WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 265 - 17 de Junho de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 19)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Por que no Centro Espírita não devem ter lugar a leviandade, a revolta e a zombaria?

Natércio explicou por que devemos ter esse cuidado, afirmando que as conversações frívolas e vulgares são responsáveis pela sintonia com Es­píritos ociosos e malévolos, que se insinuam através das mentes invigi­lantes e, não raro, se introduzem em locais que lhes são vedados. Hospital-Escola para os que so­frem, o Centro Espírita é templo de recolhimento e oração, onde se esta­belecem, se fixam e por onde transitam as forças da comunhão entre o ho­mem e Deus. Em face disso, no Centro Espírita não podem coexistir a leviandade e a honradez, a zombaria e o verbo edificante, a esperança e a revolta. Dife­rença psíquica signi­ficativa tem que apresentar a Casa Espírita em rela­ção a outros recintos de qualquer natureza, atestando, dessa forma, a qualidade dos seus tra­balhadores espirituais e o tipo de finalidades a que se destina. (Tramas do Destino, cap. 21, págs. 200 a 203.)

B. Pode-se dizer que a hanseníase, no caso Rafael-Lisandra, era uma enfermidade cármica?

Sim. Natér­cio informou que os impositivos cármicos de Rafael e Lisandra insculpiram nos seus perispíritos as matrizes para o desenvolvimento e a cultura do "mal de Hansen", que eclodiu em momento próprio como compul­sória expiatória, cuja liberação lograriam ou não, de acordo com o com­portamento moral e espiritual que se impusessem. (Obra citada, cap. 22, págs. 205 a 207.)

C. Ao reviverem um importante fato do passado, as Entidades modificaram a aparência?

Sim. Transfigurados, ao reviverem os acontecimen­tos, os Espíritos reves­tiram-se dos trajos que usavam no dia trágico. (Obra citada, cap. 22, págs. 211 a 213.)

Texto para leitura

89. O Centro Espírita "Francisco Xavier" - Quando a Casa foi erguida, ob­servaram-se na sua construção os cuidados com a aeração, o conforto sem excesso, a simplicidade e a total ausência de objetos e enfeites fora os indispensáveis ao seu funciona­mento. Todavia, nos departamentos reserva­dos à câmara de passes, ao re­cinto mediúnico e à sala de exposições dou­trinárias, foram providencia­das, no plano espiritual, aparelhagens com­plexas e apropriadas às suas finalidades específicas. Espíritos especia­lizados em impregnação magnética do ambiente foram requisitados para a criação de uma psicosfera sa­lutar e, ulteriormente, ficaram destacados alguns obreiros para o tra­balho permanente de preservação e renovação, instalando-se também recur­sos de defesas, a fim de se resguardarem a Casa e seus frequentadores das nocivas investidas das hordas de saltea­dores e vagabundos desencar­nados, como também para se fazer a triagem dos que, situados na errati­cidade, poderiam penetrar-lhes o recinto. Natércio, que no século XVII, seguindo o mestre de Navarra, se dedicara ao apostolado no Oriente, tendo-se entregue ao martírio nas terras chi­nesas do Norte, en­sinara, em sucessivas instruções aos companheiros en­carnados, como deve­riam estes comportar-se e preservar o recinto quanto às conversações frívolas e vulgares, responsáveis pela sintonia com Es­píritos ociosos e malévolos, que se insinuam através das mentes invigi­lantes e, não raro, se introduzem em locais que lhes são vedados, por perturbação nas defe­sas, em virtude das urdiduras e responsabilidades dos médiuns e direto­res invigilantes. Hospital-Escola para os que so­frem, o Centro Espírita é templo de recolhimento e oração, onde se esta­belecem, se fixam e por onde transitam as forças da comunhão entre o ho­mem e Deus. Em face disso, tendo em vista as relevantes tarefas que nele se realizam, no Centro Espírita não podem coexistir a leviandade e a honradez, a zombaria e o verbo edificante, a esperança e a revolta. Dife­rença psíquica signi­ficativa tem que apresentar a Casa Espírita em rela­ção a outros recintos de qualquer natureza, atestando, dessa forma, a qualidade dos seus tra­balhadores espirituais e o tipo de finalidades a que se destina. Era exatamente esse o caso do Centro Espírita "Francisco Xavier" onde, na­quela noite, os Fergusons teriam um novo en­contro com comparsas e adver­sários do pretérito. (Cap. 21, págs. 200 a 203). 

90. Enfermidade cármica - Ali chegaram e foram instalados: Rafael, assis­tido por Cândido e pelo Dr. Armando Passos; Hermelinda e Artêmis, ampa­radas por Adelaide; Lisandra e Gilberto, assistidos por enfermeiros es­pecializados do plano espiritual; Jules, amparado por Louise-Caroline, e, por fim, Ermínio Lo­pez, que se debatia na contenção fluídica a que estava submetido pelos técnicos em desobsessão encarregados de controlá-lo. A médium Epifânia movimentava-se com facilidade e conversava, tranquila, com outros mé­diuns que foram convidados ao prosseguimento do mi­nistério. Dentre os encarnados era a única a exteriorizar suave clari­dade que a emoldurava com expressiva beleza espiritual. Seu ministério de abnegação e anoni­mato, de constante dedicação ao bem de todos, fi­zera-a granjear, além do respeito natural e da afeição de que desfru­tava, os títulos de enobreci­mento pessoal com que se depurava, aclima­tando-se desde logo, enquanto no corpo físico, aos empreendimentos transcendentes na outra esfera da vida. O caso Rafael-Lisandra chamou a atenção de Manoel Philomeno pela conjugação da enfermidade (hanseníase) com a obsessão. Natér­cio lhe explicaria, mais tarde, que os impositivos cármicos de ambos insculpiram nos seus perispíritos as matrizes para o desenvolvimento e a cultura do "mal de Hansen", que eclodiu em momento próprio como compul­sória expiatória, cuja liberação lograriam ou não, de acordo com o com­portamento moral e espiritual que se impusessem. Ade­mais, a pressão ob­sessiva pela vinculação direta com os desafetos do passado lhes subtraí­ram forças e resistências orgânicas, fazendo a ma­quinaria física sucum­bir à virulência do bacilo, quando saído da incuba­ção. Lisandra, sob a técnica fluidoterápica de Cândido, conseguira apressar a "cura clínica", em face, também, da assistência médica espe­cializada e, simultaneamente, como concessão à interferência de Ade­laide, que sabia que a jovem não poderia atravessar com êxito aquela jornada, quando o processo mental adicionasse maior soma de desequilí­brios à sua existência. Eis, pois, a razão de lhe ter sido atenuado o carma, em procedimento de misericórdia, que a jovem auto-obsidiada por pouco não interrompera com a tentativa de suicídio. (Cap. 22, págs. 205 a 207) 

91. O encontro na noite - Diferente era a situação de Rafael, cuja soma de deslizes mo­rais e comprometimentos espirituais se fazia maior. Apesar do programa de renovação íntima que então se impunha, não conseguira ainda liberação da enfermidade, por serem débeis os lucilares do senti­mento nobre de sua alma, que saía das furnas do egoísmo, recém-atraída para o Sol da soli­dariedade. Sua quota de amor ainda era insuficiente para cobrir-lhe a "multidão dos pecados". A reunião programada desti­nava-se, assim, ao exame das vinculações geratrizes das obsessões. Se na primeira opor­tunidade fora estudado o problema direto de Rafael, seria agora Lisan­dra a merecer maior quota de atenções. Estando todos a pos­tos, Natércio procedeu a rápidas informações sobre o que se iria reali­zar e orou, hu­milde, rogando ao "Senhor dos sofredores" o amparo espiri­tual para a ta­refa. Finda a oração, que colheu a todos orvalhados por lá­grimas de confiança e consolo, Natércio acercou-se de Ermínio Lopez, que acompanhava os preparativos da reunião sem compreender o que ocorria, e falou-lhe com meiguice e energia: "Apresentamo-nos para ajudar-te. No entanto, pretendemos auxiliar também os que se acumpliciaram para a tua desdita. Não somos partidários de uns em detrimento de outros, an­tes procuramos ser amigos, irmãos de todos que nos encontramos vincula­dos pelos liames amorosos de Nosso Pai..." Ermínio interrompeu-o di­zendo: "Sou, porém, a vítima..." O dirigente espiritual respondeu-lhe que ali ninguém se dispunha a julgar, mas a servir, e que ele soubesse que seus movimentos e atitudes estariam controlados por atentos enfer­meiros daquela Instituição. A Entidade infeliz possuía um aspecto cons­trangedor. A fácies patibular apresentava-se desfigurada, horrenda, e ele falava com arrogância e desprezo, destilando ódio mortal. (Cap. 22, págs. 207 a 209) 

92. O caso Ermínio Lopez - Enquanto Natércio se dirigia a Ermínio, dois enfermeiros espirituais acercaram-se de Rafael e aplicaram-lhe recursos magnéticos por meio de passes, despertando-o para o momento. O hanse­niano despertou com vagar e, dando-se conta do lugar em que se encon­trava, saudou Cândido com real alegria, ao mesmo tempo em que viu o Dr. Armando Passos, igual­mente lúcido. Nesse momento, Ermínio, gritando o nome de Annette, enca­minhou-se em direção à jovem Lisandra, que desper­tou em sobressalto e, vendo o interlocutor, pôs-se a tremer, tombando vencida por uma convul­são epiléptica violenta. Os enfermeiros auxilia­ram-na com energias cal­mantes, enquanto ela balbuciava em estertores: "Ermínio, deixa-me... Tu morreste... Larga-me, infeliz". A atormentada Entidade, vendo-a debater-se, pôs-se a gargalhar, chocante, afligindo-a com verbetes depreciativos e agredindo-a verbalmente. A custo, Lisandra recompôs-se e foi novamente acomodada; então, em vez do terror, ela transfigurou-se, iniciando-se entre os comparsas do triste drama o seguinte diálogo: "Descobri-te e não te deixarei, enquanto não seque a fonte do meu ódio, fazendo-a ver­ter lágrimas de fogo com que me acalma­rei, vendo-te arder", disse-lhe Ermínio. "Não me fugirás mais..." Lisan­dra respondeu-lhe: "Não sou cul­pada..." – "Sim, tu o és, desgraçada!" – replicou Ermínio. "Eu o odeio também. Ele, no entanto, estava no seu pa­pel de marido traído. Tu, não, pois que me dizias amar..." Lisandra afirmou que o amava. – "E mataste-me para preservar a honra que não pos­suías", considerou Ermínio, que acrescentou: "Esperei tua intervenção que nunca me chegou, desgra­çada..." (Cap. 22, págs. 209 e 210) 

93. O caso Annette - Lisandra (Annette à época dos fatos) disse, então, à Entidade que ela não era culpada de nada. O culpado fora Georges – e apontou para Rafael, que, ouvindo seu antigo nome ser chamado, indagou: "Quem me chama?" Ato contínuo, ele levantou-se com dificuldade e se aproximou dos contendentes, informando: "Sou Georges, o senhor de Dax...". O encon­tro dos três personagens do lamentável drama ocorrido em terras da França foi altamente constrangedor. De início, Georges não re­conheceu nenhum dos dois. Depois, ela apontou Ermínio e informou que ele era Er­mínio Lopez, seu amante espanhol, a quem ele matara. As três Enti­dades dre­navam as excruciantes perturbações que sofriam, como se estivessem num cenário dantesco. Transfiguradas, exteriorizavam-se através de gestos algo burlescos e, pela ideoplastia, reviviam os acontecimen­tos, reves­tindo-se dos trajos que usavam no dia trágico... – "Lembro-me, sim, de ti. O espanhol que se atreveu macular-me a honra...", disse Ra­fael. – "Ora, quem fala em honra... O falcão, que despedaçou vítimas ino­centes e se locupletou, depois, na pele de chacal, com os restos que en­controu no abandono... Imundo, por isso és leproso...", replicou Ermí­nio. O diálogo entre os dois prosseguiu acidamente. Ermínio relatou que ele é que fora seduzido por Annette, e não foi o primeiro, porquanto, cansada do es­poso, ela costumava refugiar-se em braços mais jovens. Georges pediu a Annette que negasse tal acusação, mas ela a confirmou, acrescentando que ele a deixara muitas vezes nas termas ou no chateau, supondo-a de aço, abandonada, enquanto explorava o povo e destroçava dignidades. Annette confessou então a Georges ter feito tudo aquilo para vingar-se dele e das pessoas sórdidas que ela desprezava, porque, conhe­cendo as fraquezas morais dela, eles as expunham nas tascas e nos está­bulos. E confessou: "Soube vingar-me ao menos desse reles espanhol des­prezível, a quem mata­mos juntos, e de Rondelet, nosso cavalariço..." O crime de Rondelet, se­gundo relatou, fora levado, na época, à conta de suicídio. "Matei-o... Não foi suicídio", informou Annette. "Assassinei-o com veneno. Rose, minha camareira fiel, contou-me que o infame se gabava entre os servos abjetos... Silenciei e aguardei... Numa das vezes em que viajaste a Biar­ritz, concertei com ele um encontro noturno na terra de nossa proprie­dade e o induzi a ingerir uma taça de vinho, adrede envene­nado... Quando o vi morrer, calmamente arrastei-o até o rio e empurrei-o pela riban­ceira às  águas do Adour, retornando ao castelo e ao silên­cio..." (Cap. 22, págs. 211 a 213)   (Continua no próximo número.)
 



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita