WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 6 - N° 261 - 20 de Maio de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 15)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Qual é a função da fé religiosa?

Eis como o enfermeiro Cândido respondeu a esta questão: "A função da fé religiosa não é retirar o fardo das provações que cada um elege para refazer-se perante a própria e a Divina Consciência, porém, oferecer resistências para que se possa conduzi-lo com nobreza. Senão, onde a justiça? Seria lícito re­tirar os débitos do crente e esquecer os incréus? A Paternidade Celeste agiria acertadamente, beneficiando apenas os que creem, em detrimento daqueles que não querem ou não conseguem, por enquanto, modificar as ín­timas paisagens da fé? Como julgar-se, posteriormente, capacidades e mé­ritos, se os métodos de liberação foram diferentes?" (Tramas do Destino, cap. 18, págs. 167 e 168.)

B. Apesar de tentar o suicídio, Lisandra foi auxiliada pelos Benfeitores Espirituais?

Sim. A propósito, a tentativa de suicídio não obteve êxito graças à intercessão superior do Espírito de Adelaide, que logrou atenuar as consequências da insânia. (Obra citada, cap. 19, págs. 171 e 172.)

C. A sintonia exerce algum papel importante na ação dos chamados obsessores?

Evidentemente. Os lances exitosos colimados por esses Espíritos infelizes decorrem da sintonia que conseguem manter com suas vítimas, que os preferem, pela acomodação às suas sugestões, ao acatamento da inspiração superior, expressa nos mil convites da vida. (Obra citada, cap. 19, págs. 173 e 174.)

Texto para leitura

72. A hora do testemunho - Gilberto, em lamentável estado de desespero, acompanhou a irmã e Cândido, enquanto a esposa do enfermeiro ficara no lar com as duas senhoras. Como outra coisa não pudessem fazer senão es­perar, Clarice sugeriu que se procedesse ao estudo evangélico e às orações, mais do que nunca imprescindíveis em momentos como aquele. O bálsamo da prece e o socorro do Alto lentamente apaziguaram os espíritos colhidos pela dura provação. As horas transcorreram, longas, até que Gilberto e Cândido voltaram com notícias alvissareiras. "Graças a Deus", informou o enfermeiro, "sua vida está  salva". Embora debilitada com a hemorragia, Lisandra fora submetida à cirurgia e repousava agora, en­quanto recebia transfusão de sangue e tratamento médico adequado. Cân­dido acrescentou que o Dr. Armando Passos, cientificado do fato, acor­rera imediatamente ao Hospital, assumindo junto aos colegas de plantão a responsabilidade do caso. Artêmis estava desolada, mas Cândido disse-lhe que confiasse. O perigo havia passado. Lisandra voltaria bem melhor, porquanto a saída do ambiente doméstico far-lhe-ia bem. Depois, ele orou e todos acompanharam sua prece inspirada. Seguiu-se um ligeiro lanche, preparado previamente por Hermelinda, e as palavras de reconforto e de esperança, que então foram ouvidas, coloriram o ambiente triste, mu­dando-lhe a psicosfera carregada e diminuindo a tristeza geral. "Aos que confiam em Deus – lembrou Cândido – muitos testemunhos são solicita­dos. Recordam-se de quanto sofreu o Apóstolo Paulo? Perguntar-se-á: onde o auxílio divino, que não interditou o sucesso lamentável desta tarde? Não se preparavam para orar? Por que os Espíritos não impediram o lance infeliz?" O próprio Cândido respondeu: "A função da fé religiosa não é retirar o fardo das provações que cada um elege para refazer-se perante a própria e a Divina Consciência, porém, oferecer resistências para que se possa conduzi-lo com nobreza. Senão, onde a justiça? Seria lícito re­tirar os débitos do crente e esquecer os incréus? A Paternidade Celeste agiria acertadamente, beneficiando apenas os que creem, em detrimento daqueles que não querem ou não conseguem, por enquanto, modificar as ín­timas paisagens da fé? Como julgar-se, posteriormente, capacidades e mé­ritos, se os métodos de liberação foram diferentes?" (Cap. 18, págs. 167 e 168) 

73. Reflexões sobre o ocorrido - Cândido aproveitou o ensejo para reite­rar lições que todos conhecemos muito bem, como a que o Mestre propôs dizendo ser "leve o seu fardo e suave o seu jugo", porquanto o homem re­signado e confiante carrega melhor os seus problemas e suporta mais fa­cilmente suas dores. "O cristão, particularmente o espírita, que conhece a procedência dos sofrimentos, que se conscientiza das responsabilidades que lhe dizem respeito em relação à dor" – aduziu o enfermeiro –, "certamente sofre melhor e tem diminuídos os lances de agonia, porque não os aumenta com o desespero, a rebeldia, o desequilíbrio, que consti­tuem sobrecarga por demais pesada". "A presença psíquica de Jesus entre aqueles que O buscam pela oração dá  resistência contra o mal e paz, a fim de se agir no bem." O enfermeiro considerou então que Lisandra pode­ria ter tentado o autocídio no silêncio da noite, em horas avançadas, quando o socorro seria mais difícil de ser ministrado. Por outro lado, o corte no pulso direito não fora profundo, não havendo decepado a arté­ria, talvez pelo desequilíbrio nervoso, ou graças à ajuda que não lhes era permitido distinguir. Outro ponto importante fora a coincidência de Cândido chegar no momento exato da necessidade e o automóvel haver sido detido, evitando-se, com isso, maior perda de tempo, que dificultaria os socorros de urgência. Tudo aquilo, então, mostrava que tinham sido to­madas providências benéficas, por parte dos Benfeitores Espirituais, evitando-se a consumação de um mal irreparável, instilado e conduzido pela mente odienta do perseguidor ou perseguidores desencarnados. Con­victos de que a ajuda divina se fizera naquele lar, aragens de paz per­passaram entre todos, que ouviam, atentos, a explanação inspirada de Cândido, e foi nesse clima que os visitantes se despediram, enquanto os Fergusons resgatavam com elevação parte dos pesados débitos que os onera­vam, liberando-se para cometimentos felizes no futuro com Jesus. (Cap. 18, págs. 168 a 170) 

74. Arrependimento e pranto - No dia seguinte, Artêmis e Hermelinda fo­ram ao Pronto-Socorro, a fim de visitar Lisandra. Dr. Armando, que por uma feliz coincidência ali se encontrava, introduziu-as no quarto enso­larado em que ele havia determinado fosse Lisandra colocada. O delito não fora consumado graças à intercessão superior do Espírito de Ade­laide, que logrou atenuar as consequências da insânia. A moça estava muito abatida, porém lúcida, e recebeu as visitas com compreensível emo­ção. O reencontro foi comovedor. Sem os dramas ou artifícios que as pes­soas preferem apresentar, havia nobreza e resignação nas recém-chegadas e sincero arrependimento na enferma. A mãe acercou-se do leito e segu­rou a mão da filha, que prorrompeu, então, em pranto de dor e vergonha. "Perdoe-me, mamãe querida, perdoe-me" – explodiu, debilitada  –, "não sei o que me aconteceu... Eu enlouqueci por dentro... Sabia o que estava fazendo... e não sabia... Desejava livrar-me de todos e de tudo... do homem, que eu continuava a matar com papai sem o destruir, de quem já  lhe falei... Não consegui deter-me... Oh! Senhor Deus, perdoai-me". Ar­têmis não conseguiu falar, mas Dr. Armando, que se encontrava próximo, disse-lhe: "Ora, filha, sua mãe perdoa e compreende. Não se atormente, porquanto o arrependimento não resolve o que já  foi feito. Restabeleça-se por dentro e, revigorada, jamais volte a repetir o grave engano". Ar­têmis refez-se logo e acrescentou que não seria ela quem a perdoaria, mas, sim, o Pai Celeste, que nos perdoa as fraquezas e a desconsideração ao Seu amor. Em seguida, perguntou-lhe se ela agora pensava em Deus, e Lisandra respondeu afirmativamente, após o que, dirigindo-se à tia, cum­primentou-a afavelmente, indagando por seu irmão Gilberto. (Cap. 19, págs. 171 e 172)  

75. Um raro momento de lucidez mental - A tia informou que Gilberto es­tava no trabalho, mas lhe enviara abraços e recomendações. "Claro que ninguém está  magoado com você. O amor que se magoa é puro interesse e não verdadeira afeição. Tranquilize-se, portanto", concluiu Hermelinda, com acento conciliador. A jovem pediu, depois, que a mãe agradecesse ao Sr. Cândido por tudo o que ele fizera e pedisse desculpas pelo cansaço que lhe havia proporcionado. Artêmis, que conhecia a antipatia da filha pelo enfermeiro, disse que ela mesma poderia agradecer-lhe, quando ele viesse vê-la no hospital, ou em casa. O diálogo mostrava que Lisandra se encontrava num feliz momento de equilíbrio e lucidez mental. Com o des­maio que se seguiu ao atentado, a jovem, ao ser expulsa parcialmente do corpo, deparou o antigo adversário a aguardá-la, feroz e vitorioso, certo de que a arrastaria às regiões ingratas, como resultado do suicí­dio que supunha irreversível. Ele receava que o Espiritismo lhe abrisse as portas da libertação e, por isso, resolveu vitimá-la e conduzi-la após o trânsito do túmulo, como se o equilíbrio das vidas pudesse perma­necer nas mãos da odiosidade e nas rédeas da alucinação. Na verdade, os lances exitosos colimados por esses Espíritos infelizes decorrem da sin­tonia que conseguem manter com as suas teimosas vítimas, que os prefe­rem, pela acomodação às suas sugestões, ao acatamento da inspiração su­perior, expressa nos mil convites da vida. Assim, logo que se afrouxa­ram os laços do corpo, em exaurimento pela hemorragia, Lisandra defron­tou a vítima-algoz, que, transfigurada pelo ódio, agrediu-a moral e vi­gorosamente. "Por que, infeliz, me abandonaste?", inquiriu com voz metá­lica. "Já  te esqueceste de mim? Sou Ermínio, o teu mancebo espanhol, mi­seravelmente assassinado pela tua desonra e pela selvageria do teu in­fame companheiro... Olha-me bem, vê em que me transformei". Lisandra pôde ver, então, a transformação que se operava no ser que a acusava acremente. Viu-o decair a pouco e pouco, num sombrio espaço muito exí­guo, asfixiado, inquieto, agitando-se roufenho e, logo depois, decompor-se num fardo de matéria pútrida, vencida pela vérmina.(1) Simultanea­mente, recordou-se. Estava sentada... Nesse ponto, porém, não pôde mais concatenar lembranças, porque sentiu irresistível atração, uma força in­coercível que a arrastava, e perdeu a consciência espiritual. (Cap. 19, págs. 173 e 174) (Continua no próximo número.)

(1) Vérmina significa verminose. 
 



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita