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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 269 - 15 de Julho de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 23)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Quantos anos se haviam passado desde que Artêmis saíra do lar paterno?

Mais de trinta anos se haviam passado desde quando se afastara daquelas terras, com a alma repleta de esperanças e sonhos. (Tramas do Destino, cap. 25, pp. 243 e 244.)

B. Quem assistiu o pai de Artêmis no seu desprendimento?

Foi Adelaide, mãe de Artêmis, a qual acolheu com carinho de mãe o recém-chegado. Contudo, antes de conduzir o amado a outra esfera de vida, ela deteve-se, contemplando o corpo já  em desagregação, e, num ato de profundo res­peito, proferiu uma prece de gratidão aos despojos submissos, nos quais seu companheiro aprendera paciência e se adestrara na humildade, cres­cendo no rumo da luz. (Obra citada, cap. 25, pp. 245 e 246.)

C. Comparada com a complexidade da vida espiritual, que é, em essência, a vida na Terra?

Ante a complexidade da vida es­piritual, a vida na Terra nada mais é que um simulacro, uma cópia imper­feita daquela que é, como sabemos, a verdadeira vida. (Obra citada, cap. 25, pp. 248 e 249.)

Texto para leitura

107. Uma família transformada - Hermelinda e Artêmis, dispondo agora de mais tempo, passa­ram a atuar mais decididamente no ministério da cari­dade material, acor­rendo à Casa Espírita, às tardes, para o labor das costuras, da cocção e colaboração na sopa refazente que era servida aos mais necessitados. Com o passar do tempo, foram convocadas ao ministério do socorro pelo passe, cooperando também, e principalmente, na prática da caridade moral. O "Francisco Xavier" mantinha um serviço de atendimento diurno, em que pessoas credenciadas permaneciam a postos para orientar os neces­sitados que buscavam apoio, diretriz e amparo na­quela Casa de Jesus. Equipes de passes, de esclarecimento, revezavam-se em horários adrede estabelecidos. Sempre havia, assim, alguém capacitado aos primeiros so­corros espirituais, anotando problemas e dificuldades que demandavam exames posteriores, quando, então, eram ouvidos os Dire­tores da Casa ou os Mentores Espirituais, conforme a natureza e proce­dência da necessi­dade dos casos. Artêmis e Hermelinda engajaram-se de corpo e alma no la­bor da solidariedade caridosa. Atendiam com pontuali­dade irrepreensível aos compromissos novos, espontaneamente buscados e aceitos. Não escolhiam tarefas, atendiam ao que surgisse, requisitando assistência. Sabiam dispensar a palavra de alento, o passe de renovação, a ação de socorro com ânimo robusto e fé edificante, que sensibilizavam os seus beneficiários. Na Colônia, o progresso de Rafael em nada deixava a desejar. Ele era um homem novo em Jesus, transformado em paciente mo­delo e auxiliar querido. Comprazia-se em lidar com os enfermos reniten­tes e revoltados, experiência que conhecia muito bem. O seu calor humano e a serenidade de que se revestia, quando agredido pelo pessimismo ou pela suspeita, ates­tavam os resultados positivos da evangelização reali­zada por Cândido... O Dr. Armando Passos nele encontrou precioso colabo­rador, verdadeiro agente do bom ânimo entre os desesperados, ali em trânsito. E o "Grupo do Otimismo" crescia, constituindo a conduta do Sr. Ferguson incontestável lição viva de bom humor e amizade espontânea, que se impunha esforço titânico para autodominar-se, acertar no bem e galgar os degraus da as­censão, em que o tempo lhe era o grande aliado, e a fé, estruturada na razão, a abençoada dinamizadora das suas forças. (Cap. 25, págs. 241 a 243)

108. De volta à Fazenda natal - O Sr. Ferguson havia aprendido a lição da dor, tal como acontecera com sua família, compreendendo ser o auxílio ao próximo a maneira eficaz de esquecer-se de si mesmo e de ser feliz. O bem, distribuído indistintamente, passava a demorar-se nos próprios doa­dores, prodigalizando-lhes grandes benefícios. Não aspiravam a resolver os conflitos alheios: desejavam auxiliar de alguma forma para que os conflitados encontrassem a luz do discernimento e o alento da coragem, para resolverem as próprias dificuldades. Tentavam retribuir ao Senhor algo do muito que haviam recebido e prosseguiam recebendo. A Doutrina Espírita adentrara-se-lhes n'alma, e, quando isso ocorre, luze e esparze as bênçãos da esperança como decorrência natural da renovação. O tempo preenchido com sabedoria avançava sem novas sombras, nem dores mais agu­das. Gilberto e Tamíris ficaram noivos, acalentando o desejo de terem uma prole a serviço da fé, recebendo em seu lar Espíritos queridos e, quiçá, necessitados, colaborando na Obra de amor de Nosso Pai. Pouco de­pois do Natal, Artêmis foi chamada a visitar a Fazenda, onde o velho pai, que não via há vários anos, preparava-se para desencarnar. Na via­gem, acompanhada por Hermelinda e por um mano que a viera buscar, Artê­mis retornava à infância, ante a paisagem querida que se renovava diante do veículo apressado. Mais de trinta anos se haviam passado desde quando se afastara daquelas terras, com a alma repleta de esperanças e so­nhos... Volvia então com o espírito povoado de experiências e prenhe de resignação, com infinito reconhecimento a Jesus e à Mãe Santíssima. Ape­sar de todos os seus sofrimentos, ela agora sentia-se em paz, calma e lúcida, confiando no amor de Deus para o futuro. Adelaide estava a seu lado, e ela percebeu a presença materna, enchendo-se seus olhos de mor­nas e abundantes lágrimas. "Artêmis – disse-lhe Hermelinda –, vejo a nossa amada Adelaide. Tenho-a nítida, na visão mental, a sorrir-me, en­quanto a acarinha. Tão bela!" (Cap. 25, pp. 243 e 244) 

109. Prece de gratidão ao corpo físico - Chegando ao lar paterno, Artêmis e Hermelinda logo acorreram ao quarto em que o ancião, arquejante, deba­tia-se no processo da desencarnação. A filha não sopitou a dor, contem­plando o corpo encarquilhado, vencido pelas sucessivas enfermidades que abateram o antigo e austero senhor. Nenhum traço mais restava da pujança dos músculos e da força, da jovial aparência e da robustez de atitudes. O sofrimento subjugara a forma, e a sombra da morte, pairando sobre as carnes sucumbidas, tornara-o um despojo que respirava. "Papai!... Meu amado paizinho, aqui estou – disse-lhe Artêmis, com infinita ternura. Perdoe-me a demora... Quanta saudade, meu querido pai!" O enfermo, que já  se encontrava em avançado processo de desencarnação, ouvindo-a em es­pírito, desenhou na face um sorriso e balbuciou, a custo: "Minha... so­frida... Artê... mis, filha... adorada... Graças... a... Deus!..." E caiu em coma. A ansiedade em rever a filha distante sustentara os liames que o mantinham preso até aquele momento. O desprendimento durou por toda a noite. Ao amanhecer, enquanto Hermelinda orava a "prece por um agonizante", que extraíra d' O Evangelho segundo o Espiritismo, cessou a respiração. Os filhos, netos, demais familiares e servos foram trazidos para a oração geral, conforme o hábito local, enquanto Adelaide acolhia com carinho de mãe o recém-chegado. As lágrimas de dor, na Terra, fa­ziam-se acompanhar de júbilos além do corpo transitório. A veneranda En­tidade, porém, antes de conduzir o amado a outra esfera de vida, deteve-se, contemplando o corpo já  em desagregação, e, num ato de profundo res­peito, proferiu uma prece de gratidão aos despojos submissos, nos quais seu companheiro aprendera paciência e se adestrara na humildade, cres­cendo no rumo da luz, após vencida a etapa de provas e experiências ora encerradas. (Cap. 25, pp. 245 e 246) 

110. Evangelho na zona rural - As exéquias foram simples e não deram mar­gem a cenas lamentáveis, como costuma ocorrer mesmo em ambientes ditos cristãos. Em muitos círculos sociais da Terra vigem o anedotário fesce­nino, os comentários desairosos, as recordações vinagrosas com que as pessoas relembram e envolvem os desencarnados, durante os velórios. Isso, não raro, lhes inflige perturbações e angústias, fazendo-os expe­rimentar selvagens sensações condizentes com a natureza das referências pejorativas que dizem respeito a paixões de que ainda não se libertaram, ou amargurando-os com o que prefeririam esquecer por todo o sempre, se possível. É preciso dignificação ante os que partiram. Nem o elogio fú­nebre mentiroso, nem a indébita homenagem bombástica e pomposa, nem – ainda menos – a santificação apressada e incoerente, de que passam a desfrutar muitos espíritos, bem como tampouco a mordacidade, o humor chulo, a impiedade derramando lodo e lama na suas lembranças. Sem exce­ção, nenhum ser que se encontre encarnado se eximirá a esse renascimento que a morte biológica impõe, incansável. Passados os funerais, Artêmis e Hermelinda conviveram por alguns dias com os familiares queridos e não perderam oportunidade de referir-se ao Espiritismo, lançando as bases da oração no lar e do estudo do Evangelho que a previdência de Hermelinda levara com carinho, para não se afastar dos seus ensinos, fonte inexau­rível de consulta e consolação. Num gesto nobre, ela ofertou o exemplar a Francisco, irmão de Artêmis, que geria a Fazenda e permaneceria com outros familiares na propriedade. Toda noite, enquanto ali estiveram, promoveram o encontro iluminativo, que se alongava até tarde, enquanto narravam as esperanças e os consolos que hauriam na fé sublime. As irmãs evitavam comentar os próprios testemunhos, mas expunham as experiências de dor e paz, desequilíbrio e harmonia que haviam presenciado ante a luz meridiana do Consolador, respondendo a perguntas, elucidando as crendi­ces e superstições e reportando-se à mediunidade largamente praticada em toda parte, embora desconhecida nas suas legítimas bases cristãs e mo­rais. Suas palavras e os argumentos inconfundíveis refundiam o ânimo de todos e colocavam bases para o erguimento de singela célula espírita na­queles longínquos sertões. Os familiares próximos, que sabiam do mar­tírio de Artêmis e a identificavam robusta e confiante, ouviam-na com atenção, respeito e carinho. (Cap. 25, pp. 247 e 248) 

111. Um novo núcleo espírita - Os postulados espíritas traziam a todos na Fazenda novas dimensões sobre a vida, alargando os horizontes do enten­dimento humano e produzindo felicidade em cada criatura. Não se encer­rando a vida no túmulo, conforme preceituam todas as religiões, é mister compreender que uma sociedade de sobreviventes possui sua própria estru­tura, seus códigos, seus dispositivos espirituais, sua forma especial de existência. Se se considerar, porém, a preexistência do espírito à concepção, mais fácil se faz compreender toda a complexidade da vida es­piritual, tornando-se a vida na Terra um simulacro, uma cópia imper­feita, sem dúvida, daquela... Essas lições e a evocação dos dias apostó­licos imantavam os ouvintes e os felicitavam. Estimuladas pela inspira­ção de Adelaide, passaram à terapia do passe, atendendo aos casos graves de obsessão e enfermidades múltiplas que atavam inúmeros sofredores aos catres das dores. Natércio, certa noite, a convite de Adelaide, compa­receu aos trabalhos que ali se realizavam, quando as emoções atingiram alto grau de sintonia espiritual. Valendo-se das forças das abnegadas trabalhadoras, o Benfeitor Espiritual dispensou recursos curativos entre alguns dos enfermos que, instantaneamente, recuperaram a saúde, entre sinceros júbilos dos circunstantes contritos. A luz do amor rompia a treva do desespero, em nome do Senhor. Na data da partida, ante o com­promisso de Francisco de manter duas vezes por semana o trabalho ilumi­nativo, as servidoras do Cristo despediram-se. As pessoas lhes oscularam as mãos abnegadas, trazendo singelas lembranças e mimos humildes de ca­rinho e gratidão. Eram doces simples, frutos colhidos nos ramos da Natu­reza, legumes, como nos dias primeiros dos seguidores do "Caminho" se fazia entre os conversos e os seus benfeitores... Artêmis sabia n'alma que eram as despedidas terrenas e procurou reter na lembrança os postais vivos da terra querida e os sentimentos amorosos da afeição dos humil­des. Quando o veículo partiu, ela e Hermelinda agradeceram a Deus, dei­xando acesa a lâmpada da Fé Viva que as conjugadas forças do mal jamais apagariam, porque colocada no santuário das almas sinceramente tocadas por Jesus. (Cap. 25, pp. 248 e 249)(Continua no próximo número.)
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita