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Joias da poesia contemporânea
Ano 6 - N° 261 - 20 de Maio de 2012
 
 

Ouça, mãezinha

Maria Dolores

 

Quero lembrar, mamãe, a vida de criança

quando você me punha de mãos postas

e ensinava-me a oração:

– “Pai nosso, que estais no Céu,

santificado seja o vosso nome…”

Depois da prece, ao desunir-me as mãos,

você me esclarecia:

– “Todos somos irmãos,

a lei de Deus é praticar o bem,

perdoar e servir sem perguntar a quem.”

 No entanto, logo após, se alguém

me molestava, você perdia o rosto amigo

e protestava incontinenti:

– “Quem ferir a você há de se haver comigo!”

 

Se me entregava à rebeldia,

quebrando o prato ou rasgando a lição,

você me recolhia junto ao peito,

e se os vizinhos nos aconselhavam

a fugir da superproteção,

você justificava com seu jeito:

– “Ninguém nasce perfeito,

eu só sei que sou mãe…”

 

Se parentes e amigos me acusavam

pelos erros que fiz,

você me defendia revoltada,

mostrando-se infeliz…

E depois, a fitar-me enternecidamente,

você falava assim:

– “Não creia nas intrigas dessa gente

que nada vale para mim.

Tenho em você um anjo que não erra,

que apareceu na Terra

para grande missão…

Será você em nossa casa

o nosso apoio e a nossa salvação!”

 

Eu tudo ouvia num deslumbramento…

Depois, mamãe, o tempo, igual ao vento,

veio e varreu as suas profecias.

Quando cresci, cheguei a acreditar

que você fosse

egoísta e antiquada, de ânimo violento.

E, acalentando estranhas fantasias,

troquei o nosso lar por estradas sombrias…

Tudo o que então sofri não sei contar.

Muitas vezes chorei

meditando em você, triste sozinha,

nas aflições e mágoas que lhe dei,

a humilhar-se e lutar por culpa minha!

 

Um dia regressei

sobre os meus próprios passos.

Tive saudade de você…

Você me abriu os braços…

Não quis saber o que eu fizera,

nem como nem por quê…

E ao relatar meus grandes infortúnios,

vi pranto nos seus olhos.

Seu carinho enlaçou-me e você me falou,

cariciosamente,

no mesmo antigo e doce tom de voz:

– “Nunca perca a esperança, meu tesouro!

Deus terá novo rumo para nós.”

 

Hoje, passado tanto tempo,

venho vê-la e beijá-la, mãe querida!

Não preciso explicar que não fui anjo,

nem gênio salvador.

Quero apenas dizer que o seu imenso amor

fortaleceu-me a fé e iluminou-me a vida!

E se posso pedir algo de novo,

embora não mereça,

abrace-me e perdoe… perdoe e esqueça

as lâminas e espinhos

que lhe finquei no peito

em forma de aflição.

E depois da oração

que você me ensinava,

diga, mamãe, enquanto estamos sós:

– “Nunca perca a esperança, meu tesouro!

Deus terá novo rumo para nós.”

 

Do cap. 18 do livro Astronautas do Além, de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita