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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 265 - 17 de Junho de 2012

ALTAMIRANDO CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 

O verdadeiro amor
sobrevive à morte


A história amorosa do casal Romeu e Julieta, escrita por William Shakespeare, é o mais famoso caso de amores trágicos, registrados em toda a literatura universal. Analisada sob o ponto de vista geral, poderíamos enquadrá-la no dito popular: “quem ama não mata.” Sob o ponto de vista da reencarnação, o drama, se real, assumiria proporções gigantescas, pois, no caso, teria havido um homicídio, seguido de suicídio. De positivo, há um fato: o amor existente entre os dois jovens.

Na literatura espírita há um romance ditado por J. W. Rochester, psicografia da médium Wera Krijanowski, intitulado A vingança do judeu  (FEB), que retrata a história de um rapaz impedido de prosseguir o romance com a jovem que amava, pelo fato de ser judeu. Ele casou-se com outra moça, ao tempo em que a ex-consorte casou-se com outro rapaz. Ele arquiteta uma vingança contra a família da moça. Os dois filhos nasceram no mesmo tempo. Há então a troca das crianças, isto é: ele criou o filho de sua amada e ela criou o seu filho, judeu.

A família da moça vivia estranhando os modos do menino, sem desconfiar da trama, revelada somente quando as crianças estavam adultas. As implicações espirituais do ocorrido são explicadas por Rochester, bem como a caminhada dos Espíritos nas sucessivas reencarnações. A vingança do judeu é um drama acontecido em séculos passados, mas que não difere dos dramas amorosos da atualidade. Antes de tudo, é a história de dos Espíritos afins.

Identidade de Espíritos – O capítulo IV de O Evangelho segundo o Espiritismo diz que os Espíritos formam, no espaço, grupos unidos de afeição, pela simpatia e semelhança de inclinações. São Espíritos que se sentem felizes por estarem juntos. Espíritos que se procuram. A encarnação os espera, como amigos que se separam momentaneamente. Muitas vezes seguem juntos na encarnação, reunidos na mesma família ou no mesmo círculo, trabalhando juntos, para o progresso comum.

O Evangelho ressalta que somente a verdadeira afeição, de alma para alma, sobrevive à destruição do corpo. Os seres que se unem na Terra somente pelos sentidos não têm motivos para se preocuparem no mundo dos Espíritos. Só as afeições espirituais são duradouras. As afeições carnais extinguem-se com a causa que as provocou. Quanto às pessoas que se unem só por interesse, nada são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.

Há de se entender que, muito embora os Espíritos guardem as formas características da sua última encarnação, eles não têm sexo, como entendemos, porque isso depende de sua constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, baseados na afinidade de sentimentos. O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher numa nova existência, e vice-versa, dependendo das provas por que tenha de passar. Como devem progredir em tudo, cada sexo, cada posição social, oferece-lhes provas, deveres especiais e ocasiões de adquirir experiências.

O Lar – Essas considerações nos levam invariavelmente a desenvolver um histórico sobre o Lar, que, como diz André Luiz na obra Nosso Lar (FEB), psicografada por Francisco Cândido Xavier, é como um ângulo reto nas linhas do plano da evolução divina, sendo a reta vertical o sentimento feminino, envolvido nas inspirações criadoras da vida e a reta horizontal o sentimento masculino, em marcha de realizações no campo do progresso comum.

Diz André Luiz que o Lar é o templo onde as criaturas devem unir-se mais espiritualmente que corporalmente. E acentua que a organização doméstica também existe no Mundo Maior, sendo que o Lar terrestre se esforça por copiá-lo. Só que na Terra, com exceções, os cônjuges agem pelos sentimentos, pela vaidade pessoal, pelo ciúme, pelo egoísmo. Tal como acontece na Terra, a propriedade no Plano Espiritual é relativa e as aquisições são feitas à base de horas de trabalho (bônus-hora).

No fundo, o bônus-hora é o dinheiro, lá. Quaisquer utilidades são adquiridas com os referidos cupons, mediante esforço e dedicação. Com trinta mil bônus-hora, cada família espiritual pode conquistar um lar (não mais que um). André Luiz fala, na obra referida, sobre a senhora Laura, mentora que o acompanhava. Ela explicou-lhe ter um lar, conquistado pelo trabalho perseverante de seu esposo, que foi para o Plano Espiritual muito antes dela. Estavam separados pelos laços físicos por 18 anos, mas continuavam unidos pelos laços espirituais. Recolhido à colônia Nosso Lar, Ricardo não descansou. Depois de um período de perturbações, compreendeu a necessidade do esforço ativo, preparando um ninho para o futuro.

Amor, alimento das almas – É preciso entender que cada qual é responsável espiritualmente pelas suas ações, isto é:  se lesarmos uma pessoa no campo afetivo, arcaremos espiritualmente com as consequências do que fizermos. Cada palavra dada, cada compromisso assumido é responsabilidade adquirida. E não poderia ser de outra maneira, pois somos Espíritos encarnados em evolução para Deus.

Deus é amor. E só pelo amor chegaremos até Ele. Diz a obra Nosso Lar que quando Jesus disse: “Amai-vos uns aos outros”, não estava falando apenas dos princípios de caridade, mas aconselhando-nos a nos alimentar uns aos outros, no campo da fraternidade e da simpatia. O homem encarnado saberá mais tarde que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal, patrimônios que se derivam  do amor profundo, constituem sólidos alimentos para a vida em si. Mas, acentua André Luiz, o fenômeno não é simplesmente sexual. O sexo é a manifestação sagrada desse amor universal e divino, mas apenas uma expressão isolada do potencial inimigo. Entre os casais mais espiritualizados, o carinho e a confiança, a dedicação e o entendimento mútuos permanecem muito acima da união física, reduzida entre eles à realização transitória. A permuta magnética é o fator que estabelece ritmo necessário à manifestação da harmonia. Para que se alimente a ventura, basta a presença e, às vezes, apenas a compreensão.

A vida terrestre se equilibra no amor, sem que a maior parte dos homens se aperceba. Almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção.

Grandes amores da literatura mediúnica – As histórias dos grandes amores descritas pelos romances mediúnicos são as mesmas que acontecem entre nós, por serem extraídas pelos Espíritos da própria vida. As obras que vamos citar, editadas pela Federação Espírita Brasileira,  constituem exemplos dentre os grandes romances da literatura espírita.

O romance Paulo e Estêvão, ditado por Emmanuel por meio de Francisco Cândido Xavier, revela-nos o amor de Paulo de Tarso (na época Saulo de Tarso) e Abigail, irmã do apóstolo Estêvão, lapidado  (morte por apedrejamento) por ordem de Saulo, então perseguidor implacável dos cristãos. Saulo, que era noivo de Abigail, desconhecia que esta era cristã e tampouco irmã de Estêvão.

Em Há Dois Mil Anos, Emmanuel conta a história de uma de suas encarnações como Públio Lêntulus, procurador na Judeia, que conheceu Jesus pessoalmente e deixou um belo escrito sobre o Mestre, até hoje divulgado com o título de Retrato de Jesus. Públio era esposo de Lívia e um grande amor unia os dois. Tinha a  postura do militar, do dirigente, da autoridade. Lívia, ao contrário, era toda amor e doçura.

Alcíone, o amor em forma de mulher – Há Espíritos que vêm à Terra com a missão de exemplificar o amor entre as criaturas, reerguendo-as moralmente, pelo exemplo  que dão. No livro intitulado Renúncia, ditado por Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, enternece-nos a história de um desses Espíritos reencarnado na Terra na pessoa de Alcíone. A história é real e se passa no século de Luís XIV, na França, Espanha, Irlanda e Américas. Destacamos trechos do prefácio do livro, escrito por Emmanuel, com o título Velhas recordações:

“Quem poderá deter as velhas recordações que iluminam os caminhos da eternidade? Lembramo-nos de Alcíone, desde os dias de sua infância. Muitas vezes a vi, com o Padre Damiano, num velho adro de Espanha, passeando ao pôr-do-sol. Não raro, levantava o semblante infantil para o Céu e perguntava, atenciosa:

- Padre Damiano, quem terá feito as nuvens, que parecem flores grandes e pesadas,  que nunca chegam a cair no chão?  

- Deus, minha filha – Dizia o sacerdote.

Mas, se no coração pequenino não devesse existir esquecimento das coisas simples e humildes, voltava ela a interrogar:

- E as pedras, quem teria criado as pedras que seguram o chão?

- Foi Deus também.

Então, após meditar, de olhos mergulhados no grande crepúsculo a pequenina exclamava:

Ah! Como Deus é bom! Ninguém ficou esquecido!

E era de ver-se a bondade singular, o interesse pelo dever cumprido, dedicado à verdade e ao bem. Cedo compreendi que a família afetuosa de Ávila se constituía de amizades vigorosas, se perdiam no tempo.

Os anos – minutos do relógio da eternidade – correram sempre movimentados e cheios de amor. A criança de outros tempos tornara-se a benfeitora cheia de sabedoria. Sua vida não representava um feixe de atos comuns, mas um testemunho permanente de sacrifícios santificantes. Desde a primeira juventude, Alcíone transformara-se em centro de atenções, em fonte de luz viva, onde se podiam vislumbrar as claridades augustas do Céu. Sua conduta, na alegria e na dor, na felicidade e no obstáculo, era um ensinamento generoso, em todas as circunstâncias.

Creio mesmo que ela nunca satisfez a um desejo próprio, mas nunca foi encontrada em desatenção aos desígnios de Deus. Jamais a vi preocupada com a felicidade pessoal; entretanto, interessava-se com ardor pela paz e pelo bem de todos. Demonstrava cuidado singular em subtrair, aos olhos alheios, seus gestos de perfeição espiritual, porém queria sempre revelar as ideias nobres de quantos a rodeavam, a fim de os ver amados, otimistas, felizes.

Minhas experiências rolaram devagarinho para os arcanos do Tempo; a morte do corpo arrastou-me a novos caminhos e, no entanto, jamais pude esquecer a meiga figura de anjo, em trânsito pela Terra. Mais tarde, pude beijar-lhe os pés e compreender-lhe a história divina.”           



 


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