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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 270 - 22 de Julho de 2012

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
 

Humanimalidade 

Quanto mais o Espírito se purifica e ilustra, tanto mais o seu organismo fluídico se torna acessível ao influxo do Alto 


 “(...) Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só  no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente." 
- Léon Denis[1]


Com o seu raciocínio lúcido, Léon Denis, o fiel discípulo de Kardec, ensina1: “(...) Pelo corpo fluídico e pelo corpo material o homem acha-se ligado à imensa teia da vida universal; pela alma, a todos os mundos invisíveis e di­vinos. Somos feitos de sombra e luz; somos a carne com todas as suas fraquezas e o Espírito com as suas riquezas latentes, as suas esperanças radiosas, os seus surtos grandiosos, e o que em nós está, em todos os seres se encontra. Cada alma humana é uma projeção do grande Foco Eterno e é isso o que consagra e assegura a frater­nidade dos homens. Temos em nós os instintos da alimária mais ou menos comprimidos pelo trabalho longo e pelas provas das existências passadas e temos também a crisálida do anjo, do ser radioso e puro, que podemos vir a ser pela impulsão moral, pelas aspirações do cora­ção e pelo sacrifício constante do "eu". Tocamos com os pés as profundezas sombrias do abismo e com a fronte as alturas fulgurantes do Céu, o império glorioso dos Espíritos...

Quando aplicamos o ouvido ao que se passa no fundo do nosso ser, ouvimos, como o cachão de águas ocultas tumultuosas, o fluxo e refluxo do mar agitado da personalidade que os vendavais da cólera, do egoísmo e do orgulho encapelam. São as vozes da matéria, os cha­mamentos das baixas regiões, que nos atraem e influen­ciam ainda as nossas ações; mas essas influências po­demos dominá-las com a vontade, podemos impor silêncio a essas vozes.

Quando em nós se faz a bonança, quando o murmúrio das paixões se aplaca, eleva-se então a voz potente do Espírito Infinito, o cântico da Vida Eterna, cuja harmonia enche a imensidade. E, quanto mais o Espírito se eleva, purifica e ilustra, tanto mais o seu organismo fluídico se torna acessível às vibrações, às vozes, ao influxo do Alto. O Espírito Divino, que anima o Universo, atua sobre todas as almas; busca penetrá-las, esclarecê-las, fecundá-las; mas a maior parte se deixa ficar na escuridão e no insulamento... Demasiado grossei­ras ainda, não podem sentir-lhe a influência nem ouvir os seus chamados. Muitas vezes ele as cerca, as envolve, procura chegar às camadas profundas das suas consciên­cias, acordá-las para a vida espiritual. Muitas resistem a essa ação, porque a alma é livre; outras somente a sentem nos momentos solenes da vida, nas grandes pro­vas, nas horas desoladas em que experimentam a neces­sidade de um socorro do Alto e o pedem.

Para viver da vida superior a que se adaptam essas influências, é neces­sário ter conhecido o sofrimento, praticado a abnegação, ter renunciado às alegrias materiais, acendido e alimen­tado em si a chama, a luz interior que se não apaga nunca e cujos reflexos iluminam desde este mundo as perspecti­vas do Além. Só múltiplas e penosas existências plane­tárias nos preparam para essa vida”.

Ampliemos nosso entendimento acerca da ascensão progressiva que todos nós devemos empreender, socorrendo-nos de uma mensagem psicografada em Paris, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas[2] no dia 21 de abril de 1865:

“(...) Não há que se crer somente no progresso incessante do Espírito, embrião na matéria e se desenvolvendo ao passar pelo exame severo do mineral, do vegetal, do animal, para chegar à humanimalidade, onde somente começa a se ensaiar a alma que se encarnará, orgulhosa de sua tarefa, na Humanidade... Existem, entre essas diferentes fases, laços importantes que é necessário conhecer e que eu chamarei períodos intermediários ou latentes; porque é aí que se operam as transformações sucessivas.

(...) O animal, para subir de um degrau, é preciso um trabalho latente que aniquile, para todos, todo sinal exterior de vida. Esse estado é a crisálida espiritual onde se elabora a alma, perispírito informe, não tendo nenhuma figura reprodutiva de traços, quebrando-se num estado de maturidade, para deixar escapar, nas correntes que os carregam, os germes de almas que ali eclodem.  Ser-nos-ia, pois, difícil vos falar dos Espíritos de animais do Espaço. Ele não existe, ou antes, sua passagem é tão rápida que é como nula, e que, no estado de crisálida, não poderiam ser descritos.

Já sabeis que nada morre da matéria que se abate; quando um corpo se dissolve, os elementos dos quais ele se compõe lhe re­clamam a parte que lhe deram: oxigênio, hidrogênio, azoto, carbono retornam à sua fonte primitiva para alimentar outros corpos; os flui­dos organizados espirituais tomam na passagem cores, perfumes, instintos, até a constituição definitiva da alma”.

Kardec obteve dos Espíritos[3] a informação de que “após a morte do animal ele não fica na condição de espírito errante, uma vez que é classificado pelos Espíritos a quem incumbe essa tarefa e utilizado quase imediatamente. Não lhe é dado tempo de entrar em relação com outras criaturas”.

Nessa viagem tão longa a alma logrará chegar ao seu destino?  Terminará, enfim, sua tão acidentada e sinuosa viagem evolutiva?  Terá energia suficiente para sobrepairar às vicissitudes e aos empeços naturais do caminho? Deixemos a resposta a quem de direito: nada mais nada menos que o mais fiel e nobre discípulo de Kardec, Léon Denis, que de maneira sábia e, até mesmo poética, leciona1:

“(...) Avançando pelo caminho traçado, a alma vê sempre se abrirem novos campos de estudos e descobertas. Se­melhantes à corrente de um rio, as águas da Ciência Suprema descem para ela em torrente cada vez mais caudalosa. Chega a penetrar a santa harmonia das coisas, a compreender que não existe nenhuma discordância, nenhuma contradição no Universo; que, por toda a parte, reinam a ordem, a sabedoria, a providência, e a sua con­fiança e o seu entusiasmo aumentam cada vez mais. Com amor maior ao Poder Supremo, ela saboreia de maneira mais intensa as felicidades da vida bem-aventurada.

Daí em diante está intimamente associada à Obra Divina; está preparada para desempenhar as missões que cabem às almas superiores, à hierarquia dos Espíritos que, por diversos títulos, governam e animam o Cosmo, porque essas almas são os agentes de Deus na obra eter­na da Criação, são os livros maravilhosos em que Ele escreveu os Seus mais belos mistérios, são como as cor­rentes que vão levar às terras do Espaço as forças e as radiações da Alma Infinita.

Deus conhece todas as almas, que formou com o Seu pensamento e o Seu amor. Sabe o grande partido que delas há de tirar mais tarde para a realização das Suas vistas. A princípio, deixa-as percorrer vagarosamente as vias sinuosas, subir os sombrios desfiladeiros das vidas terrestres, acumular pouco a pouco em si os tesouros de paciência, de virtude, de saber, que se adquirem na escola do sofrimento... Mais tarde, enternecidas pelas chuvas e pelas rajadas da adversidade, amadurecidas pelos raios do Sol Divino, saem da sombra dos tempos, da obscuridade das vidas inumeráveis e eis que suas fa­culdades desabrocham em feixes deslumbrantes; a sua inteligência revela-se em obras que são como que o reflexo do Gênio Divino”.

Alguém poderia falar de maneira mais clara, extraordinária e poética da ascese espiritual?


 

[1] - DENIS, Léon, O problema do ser, do destino e da dor. 23. ed. Rio: FEB, 2000, 1ª parte, cap. IX, p.p. 123, 126-128.

[2] - KARDEC, Allan. Revue Spirite. Maio de 1865, 2. ed. Araras: IDE, 2000, p.p. 132-133.

[3] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2002, q. 600.



 


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