detentores de velhas dificuldades e terríveis inibições, na ordem do aprimoramento iluminativo, cabe-nos preparar recursos de auxílio, reconhecendo que a obra redentora é trabalho edu­cativo por excelência.

O sacrifício do Mestre representou o fermento divino, levedando toda a massa. E' por isto que Jesus, acima de tudo, é o Doador da Sublimação para a vida imperecível. Absteve-Se de manejar as paixões da turba, visto reconhecer que a verda­deira obra salvacionista permanece radicada ao co­ração, e distanciou-Se dos decretos políticos, não obstante reverenciá-los com inequívoco respeito à autoridade constituída, por não ignorar que o ser­viço do Reino Celeste não depende de compromissos exteriores, mas do individualismo afeiçoado à boa vontade e ao espírito de renúncia em benefício dos semelhantes...  Sem nosso esforço pessoal no bem, a obra regenerativa será adiada indefinidamente, compre­endendo-se por precioso e indispensável nosso con­curso fraterno para que irmãos nossos, proviso­riamente impermeáveis no mal, se convertam aos Desígnios Divinos, aprendendo a utilizar os poderes da luz potencial de que são detentores.  Somente o amor sentido, crido e vivido por nós provocará a eclosão dos raios de amor em nossos semelhantes.  Sem polarizar as energias da alma na direção divina, ajustando-lhes o magnetismo ao Centro do Universo, todo programa de redenção é um con­junto de palavras, pecando pela improbabilidade flagrante”.

Após ouvirem – extasiados – a fala do Ministro Flácus, enquanto voltavam para suas bases, o Instrutor Gúbio complementou de forma não menos brilhante[2]: “(...) A alma caída em vibrações desarmônicas, pelo abuso da liberdade que lhe foi confiada, precisa tecer os fios do reajustamento próprio e milhões de irmãos nossos se recusam a semelhante esforço, ociosos e impeniten­tes, alongando o labirinto em que muitas vezes se perdem por séculos. Inabilitados para a jornada imediata, rumo ao Céu, em virtude das paixões de­vastadoras que os magnetizam, arrebanham-se de conformidade com as tendências inferiores em que se afinam, ao redor da Crosta Terrestre, de cujas emanações e vidas inferiores ainda se nutrem, qual ocorre aos próprios homens encarnados. O obje­tivo essencial de tais exércitos sombrios é a con­servação do primitivismo mental da criatura hu­mana, a fim de que o Planeta permaneça, tanto quanto possível, sob seu jugo tirânico.  (...) Argumentos teológicos de milênios obstruem os canais da inteligência humana, quanto às reali­dades divinas. Mas a criatura prosseguirá na ta­refa de autodescobrimento”.

Os Benfeitores Amigos nos estimulam ao trabalho incessante no Bem com Jesus, à busca constante do aperfeiçoamento, à escolha dos “tesouros dos Céus”, a caminhar – felizes – na certeza de encontrar mais à frente uma festa de luz onde está servido o banquete divino que está preparado para todos que lograrem atravessar “a porta estreita” da renúncia, da abnegação, do amor incondicional, da piedade, do perdão, da mansuetude...

Se se encontra atrás de nós um abismo de sombras e um universo de equívocos, temos à frente, um Universo de Luz. Portanto, cuidemos para que não sejam trevas as luzes que começam a bruxulear ainda débeis na intimidade d`alma e sigamos – impertérritos e confiantes – no rumo da Luz em ascese libertadora, abrindo veredas luminosas aos que nos seguirem empós.


 

[1] - XAVIER, F. Cândido. Libertação. 7. Ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1978, cap. I.

[2] - XAVIER, F. Cândido. Libertação. 7. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1978, cap. II.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita