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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 260 - 13 de Maio de 2012

JANE MARTINS VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)

 

Escolha de uma mãe


Uma senhora de 58 anos,que veio até nós chamou-nos a atenção pela linguagem muito correta e pelo porte distinto. Estava simplesmente vestida, mas, ao mesmo tempo, elegantemente vestida.

Isso não é comum, na periferia onde trabalhamos. Pensamos até tratar-se de uma senhora de classe social mais elevada. Enquanto conversávamos, ela mencionou uma dor nas costas que a estava incomodando muito, provavelmente fruto dos anos em que ela, para ajudar a família, trabalhou duro como faxineira. Nunca imaginara no passado que aqueles esforços na faxina iriam prejudicá-la tanto, a ponto de não poder mais carregar peso, tamanha a dor que sente.                                       

Surpreendida, dissemos que, sem desmerecer a profissão, que achamos muito digna, jamais imaginaríamos, pela sua linguagem impecável e incomum, que ela tivesse sido faxineira. Pensamos que fosse professora.

“Esse era meu sonho, estudar geografia e dar aulas”, disse-nos ela. “Tive, no entanto, de optar. Tive quatro filhos, todos homens. Meu marido precisava de ajuda e meus filhos também. Escolhi ser faxineira para comandar meus horários, escolher quais horários eu podia trabalhar, para dar atenção aos meus filhos e educá-los. Não me arrependi. Meus quatro filhos são  homens excelentes, educados, gentis, honestos e carinhosos. Os três mais velhos são casados e já têm filhos. O mais novo, de 24 anos , trabalha, mas ainda mora comigo. É meu amigo,  respeita-me muito. Com a idade que tem,  como mora em minha casa até hoje, quando vai sair, me pergunta se pode ir, se não me incomodo, enfim, se eu deixo. Se deseja levar alguém em casa pergunta se eu permito. Outro dia, saindo, eu disse a ele num tom mais alto: Volte até as onze da noite, está bem? Ele falou: oh! Mãe! Voltou, me beijou e abraçou dando risada e disse: Não fale tão alto! Quer que os vizinhos todos escutem? E saiu. Voltou às onze da noite. Não me arrependo de ter desistido de uma carreira com que sonhava, pelos meus filhos. Posso dizer que valeu a pena, sou feliz, vendo os homens que meus filhos se tornaram. Eu tinha o sonho de fazer geografia.”                              

Agora a senhora pode. Nunca é tarde demais, dissemos a ela.

“Sabe que sua conversa está me tentando? Vou pensar seriamente no caso. Agora eu posso!”

Ficamos pensando nessa mãe, que renunciou aos seus desejos por amor a seus filhos, que hoje são homens de bem. Poderia ter escolhido uma profissão que fizesse jus à sua capacidade, mas fez a melhor escolha: seus filhos. Hoje ela é feliz.

Temos falado bastante com as mães sobre a melhor escolha. Muitas estão escolhendo ter coisas , dar coisas. Querem dar tudo o que nunca tiveram e se esquecem de que hoje são o que são porque tiveram o principal: suas mães.

Temos tido muitas mães chorando, descobrindo tarde que o que seus filhos queriam eram elas, sua presença, seu amor, sua educação. Uma dessas chorou contando o que sucedeu com a filha. Sempre sozinha a menina, sem afeto, sem carinho, ela trabalhando demais para comprar coisas para a filha. A menina se desequilibrou tanto, ainda aos 8 anos de idade, que tivemos de encaminhá-la para socorro espiritual, homeopatia e psiquiatria infantil, para tentar ajudá-la, pois seu comportamento está assustando a escola toda e também à própria mãe, que, diante do fato, percebe que o dinheiro agora é o menos importante. O importante é a criança ficar bem. Pelo quadro que está apresentando, será difícil. Ficamos nos perguntando se isso teria acontecido caso a menina tivesse a couraça do amor para protegê-la. Talvez o fato não ocorresse, pois não existe poder maior que o amor.

Trabalhar é bendita oficina de aprendizado e socorro. A oportunidade de trabalhar é abençoada e ajuda o ser no processo de crescimento espiritual. O que lamentamos é o excesso, o abandono. Como um Espírito encarnado aprenderá a amar se aqueles aos quais Deus o confiou estão esquecendo disso?

O comportamento de muitas crianças desta geração está mostrando, como num grito de socorro, que os pais despertem, que as mães vejam a grandeza do seu papel e cuidem, amem, eduquem. Que trabalhem fora, mas não só isso. Enxerguem a criança ao lado, ensinem-lhe o amor ao próximo, a piedade. Quem tem compaixão não faz mal a ninguém, ao contrário, torna-se foco de luz por onde passa, o que consola a dor e acende nas almas tristes a esperança.

A escolha dessa mãe faxineira foi uma renúncia aos seus desejos pessoais por amor aos filhos. Preferiu um trabalho mais humilde, mas que lhe permitiu tempo para educá-los.

Quando os filhos estão esquecidos, o egoísmo grassa e a dor aumenta pelas ações de desequilíbrio. Dizem os Espíritos, na questão 915 de O Livro dos Espíritos: “É certo que o egoísmo é o vosso mal maior, mas ele se liga à inferioridade do Espíritos encarnados na Terra e não à humanidade em si mesma. Ora, os espíritos se purificam nas encarnações sucessivas, perdendo o egoísmo, assim como perdem as outras impurezas. Não tendes  na Terra algum homem destituído do egoísmo e praticante da caridade? Existem em maior número do que julgais, mas conheceis poucos porque a virtude não se procura fazer notar. E se há um, por que não haverá dez? Se há dez por que não haverá mil, e assim por diante?”

Como essa mãe faxineira, há dez, há mil, há milhares que estão zelando por seus filhos, ensinando-os a  amar, a serem homens de bem no futuro, aqueles que farão a diferença para um  amanhã melhor.

Mantenhamos, pois, nossas esperanças num mundo melhor amanhã. Jesus está no leme e a Terra sob seu comando. Às mães, força, coragem, para fazerem de seus filhos os cristãos do presente, os que honram Jesus, os que o amam, amando os homens, seus irmãos.


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita