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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 264 - 10 de Junho de 2012

ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga, SP(Brasil)
 

O fogo depurador


Basta uma leitura atenta do evangelho e veremos que Jesus, em diversas oportunidades, utilizou-se de expressões simbólicas, muitas vezes expressivas e fortes, com o escopo de entregar à humanidade a sua mensagem libertadora, uma vez que não podia falar tudo aos homens em virtude de nossa inferioridade espiritual. Sabemos que a verdade tem que ser ofertada gradativamente, a fim de que tenhamos tempo de digeri-la e vivenciá-la com equilíbrio.

Os Espíritos superiores, através da mediunidade, têm a oportunidade de abordar algumas das expressões do Cristo, com o objetivo de nos ensinar os seus verdadeiros significados, evitando que a criatura humana, ao fazer a interpretação literal, distorça ou traga limites aos ensinos de Jesus.

Dentre as inúmeras frases simbólicas de Jesus, cito a seguinte: “Vim para atear fogo sobre a terra...” (Lucas, 12:49).

Trago à tona para as nossas reflexões a lição “A necessidade do incêndio”, de autoria do benfeitor espiritual Camilo, que consta da obra “Nossas Riquezas Maiores”, psicografada pelo médium José Raul Teixeira.

Logo no início da referida lição, o Espírito Camilo nos demonstra que o fogo é símbolo de progresso, afirmando que: “É nas altas temperaturas que ele propicia que conseguimos desfazer a virulência dos micróbios, mas é igualmente por meio de sua ação que logramos converter a rocha metálica em utilidade”.

Camilo também fala que é o fogo que permite que o barro amorfo se transforme em construção segura e é graças à sua ação que o homem pode preparar os alimentos importantes para a subsistência da vida.

Dessa forma, percebemos que Jesus, ao se referir ao fogo, que é agente transformador, deixou claro que vinha trazer para a Terra as bênçãos transformadoras de suas palavras e ações, que se constituíram num marco divisor da história e do progresso do nosso planeta.

Na atualidade, onde predomina a violência e as paixões primitivas, quando vemos o homem pautando a sua vida pelo excesso de prazer e de conforto, vivendo cada vez mais sob os auspícios do materialismo, é que notamos a urgente necessidade de que se alastre esse fogo depurador capaz de modificar a situação vigente no mundo.

Conforme acentua o benfeitor Camilo: “A Terra carece do fogo da verdade que desfaça a tormentosa mentira”.

O homem vive aprisionado aos cinco sentidos, ignorando sua essência espiritual e o verdadeiro significado da vida na Terra.

Jesus nos apresentou o amor como meta existencial, mas, diante de nossa fragilidade, insistimos num estilo de vida comodista e utilitarista, razão pela qual ainda somos infelizes.

Coube ao Espiritismo a nobre tarefa de revigorar os ensinos de Jesus, tornando-os mais claros, sem a necessidade de simbologias, porque, com o progresso da ciência e do pensamento humano, já temos condições de compreender a verdadeira proposta do Cristo.

O fogo da verdade, ao alastrar a ideia da reencarnação e da imortalidade da alma, nos permite sair da ilusão, a fim de que recomecemos um novo estilo de vida, mais consentâneo com as diretrizes do amor e da verdade.

“O mundo precisa das chamas da saúde que desfaça a enfermidade que galopa generalizada” (Camilo).

As doenças orgânicas decorrem das imperfeições morais do Espírito, de forma que, ao almejar a saúde, a criatura humana tem que ter em mente a denominada “saúde integral”.

Cuidar do corpo e da alma para que tenhamos equilíbrio orgânico, evitando repetir a conduta daqueles homens que, à época de Jesus, buscavam-No apenas para o remendo do corpo, sem se preocuparem com a mudança mental e comportamental.

“O orbe anela pelas labaredas capazes de carbonizar o desajuste moral, o desequilíbrio ético, na instauração de tempos novos” (Camilo).

São tantas as notícias de corrupção, de desvios funcionais, de delitos de todos os portes, a revelar que a ética tem sido menosprezada.

O homem busca a todo custo o poder temporal e/ou a riqueza sem que seja merecedor destas conquistas, agindo de forma desonesta e ardilosa, esquecendo-se de que chegará inevitavelmente a hora da prestação de contas às leis divinas e à própria consciência.

Carecemos da ética do amor consubstanciada na proposta de fazermos aos outros o que desejamos a nós, conduta esta essencial para a instalação do mundo de regeneração.

“Aonde chega, ateado por mãos decididas, o fogo da fraternidade desagrega a virulência antifraternal.

O fogo da lucidez desarticula a inconsequência.

O fogo da caridade extermina o gélido da indiferença.

O fogo do trabalho converte desertos em searas frutíferas.

O fogo do amor desfaz a incidência mórbida do ódio.” (Camilo).     

Vemos que o indivíduo comprometido com o evangelho pode alastrar o fogo do amor à sua volta, nas suas variadas expressões, sem ter pressa na obtenção dos resultados, porque é um trabalho de semeadura com tempo incerto de colheita, notadamente por depender da renovação ou do despertamento da consciência do próximo.

Todavia, não nos esqueçamos da advertência do Espírito Joanna de Ângelis, no sentido de que nenhum investimento de amor é perdido, pois sempre produzirá frutos, portanto, jamais cansemos de semear.

Assim sendo, vamos tomando consciência acerca da relevância da conduta saudável, que, à semelhança do fogo, não passará despercebida por aqueles que a testemunhem.

Nos dias atuais, mostram-se de grande significado as ações dignificantes da fraternidade, que se revelam nos pequenos ou nos grandes gestos de afabilidade, doçura e compaixão, que causarão impactos positivos na gleba do lar, do ambiente profissional e do espaço social.

Diante de tantas confusões, mitos e falta de bom senso, percebemos que as chamas da lucidez, que são mantidas pela fé racional, serão de grande utilidade para iluminar o caminho daqueles que transitam na treva interior da ignorância e da incerteza.

Quando identificamos seres humanos desanimados, indispostos para a vida, depressivos e ociosos, concluímos que somente a ardência do trabalho, que representa a ocupação útil, remunerada ou não, em favor da vida e da sociedade, será capaz de despertá-los para o valor inestimável da ação em nome do bem e da paz.

Há tanto sofrimento produzido pelo ódio e tanto vazio existencial causado pela indiferença geradora do comodismo, que apenas o calor do amor e da caridade pode mudar o cenário infeliz daqueles que vivem odientos e omissos, a ponto de aquecer-lhes a alma, sinalizando que a alegria de amar e perdoar nos aproxima do Pai Celestial, acalmando-nos e felicitando-nos.

A partir das bênçãos transformadoras do evangelho e do Espiritismo, apresentemo-nos, “cristãos e espíritas, na condição de archotes, de pira, de combustível para que participemos desse plano do Senhor” (Camilo).

Para atingirmos esse nobre objetivo, “é necessário que os ventos da boa vontade, do denodo, do otimismo soprem essas labaredas que nascem de nossa disposição, para que contagiem a humanidade inteira... O fogo é agente transformador, ateemo-lo nas vias da nossa evolução” (Camilo).



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita