WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Brasil
Ano 6 - N° 261 - 20 de Maio de 2012
GIOVANA CAMPOS
giovana@ccbeunet.br
Santos, SP (Brasil)

 


A importância da informação na prevenção da dependência química
 

Cerca de 200 pessoas participaram do II Seminário de Saúde Mental, com enfoque na Dependência Química, realizado pela Associação Médico-Espírita de Santos. O evento ocorreu dia 5 de maio, na Universidade Santa Cecília.

Os palestrantes abordaram diversas faces da Dependência Química e a falta de informação necessária sobre o assunto, bem como os diferentes estágios do uso, do abuso e da dependência de substâncias. A exposição inicial foi feita pelo dr. João Lourenço, médico psiquiatra e psicoterapeuta, fundador do CooperCasa e radialista.

Conceituando a dependência química, o expositor disse que se trata de uma doença primária, crônica, progressiva e, em muitos casos, fatal. Ele explicou para o público os conceitos pertinente ao uso, quando se trata de algo eventual ou esporádico, ao abuso, que é quando o uso gera variados tipos de problemas, e também à dependência, o grau mais problemático quando se trata do envolvimento com as drogas, já que isso configura o uso continuado e compulsivo.

Entre as razões apontadas para o uso de drogas estão a curiosidade, a imitação de parentes ou de celebridades, a pressão do grupo, muito comum entre os pré-adolescentes, adolescentes e jovens, o estímulo da mídia, a busca de novas sensações e também a, em alguns casos, a fuga da realidade.

Em uma explicação bem didática, o dr. João Lourenço (foto) relacionou as fases da utilização de substâncias químicas com o reino animal. No primeiro momento, temos a fase do ‘macaco’, característico do uso, no qual algumas pessoas fazem o uso social das drogas, tornando-se assim mais eufóricas, menos acanhadas, e apontando até uma falsa produtividade pela expansão e desibinição adquiridas.

Depois viria a fase do ‘leão’, em que o indivíduo começa a apresentar certa tolerância ao componente químico, utilizando doses mais

altas, consequentemente apresentando sofrimento emocional e queda na produtividade, inclusive lapsos de memória, e no entanto entende que está com a razão e o controle da situação.

Vem, por fim, a fase do ‘porco’, quando a adição já é total, com grave dependência física, tanto no sistema nervoso/motor quanto nos aspectos psicológicos, em que a depressão ou o embotamento emocional podem mostrar-se mais severos. Com isso, a decadência familiar e social é uma decorrência grave do distúrbio.

Para finalizar a palestra, dr. João Lourenço salientou que o melhor tratamento é a prevenção por meio da informação e esta deve ser precisa, correta, empática e em tempo.

Direito e Espiritismo

A segunda palestra ficou a cargo do dr. Carlos de Paula (foto), advogado e coordenador do núcleo de Campinas da Associação Jurídico-Espírita do Estado de São Paulo. Ele discorreu sobre a Dependência Química e a Evolução do Ser: Uma questão puramente legal?

Durante sua explanação, ele mostrou números da realidade criminal do país, citando dados relacionados ao Estado de São Paulo, no que tange ao sistema prisional e também à justiça em seu âmbito penal.
 

Embora o número de detentos seja alto no Estado, aproximadamente 400 mil, e o custo elevado para a manutenção de cada preso, a realidade está longe da ideal, pois não há maneiras de se desenvolver adequadamente o ser espiritual que habita aquele corpo. Esta mudança serviria não apenas para o aprimoramento familiar, mas também social, emocional, psicológico e espiritual.

A questão da dependência revela quanto o ser em evolução precisa não só de um tratamento de qualidade, mas também de uma justiça solidária que o reeduque e ressocialize, para que o indivíduo não fique à margem da sociedade.

Codependência

Logo depois, a psicóloga Maria Heloísa Bernardo, membro da AME-ABC e diretora de projetos do Hospital Espírita Bezerra de Menezes, falou sobre a Codependência, uma síndrome que atinge os familiares do dependente químico.

No início de sua fala, a palestrante disse que se trata de uma síndrome primária, crônica, progressiva, mas tratável. Como característica, a codependência é marcada pela perda do controle de situações da vida. Ela afirmou que qualquer pessoa pode ficar com a vida fora de controle por viver uma relação doentia com um dependente ou com uma pessoa disfuncional.

Dentre os mecanismos disso estão a negação de que o problema básico seja o beber ou usar a droga, o apoio às racionalizações do dependente ou, ainda, o ato de assumir a culpa pelo abuso. Há uma tendência em evitar problemas que “poderiam” levar o dependente a beber/usar e até mesmo deixar de discutir o problema, com vistas a minimizar a problemática da situação, que já se encontra, muitas vezes, em estágio avançado.

Também é possível verificar a perda da estrutura diária, já que a rotina é interrompida devido às situações criadas pelo dependente. No início do processo, os familiares retomam a rotina após os episódios conflitivos. Com o passar do tempo e o agravamento da doença, perdem totalmente a estrutura da rotina diária. Advém daí a falta de cuidados pessoais, pois os familiares mais próximos deixam de cuidar da aparência pessoal, parando de desfrutar das pequenas coisas que considerem ser apenas “para o seu divertimento pessoal”.

É comum o parente do dependente se preocupar sempre com o doente, desconsiderando suas próprias necessidades; e como o uso é exacerbado, vem a incapacidade de colocar e manter limites, surgindo problemas de comportamento e disciplinares. O familiar fica então mais e mais incapaz de tomar decisões relacionadas com a vida diária.

O apoio psicológico é sempre importante até mesmo para o restabelecimento espiritual e foi citado, nesse sentido, o trabalho realizado por grupos anônimos que incluem a religiosidade e a espiritualidade no tratamento, como o AL-Anon, Narcóticos Anônimos, Amor Exigente, entre outros.

Caso clínico em regressão

O presidente da AME-Santos, dr. Flávio Braun (foto), médico psiquiatra, discorreu sobre sua experiência em terapia de vida passada e relatou um caso clínico sobre a drogadição.

Ele explicou inicialmente o que é a terapia regressiva, como funciona e deixou claro que, enquanto fora da realidade pelo uso de drogas, não é possível ao paciente realizar tal procedimento.

Ele apresentou um caso clínico onde o paciente, embora inicialmente relutante a

procurar ajuda, considerou a hipótese da reencarnação e aceitou submeter-se ao processo regressivo para compreender o uso e abuso de substâncias químicas.

Em várias sessões, esse paciente se encontrou em vidas onde o uso de substâncias era correto para a realidade na qual vivia, no caso, como pajé de tribo. No entanto, o mesmo paciente conseguia perceber quanto fez mau uso das substâncias nesta e em outra vida, além de perceber forte traço de egoísmo em seu temperamento.

Em seguida, dr. Flávio Braun fez um paralelo entre esse conteúdo e os ensinamentos de Allan Kardec citando inúmeras passagens de O Livro dos Espíritos, onde se fala sobre egoísmo e vícios. Também apresentou ensinamentos dos Espíritos Emmanuel e André Luiz sobre a influência dos maus espíritos sobre os encarnados que fazem uso de drogas.

A inclusão como tratamento

Finalizando as palestras, a psicóloga Maria Heloísa Bernardo (foto) falou sobre a necessidade do encaminhamento, inclusão e tratamento da dependência química, através das redes de assistências sociais. Citou dados de pesquisas que mostram que 172 a 250 milhões de pessoas usaram, pelo menos uma vez, alguma droga ilícita. E dentre estas drogas estão a maconha, com a maior prevalência (entre 143 e 190 milhões de pessoas), as anfetaminas, a cocaína, os opiáceos e o ‘ecstasy’ - 18 e 38 milhões de usuários problemáticos de drogas, de idade entre 15 e

64 anos.

Ela falou também sobre os efeitos de morbi-mortalidade, que gera amplo conjunto de custos sociais bem como altos níveis de violência interpessoal, homicídios, comportamento sexual de risco, uso inconsistente de preservativos, aumento da incidência de doenças infectocontagiosas e acidentes com veículos automotores.

A necessidade urgente de união e implementação de redes sociais que buscam o cuidado com o dependente e seus familiares fará a diferença no tratamento eficaz e de qualidade, pois é um ato que não dura apenas algumas semanas ou meses, mas sim a vida toda.

Ao final, os palestrantes se reuniram para explicar aos presentes as diferenças entre as internações voluntárias, involuntárias e a compulsória, a realidade do sistema público e responderam às perguntas do público.


 

 

Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita