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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 263 - 3 de Junho de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 17)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Qual é a melhor e mais eficiente técnica para nos libertarmos de alguém?

A melhor e mais eficiente técnica para nos libertarmos de uma pessoa é beneficiá-la, porque o benfeitor cresce e ascende, enquanto o be­neficiário apenas necessita. "Enquanto mantemos as lutas de revides contínuos, o processo de desgraças recí­procas prossegue, até o momento em que a intervenção divina se faz, be­neficiando aquele que melhor tem sofrido, embora a trama em que se de­bate (...)". (Tramas do Destino, cap. 20, págs. 187 e 188.)

B. Quem foi Rafael no passado e que fez ele à jovem Louise-Caroline e seu esposo?

No passado, Louise-Caroline e seu esposo viviam nos arredores de Dax, uma das mais antigas cidades balneárias do Departamento de Landes, na França. A casa pertencia ao Sr. Georges-Henri (o mesmo Rafael de agora), descendente de antigos viscondes que dominaram a região desde a Idade Média. Embora a tradição de nobreza, era ele arbi­trário e dominador, criminoso e insano. A época era má  e, como lhe houvesse mais de uma vez recorrido a empréstimos que não pôde resgatar, o esposo de Louise foi preso, a mando de Georges-Henri, que assim o impediu de regularizar o débito. A razão do seu encarceramento obedecia, porém, a outros interesses mais escusos. O credor ardia de desejo por Louise-Caroline, que, no entanto, lhe desprezou a corte. Depois da prisão do marido, Louise-Caroline, relegada então a uma quase viuvez, por pouco não foi seduzida por Georges-Henri. Ela, porém, resistiu e rejeitou-o. Revoltado com o insucesso de seu plano, Georges internou-a num convento da Espanha, por vingança à sua fidelidade, enquanto o marido apodrecia na prisão. (Obra citada, cap. 20, págs. 189 e 190.)

C. Com que finalidade o benfeitor Natércio procurou São Francisco Xavier no plano espiritual?

Antes que se consolidassem os planos para a edificação material da Casa Espírita em que os Fergusons eram assistidos, o benfeitor Natércio providenciara as primeiras diretrizes so­bre as quais fundamentaria a Obra. Profundo admi­rador e discípulo de São Francisco Xavier, que foi na Terra incansável propagandista da fé cristã no século XVI, recorreu então ao fiel Apóstolo de Jesus, suplicando seu patrocínio espiritual para a Casa que pretendia erguer e cuja fina­lidade seria a divulgação do Cristianismo na sua pureza primitiva. Esse, o motivo pelo qual procurou o nobre Apóstolo. (Obra citada, cap. 21, págs. 195 e 196.)

Texto para leitura

81. O verdugo de Rafael comunica-se - Comunicou-se na sessão inditosa personagem, agressiva e agitada, por intermédio de Epifânia. O doutrina­dor conclamou-a à paz, que somente o perdão proporciona a quem se consi­dera vítima, mas o indignado Espírito, em explosão de ódio, desabafou: "Perdão?! Nunca! Cobrarei até o exaurimento os males e as desditas que o bandido me impôs. Bandido, ladrão e homicida, quem o diria? As roupas caras que lhe guarneciam o corpo lascivo não lhe ocultavam o espírito de vândalo e criminoso..."  Depois de breve pausa, continuou: "Tirou-me o corpo, mas não me venceu a vida. Destruiu-me a carcaça, porém não me consumiu a existência. Perdi-o de vista por anos e anos a fio, até reen­contrá-lo, numa caçada obsessiva, que se converteu na minha única razão de ser. Tudo mais esqueci para não o esquecer. Desarticulei-me num ódio destrutivo, que me fixou apenas nele. Nada mais me interessa". Deixando que a Entidade drenasse o excesso de desequilíbrio por algum tempo, o Diretor dos trabalhos indagou: "A quem te referes? Ignoramos o que ocor­re contigo, exceto que te encontras enfermo e careces da ajuda de Jesus, o Médico Divino, que te estende mãos gentis e misericordiosas". O comu­nicante respondeu: "Agradeço-as e recuso a ajuda. Ninguém me socorreu quando o abutre voraz me triturou entre as garras de ferro e me penetrou o bico adunco de aço nas carnes da minha alma e dos meus sentimentos de homem pobre, todavia honrado, que lhe padecia o jugo infeliz... Ora, re­firo-me ao Sr. Georges-Henri de... hoje Rafael Ferguson, o leproso, único epíteto que lhe cai bem, por ostentar no corpo venal, em apodreci­mento paulatino, as flores do lodo que fecundou na alma odienta... A ele refiro-me". O Diretor da reunião perguntou-lhe se não o comovia defron­tar o antigo perturbador duplamente encarcerado, isolado da família e da sociedade. "Condoer-me? Apenas acompanho o que lhe ocorre, com indife­rença, porquanto ainda não lhe cravei os punhais certeiros do meu des­forço, que planejo, demorado. A morfeia que o deforma somente lhe retira a máscara externa, fazendo assumir a expressão exterior da sua persona­lidade interna, real... Há quase cem anos que o busco... Alguém daí, da Terra, pode imaginar o que são cem anos de procura, açulado por uma im­placável sede de vingança? Tive dificuldades em identificá-lo, ignorava o mecanismo da volta ao corpo... Quando me deparei sobrevivendo à morte, atinei que o encontraria... É certo que muita coisa é diferente cá, neste estranho e imenso mundo em que me encontro. Pouca luz e muita des­graça entre espessas sombras. A preço exorbitante, saí do dédalo em que chafurdei, até aprender a identificar a dimensão do tempo, as ocorrên­cias fora dos nossos sítios... Não faltam, aqui, porém, aqueles que mi­nistram justiça, os que negociam informações, os que vendem identifi­cações, os que ensinam cobrança... Somos uma Sociedade de exterior caó­tico, porém de organização poderosa, muito bem planejada..."  Dito isto, a entidade indagou: "Afinal, por que o diálogo? Que tem você com isso, com a minha e a vida dele?" (Cap. 20, págs. 185 e 186) 

82. O melhor meio de nos libertarmos - O Diretor da reunião respondeu-lhe: "O diálogo se explica por sermos criaturas de Deus, que sabemos conversar. Aqui é um Hospital-Escola de amor onde cicatrizamos feridas mediante o unguento da fraternidade e a injeção da esperança na augusta bondade de Deus. E, em consequência, todos sempre temos algo a ver, uns com os outros, porque somos irmãos, procedentes do mesmo e único Pai". O comunicante replicou: "Não eu. Não tenho irmãos e sou órfão... Desco­nheço qualquer paternidade, em razão de sempre haver lutado contra a cor­renteza e ser esmagado pelos rápidos em fúria... Não converso mais. Não o vejo aqui e não há  razão para essa perda de tempo desnecessária. Planejo, hoje, levá-lo à loucura... Amigos diligentes, que também lhe sofreram o azorrague da impiedade, aguardam-me e ajudam-me. Não ficarei mais". O Diretor disse-lhe então que ele se enganava, pois que se encon­travam numa reunião organizada e não numa casa de recreação, onde se en­tra e sai a bel-prazer. A morte, como ele bem sabia, liberta a vida, mas não libera o homem, vez que a consciência prossegue escrava daquilo a que se agarra. Se o amor cintila no imo d'alma, ela desvencilha-se dos grilhões; do contrário, o ódio a acorrenta às contingências de penosa retenção, impondo-lhe cruel regime carcerário na Terra e no Espaço. Se é possível ser feliz, por que preferir o martírio à felicidade. Georges-Henri (ou Rafael) não devia a ele, mas a si próprio; por isso, expiava num Leprosário. Seria justo afligi-lo ainda mais, expulsá-lo da vida? Era isso que ele queria? O Espírito disse que não: o seu interesse era supliciá-lo até à exaustão. O Diretor pediu-lhe então que refletisse, considerando que, se no passado Rafael fora o seu algoz, hoje ele é que assumira esse papel, mostrando que no futuro as posições poderiam nova­mente inverter-se, voltando o leproso a ser-lhe novamente o verdugo. Por que não deixá-lo, então, entregue nas mãos de Deus? A Entidade justifi­cou-se dizendo que Deus não o socorrera, quando, nas garras do desal­mado, ele exauriu-se até à morte dolorosa... O Diretor mostrou-lhe que ninguém destrói ninguém, que a morte não é o fim. Se ele padecera a im­piedade do verdugo é porque já  devia, e a Lei o alcançou naquela oportu­nidade, visto que a sua vida não começou no século passado. Além disso, a melhor e mais eficiente técnica de nos libertarmos de alguém é benefi­ciar essa criatura, porque o benfeitor cresce e ascende, enquanto o be­neficiário apenas necessita... "Enquanto mantemos as lutas de revides contínuos – acentuou o esclarecedor –, o processo de desgraças recí­procas prossegue, até o momento em que a intervenção divina se faz, be­neficiando aquele que melhor tem sofrido, embora a trama em que se de­bate..." (Cap. 20, págs. 187 e 188) 

83. A Entidade recorda o passado – O diretor dos trabalhos falava à En­tidade sustentado por Natércio, que ministrava socorros providenciais ao comunicante, assistido por lúcida e bela Entidade feminil. Esta tocou a fronte do Espírito, que nada percebeu, mas, depois, penetrado por ener­gias vigorosas, informou: "Recordo-me... Volvem-me ao pensamento, à lem­brança, as cenas e os lances que culminaram com a minha desgraça. Vivía­mos minha mulher e eu, nos arredores da inesquecível Dax, uma das mais antigas cidades balneárias do Departamento de Landes, na França... Nossa casa pertencia ao hediondo Sr. Georges-Henri, descendente dos antigos viscondes que dominaram a região desde a Idade Média, os desumanos B... Embora a tradição de nobreza, era ele um abutre. Falava-se que era arbi­trário e dominador, criminoso e insano... A época era má  e, como lhe houvesse mais de uma vez recorrido a empréstimos que não pude resgatar, após intimar-me, mandou-me prender, única forma de impedir-me, em defi­nitivo, de regularizar o débito. Poderoso, fez-me condenar a injusta pena... A razão do meu encarceramento obedecia a outros interesses mais escusos... O maldito desejava minha esposa, que lhe desprezara a corte. Licencioso e infame, procurou persegui-la quanto pôde. Após meu impedi­mento, já que os desonestos não confiam na integridade dos outros, tra­mou destruir-me para apossar-se facilmente da presa, logrando êxito, em parte, no plano astuto... Retido no cárcere imundo e vindo a descobrir qual o seu objetivo, de horror e ódio alimentei-me, negando-me morrer, a fim de um dia destruí-lo, apesar de criminosamente esquecido, para que a vida me fosse roubada pela inanição ou pelos maus tratos..." A Entidade disse, ainda, que o Sr. Georges-Henri fez-se passar por benfeitor de sua companheira, a jovem Louise-Caroline, relegada então a uma quase viuvez, e por pouco não a seduziu para explorá-la miseravelmente. Revoltado, po­rém, com o insucesso de seu plano, Georges internou-a num convento da Espanha, por vingança à sua fidelidade, enquanto ele apodrecia, abjeto, na prisão. Somente dois anos depois de seu encarceramento é que fora in­formado de tudo o que havia ocorrido, através de outro prisioneiro que chegara dos campos e sabia de seu infortúnio. A Entidade fez, então, uma pausa no seu relato de dor e explodiu em pranto, porque, além de não su­portar a carga do desgosto, informou que jamais pôde reencontrar Louise, a querida esposa a quem amava ainda mais, depois de todos os sofrimentos que ambos padeceram. (Cap. 20, págs. 189 e 190) 

84. O caso caminha para um desfecho feliz - O Diretor da reunião pergun­tou-lhe, então: "E se a reencontrasses agora?" A Entidade respondeu: "Seria o paraíso no meu inferno, porém não perdoaria, ainda, o desditoso bandido que me roubou por tantos anos a luz dos meus olhos e é culpado pela nossa demorada aflição. Além do mais, somos vários os que se contam como suas vítimas, por ele desgraçadas. O pobre Jules, que sou eu, re­presenta uma pequena parte da sua imensa dívida..." O Diretor dos tra­balhos insistiu, porém, no ponto já  destacado antes: "Conforme te falei, cada um deve a si próprio e ao equilíbrio divino o crime perpetrado que ninguém defrauda sem lhe sofrer os resultados... A vida é um patrimônio sagrado que ninguém desarticula, explora ou interrompe impunemente. Por isso, deixa Georges-Henri entregue a si próprio e pensa em ti. Já  consi­deraste que ainda não encontraste Louise, porque, talvez, estejas foci­lando no charco, enquanto ela fulge, vítima redimida, como estrela, no alto, e se esforça por ajudar-te, ao tempo em que lhe negas a oportuni­dade da ascensão? A ela constitui um martírio tua distância – punição que não merece – como se ainda não lhe bastassem os pensamentos de fogo na jaula da clausura, não obstante havendo perdoado o seu perseguidor e responsável pelos desaires de ambos". E, inspirado por Natércio, infor­mou que o momento do reencontro estava próximo, porque o Senhor não pla­neja a extinção dos maus, porém a dos males. Assim, se ele o quisesse, poderia reencontrar Louise naquele momento, bastando para isso esquecer o ódio e alçar-se no amor. Quanto ao infeliz que destruiu a sua vida, ele não ficaria, como não estava, impune. A Entidade disse, então, que daria tudo para revê-la e ouvi-la... O Diretor recomendou-lhe, então, que pensasse em Jesus e suplicasse ao Mestre a concessão de poder reen­contrar Louise. "Ainda sabes orar?", indagou. Como o Espírito dissesse de sua dificuldade, ele propôs que orassem juntos. (Cap. 20, págs. 190 a 192) (Continua no próximo número.)
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita