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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 268 - 8 de Julho de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 22)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Qual é, na tarefa socorrista, a função do médium passista? 

No conjunto dos cooperadores encarnados, o médium passista, disciplinado e vigilante, pode ser comparado a um inter­ruptor que aciona a passagem de forças, através das suas próprias potencialidades, funcionando entre os desencarnados e os portadores de quaisquer distúrbios. Ao filtrar as energias procedentes do plano espi­ritual, ele as transmite carregadas das forças pessoais, mais facilmente assimiláveis pelos necessitados, em função do estágio na conjuntura fi­siológica. Verdadeiro transreceptor, é-lhe indispensável gerar energias puras, salutares, de que os Espíritos se utilizam para os complexos mis­teres de restauração de perispíritos enfermos e organizações somáticas lesadas. É que, por mais alto poten­cial curador disponha o homem, se este não se vincula aos labores da santificação e não se engrandece in­teriormente, mediante a vivência do Cristianismo em sua pureza, torna-se detentor de graves recursos destru­tivos, que são utilizados por mentes infelizes e impiedosas com as quais sintoniza por processos especiais de identificação de propósitos, de in­consciência e irresponsabilidade, que passam a comandá-lo em dominação perniciosa. Cada criatura emite as vi­brações que lhe são próprias, ca­bendo-lhe o dever inadiável de aprimorar tais energias, colocando-se a serviço do bem operante. Para isso, são indispensáveis o conhecimento e a vivência do Evangelho de Jesus em toda a sua eloquência. (Tramas do Destino, cap. 23, págs. 228 a 230.)

B. Qual o objetivo do "Grupo do Otimismo" criado por Rafael Ferguson?  

O Grupo do Otimismo objetivava ser um tipo de Clube Social dife­rente, dedicado à recreação mental e aos estímulos mo­rais. A ideia recebeu ótimo acolhimento dos administradores da Colônia, que se movimentaram em apoio da realiza­ção. (Obra citada, cap. 24, págs. 231 a 233.) 

C. Quem foi no passado a enfermeira Lisabete?  

Lisabete foi Rose, a cama­reira fiel de Annette (hoje, Lisandra) nos tempos da França. Ninguém se afeiçoa ou detesta a alguém sem que volva a reencontrá-lo adiante, na esteira do tempo, na estrada da vida. (Obra citada, cap. 24, págs. 238 a 240.) 

Texto para leitura 

102. Rafael cria o "Grupo do Otimismo" - Sem a constrição obsidente de Jules, Rafael experimentou significativas melhoras. Sua mente atribu­lada, submetida agora às re­flexões espirituais, passou a reagir com mais ampla lucidez. Ele passava horas lendo e anotando n'alma a Revelação Es­pírita, e sua fé revelou-se de forma eficiente, com a dignificação dos sentimentos. Embora as ampu­tações não lhe permitissem a realização de serviços, ele compreendia que a laborterapia não apenas lhe renovava as disposições íntimas, mas lhe facultava ser útil à comunidade onde vivia. Assim, com esforço, cul­tivando as ideias positivas, impôs-se algum tempo diário a visitar os mais infelizes e oferecer-se ao Diretor para coope­rar em qualquer mister junto aos companheiros. Sua nova conduta não per­maneceu despercebida, especialmente quando começou a movimentar-se para criar o que denominou "Grupo do Otimismo", que objetivava ser um tipo de Clube Social dife­rente, dedicado à recreação mental e aos estímulos mo­rais, iniciando-se a criação, também, de uma Biblioteca. A ideia recebeu ótimo acolhimento dos administradores da Colônia, que se movimentaram em apoio da realiza­ção. Pouco a pouco a saúde física foi-lhe voltando, o que era saudado auspiciosamente por Cândido, pelos familiares e por seu médico. No lar, o estado de Lisandra apresentava contradições perturba­doras. De início, re­solveu não frequentar a Casa Espírita. Depois, aquinhoada pelos passes ministrados por Cândido e, às vezes, por Epifâ­nia, ela já  não padecia das violentas crises epilépticas. O afastamento de Ermínio Lopes e dos outros obsessores redundou em significativa me­lhora. Se isso não ocor­resse, a jovem ficaria exaurida antes do tempo natural previsto para a sua desencarnação. A menina louçã perdera a be­leza da infância e chegou à idade adulta marcada pelos desaires ínti­mos. Insculpiam-se-lhe na face, no corpo, os atos pretéritos, que a afeavam, dificultando-lhe uma exteriorização psíquica que cativasse pela simpatia. Embora não mais re­agisse contra Cândido e sentisse com a pre­sença de Epifânia um inefável bem-estar, Lisandra tinha ainda a mente desarmonizada em si mesma, deno­tando a presença de distúrbios ameaçado­res. Os estados primitivos de agressividade ou descontrole não mais se repetiram, mas a psicose, que se agravava, impedindo-a de conviver com os outros, fazia-a refugiar-se em sombras, ou verter copioso e contínuo pranto. (Cap. 24, págs. 231 a 233) 

103. Decidida a internação de Lisandra - Nada retirava a jovem desses estados depressivos, e o médico, receando a perda total da razão, acon­selhou seu internamento. Convidada por Epifânia a participar, ao menos uma vez por semana, dos trabalhos doutrinários, a jovem aquiesceu. As palestras melhoraram seu mundo íntimo, em­bora tivesse dificuldade em re­ter o conteúdo e meditá-lo. A vontade sub­metida por longo tempo, sem a autodisciplina desejável, não respondia como de esperar, fazendo-a re­troceder à posição primitiva. Ar­têmis notificou ao esposo as perspecti­vas sombrias que pesavam sobre a filha, que se curara da hanseníase, mas não tivera o mesmo sucesso no problema psíquico. Rafael reagiu conforme os padrões da fé augusta que o libertara das paixões belicosas. Sofria, mas confiava no futuro, entre­gando-se e recomendando os seus à Divin­dade. Sugeriu então à esposa que, antes de uma decisão sobre a filha, procurasse aconselhar-se com os Ami­gos Espirituais, consultando Epifâ­nia. Esta, logo que procurada por Ar­têmis, traduziu o pensamento do Men­tor Natércio, mediante audiência lú­cida: "Nosso Amigo indica o interna­mento de Lisandra como de resultado salutar, por cujo meio recuperará o equilíbrio da razão. Naturalmente, isto não significará uma liberação dos compromissos cármicos a que todos nos encontramos submetidos. Toda­via, a reconquista da saúde mental for­talecê-la-á  para outros embates com redobradas energias... Reconhece que isto lhes custará  a todos um imenso contributo de renúncia, porquanto ele próprio recomendaria o in­ternamento num Sanatório Espírita, onde re­ceberia o tratamento especia­lizado, a par de constante assistência espi­ritual. O futuro, que per­tence ao Senhor, dirá  do acerto da providência, acreditando, mesmo, que a medida não deve ser protelada". A genitora da jovem não pôde conter a dor. O afastamento da filha esfacelava-lhe a alma e valia por tormentoso exílio; mas ela não se rebelou, porque sabia que a medida resultaria em benefício de sua amada. "Não se aflija demasiadamente", disse Epifânia, traduzindo o pensamento de Natércio. "O amor nunca se aparta. A ausência da presença física será  compensada pela certeza da alegria e da renova­ção que a paciente fruir ."  E o Instrutor informou que em breve Rafael voltaria ao lar, compensando com sua pre­sença a ausência da filha. No momento, seria conveniente que eles não compartissem o mesmo teto. Remi­niscências não definidas na mente da jo­vem poderiam conduzir a um impre­visível resultado. (Cap. 24, págs. 233 e 234) 

104. Lisandra segue para um Hospital Espírita - Reconhecida, Artêmis agradeceu e rogou a ajuda de Natércio para o cometimento futuro, bem como a sua inspiração para o prossegui­mento do dever. Hermelinda, pre­sente à palestra, não escondia também sua pungente amargura ante o tes­temunho vigoroso, mas, como Artêmis, não se queixava, por compreender a necessidade da reparação imposta. Epifânia, na sequência do encontro, perguntou a Artêmis, de forma delicada, quais eram as suas possibilida­des financeiras para a internação da filha. A senhora meditou um pouco e revelou que a família não dispunha de recur­sos para esse empreendimento, que, além de muito caro, seria de demorado curso, não lhe sendo possível também recorrer a seus irmãos, que no mo­mento lutavam com dificuldades no tratamento do pai. Epifânia ofereceu-se então para ajudar. Se ela concordasse, escreveria para conhecido Diretor de um Nosocômio Espírita, com quem mantinha laços de mútua estima e que, com certeza, solucionaria a dificuldade. Assim foi feito. Transcorrido algum tempo, veio a res­posta do Diretor do Hospital Espírita, que colo­cava à disposição da pa­ciente as possibilidades de sua Casa. Artêmis foi logo avisada, ini­ciando-se os preparativos da viagem. Gilberto acompanha­ria a irmã, se­guindo em aeronave, autorizados por Dr. Armando, que faci­litaria o transporte de Lisandra, aplicando-lhe um sedativo. Por essa época, Gil­berto tinha acusado expressiva melhora. A luz da fé ajudava-o a entender e apiedar-se da irmã sofredora, aproximando-o da mesma e fa­zendo que vencesse a mórbida indiferença, que por pouco não se transfor­mara em aversão. Ele podia contar também com o apoio da doce e meiga Ta­míris, fervorosa espiritista que amava a Doutrina e se dedicava à obra de socor­ro aos sofredores com acendrado carinho. (Cap. 24, págs. 235 a 237) 

105. Lisandra é carinhosamente recebida  - Tamíris e Gilberto acalentavam o mesmo ideal e aliaram-se para o serviço da caridade, mantendo os vín­culos do afeto que pretendiam selar, futuramente, com o matrimônio, ob­jetivando as tarefas espiritis­tas que almejavam manter e desdobrar. Gil­berto já  havia narrado à futura noiva os dramas de saúde no seu lar, evitando negar-lhe o testemunho da lealdade e da confiança, recebendo dela perfeita compreensão, em sólida argumentação e consolo vazados nos conceitos espíritas. Artêmis e Herme­linda receberam a jovem na condição de filha das suas almas, presente dos céus, como compensação às suas lu­tas e acerbas dores. Lisandra se­guiu viagem, na companhia de Gilberto. No local do destino, estava sendo aguardada pelo Diretor do Hospital e sua filha Lisabete, enfermeira di­plomada que se entregara a cuidar dos atormentados da razão. Espírita dedicada, Lisabete sentiu imensa afini­dade por Lisandra, que passou a receber desde aquele momento sua devo­tada e terna assistência. O carinho espontâneo e o interesse cristão de­monstrado pelos administradores da Casa, particularmente por Lisabete, cativaram Gilberto, que, após conhe­cer a Instituição e assistir a irmã nos primeiros dias, retornou, encan­tado, traduzindo à família tudo quanto observara e sentira. "Lisandra está no lar – referiu-se jubiloso –, prosseguimento do nosso, mais eficazmente atendida. Receberá  passes, usará  água fluidificada e parti­cipará  das reuniões que ali se efetuam, destinadas aos pacientes que po­dem usufruir os resultados advindos da palavra iluminada e das lições do Evangelho." Todos ficaram muito con­tentes com as notícias confortadoras e Epifânia alegrou-se, com justas razões, porque não ignorava o poder da mensagem espírita, quando penetra os homens e os aciona no bem. (Cap. 24, págs. 237 e 238) 

106. Annette e Rose se reencontram - Psiquicamente, Epifânia estava in­formada da excelência dos métodos aplicados naquele verdadeiro Templo da Saúde e do refazimento, tendo em vista as qualidades morais e espiri­tuais de seus administrado­res e trabalhadores abnegados, conduzidos pela necessidade de vivência da Doutrina, antes que levados pelos escusos in­teresses de auferir lucro pessoal ou de transformar a Entidade numa So­ciedade a mais, disputando recursos e açodada pelas ambições argentá­rias. Ali se pensava primeiro no paciente, nas suas necessidades impe­riosas, no socorro que poderia ser dispensado à sua família, para depois se examinarem as possibilida­des econômicas. E o argumento de que se pre­cisava de dinheiro para a ma­nutenção, como é lógico, e disso se fazem justificativas para negar-se a assistência gratuita ou, pelo menos, acessível a bolsas de poucos recur­sos, não tinha nenhuma expressão, por­que o Senhor a tudo previa, pro­vendo com os meios abundantes para a ma­nutenção do programa, a ampliação de obras e a conservação dos compro­missos e das construções. Ameni­zava-se, assim, a expiação da família Ferguson. Rafael, passados os cho­ques iniciais e informado de como a filha se encontrava, estrugiu em inesperada satisfação, reconhecido à interferência de Natércio, de Epi­fânia e do Dr. Armando, que pensara na providência, e principalmente à misericórdia divina que de ninguém es­quece e soluciona com sabedoria os mais complexos problemas, quando se sabe confiar, aguardar e obedecer... Três semanas depois após a sua in­ternação, chegaram as primeiras notí­cias de Lisandra: um delicado cartão colorido, de próprio punho, diri­gido à mãe e aos familiares, envolto em saudades e gratidões, pedindo que tranquilizassem o pai... Uma carta de Lisabete, carinhosa, dava conta de toda a ocorrência e do interesse de seu pai quanto dela mesma, no sentido de se responsabilizarem pela pa­ciente. Que os Fergusons não se preocupassem com qualquer coisa, escu­dando-se confiantes nos augustos mananciais do socorro divino!  "Lisandra é-nos alma querida que volta", anotou a missivista. De fato, Lisandra era de Lisabete alma conhecida e afetivamente bem recebida. Era Annette que voltava ao carinho de Rose, sua cama­reira fiel nos tempos da França, dela recebendo assistência, amizade e a ela retribuindo o res­peito e a confiança que lhe haviam sido ofertados. Ninguém se afeiçoa ou detesta a alguém sem que volva a reencontrá-lo adiante, na esteira do tempo, na estrada da vida. (Cap. 24, págs. 238 a 240) (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita